Categoria: Séries

  • Review | Injustice

    Review | Injustice

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    James Purefoy, conhecido pelo seu papel como Marco Antônio no seriado Roma e mais recentemente por interpretar Solomon Kane nos cinemas, retorna na minissérie jurídica Injustice, atuando como um renomado advogado criminalista repleto de traumas e dúvidas quanto ao sistema judiciário inglês.

    A trama de Injustice é bastante intrigante, trazendo dois personagens centrais, o primeiro dele é William Travers (James Purefoy), um homem de meia idade que parece ter tudo o que precisa, formado em Cambridge, é um advogado de defesa brilhante, possui uma família adorável, uma linda casa no interior da Inglaterra e trocou a vida agitada da cidade para a calmaria do campo. Mas nem tudo é o que parece, Travers está a beira de um colapso nervoso, principalmente quando reconhece um homem na plataforma de uma estação de trem, o mesmo homem que em breve terá seu sangue decorando a parede de seu quarto em uma fazenda não muito longe dali.

    Com isso conhecemos a outra personagem, Mark Wenborn (Charlie Creed-Miles), um desagradável detetive responsável pela investigação do assassinato do misterioso homem. Wenborn é o típico policial durão com um olhar branco e preto do mundo, onde não acredita no trabalho dos advogados, e provavelmente acredita que o mundo seria um lugar muito mais seguro sem eles. Tudo piora quando um de seus colegas tenta impugnar um crime através de evidências falsas contra um homem negro, e Travers consegue provar a corte do ocorrido, resultando na demissão desse amigo.

    injustice_purefoyA história é apresentada em conta-gotas, pouco a pouco vamos conhecendo o passado das personagens centrais. A mulher de Travers, Jane (Dervla Kirwan), vive um dilema, entre escolher entre seu trabalho e sua família, pois abandonou sua carreira como editora literária para ficar ao lado de seu marido, porém, recebe uma oportunidade promissora ao analisar um livro escrito por um jovem detento, onde ela trabalha como professora de Inglês em uma instituição para jovens infratores. Wenborn vai se mostrando um homem cruel e vingativo, seja com sua esposa ou com sua obsessão em encontrar algo que incrimine Travers.

    No meio disso tudo, Travers é procurado por um velho amigo para defendê-lo no tribunal de acusações de assassinato de sua secretária e conspiração contra sua empresa. Contudo, ao aceitar o caso, ele terá que retornar a cidade e enfrentar o passado que deixou para trás.

    O roteiro de Anthony Horowitz é complexo, cheio de camadas e não recorre a clichês do gênero, os dramas se encaixam de maneira coesa à história, mesmo personagens menores têm um papel importante na trama. A direção de Colm McCarthy (The Tudors) é fundamental num thriller psicológico como o apresentado aqui. A minissérie conta apenas com 5 episódios. Nem tudo é o que parece.

  • Review | Boardwalk Empire – 1ª Temporada

    Review | Boardwalk Empire – 1ª Temporada

    boardwalk-empireImaginem a expectativa para uma série que conta com o roteiro de Terence Winter, conhecido pelo seu trabalho em Família Soprano; Steve Buscemi como um dos grandes protagonistas e ninguém menos que Martin Scorsese como produtor; tudo isso a cargo de uma das grandes emissoras de canal pago, a HBO. Isso é motivo de sobra para deixar qualquer telespectador ansiosíssimo para conferir de perto o que Boardwalk Empire tem à oferecer.

    A história se passa em Atlantic City, em plena década de 20, logo após a chamada Lei Seca (1920-1933) entrar em vigor. Na época, o governo norte-americano julgou que os principais males vividos pela sociedade tinham como fator gerador o consumo do álcool, com isso, a Lei Seca passou a vigorar proibindo a fabricação, comércio, exportação, importação e transporte de bebidas. Logicamente, isso é o que foi vendido na época para os americanos.

    Durante a série conhecemos os bastidores por trás disso tudo e vamos descobrindo que há uma série de motivações políticas e econômicas para a proibição da venda de bebidas alcoólicas. Enoch Johnson (Buscemi), ou simplesmente Nucky, como é conhecido na cidade, é uma figura importante em Atlantic City e usa toda sua influência política para comandar o contrabando de bebida, além de suas casas de jogos e bordéis, tudo isso aprovado pelas principais figuras políticas e administrativas da época, é claro.

    A trama foi adaptada com base no livro Boardwalk Empire: The Birth, High Times e Corruption of Atlantic City (sem tradução brasileira), de Nelson Johnson. A adaptação encabeçada por Winter, faz questão de repetir alguns conceitos trazidos já em Sopranos, como a desconstrução do mafioso inabalável e impetuoso. Se em Família Soprano temos Anthony (James Gandolfini) expressando todo o seu descontentamento no divã de Jennifer Melfi (Lorraine Bracco), em Boardwalk Empire, décadas atrás, temos Nucky representando nós homens, acuados pelo papel que nos é imposto pela sociedade.

    A crise de identidade masculina tornou-se mais constante após a revolução sexual que ocorreu nos anos 1960, contudo, é um assunto muito pouco abordado, mesmo nos dias de hoje. O roteiro de Winter, mesmo sendo ambientando na década de 20 é extremamente atual, mostrando registros fiéis do homem contemporâneo e jogando por terra a figura do macho alfa, seguro e independente, e expondo sua insegurança e busca por quem é de verdade.

    Além disso, Boardwalk Empire faz uma reconstituição de época primorosa, destacando eventos importantes como a votação feminina, o preconceito racial, a ascensão de Al Capone, a eleição do próximo presidente americano, tudo isso de forma natural e competente. Esses detalhes de roteiro e direção de arte só enriquecem a trama.

    Falar da qualidade das atuações é bobagem, afinal um elenco que conta com Buscemi, Michael Pitt, Michael Shannon, Kelly Macdonald, entre tantos outros, não poderia dar errado. As personagens fazem questão de focar em todos os nuances de suas personalidades, dando credibilidade e enriquecendo toda a estória que nos é apresentada.

    Com uma primeira temporada impecável, Boardwalk Empire está muito acima de tudo o que vem sendo exibido na televisão no momento. Essa é uma daquelas séries que dá um passo à frente para estabelecer a televisão muito além de entretenimento barato. Que venha a segunda temporada!

  • Review | Denpa teki na Kanojo

    Review | Denpa teki na Kanojo

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    É sabido que, atualmente, a mais expressiva parcela daquilo que se entende por entretenimento de massa no Japão tem como protagonistas de suas histórias crianças e adolescentes.Tal fato possuí razões tanto culturais quanto mercadológicas, mas, indubitavelmente, trata-se de um fato. Entretanto, raramente vemos os jovens retratados nas obras como pessoas que poderiam existir em nosso meio de convívio, sendo estes, em sua maioria revestidos por grande nobreza e diversos outros aspectos que pouco condizem com nossa realidade, seres que, mesmo habitando um mundo similar ao nosso – ou, por questões obvias, uma versão amenizada do mesmo –, jamais poderiam existir na caótica sociedade na qual, teoricamente, estão inseridos.

    O que acabo de expressar é uma das razões primárias para que muitos evitem animes, mangás e derivados, generalizando-os como histórias bobas e infantis, tal como aqueles que normalmente as protagonizam. Essa é até que uma razão compreensível, mas não cabível, vide que animes como Denpa teki na Kanojo, que exibem um atrativo enredo  unica e exclusivamente através da ótica de adolescentes, estão disponíveis a qualquer um.

    Quando uma desconhecida garota aproximasse e, não mais do que de repente, jura-lhe obediência, Juuzawa Juu, um notório delinquente juvenil, vê-se arrastado para uma espiral de estranhos eventos, que lhe seriam de pouca relevância caso a garota que agora o serve (contra a sua vontade) não fosse suspeita da serie de brutais assassinatos que assola à cidade. Esse é o ponto de partida da trilogia de novels de Katayama Kentarou (também autor da singular serie Kure-nai) no qual os 2 OVA’s aqui tratados, lançados em meados de 2009, se baseiam. Trata-se de dois instigantes contos de suspense e ação, que, nos quarenta minutos dos quais cada um dispõe, conseguem surpreender com sua casualidade e forma inusitada de narrar os fatos, apresentando mais uma estranha história sobre estranhos colegiais, que, em um divertido contraste, mantem-se imponente como trama investigativa.

