Dirigido pelo ator franco-israelense Yvan Attal, O Orgulho mostra a história de Nella Salah (Camélia Jordana), uma jovem que cresceu na pequena cidade de Creteil e que vai até uma grande universidade, para se formar na Faculdade de Direito de Paris. Lá ela bate de frente com o polêmico professor Pierre Mazard (Daniel Auteuil), um sujeito duro, grosseiro e que para tentar se redimir, decide ser tutor da mesma, na direção de tentar uma vaga em um concurso.
A partir desse ponto de partida, ambos aprendem um com o outro, em uma jornada em que cada uma das partes é levada a bater de frente com os seus preconceitos O método do docente é pouco ortodoxo, ele faz a garota tentar recitar poemas em pleno metrô para que ela perca a timidez de falar em público e que se perceba melhor no ofício de convencimento de outras pessoas – se ela poderia fazer isso com desconhecidos, certamente ficaria mais fácil convencer um júri de suas intenções e as de seus clientes.
Há um caráter parecido com os produtos enlatados hollywoodianos em que professores motivadores são fonte de inspiração dos seus alunos, como em Sociedade dos Poetas Mortos, embora nesse longa o foco seja em uma faixa etária mais velha que os alunos que seguiam Robin Williams no clássico filme com Ethan Hawke. As questões vividas por Nella no entanto não fogem muito do usual, e de certa forma, emulam os mesmos problemas lugar comum do filme de Peter Weir.
Auteuil consegue convencer bastante como mentor e homem que evolui para muito além de suas próprias ideias, mas Jordana não consegue convencer quem a assiste de que ela é realmente uma pessoa especial e que foge do lugar comum. O desfecho de O Orgulho mostra uma mulher que se percebe cheia de indagações justas e que tem um discurso panfletário na ponta da língua, mas que ainda assim é incapaz de enxergar as nuances e a dificuldade de terceiros em entender o mundo de uma maneira diferente da sua, soando raso dentro das discussões que propõe, não passando além dos clichês e frases de efeito sensacionalista.