Assim que James Bond, o 007 malicioso e persuasivo interpretado por Sean Connery, assina a foto de Tatiana Romanova, sua lindíssima bondgirl no longa-metragem dirigido por Terence Young, 007 Contra Moscou tem início, adaptando a clássica história de Ian Fleming.
O ambiente de fundo é a Guerra Fria. O ápice da espionagem guerrilheira entre os Estados Unidos e a Rússia envolve desta vez, o Reino Unido e o MI-6, que corresponde a 007 investigar um programa de criptografia russo. Bond então parte para a Turquia, enquanto a inocente agente Romanova (Daniela Bianchi) é destinada a persuadir e colocar o espião em uma armadilha, que de fato estava armada desde o início da operação.
Seguindo a narrativa dos filmes anteriores e dos posteriores, o tradicional plot de espionagem é certeiro e contempla diversos meios para ser conduzido. Algumas sequências ilustram um filme noir, com perseguições e entraves nos diálogos, cooperando junto a ironias e um humor sarcástico, além da conhecida elegância inglesa.
O filme é bem dirigido. A fotografia é bela, exaltando a imponência e as cores do ambiente, principalmente em filmagens externas. O roteiro flui sem tanta naturalidade. Os diálogos são ótimos e muito bem escritos, mas algumas cenas não entregam o que o roteiro leva. Em alguns takes há falhas de comunicação, criando uma falsa perspectiva e gerando surpresas até mesmo aleatórias. Mesmo que isso não comprometa o filme como um todo, há momentos que me transmitiram uma impressão falsa do que estava por vir.
O ápice climático, as cenas de ação e os conflitos dos personagens são os alicerces. Conduzem o filme ao longo de quase duas horas. A química entre Connery e Bianchi é fantástica, fortificando a atriz como uma das melhores bondgirls da era do ator, e de todos. Vale o acréscimo para Robert Shaw, que interpreta o agente da SPECTRE, Red Grant. Seu jeito misterioso e imponente transporta a sensação de uma interessante vilania.
Moscou Contra 007 comprova o vislumbre, a realeza e a tradição dos filmes de espionagem. Sem forçar estereótipos, e até mesmo quebrá-los ao insinuar uma personagem russa como homossexual, é um filme bonito e, mesmo que aparente ser datado, agrada pela contextualização, sendo um dos melhores de toda a saga.
Criar um mito só não é mais difícil que mantê-lo. James Bond virou sinônimo de espião, e seu nome fidelizou o público com sua imagem, desde Sean Connery até Daniel Craig e suas várias faces ainda por vir. A personagem do agente mais secreto do mundo virou o mais amado e copiado de todos – incluindo a cinesérie de Spielberg, um tal de Indiana Jones que viria a aparecer nove anos após esta primeira aventura do Bond mais clássico e divertido de todos, na correria inicial de 1962 adaptada do livro Dr. No, de 1958. O escritor Ian Fleming jamais poderia prever o sucesso da sua versão mulherenga e (não tão) misteriosa de Sherlock Holmes, com o primeiro livro, Cassino Royale, levado as telas apenas em 2006. Por muito tempo, a saga foi a mais bem-sucedida do Cinema, mas já superada por Harry Potter e o universo Marvel.
Na trama, um cientista louco que quer dominar o mundo nos esclarece sobre a SPECTRE, uma organização de gênios que, em tese, controla o mundo por trás das cortinas. São tais persianas que Bond, no melhor estilo Bogart em À Beira do Abismo é obrigado a queimar, em ordem de desvendar planos terroristas em uma base ultra-secreta na Jamaica. Assim como no filme de Howard Hawks ou em Uma Aventura na Martinica, o mito Bond encarna com perfeição em SeanConnery, ainda tido por muito e por quem vos escreve como o melhor 007, não só pelo ator carregar aquele extinto charme da era de ouro de Hollywood, mas se para Pierce Brosnan e DanielCraig o espião deve ser gélido, direto e mecânico em suas ações, quase assexuado se não fosse as bond girls, para o pai de Indiana Jones tanto cérebro quanto coração mediam o bom uso d’um gatilho. São esses detalhes que fizeram-no mito ao longo de mais de 50 anos e 24 filmes.
Além de afirmar a mitologia bem apresentada neste primeiro filme, a produção mostra competência e, historicamente, o gênero ação deve (e muito) para esta obra e a outros como 007 Contra Goldfinger e MoscouContra 007, aprimorando uma abordagem, mise en-scène, identidades e uma ambientação tidas, hoje, em 2015, como parâmetro por uma indústria que não sabe olhar para o futuro sem beber do passado.