    Apesar do que acaba de ser dito, é importante ressaltar que trata-se de um anime deveras pesado, que, por mais que adicione momentos engraçados e extrovertidos a seu roteiro, aborda temas como assassinato, estupro, suicídio, bullying e demência; o que é muitíssimo bem apresentado logo à principio, com a belíssima sequência de cortes iniciais. Isso caracteriza um dos grandes méritos da serie: sua visão seca dos fatos e personagens, mostrando que, tal como nós, eles prezam por suas vidas, carregam seus traumas e escondem seus segredos – alguns dos quais jamais tomaremos conhecimento. Todavia, os personagens não são reflexos de jovens comuns do dia a dia. De forma alguma. Eles mais se assemelham a caricaturas dos mesmos, valendo-se de um ou mais aspectos interessantes, gerando assim não personagens realistas, isso não, mas personagens críveis; recurso visualmente bem retratado pelo traço rústico; pesado, mas não incômodo.

    Uma vez citadas as qualidades, vejo-me, afim de não gerar expectativas errôneas, obrigado a alerta-los que este anime encontrá-se muito distante do excepcional, extraordinário ou de qualquer outro termo além de bom, ou, quem sabe, muito bom. Pois, por mais virtuoso que seja em determinados aspectos, Denpa teki na Kanojo não agrada tanto em alguns outros, como na animação pouco fluída ou na falta de explicações para com certos ocorridos, como, por exemplo, aquele que ilustra qualquer sinopse à respeito da serie. As poucas respostam podem ser atribuídas a uma representação do inexplicável, algo não tão incomum já visto de forma abstrata em Paprika, Bungaku Shoujo e, como exemplo mais palpável, Sev7n; mas, pela corrida condução do roteiro – o que é plausível, vide a duração de cada OVA–, nesse caso tal artificio, que definitivamente obtêm êxito em intrigar o espectador, pode, infelizmente, acabar por frustra-lo ora ou outra.

    As duas histórias, baseadas, respectivamente, no primeiro e terceiro volume das novels de Katayama, mostram-se bem elaboradas e competentes; culminando em uma animação que não requer muito tempo ou dedicação, mas que entrega, pontual como em suas viradas, cenas de ação, comedia e tensão constante, algo deveras satisfatório. Em meio a seus acertos e falhas, Denpa teki na Kanojo comete apenas um erro inaceitável: não possuí ou dá margem à continuações. O que é bastante triste, pois a industria clama por material desse nível.

    Texto de autoria de Alexandre “Noots” Oliveira.

  • Review | Camelot

    Review | Camelot

    camelot posterO mito do Rei Arthur já foi contado várias vezes nas mais diversas mídias. Compreensível, então, a dificuldade em trazer uma nova visão de uma história amplamente conhecida. Mas nem isso serve como desculpa para o seriado Camelot, do Canal Starz, uma das grandes decepções dessa temporada. Assistir os 10 episódios desse primeiro ano foi fruto de uma teimosia férrea. Aliás, quando fui pesquisar reviews como inspiração, descobri que os poucos sites/blogs que tentaram acompanhar a série desistiram na metade. Sensacional, não?

    A proposta é narrar a juventude de Arthur sobre uma perspectiva mais “realista” do que o habitual. No início, vemos uma amargurada Morgana envenenando seu pai, o Rei Uther, como vingança por ter sido rejeitada e enviada para um convento, e ver sua mãe ser trocada por uma rainha mais jovem, Igraine. Após a morte do Rei, o misterioso conselheiro Merlin vai em busca do herdeiro, Arhtur, um “bastardo legítimo”. Explica-se: quando Igraine ainda era esposa de outro, Uther, apaixonado, assumiu magicamente a forma deste e partiu pro abraço. O fruto dessa noite tórrida foi entregue a uma humilde família adotiva para ser criado em segredo. Como anos mais tarde Uther acabou se casando com Igraine, o jovem Arthur agora pode assumir o trono, para desespero de Morgana, que acreditava ser a única herdeira.

    A partir daí a história mostra Arthur buscando estabelecer um governo justo e pacífico, sob a orientação de Merlin e Igraine, e com o apoio de  alguns cavaleiros, seus “Campeões”. Enquanto isso, Morgana posa como irmãzinha querida enquanto prepara artimanhas mil. E pra apimentar um pouco as coisas, Arthur se envolve com Guinevere, esposa de Leontes, seu principal soldado. Partindo desse plot, nem parece tão ruim… o problema é que o roteiro é fraquíssimo. Tudo é muito, muito chato na série. Episódios arrastados, pouca ou nenhuma ação, atuações sofríveis. Jamie Campbell-Bower, o protagonista, é uma nulidade. Joseph Fiennes faz um Merlin jovem e careca, e aparenta estar o tempo todo drogado/com dor de barriga (ecos de sua finada série FlashForward, outra pérola).

    A única salvação é Eva Green. Absurdamente linda mesmo com uma cara de víbora traiçoeira, ela encarna Morgana com perfeição. Mas mesmo ela acaba cansando no meio de tanta chatice. Entre os demais personagens, Claire Forlani surge já meio envelhecida mas ainda altamente pegável como Igraine, numa atuação até interessante. A desconhecida e canastrona Tamsim Egerton interpreta Guinevere, Philip Winchester é o corno Leontes, e Clive Standen é Gawain, o cavaleiro mais fodão (que usa duas espadas, como Spartacus já nos ensinou). Seu personagem é meio rebelde, poderia ser legal se fosse mais bem explorado. Ah, e tem o irmão de criação de Arthur. Whatever.

    Seria inválido entrar no mérito de certo ou errado, afinal de contas essa história toda é uma lenda. Existem muitas versões, então “mudanças”  são esperadas. Mas a série opta por caminhos que nada agregam de interessante. O ambiente todo é muito pequeno, limitado. Os Cavaleiros da Távola Redonda são uma meia dúzia, o povo do reino se resume a poucas vilas miseráveis com um punhado de habitantes. Quando vai ter alguma luta, os números envolvidos são risíveis. Não adianta, uma trama medieval precisa ser ÉPICA. Mas o pior de tudo foi em relação à famosa espada de Arthur. Ele a retira do topo de uma cachoeira, poucas pessoas testemunham, e a impressão é que Merlin inventou na hora alguma lenda obscura sobre esse feito! Não sou especialista, mas retirar a espada não é um fator determinante pra Arthur ser o Rei? Na série, pareceu que fizeram essa cena porque lembraram no meio da história que ela precisava estar lá. E tem mais: essa espada NÃO É Excalibur! Ela é rapidamente esquecida, Merlin decide que o Rei precisa de uma arma digna, e vai em busca do melhor ferreiro do reino. Pra resumir, merda acontece, a filha do cara se chamava Excalibur, e há uma referência à Dama do Lago. Nem tente entender, não é importante mesmo.

    Enfim, Camelot é uma série não recomendada, a menos que você seja um fã ardoroso de histórias medievais e/ou masoquista. Ainda não há confirmação de uma segunda temporada, e mesmo com o final que pelo menos mostrou vislumbres da versão mais conhecida da lenda, a expectativa não é nada boa. Mas eu assistirei, afinal Camelot é uma obra-prima pra quem viu Heroes e Sarah Connor Chronicles até o final.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Review | Shiki

    Review | Shiki

    shiki posterDurante o verão ardente de um isolado vilarejo rural, denominado Sotoba, tem inicio uma serie de inexplicáveis mortes; simultaneamente uma misteriosa família se muda para os arredores. Isto é o básico, e, a meu ver, tudo o que precisa ser dito a leigos sobre o enredo de Shiki, anime baseado na serie de light novels de Ono Fuyumi (mesmo autor dos famosos Juuni Kokuki e Ghost Hunt), exibido no cultuado bloco noitaminA, segmento mais abrangente e ousado da TV Fuji, lar dos conhecidos e aclamados Honey & Clover, Nodame Cantabile, Higashi no Eden, The Tatami Galaxy e tantos outros. Exibido durante o segundo semestre de 2010, com um total de 22 episódios, Shiki é, com seu design e trama diferenciados, um dos melhores animes de terror de uma escassa leva.

    Como dito acima, trata-se, em essência, de uma história de terror. E uma das com melhor execução no formato de serie linear vista nos últimos anos. Mas não se enganem, pois é justamente por não se apoiar apenas no horror, e, como shonen – serie para garotos, um publico, por definição, “menos maduro” – que é, dar espaço a elementos com maior apelo à massa, como investigação e ação, que Shiki é tido como exceção, e não regra. Mostrando desde sempre um contraste entre a realidade inadmissível e a fantasia aceitável, sobrenatural e senso comum, exposto através de personagens palpáveis, que se assemelham a pessoas reais em seu egoísmo, cinismo, fraqueza ou seja qual for o defeito apresentado, o anime obtém êxito em despertar o interesse do espectador sem utilizar de exposição desnecessária ou outros subterfúgios a fim de fisgar a audiência.

    A princípio, como tantos outros, Shiki mostra-se um tanto o quanto bobo, focado em assuntos e personagens triviais, que, mesmo envoltos no eminente clima de suspense, passam pouco do que a serie virá a se tornar. Tal artificio, que pode afastar espectadores desavisados e menos persistentes, é puramente proposital, tendo como função construir o pequeno cenário no qual a história se desenrolará. Apresentando a realidade na qual os mais distintos tipos convivem, de forma com que criemos uma opinião, positiva ou não, para com cada um deles, a vagarosa, porém muitíssimo bem conduzida trama progride de forma crescente e exemplar.

    Tendo a morte como ponto de fuga, como tipicamente ocorre em histórias do gênero, o anime propõe reflexões mais maduras do que a maioria espera, como as tão recorrentes duvidas a respeito de vida e morte, correto e incorreto. Entretanto, em momento algum é feito qualquer tipo de julgamento de valores. Não é uma história sobre o bem contra o mau, tanto que, em mais de um momento, aquilo que considerávamos certo inverte-se por completo, e os personagens pelos quais temos grande apreço ou aversão nos surpreendem de forma drástica. Brincando com a capacidade de aceitação e adaptação do publico, o texto deixa claro que morte e desgraça podem chegar – e comumente chegam – a qualquer um, independentemente de sua índole

    Shiki trabalha com planos entrecortados, e o faz muito bem, construindo assim uma narrativa repleta de detalhes e pontos de vista diversos, que requer atenção para ser contemplada em sua totalidade. Abusando de subjetivismo e, em certos momentos, de metalinguagem; incitando o espectador a olhar para a floresta e não para as árvores; e não subestimando seu intelecto, capacidade de interpretação e aceitação, o anime apresenta, de modo geral, uma excelente trama, que, embalada pelas belas composições de Yasuharu Takanashi (o mesmo de Jigoku Shoujo, Itazura na Kiss e Naruto) no que é, na minha opinião, seu melhor trabalho, não falha em entregar a tensão e desconforto característicos de qualquer boa história de suspense e terror. Shiki é um suspiro sazonal de um gênero depreciado e carente; um dos que merece atenção.

    Texto de autoria de Alexandre “Noots” Oliveira.

    shiki

     

  • Review | Detroit Metal City

    Review | Detroit Metal City

    Detroit_Metal_CityAquela galera “true” que ouve metal possui comportamento bem peculiar. Pegue os estereótipos desse pessoal, junte com bizarrices típicas dos animes e eleve à enésima potência. Isso é Detroit Metal City, que se desenrola em apenas 12 episódios de 13 minutos cada.

    O personagem principal, Negishi, adora música pop, e tem o sonho de se tornar um grande astro. Mas na verdade ele já é um grande astro, só que de uma banda de death metal: a DMC – Detroit Metal City. Sob a identidade de Johannes Krauser II, um demônio de longos cabelos loiros, cara pintada e armadura, ele debulha na guitarra e urra músicas que pregam violência, estupro e outras perversidades. Quando o garoto veste a roupa e coloca a maquiagem, sua personalidade praticamente muda, apesar de, nos pensamentos, discordar de várias coisas que faz e diz. Ele não gosta de tocar aquele estilo de música, mas é sua única fonte de renda, então não lhe resta escolha. Porém, quando está no palco, leva o público à loucura com suas performances agressivas (e extremamente estereotipadas); esse paradoxo é um dos pontos fortes do humor.

    Detroit Metal City é um grande deboche aos comportamentos extremos dos fanáticos do metal, mostrando jovens cegos pela DMC, idolatrando Krauser como se fosse um deus demoníaco. Os conflitos internos do nosso herói ficam mais fortes quando decide conquistar uma garota, mas se ela souber de sua identidade como Krauser, sem dúvidas vai querer distância do rapaz. Então, no decorrer da trama, manter essa dupla identidade fica cada vez mais complicado.

    Quem procura uma história super elaborada com personagens profundos e desenvolvidos, mantenha distância. DMC é muito simples, e justamente por isso não deve ser levado a sério. São diversas situações absurdas que acontecem sem muita explicação, e das formas mais esdrúxulas possíveis. Importante frisar que este é um anime de nicho, e dificilmente agradará àqueles desfamiliarizados com o universo do metal; diversas referências e comportamentos comuns a esse meio estão presentes o tempo todo, e de forma exagerada. Quem for totalmente alheio a essa cultura simplesmente verá um poço de bizarrices, e nada mais. Já os ouvintes da música pesada irão se identificar – ou lembrar de alguém conhecido – quando virem as maluquices dos fãs e a postura de Krauser dentro e fora do palco. O que não ameniza o fator bizarro.

  • Review | Supernatural – 6ª Temporada

    Review | Supernatural – 6ª Temporada

    Supernatural_Season_6Na última sexta, 20/05, chegamos ao fim de mais uma temporada de Supernatural. A série, que uma das que rende mais audiência na atualidade. Nessa sexto ano, parece que resolveram dar um ar de primeiras temporadas novamente, resgatando a temática de irmãos caçadores de monstros e não anjos e demônios.

    Com o desfecho da 5ª temporada, Dean resolve deixar a vida de caçador, e corre para os braços de Lisa, uma ex namorada de anos atrás, que tem um filho que Dean gosta muito, talvez por lembrá-lo tanto de si mesmo na infância. Com isso, Dean passa a ter uma vida tranquila deixando seu passado para trás e sendo apenas um pai de família habitual, trabalhando honestamente e vivendo feliz ao lado de uma mulher linda e um bom filho.

    Mas tudo que é bom dura pouco, afinal, Sam Winchester misteriosamente retorna do inferno, onde havia se aprisionado junto com Miguel Arcanjo, após o UFC Divino que rolou no final da 5ª temporada. Assim, o irmão caçula vai ao encontro do mais velho e retornam à vida antiga, só que com uma diferença. Sam agora está caçando com seu avô, Samuel Campbell, que também voltou à vida após os eventos do Apocalipse, que também causou uma certa desregulagem no mundo sobrenatural, e criaturas brotam de todos os cantos e de todas as maneiras.

    Mas o que mais chama atenção não é só isso, ao voltar à Terra, Sam está um pouco diferente, afinal, sua alma ficou na gaiola junto com os dois pesos pesados do céu e inferno respectivamente, o que faz com que o grandalhão aja por puro instinto assassino e caçador, não medindo atos e nem consequências para matar as criaturas aos montes, já que junto de seu avô, estão investigando o porque de tamanha movimentação dessas criaturas, e acabam descobrindo que os seres do sobrenatural estão tentando trazer Eva à vida, que seria de acordo com a mitologia da série, a mãe de todos os seres sombrios. Além disso, também existe o interesse maior, que é abrir a porta para o purgatório, mina de ouro de almas, que dariam poder enorme a quem as possuísse.

    Além dessa nova ameaça, Dean ao caçar um vampiro, quase é morto pelo dentuço, tudo porque Sam simplesmente usou o irmão como isca, o que preocupa todos. Aí volta à cena o Cavaleiro da Morte, que após um teste com Dean, traz de volta a alma de seu irmão, mas com um diferencial. A alma do caçula passou muito tempo com Miguel e Lúcifer, sendo muito torturada, e se as memórias desse fato voltarem à tona na cabeça do grandalhão, poderia colocá-lo num estado vegetativo. Assim, a Morte cria um bloqueio na mente de Sam, protegendo-o mesmo que com restrições do ocorrido, fazendo-o voltar a ser a ovelhinha lambona que sempre foi, para o bem de todos, e assim juntos investigarem as questões envolvendo a Mãe de Todos e essa maluquice do purgatório.

    O bom dessa temporada é que não há mais somente anjos e demônios. Aparecem alguns vampiros, okamis, transmorfos e até dragões, mas tudo agora parece não se desprender das questões de céu e inferno. Temos de volta o Dean clássico, com direito a piadas e referencias engraçadas, claro que somente em episódios fillers, mas garantem diversão. Melhor que o 5ª ano, mas tropeça em muita coisa, deixando claro mesmo qual é a essência da história praticamente no final da temporada.

    Texto de autoria de Felipe “Jim” Rozz.

  • Review | The Confession

    Review | The Confession

    ConfessionA internet se tornou o maior veículo de divulgação de todos os tempos. Diariamente milhões de pessoas vomitam material na Grande Rede, desde músicas toscamente gravadas até curta-metragens bem produzidos. Toda essa facilidade de produzir audiovisual, unidos ao poder de distribuição barata e rápida via internet, criou um espaço favorável aos amantes da cultura – tanto quem consome quanto quem produz.

    Nos últimos anos presenciamos um novo formato se expandindo: as webseries. Só para citar alguns exemplos: The Guild, que mostra um grupo de nerds jogadores de MMORPG; Web Terapy, onde Lisa Kudrow (a eterna Phoebe de Friends) faz terapias online com seus pacientes; The Cell, produzida pelo Canal FX; Mortal Kombat Legacy, entre outras. No meio de todas essas, temos The Confession, estrelada por Kiefer Sutherland e John Hurt.