Quando o Bond mais Bogart de todos, bem como é descrito por Fleming nas páginas do livro homônimo, mata um dos soldados do perverso doutor em seu paraíso tropical para completar sua missão, sem provocar angustia na vítima ou derramar uma só gota de sangue, a primeira mocinha a acompanhá-lo mundo afora o indaga, assustada: “Por que fez isso?”, e Bond responde, “Porque precisava ser feito. Vamos!”, pronto! Está feita para sempre a mitologia e a ética de nosso espião em qualquer outra de suas missões; métodos e temas inesgotáveis, e bem revisados em Skyfall, de 2012, no provavelmente melhor filme da franquia (apesar de ser cedo para afirmar isso).
Mesmo sobre questões extra-filme, como racismo, machismo e políticas globais, o filme é sóbrio o bastante para manter sua elegante atmosfera, aquele charme tão citado que verte da tela, tão envolvente, e interpreta um livro sério demais num filme bem divertido, e que simplesmente não envelhece jamais.
Quatro anos após a queda de James Bond e uma audaciosa renovação da personagem, em sincronia com sua época e o estilo de ação formatado nestes anos, o agente britânico retorna às telas para sua 24 ª aventura, demonstrando força desta longeva franquia do cinema. O sucesso de 007 – Operação Skyfall garantiu a Sam Mendes a cadeira da direção, dando continuidade à sua narrativa.
Como nas demais produções estreladas por Daniel Craig, a obra de Ian Fleming, criador da personagem, se mantém próxima desta nova história, trazendo à tona uma organização criminosa presente em diversos romances do autor. A intenção de promover um recomeço desde Cassino Royale e retornar à base fundamental da obra é coerente. James Bond foi reintroduzido ao público em um formato diferente do habitual. O cerne da personagem estava presente mas havia uma interpretação mais realista tanto na história como nas cenas de ação, fugindo de outras interpretações anteriores. Um movimento que atingiu o ápice na produção passada com a destruição do universo conhecido.
007 Contra Spectre é o próximo passo natural que abre um novo momento, realocando a série na tradição de seus filmes após um caminho nunca antes percorrido. A sustentação realista permanece demonstrando que o MI6, e seu projeto de agentes autorizados para matar, pode ser um conceito obsoleto. Sem dúvida, a desconstrução é o cerne deste novo momento, tanto desta franquia quanto de seu parente mais pop, Ethan Hunt, que desde Missão Impossível – Protocolo Fantasma também refletia sobre a importância de atividades de espionagem realizadas em segredo diante de um mundo contemporâneo, conectado e supostamente mais transparente. Ambos são personagens fiéis a uma ordem diferente da atual, que se torna, simultaneamente, obsoleta mas ainda necessária para se manter a ordem.
A aventura é mais linear e tradicional no quesito espionagem, aproximando-o dos filmes anteriores. É um realocamento das aventuras Bond: ainda na vertente atual, mas inserindo novamente o universo exagerado e charmoso do espião que nunca falha. O senso da realidade dá um passo atrás avisando ao público que estamos diante de uma personagem cujo marco são as cenas impossíveis, o carisma sedutor e um enfoque no qual prevalece a ação.
Quando o vilão de Christoph Waltz entra em cena, vemos uma composição contrária daquele concebida em Skyfall. O vilão de Javier Bardem era um homem dissonante em uma história realista; nesta Waltz parece um homem real em uma trama com indícios da tradição de Bond. Em pouco tempo em cena junto com o protagonista, sua loucura é expressa pela contenção do ator, motivo pelo qual se projeta o medo. Se novamente compararmos as obras de Craig, a cena de tortura em Cassino Royale e a desta produção têm a mesma base. Porém, enquanto a primeira era brutal e simples, a segunda é elaborada, megalomaníaca, coerente com os grandes vilões que, em maior ou menos grau, desejam dominar o mundo.
Ao inserir o grupo terrorista SPECTRE, o filme entrelaça suas tramas anteriores, resgatando o necessário para demonstrar que a dinastia de Craig tem uma única e grande história narrada em pontos altos para chegar a este momento. Após a ruptura de Skyfall, os rumos da personagem seriam diferentes se os roteiristas continuassem com queda e crise, talvez descaracterizando James Bond. SPECTRE faz a curva que retorna à pista da tradição da franquia com um vilão megalomaníaco, cênico ao extremo, demonstrando que, realismos à parte, estamos vendo uma obra de ficção.
Na direção, Sam Mendes compartilha deste preceito e brilha criando cenas que fogem da realidade mas que são um deleite visual, com cenas à meia-luz que intensificam a personagem; contrastes teatrais que trazem poesia à sua história, além de ainda se apoiar em um senso realista nas cenas de ação, pontuais e bem equilibradas.