    Sutherland é um assassino que, certa vez, decide ir à igreja para se confessar – aparentemente por motivos óbvios. Lá, encontra o padre, Hurt, e para ele revela que matou uma pessoa no dia anterior.

    Só para constar, os personagens principais – e a maioria dos demais – não tem seus nomes mencionados na série.

    O que aconteceu no dia anterior: Sutherland, quando estava prestes a executar seu alvo, quando este pede um momento para rezar. O assassino concede este último ato benevolente, e, antes de atirar na cabeça do infeliz, recebe as palavras “Eu te perdoo”. Com isso, o assassino questiona o padre sobre os valores da religião, da fé, do significado dos diversos homicídios que cometeu e várias outras coisas. A conversa entre os dois vai tomando rumos cada vez mais inusitados, e os personagem, aos poucos, são construídos e desconstruídos.

    Sutherland e Hurt merecem aplausos pelas excelentes interpretações; 90% da série é focada no diálogo entre eles, e cada um é muito competente em seu papel. No decorrer dos episódios, a trama sofre mudanças, e os personagens acompanham muito bem. A trilha sonora, apesar de genérica, é eficiente.

    São apenas 10 episódios de, em média, 6 minutos cada. Esse formato funciona como um livro de capítulos curtos: você lê, e, chegando ao final, fica curioso para saber o que acontecerá em seguida. É impressionante a quantidade de desenvolvimento feito com tão pouco tempo. Apesar de curta, a série não é superficial. Tanto o roteiro quanto os personagens são bem trabalhados. Várias idéias já utilizadas em diversas outras séries e filmes são bem encaixadas em The Confession, que, apesar de não ser inovadora ou revolucionária, esbanja qualidade.

  • Review | Supernatural – 1ª Temporada

    Review | Supernatural – 1ª Temporada

    Supernatural_Season_1Supernatural trata da história de dois irmãos, Dean (Jensen Ackles) e Sam Winchester (Jared Padalecky). A mãe dos garotos morre de uma forma misteriosa, quando Sam era ainda bebê, que leva o pai, John Winchester (Jeffrey Dean Morgan), um veterano da Marinha a buscar explicações sobre quem ou o que teria assassinado sua esposa.

    Com isso, John passa a ser um caçador, enfrentando criaturas que o mundo ignora a existência, sendo esses vampiros, lobisomens, wendigos, bruxas, fantasmas e é claro, demônios.

    Os anos se passam, Dean e Sam crescem com a ausência do pai e se mudando constantemente, devido à demanda de “trabalhos” do veterano, o que é um dos motivos de tensão, principalmente para Sam, que não aprecia nada a vida que leva, diferente de Dean que idolatra o pai.

    A história começa já com Sam entrando para a faculdade. Muito inteligente, ele consegue uma bolsa para cursar direito em Harvard e é motivo de orgulho de seus amigos e de sua namorada, Jéssica. Nessa época Sam já havia saído do caminho de seu pai e Dean, e preferiu viver sua vida normalmente e ignorar a existência do sobrenatural e se afasta da família, com a qual não se entende, inclusive essa tensão é explicada com mais detalhes durante a história.

    Uma bela noite Dean vai até Sam, para que juntos possam ir atrás de seu pai, que não dá notícias desde que saiu para uma caçada. Contrariado, o irmão caçula parte em rumo ao desconhecido para ajudar a achar seu genitor. Resolvem o caso, mas nada de acharem o velho, e Sam volta com sua vida cotidiana, mas quando chega em casa, assiste Jessica morrer da mesma maneira misteriosa que sua mãe, o que o leva a voltar suas origens e lutar ao lado de seu irmão em busca de seu pai desaparecido e de informações que o levem ao que causou a morte de sua mãe.

    Já no seu quinto ano, o seriado voltou a ser exibido nos EUA no dia 21 de Janeiro, e aqui no Brasil, é possível conferir por TV a cabo ou pelo SBT. A série é interessante e agrada muito aos fãs do gênero terror, com direito a sangue, na medida do possível. Cheio de referências a filmes clássicos, a trama também agrada aos ouvidos, com direito à bandas como AC/DC, Black Sabbath, Metallica, Rush e outros clássicos na trilha sonora. Não espere muito dos efeitos visuais, porém, só a caranga dos irmãos Winchester, um Chevy Impala 67,  já cobre qualquer furo.

    Texto de autoria de Felipe “Jim” Rozz.

  • Review | Community

    Review | Community

    communityAntes de qualquer coisa, é fato indiscutível que existem muitos problemas nas produções audiovisuais feitas para a televisão. O principal deles claramente é o uso constante das mesmas fórmulas, subestimando a inteligência do espectador. O meu argumento é o seguinte: esse problema não pode ser associado exclusivamente ao formato ou as fórmulas em si, e sim a maneira como são utilizadas. Quando se coloca o assunto em análise, podemos ver que as fórmulas são produto da observação dos padrões de comportamento dentro de uma determinada classe de pessoas, ou seja, do que existe de comum na interação delas com o ambiente em que vivem.

    Dessa forma as séries de TV contam histórias com as quais muitas pessoas podem se identificar, por incluirem personagens e situações análogas aos que ela vêem, vivenciam ou idealizam em suas próprias vidas. O poder delas está concentrado nesse ponto, como no caso das novelas, pois praticamente todas as pessoas sentem fascínio em ver pedaços de si mesmas dentro de contextos estrangeiros. Mas as novelas são um caso particular. O assunto TV Aberta brasileira está em um patamar diferente, um tanto mais profundo do que uma simples questão de qualidade. Nesse argumento, quero falar sobre o conteúdo da TV Paga.

    O cenário é lastimável: Reality Shows se proliferaram e as séries de ficção estão em baixa. Os formatos mais batidos e aparentemente mais lucrativos, como os policiais, adolescente-conservadores e comédias de situação absolutamente ultrapassadas e repetitivas inundam toda a grade, produzindo um entretenimento vazio e condicionando o público a ter um senso crítico pobre. Não precisa ser assim, e nem sempre é assim. Em uma comédia de TV, as situações podem ser apresentadas de maneira inteligente e analisadas racionalmente, levando o espectador a reflexões construtivas sobre si mesmo e a sociedade em que vive. Tudo depende da construção dos personagens e da qualidade do roteiro. Um dos pontos mais importantes é o bom humor, e acima de tudo, saber fazer comédia com qualidade. O que a maioria das pessoas procura em programas da TV geralmente é o escape, algo que as faça relaxar e se libertar da tensão da rotina. Isso não quer dizer que elas procurem por entretenimento vazio, estúpido e sem significado. Eu pessoalmente só vejo qualidade no humor que desafia, quebra parâmetros e/ou distorce valores morais em prol da liberdade do pensamento. Temos muitos exemplos de grandes mentes no stand-up comedy, como George Carlin, Bill Hicks e o próprio Woody Allen, que conseguiu expressar mesmo na linguagem do Cinema o seu peculiar senso de humor cotidiano. É dentro dessa vertente que chego à recomendação que quero fazer ao meu caro leitor.

    Community – A Salvação

    Metalinguagem. Metahumor. Algo como “piadas sobre piadas”, ou o sarro tirado às próprias custas. Essa é a estratégia principal de Community, uma proposta honesta baseada no princípio de que nós não precisamos ser anestesiados, e sim incitados. Eu não vou fazer sinopse ou resenha sobre a série, porque considero bem melhor a forma como ela própria se apresenta ao espectador. Eu não preciso dizer que envolve um grupo de pessoas muito diferentes entre si que interagem em um contexto comum. Clássico. O seu principal diferencial está em um dos personagens: Abed Nadir. Abed é um excêntrico palestino-americano viciado em cultura pop que serve como uma conexão entre o público e os personagens. Em vez de “derrubar a quarta parede”, ele simplesmente abre uma “janela” para o espectador ao fazer constantes análises dos acontecimentos ao seu redor como se a sua “realidade” de fato fizesse parte de um seriado da TV, permitindo assim que possamos estar perfeitamente cientes das mensagens e ideias que serão transmitidas em cada episódio. Em referência a Platão, pode-se comparar o universo da série ao conceito do Mundo das Ideias: uma análise idealizada da realidade em contextos sociais e das características recorrentes de um mundo concreto.

    A série também evita cair na mesmice experimentando continuamente com diversos formatos através de paródias em investidas ousadas e inusitadas. A rapidez, acidez e sofisticação do humor no roteiro permitem que o politicamente incorreto e o contra-cultural tenham o seu devido espaço, promovendo o desvirtuamento de conceitos conservadores, uma das mais valiosas ferramentas para se exercitar a consciência de mundo e fugir do condicionamento geral por parte da propaganda que reina em toda a grande mídia. Não se deixe enganar: é sim possível rir e refletir ao mesmo tempo. Community está aí para quem quiser experimentar, e mesmo aqueles que não costumam assistir seriados podem abrir essa exceção.

    Texto de autoria de Thiago Debiazi.

  • Review | The Office – 1ª Temporada

    Review | The Office – 1ª Temporada

    TheOfficePara quem nunca trabalhou em um escritório, pare de ler e saia do post, este seriado não é para você. Para todos aqueles que já tiveram chefes inconstantes e que não podemos imaginar qual será sua próxima ação, vemos dia a dia aquele puxa-saco da chefia e para aqueles que tem seus amigos ou suas “panelas” para rir de todos os outros, continue lendo, este seriado nos pertence!

    The Office é um seriado de comédia sobre o dia a dia de um decadente escritório fornecedor de papéis, a Dunder Mifflin. Criado em 2005 pela dupla Ben Silverman (The Restaurant) e Greg Daniels (O Rei do Pedaço). Tem no elenco Steve Carell (O Virgem de 40 Anos e Todo Poderoso), Rainn Wilson (Six Feet Under), Jenna Fischer, (Miss Match), John Krasinski e B.J. Novak (Punk’d), além de muitos figurantes que cumprem o papel de funcionário que todo escritório tem.

    Sua primeira temporada é curtinha, 6 episódios apenas, aborda o tema Downsizing, que nada mais é que redução de custos e cortes de funcionários, onde o engraçadíssimo Gerente Regional Michael Scott (Steve Carell), tem de tomar as melhores ou não decisões para todos de sua equipe. Com a ajuda da bela e doce recepcionista Pam Beesly (Jenna Fischer), Jim Halpert (John Krasinski) o representante de vendas, faz de tudo para tirar do sério seu co-worker e incrívelmente puxa-saco bajulador Dwight (Rainn Wilson), o insuportável assistente DO Gerente Regional, assim ele mesmo diz. Temas como homossexualismo, racismo e relacionamentos no trabalho são muito abordados também.

    Com uma certeza inabalável, Michael acredita que é o cara mais engraçado do escritório e é a fonte da sabedoria dos negócios. Sem saber como ele é visto por seus funcionários, Michael acaba sempre alternando decisões absurdas ou patéticas, mas sempre muito hilárias.

    O diferencial de The Office é que quase não tem cenas externas e toda a série é feita como um documentário, com câmeras de mão e que os funcionários interagem e a usam como confessionário em muitas vezes. Seriado extremamente recomendado para quem gosta de comédia que não tenha conteúdo apelativo e que goste de dar boas risadas com piadas inteligentes.

    Texto de autoria de Henrique Romera.

  • Review | White Collar – 1ª Temporada

    Review | White Collar – 1ª Temporada

    white-collarEu estive um pouco longe de séries ultimamente. Acompanho duas via torrent e duas via TV a Cabo (quando dá), fora isso estava longe de pensar em acompanhar outra série, então certo dia me vi em frente a TV sem nada mais para fazer, liguei na Fox e vi um episódio de White Collar, e definitivamente minha curiosidade se ligou.

    Fiquei realmente instigado com a série, eu vi de cara o sexto episódio da primeira temporada, All In, e a fórmula do seriado me prendeu em frente a TV durante uma hora, mesmo com péssimos e repetitivos comerciais. White Collar conta como o ladrão de arte, falsificador, golpista e outras coisas, Neal Caffrey vai trabalhar como consultor para FBI sob tutela do Agente Peter Burk. É possível também explicar a premissa da série com: “Sabe o filme Prenda-me se for capaz? Então, imagina a continuação dele? É a série.”

    A premissa em si promete muito e foi feita de maneira incrível. Temos um misto de detetive, o caso a ser resolvido e prender o criminoso, e comédia, a relação Cafrrey-Burke é cheia de sarcasmo e ironia, e a série leva isso a frente em todos os episódios sem ser cansativo. Não estou falando que você dirá que a trama detetive é extraordinária ou que cairá na gargalhada a cada 10 minutos de um episódio, mas é possível que em muitos capítulos você fique com um sorriso na cara pelas piadas e ainda fique surpreso com o fim que tudo terá.

    Cada episódio é um caso e fechado em si, a primeira temporada inteira não teve um tão odiado To Be Continue ou o conhecido Previously on, o que faz também que seja possível assistir a série sem pretensão, vendo episódios soltos. Porém, ao contrário de outras séries que fazem isso, White Collar segue uma trama maior, não vital para seu entendimento, mas necessária para que se tire total proveito de jogadas e o entendimento dos personagens e suas motivações.

    Por falar em personagens, aqui eles são distintos, bem trabalhados e clichês, mas não pejorativamente. Geralmente quando se cita que algo é clichê, logo todos ficam achando que é ruim, não é. O clichê é um artifício, que deve ser bem utilizado (aprenda James Cameron e seu Pocahontas com Smurfs). O Agente Peter Burke é incorruptível, Neal Caffrey é O Cara e galanteador, Elizabeth Burke, esposa do agente, é a mulher-por-trás-de-todo-grande-homem. A cada episódio eles constroem isso em frente a câmeras para rotular os personagens e mesmo assim ainda tudo é aproveitado pela história, para torná-la divertida.

    E finalmente o Season Finalle, o último episódio consegue te prender na cadeira/poltrona/sofá inquieto e ansioso  e termina com o gancho do início da próxima temporada, é a primeira vez que se vê um episódio na série que termina com algo que “necessita mais para se entender”, porém não seria um season finale americano se não tivesse isso.

    Por fim, White Collar é uma série divertida, não tente ver achando que será uma série de detetive sério ou esperando que haja certo rigor com o que é possível e impossível alguém fazer. É uma recomendação para quem quer uma série a qual possa ver sem pretensão, sem a necessidade de a cada semana estar lá e ver, é um passatempo extremamente bom e recompensador. E que venha a próxima temporada.

    Texto de autoria de André Kirano.

  • Review | Boston Legal

    Review | Boston Legal

    boston legal posterBoston Legal foi uma daquelas séries que foi chegando sem muito alarde e hoje em dia é considerada uma das melhores séries já transmitidas. Produzida como um spin-off de The Practice, porém, com uma diferença grande em relação ao roteiro de sua percursora, Boston Legal abusava de um humor ácido e irônico.

    Com produção e roteiro de David E. Kelley (produtor também de Ally McBeal, The Practice, entre outras), Boston Legal estreou na TV americana em 2004 pela ABC. E talvez por ser uma cria de The Practice, muitos demoraram para apostar no potencial da série, não desmerecendo a original, porém, não acreditavam que a série teria algo novo a acrescentar no que sua antecessora já tinha feito. Ledo engano.

    A série trouxe o dia-a-dia de um grande escritório de advocacia, Crane, Poole & Schmidt, focando em seus personagens e seus casos jurídicos diários. Entre seus protagonistas estão ninguém menos que James Spader, onde interpretava Alan Shore, um manipulador e inescrupuloso advogado que passa a trabalhar nesse novo escritório (o personagem de Spader participou da última temporada de The Practice). O outro destaque fica com ninguém menos que William Shatner, que interpretava o advogado egocêntrico e fundador da firma de advocacia, Crane, Poole & Schmidt, Denny Crane, antes um grande advogado, mas que hoje não passa de uma caricatura de si mesmo.

    Entre o elenco de apoio, podemos citar Mark Valley, que interpreta Brad Chase, um associado da firma e típico escoteiro, acabou sendo contratado pela firma para dar apoio direto a Denny Crane, já que os demais sócios acreditam que o mesmo só venha a causar problemas.  O elenco feminino está repleto de talentos, além de todas serem um colírio e tanto para os olhos. Entre elas temos Rhonda Mitra como Tara Wilson, antiga namorada de Alan Shore, Monica Potter como Lori Colson, uma advogada centrada e um tanto conservadora, Candice Bergen chega durante o meio da temporada interpretando a Sócia Sênior da firma, Shirley Schimidt, que vem a missão de reestruturar o escritório.
    boston legalAs temporadas de Boston Legal sempre deram pouca importância para o elenco de coadjuvantes, havendo uma troca frequente de atores. O ponto forte da série é sem dúvida o desenvolvimento da amizade entre Denny e Shore, que aliás, é de se aplaudir de pé a química entre os dois atores, o que acabou rendendo um Emmy para ambos já em sua primeira temporada. Essa amizade seria desenvolvida com maestria durante toda a série.

    O roteiro de Kelley traz textos inteligentes, repletos de humor negro e sarcasmo, com diálogos ácidos e que passa longe dos enlatados americanos, inclusive, a série faz críticas severas ao governo americano, seja através da visão racional de Shore ou do discurso republicano de Crane que beira a ingenuidade muitas vezes, mas vez ou outra, acerta.