Novamente, observamos um novo ponto de transição de James Bond, um movimento de retorno em que a tradição é resgatada com os conceitos deste novo recomeço, um equilíbrio entre a brutalidade da ação com vilões bizarros e planos elaborados, um caminho que aponta para uma última produção com Craig mais próxima deste conceito, mantendo, novamente, em vertentes variadas, o destaque deste grande personagem da ficção.
A experiência acumulada após muitos anos de trabalho de campo conferem a Peter Deveraux, um afastado agente da CIA, a qualidade de ser o espécime perfeito para o drama mostrado em November Man – Um Espião Nunca Morre. A sensação de deja-vu causado pela figura de Pierce Brosnan insere o público de modo quase automático, apesar de trazer ecos desnecessários para a fita, em sensações que deveriam ficar bastante distantes dos dias em que o ator vivia James Bond. O estigma segue o britânico, apesar de seus outros dotes dramatúrgicos.
Peter é escalado para realizar uma difícil tarefa, que envolve um antigo pupilo seu, ao mesmo tempo em que resgata o medo vivido na época da Guerra Fria, mas igualmente atual, especialmente se pensar na situação da Ucrânia e Donetsk. Aos poucos, os reais desígnios de Devereaux são revelados, envolvendo a figura máxima no estado de poder russo, rememorando os tempos quando 007 era vivido por Sean Connery e Roger Moore.
Acostumado a trabalhar com filmes de ação dos mais genéricos e contendo alguns pequenos clássicos no currículo (A Experiência e A Fuga), Roger Donaldson executa uma fita que lembra alguns dos aspectos de cenário e fotografia de Paul Greengrass, claro, sem a câmera na mão que lhe era peculiar, mas com uma crueza bastante semelhante nas cenas de perseguição cuja iluminação estourada faz perder qualquer traço de boa comparação com a trilogia Bourne.
Outra semelhança notável é o uso da ultra tecnologia, que faria inveja a quaisquer inventos de M. O início do filme faz pensar como seria uma aventura de Bond se fosse conduzido por um diretor “modernoso”, como Luc Besson ou por um alguém mais genérico e com menos talento, como Stephen Sommers.
O roteiro logo trata de conduzir o público a uma vingança pessoal, assassinando uma pessoa querida ao protagonista, que assiste incólume aos seus antigos mandatários deixarem sua funcionária perecer, somente por questionar suas ordens. O grupo de conspiradores se mostra desunido e sem a certeza de quais seriam seus alvos, tampouco havia clarividência de quais seriam os aliados seguros e Mason (Luke Bracey) era o que mais dava mostras dessa incerteza. Este aspecto reforça a ideia de remitência a Guerra Fria, um complicado período onde até a sombra de um homem poderia lhe fazer mal.
A impressão de que November Man é uma colcha de retalhos, que repete alguns dos bons elementos dos filmes de espionagem recentes só aumenta no decorrer da sua exibição. No entanto, o marasmo pertence a metade de sua extensa duração. A tentativa de quebra de monotonia é levada por um embate entre mentor e discípulo, que até guarda momentos de violência que não chegam a ser nem extremos, nem de qualidade indiscutível. As sequências de ação, que deveriam ser um ponto alto são executadas de modo preguiçoso e engessado, um pouco graças a avançada idade de Brosnan, muito piorada pela equivocada direção de Donaldson, que não consegue esconder sequer os defeitos de seu astro principal.
Nem mesmo a exploração da beleza de Olga Kurylenko é bem executada, tampouco sua intricada e trágica tradução é bem orquestrada ou aproveitada. As soluções do roteiro no último ato são infantis e tão enfadonhas quanto o meio do filme, não acerta nem sob a ótica escapista e nem pela realista. Vingança, reunião de almas aflitas e a sobrevivência dos heróis – tudo isto é completamente banalizado pela fraca abordagem dada ao filme, por seu caráter de remendo mal feito e de prato servido de modo insosso.
Após o sucesso de Cassino Royale, a franquia de James Bond parecia novamente blindada, com grande potencial de apresentar uma sequência tão interessante como a primeira produção. Porém Quantum Of Solace não se mantém como obra por depender do desenvolvimento da trama anterior, sem um novo enfoque.
Há uma significativa troca dos tradicionais vilões da franquia para uma personagem mais humana, sem nenhuma característica física marcante e que, sem um objetivo evidente de destruição, é um mercenário oportunista e ganancioso.