    Além disso tudo, a série traz uma trilha sonora memorável, tendo sempre ótimos temas de Blues e Jazz tocados durante seus episódios, inclusive um episódio especial de Natal com William Shattner cantando um clássico natalino que dificilmente esquecerei.

    Confesso que ao assistir a série, julguei que fosse apenas mais uma série jurídica, mas ela está muito acima disso. Questões morais, religiosas e políticas são abordadas de maneira inteligente e buscando o questionamento do telespectador, ao menos a dúvida razoável sobre esses temas, como um bom advogado deve fazer para convencer um tribunal ou juiz.

  • Review | Wolverine and the X-Men

    Review | Wolverine and the X-Men

    Wolverine and the X-Men

    Wolverine and the X-Men é a nova série de desenhos dos X-Men. O novo desenho sai de X-Men Evolution e leva mais a cara que nós já conhecíamos da série clássica dos anos 90, com personagens mais maduros e crescidos.

    A formação da equipe de Charles é de Wolverine, Jean, Ciclope, Fera, Homem de Gelo, Anjo, Noturno, Tempestade, Vampira, Lince Negra, Forge e Emma Frost. Temos ainda nessa temporada além da Irmandade, personagens como: Dentes-de-Sabre, Mística, Gambit, Bishop, Magma, Boom Boom, Psylocke, Blink, Pyro, Fanático, Sr. Sinistro, Arcanjo, Homem Multiplo, Polaris, Maverick, X-23 e finalmente Apocalipse.

    A animação começa quando o Professor X e Jean Grey sofrem um ataque psíquico, que causa a explosão da mansão X e tanto Professor Charles quanto Jean desapareçem.
    Semanas depois, Wolverine reúne os X-Men e assume a liderança do grupo. Emma Frost entra na equipe e ajuda na procura por Jean e Charles.

    Finalmente quando encontram Charles em Genosha com Magneto, descobrem que ele está em coma e que durará 20 anos, pois no futuro com a ajuda do cérebro, o próprio professor dá as instruções a Wolverine, os orientando sobre os acontecimentos que levarão o mundo à destruição, onde o mundo é dominado por robôs, com humanos e mutantes derrotados, sem vencedores.

    Enquanto isso, Magneto cria Genosha e recruta novos membros para a Irmandade de Mutantes: Dominó, Blob, Avalanche, Mercúrio e Groxo. O grupo sequestra o Senador Robert Kelly, e isso faz com que os humanos odeiem ainda mais os mutantes, os fazendo produzir robôs especiais para os exterminarem: os Sentinelas.

    Vampira também passa a fazer parte da irmandade após o incidente na mansão X. Mais tarde junta-se novamente aos X-Men. Começa então a travar-se uma verdadeira guerra entre os homo-sapiens e os homo-superior. A primeira temporada gira em torno dos esforços dos X-Men em evitar que o mundo seja destruído pelos Sentinelas, o Molde-Mestre.

    Após evitar a catástrofe futura causada pelos sentinelas, os X-Men conseguem mudar o futuro e também deter a Fênix, que foi retirada de Jean graças ao sacrifício de Emma Frost, que tentou segurar a Fenix em forma de diamante para salvar a vida de Ciclope, por quem é apaixonada. Xavier então, aparece em um novo futuro, que não está destruído, mas está dominado por Apocalipse. Uma pena a Disney ter cancelado a série depois da compra da Marvel.

    Texto de autoria de Henrique Romera.

  • Review | Bastard!!

    Review | Bastard!!

    bastard!! posterEstou em uma onda de ir atrás de animações japonesas, para quem me conhece sabe que isso é uma evolução e tanto, já que nunca fui um grande fã do gênero. Não me entendam mal, tenho algumas animações como obras que dificilmente serão superadas, principalmente se for compará-las com o que sai aqui no ocidente. Akira, Ghost In The Shell, Evangelion e outros estão em um nível muito acima. Mas enfim, preconceitos à parte, pedi algumas sugestões do que poderia conferir, já que fazia muito tempo que não consumia nada novo do gênero, e entre tantas indicações me sugeriram Bastard!!.

    Que me perdoem os otaku’s de plantão, que não são poucos, caso esteja falando bobagens por aqui, mas como já disse sou apenas um iniciado, então take easy, folks. Após os avisos, vamos prosseguir. Bastard!! é um mangá criado por Kazushi Hagiwara, publicado no Japão pela Editora Shueisha em 1988 e até hoje está em produção, apesar de certa irregularidade (fiz o dever de casa hein?!). Mas como o objeto da resenha não é o mangá, e sim o anime, deixemos os detalhes de lado. O anime (OVA, no caso) foi produzido em 1992 e tem apenas 6 episódios, uma versão resumida do primeiro arco (posso chamar assim?) narrativo do personagem.

    A história se passa em um tempo onde a raça humana tem de conviver em meio a bestas e demônios, e apenas feitiçaria e espadas ditam a lei. Encabeçando este caos está Dark Schneider, um mago demoníaco que pretende dominar o mundo, criando o que ele acredita ser uma utopia para todos. Com ele estão Gara, Arshes, Abigail e Kall-Su que se juntam ao seu ideal, o que Dark Schneider não contava era ser preso em uma criança por um grupo de sacerdotes do reino de Metallicana.

    Após 15 anos, o mesmo grupo de aliados de Dark Schneider está seguindo seus passos e com isso, buscam libertar  Anthrasax, a Deusa da Destruição, de seu sono milenar para destruir a humanidade e limpar o mundo. Para isto, eles precisam destruir quatro selos que estão espalhados pelo mundo, sob a responsabilidade de 4 reinos, um deles é Metallicana, o mesmo reino responsável por aprisionar seu inimigo.

    O reino tenta resistir aos seus inimigos, mas seu esforço é em vão e em um ato arriscado, Geo, um dos sacerdotes que aprisionou Dark Schneider, ordena a sua filha Yoko com o papel fundamental de libertar o mago aprisionado, em uma última tentativa de derrotar seus inimigos. O que eles não contavam era a forte personalidade e devoção por parte de Dark Schneider.

    Bastard!! é uma anime bastante divertido, repleto de cenas de ações com magias e batalhas de espadas, além de uma pitada de erotismo. Seus personagens são carismáticos o suficiente para o envolvimento na história, porém, o roteiro deixa a desejar, os diálogos são pífios e as motivações dos personagens não são das mais convincentes. Os famosos “chavões” estão presentes entre as tantas frases de efeito ou gritos de mocinhas em perigo serem o suficiente para o protagonista se infle e acabe com quem estiver na sua frente.

    Apesar dos clichês, Bastard!! é uma boa pedida por alguns pontos, e o primeiro deles é o protagonista. Dark Schneider é um anti-herói cafajeste, porradeiro, arrogante e ainda arruma tempo para soltar palavrões e ainda assediar a mulherada que está em volta. Outro ponto importante é a sacanagem que está presente em toda a série, seja em cenas implícitas ou naquelas escancaradas mesmo. E pra finalizar, as inúmeras referências feitas a bandas de rock durante a série, seja em nomes de magias como Megadeth, Venom, Accept, Iron Maiden, ou nome de locais ou personagens.

    Bastard!! vale pela qualidade gráfica da animação, que apesar de ser 1992, é muito bem feita. Se está atrás de diversão, pode ir sem medo, só não espere muito estofo no roteiro, pois certamente irá se decepcionar.

    bastard!!

  • Review | Supernatural – 5ª Temporada

    Review | Supernatural – 5ª Temporada

    Supernatural_Season_5Supernatural, uma das séries de maior audiência da atualidade, conta a história de Dean e Sam Winchester, dois irmãos que andam Estados Unidos afora caçando seres e entidades sobrenaturais, salvando vidas, fazendo inimigos, bebendo cerveja e imperando pelas estradas com seu Impala 1967. A série agrada os fãs do gênero mistério e terror, sem abrir mão do bom humor e do sentimentalismo familiar clássico.

    No quinto ano da saga dos irmãos Winchester, temos o que chamamos da pior fase da trama dos caçadores de monstros mais famosos da TV desses últimos tempos. No final da quarta temporada, Sam e Dean perseguem e matam o demônio (ou demônia) Lilith, e se enganam ao pensar que estariam fazendo um bem ao equilíbrio do mundo, pois na realidade, a morte da criatura seria mais um dos selos a serem quebrados para que Lúcifer, também conhecido como Diabo, Capeta, Tinhoso, Tranca Rua, Exú e etc, pudesse andar livre pela Terra, trazendo consigo destruição, pestilência e tudo mais que se espera do tão sonhado Apocalipse bíblico.

    Com isso, a consciência dos Winchester pesa, e se sentem obrigados a arrumarem a tamanha besteira que fizeram. Além do inferno literalmente estar tomando conta do planeta, com centenas de milhares de demônios fazendo zona por aí, o andar de cima também começa sua revolta. Deus teria desistido da humanidade e desaparece, assim, seus funcionários com asas passam a guerrilhar e começam uma guerra contra os demônios para impedirem a acensão de Lúcifer, que para reinar de vez sobre a Terra, precisa do hospedeiro perfeito, que é ninguém mais que o próprio Sam Winchester, que serviria de megazord na batalha final entre demônios e anjos, que por sua vez o lutador da parada seria o próprio Miguel Arcanjo e seu receptáculo (uma dança erótica do Fanaticc como prêmio pra quem acertar quem seria o megazord celestial), Dean Winchester.

    Tudo é uma bagunça, literalmente, e Dean e seu irmão superdesenvolvido contam com a ajuda de Castiel, o anjo gente boa que se rebela contra sua própria raça para defender os humanos, que estão no fogo cruzado na guerra Céu x Inferno, tudo por uma questão de fé, além de outros caçadores já conhecidos de outras temporadas como Ellen, Jo e Bob Singer. Juntos, a trupe exorcizam humanos possuídos e lutam contra anjos malvados, tudo pra salvarem seus traseiros, com doses de drama e preocupação familiar, já que Sam é famoso por ter quedas por garotas-demônio, e seu problema em ser viciado em sangue dos vizinhos do andar de baixo, poderia ser um passo pra que na hora H, tudo se perdesse e Lúcifer finalmente colocasse as mãos em são tão almejado hospedeiro perfeito.

    Isso tudo com direito a briguinhas entre irmãos e um certo Dean Winchester, que passava uma imagem tão foderosa nas temporadas anteriores, com seu jeitão deslocado e bem humorado, passa o tempo todo com aquele ar depressivo, o que parece afetar todos os outros personagens e faz perder o ânimo nesse 5º ano da série. A falta de outras criaturas além de Anjos e Demônios na trama também é uma falha. Tudo se resume na clássica disputa Céu x Inferno, sendo maçante e tedioso. Poucos episódios que arrancam uma gargalhada do espectador, como era de costume com as piadas, comentários e referencias nos diálogos entre os dois irmãos.

    Com uma trilha sonora bem selecionada, Supernatural tem gás pra mais algum tempo de divertimento para os fãs, que inclusive agora está explorando novos meios de publicidade, lançando um animê e revistas em quadrinhos.

    – 

    Texto de autoria de Felipe “Jim” Rozz.

  • Review | The Walking Dead – 1ª Temporada

    Review | The Walking Dead – 1ª Temporada

    The Walking DeadComo todo filme pós-apocalíptico, quem nunca se perguntou sobre o depois, se eles fugiram, se sobreviveram, ou o que aconteceu? Para estas pessoas que querem este algo a mais, recebemos de braços abertos este seriado maravilhoso que é The Walking Dead.

    Antes de continuar, escolha sua arma e fique atento, pois contém spoilers.

    A história é baseada nos quadrinhos de homônimo, The Walking Dead (2003), de Robert Kirkman com desenhos de Charlie Adlard e posteriormente substituído por Tony Moore e distribuída pela Image Comics. De início a história é simples e bem clichê, Rick Grimes (Andrew Lincoln) é um policial que foi baleado em uma patrulha e fica em coma.  Abandonado às pressas pela família e amigos, ele acorda sozinho no hospital, desorientado e sem saber o que esta acontecendo. Ao tentar voltar para a casa, ele percebe que algo de muito estranho aconteceu, o hospital está destruído, carros estão abandonados, casas abertas, pessoas mortas pela ruas, até que ele encontra alguém andando, veja bem, andando, não vivo! Sem entender ele grita por socorro e é surpreendido por um garoto  e seu pai, Morgan. Só então ele toma conhecimento do que está acontecendo e decide procurar por sua família, já que ainda tem esperança de que eles estejam vivos, é aí que a história começa!

    Rick tem a informação de que existem pessoas vivas e a salvo em Atlanta, decide então começar por ali sua busca! Entrando na cidade ele fica cercado dentro de um tanque de guerra, e acaba conhecendo uma das pessoas mais importante de sua jornada, Glenn (Steven Yeun), um amigo rápido, esperto e que salvaria sua vida muitas e muitas vezes e completaria a busca de Rick.

    Glenn era entregador de pizzas, e conhecia bem as ruas de Atlanta, rápido e ágil, depois da catástrofe passou a viver em um trailer com algumas pessoas, entre eles Shane. Shane (Jon Bernthal), o melhor amigo de Rick, estava junto dele no dia do incidente que o colocou em coma, fugiu quando tudo começou e acreditava que tinha visto Rick morto, prometeu proteger  Lori e Carl como sua própria família.

    Lori (Sarah Wayne Callies, Prison Break) e Carl (Chandler Riggs), esposa e filho de Rick, Lori foge deixando Rick, pois achava que ele estava morto e acaba se envolvendo com Shane, mas quando Rick volta tudo vira uma bagunça, seus sentimentos por Rick são fortes, mas o sentimento de culpa pelo que fez com Shane, era ainda maior. Carl, filho de Rick, não teve muita participação no seriado, como foi na HQ, tudo o que fez foi chorar e correr, mas sim, ele é um menino corajoso e que mesmo criança, tem muito mais atitude e sentimento de proteção do que muitos no acampamento.

    Com o decorrer da série, ocorre um ataque de muitos zumbis no acampamento, que acaba eliminando muitos alguns personagens, e o grupo decide que precisam partir, já que ali não é mais um lugar seguro. Nessa jornada partem para um centro de pesquisas e encontram abrigo com Dr. Edwin Jenner, um cientista que busca entender o que acontece com as células dessa nova peste que infestou o mundo.

    Uma história onde zumbis são apenas coadjuvantes, pois a atenção toda é no relacionamento das pessoas, convivência, novas políticas e regras de sobrevivência. Com uma primeira temporada muito empolgante, excepcional e muito bem vista lá fora e já com a segunda temporada garantida com 13 episódios. Contudo, corre o boato de que os roteiristas foram demitidos. Como assim? Simples, o produtor Frank Darabont achou que as coisas estavam tomando um rumo diferente, e se isso for verdade, contratará roteiristas diferentes para os episódios, eles seguirão a história, e diferente de muitas adaptações e seriados que morrem no meio do caminho, The Walking Dead tem tudo para ser um grande sucesso!

    Se você também não foi muito com a cara do Season Finale, não se preocupe aquilo não existiu, mas eles já estão tomando o rumo certo que foi o início! Comparando com a HQ, os elementos básicos foram levados e preservados, mais emoção e dialogo entre alguns personagens foram criados, tudo isto para não sair em disparada com o seriado que promete muito. Shane nos quadrinhos não é nada carismático e até odiamos e esperamos pelo seu fim, diferente do personagem do seriado.

    Zumbis da HQ são mais lentos, e alguns personagens bem diferentes dos desenhos, mas o que não afeta a história. Muito mais sangue derramado e cenas impróprias, fazem da HQ algo que uma criança não pode ler sem a supervisão de um adulto! Eu gostaria de contar mais um pouco, mas tenham certeza, se a seqüência for o que está na HQ, será fascinante e apaixonante!

    Uma dica de um leitor, telespectador e apaixonado por zumbis, se começar a ler a HQ, cuidado, não dá para parar!

    Texto de autoria de Henrique Romera.

  • Review | V

    Review | V

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    A série surgiu como uma nova roupagem as séries clássicas dos anos 80, V e sua continuação V – A Batalha Final, criada por Kenneth Johnson para a emissora NBC. A trama não trazia grandes diferenças do remake, já que também contava a história de alienígenas que surgem na Terra aparentemente com boas intenções, dizendo que precisam de certos artefatos químicos que só podem ser encontrados em nosso planeta. Para isso, eles prometem ajudar a humanidade em seu desenvolvimento.

    No decorrer da trama, descobre-se que esses alienígenas são répteis e possuem um apetite um tanto fora do comum, protagonizando uma das cenas mais bizarras já vistas, onde a antagonista engole um gato. A série, apesar de bem aceita pelo público americano, por muito tempo não se imaginou que nada relacionado a ela fosse “desenterrado”, até que em 2009 estreou nos EUA pela ABC, V.

    Dirigido por Yves Simoneau e Fred Toye e produzido por Scott Peters, V traz algumas diferenças em relação a série original. A trama se inicia quando várias naves alienígenas surgem nos céus das principais metrópoles mundias, e Anna (Morena Baccarin) projeta sua imagem através dessas naves para transmitir sua mensagem, discursando sobre a importância da união global sem divisões territoriais e acima de tudo, deixa claro que eles vêm em paz.

    Tendo como plano de fundo as teorias de conspiração sobre os reptilianos, bastante conhecida para àqueles que gostam do assunto, V reúne sci-fi com suspense, mas acaba pecando no desenvolvimento do seu roteiro e nos seus personagens. Para uma série de 12 episódios, deveríamos esperar um dinamismo maior, o que acaba não ocorrendo, tornando a série cansativa em alguns momentos. O que a princípio era uma ameaça, rapidamente se transforma em motivo de fascínio por boa parte da raça humana, e assim, o medo se transforma em devoção.

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    Com isso, os visitantes têm o que precisam para dar andamento em seu plano de conquista. Mas existem dissidentes que não acreditam na sinceridade e benevolência dos visitantes e partem em busca de respostas para desmascará-los. Entre eles está Erica Evans (Elizabeth Mitchell, a Juliet de Lost), uma agente do FBI que investigava uma organização terrorista e Jack Landry (Joel Gretsch), um padre que tem sua fé abalada com a chegada dos alienígenas; ambos descobrem a farsa dos visitantes durante uma sigilosa reunião organizada por Georgie Sutton, onde descobrimos que os visitantes já estão instalados entre nós há muitos anos. Não vou me ater a trama mais do que já foi feito, até porque não quero estragar as surpresas que uma série como V pode proporcionar.

    A atuação de Mitchell decepciona bastante, já que sua personagem, Erica Evans, desfila a série toda com a mesma cara, bem diferente de suas interpretações em Lost. O mesmo ocorre com outro personagem central, o Padre Jack, interpretado por Gretsch, que não consegue demonstrar suas hesitações e conflitos ao ter sua fé abalada com a chegada dos visitantes, já que seria algo interessante de ser visto. Baccarin atua durante a série toda representando uma personagem que não sente emoções, mas quando temos um episódio que exige isso, deixa a desejar, mas nada supera o “aborrescente” Tyler, filho de Erica, que é intragável não só pelas suas atuações como no desenvolvimento da personagem.

    Os coadjuvantes acabam roubando a cena, como é o caso do ambicioso repórter Chad Decker (Scott Wolf), que se envolve com os visitantes em busca de sucesso profissional e tem uma crescente interessante, além do misterioso Hobbes (Charles Mesure), um terrorista que se junta ao grupo para enfrentar os visitantes, mas que não deixa bem claro sua posição no jogo de tabuleiro que está se armando. Outro ponto que merece ser comentado são os “defeitos” espaciais da série que deixam a desejar, mas nada que atrapalhe a imersão na história.

    V chegou com muita pompa, mas acabou se perdendo em meios à episódios arrastados e isso se refletiu diretamente na audiência do seu público. Na soma final, a série tinha uma proposta interessante, mas deixou muito a desejar. Uma pena, já que séries sci-fi estão cada vez mais em baixa.

  • Review | Roma – 1ª Temporada

    Review | Roma – 1ª Temporada

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    Roma. Ano de 52 aC. O General e triúnviro de Roma, Caio Júlio César é reconhecido por onde passa, deixando em seu caminho um rastro de grandes conquistas. O Senado Romano teme o poder de César devido ao carisma que tem com o povo e o respeito perante as legiões romanas e decide enviá-lo para uma campanha na Gália, um dos poucos territórios não conquistados por Roma, devido a grande dificuldade militar enfrentada contra o povo galês. Com isso, o Senado Romano esperava a derrocada de César, porém, levou-o para a campanha que o consagraria como um líder absoluto. É nesse cenário inicial que se inicia a primeira temporada de Roma.

    A HBO fez um trabalho extremamente minucioso e primoroso de todos os aspectos históricos, políticos e sociais do povo Romano, transformando a série Roma em um apoteótico relato da época. A série foi filmada na Itália e possui uma fotografia belíssima, passando desde os grandes palácios e mansões romanas e egípcias às vielas e ruas habitadas pela classe mais baixa, aliás, a diferença entre as classes é muito bem demonstrada durante a série, seja do ponto de vista militar quanto social.

    Conforme já falado, o início da série começa com o final das guerras gaulesas, alavancando o poder político de Júlio Cesar (Ciarán Hinds) e preocupando todo o Senado Romano. César por sua vez, teme um atentado devido a sua rápida ascensão e prepara um golpe, atravessando rapidamente o rubicão com sua principal legião, ele derruba do poder o Senado, que até então compunham a república, instituindo o posto de Ditador.

    Todos os fatos históricos são contados através dos olhos do legionário Titos Pulo (Ray Stevenson) e do centurião Lucius Vorenus (Kevin McKidd), personagens que realmente existiram, porém, na série são apenas vagamente inspirados nos originais, mas que são utilizados muito bem, servindo para aproximar os expectadores da história de Roma, o que é bem interessante, pois eles estão presentes em todos os grandes momentos, sempre em terceira pessoa, observando, além do que, suas histórias pessoais correm paralelamente aos acontecimentos históricos, tornando-os mais humanos que as grandes figuras romanas como Cícero, Brutus, Átia, Marco Antônio, e claro, César.

    Repleto de intrigas de estado, traições, alianças políticas, batalhas sangrentas e tórridos romances, Roma foi extremamente bem recebida pela crítica, apesar de conter cenas violentíssimas e muita nudez, ela alçou seu lugar dentre as produções com maior orçamento já feito, tendo custos elevadíssimo em cada episódio, sinal do esmero feito pela HBO.

    O elenco é de alto nível, contando com um grupo de atores excelentes. O figurino, armamentos e costumes da época foram apresentados com um nível de detalhes incrível, o trabalho de edição é impecável e o mesmo vale para a equipe de direção que se encarregaram de tornar tudo isso mais crível para quem está assistindo todo esse show.

    Certamente uma das maiores produções já feitas para a televisão.

  • Review | Fullmetal Alchemist

    Review | Fullmetal Alchemist

    fullmetal_alchemistFoi-se a época dos cartoons que prendiam crianças na frente das televisões nos programas matinais, nada de cartoons engraçados e divertidos, hoje eles exigem mais: guerras, lutas, sangue (ou não! depende da censura). Não são feitos para simples crianças, as informações chegam rápido e fácil até eles. Quem se lembra de animes como Akira, considerado um dos melhores e primeiros animes, Evangelion, Cavaleiros dos Zodíacos, Samurai Warriors entre outros, da extinta TV Manchete?

    Neste mundo onde as pessoas maduras e crianças passaram a gostar mais de animes do que cartoons, que preferem ter em suas casas episódios em DVD do que esperar a boa vontade das emissoras. É nessa leva de animações que se destaca o anime Full Metal Alchemist, que não foi feito para crianças comuns, mas sim para crianças crescidas como nós.

    Full Metal Alchemist conta a historia de dois irmãos alquimistas, Edward e Alphonse Elric, em procura de recuperar seus corpos que perderam quando crianças ao tentar reviver sua mãe. Alphonse perdeu seu corpo no processo para ressuscitá-la, Edward perdeu sua perna direita e deu seu braço direito em troca de fixar a alma do irmão em uma armadura vazia, hoje utiliza próteses de metal que substituem perfeitamente braços e pernas, chamado Automail. Após o incidente, ambos decidem tornar-se alquimistas do estado, um título como general ou capitão do exército e recuperar seus corpos, custe o que custar. A história ainda conta com homúnculos, humanos criados com o poder da pedra filosofal, tal pedra, tem o poder de fazer tudo que o usuário desejar sem ter que pagar nenhum preço.

    Full Metal Alchemist teve uma primeira temporada de 51 episódios, porém não oficiais, grande parte não existiu no mangá, alguns ovas e um filme, com a continuação depois do final do anime. Sua “segunda temporada” (Full Metal Alchemist Brotherhood) foi diferente, o anime veio renovado tanto em questão de qualidade quanto na fidelidade ao mangá. Diferente de Naruto, Bleach ou One Piece, que hoje são os animes que tem mais destaque entre os espectadores, FMAB tem sua história parcialmente baseada em fatos e lugares reais, como a II Guerra Mundial , Europa e no Fuhrer (Hitler), um inimigo da justiça e que usa o exército para seus próprios interesses.

    FMAB é um anime cheio de suspense, reviravoltas, guerras, lutas, surpresas e também, porque não, humor e sarcasmo!

    O mangá está previsto para terminar dentro dos próximos meses e o anime está previsto até o episódio 100 aproximadamente, o que deixa muito mais interessante, pois teremos um final para toda a história, veremos sim um desfecho e o melhor de tudo, não teremos filler!

    Como de costume nos animes, FMAB conta com aberturas fantásticas e trilhas incríveis, não deixa nada a desejar!

    Se você assistiu a primeira temporada na RedeTV ou no Animax e não quer ver de novo a nova temporada, pode ter certeza, nova história, novos personagens, novas lutas, tudo novo! Confira! Vale muito à pena!

    Compre: Fullmetal Alchemist.

    Texto de autoria de Henrique Romera.