O grupo terrorista que tinha como líder Le Chiffre era apenas um pequeno detalhe de uma rede mundial inserida no subterrâneo de cada governo, informações que nem mesmo o MI6 tinha conhecimento prévio. É dentro dessa ordem que James Bond tenta impedir que o grupo realize um acordo que prejudicará um país de terceiro mundo.
Se a narrativa carrega potencial, teve uma execução mal formatada. Principalmente por ter sido realizada na época da greve dos roteiristas. O abalo significou começar as filmagens sem o roteiro completo, fazendo com que até mesmo Daniel Craig fosse obrigado a escrever diálogos para dar sequencia as gravações. Recentemente o ator pediu desculpas pelo fato, ciente de sua limitação para o cargo.
Embora composto pelos mesmos roteiristas do primeiro, a trama parece um confuso emaranhado político entrecortado por cenas de ação. A direção de Marc Foster oscila, sem o mesmo apuro que Martin Campbell nas cenas físicas que repetem a estética sem o mesmo brilho. E parecendo aguardar algum gancho importante que nunca chega no clímax.
Em 2002, no lançamento de 007 – Um Novo Dia Para Morrer a franquia do agente secreto tentava, sem muito sucesso, mudar de estilo. Havia uma tentativa de alinhar sua história aos dias de hoje, colocando em xeque a função do próprio James Bond em um mundo não mais polarizado. O último filme com Pierce Brosnan fez sucesso, mas trazia a tona um exagero nas cenas de ação, escondendo o roteiro fraco. Aos poucos, o futuro de James Bond nos cinemas foi sendo questionado. A composição de suas produções atingiram uma crise criativa que gerou o adiamento de um novo filme e, logo após, a liberação de Brosnan como o agente do MI6. Em parte, porque, finalmente, produtores haviam adquirido os direitos para filmar Cassino Royale, primeiro livro escrito por Ian Flemming, filmado para a televisão em 1954 e como sátira em 1977 no filme com Peter Sellers e Ursula Andress.
Apresentar o começo da história de James Bond necessitaria de um novo ator e também rever a estética ao realizar uma produção que tanto fosse fiel ao original, quando refletisse uma maneira nova de apresentar a personagem. Aproveitando o sucesso de Identidade Bourne com sua ação realista, trouxeram as telas um agente mais cru e brutal em Cassino Royale.
Dirigido pelo mesmo Martin Campbell que trouxe a franquia de volta em 1995, com Brosnan, em 007 Contra GoldenEye, a produção é uma estupenda construção cinematográfica, equilibrada entre a tradição e o novo. Concebendo com cuidado uma espécie de origem da personagem, sem perder o charme tão característico de vinte filmes anteriores.
Mesmo situada no começo de sua carreira, a trama se desenvolve no presente atual, distorcendo a cronologia para um melhor resultado. O filme inicia-se em preto e branco, reverenciando produções antigas e marcando a idade da personagem, com um Bond prestes a matar um traidor, logo após adquirir sua licença para matar. Novo no cargo, é um agente mais violento, sem o esnobismo futuro e próximo aos tempos de hoje que procuram heróis imperfeitos.
O filme costura bem as cenas de ação e a trama intricada de investigação. A ação bem executada por Campbell produz uma tensão real no público, principalmente por usar o mínimo de efeitos digitais. O roteiro bem realizado permite plena compreensão da investigação que culmina no jogo de cartas no local do título.
Nunca houve tanta tensão em um jogo de Poker. A história de Le Chifre, que tem como único elemento bizarro chorar lágrimas de sangue por um problema lacrimal, é conduzida com excelência. Faz do jogo um espaço a mais para o suspense que cresce em confronto com Bond, que nunca se mantém incógnita, sendo uma constante ameaça.
A personagem desenvolvida por Craig é o James Bond mais físico até então. Mesmo trajando o impecável terno, não há momento ruim para perseguir assassinos por telhados ou em uma corrida frenética com o famoso Aston Martin. Além da iconoclastia da personagem que não se importa com o tipo de bebida que toma, desde que fique levemente embriagado. Zombando de suas características desenvolvidas anteriormente.
O mérito desta produção é recolocar a personagem de novo no radar em uma roupagem que respeita tanto a tradição como agrega novos fãs da franquia. Ao retomar a única obra de Flemming não adaptada, um novo Bond surgiu, ainda com classe e mais próximo aos dias de hoje. Reintroduzindo o famoso agente de uma maneira única ao cinema.
Com o sucesso de Skyfall, nada melhor do que algumas notícias, matérias e curiosidades sobre o agente secreto mais famoso do mundo. Dessa vez, uma singela lista de 10 nomes que em algum momento foram cogitados para interpretar 007 nas telonas.
10. Richard Burton
Richard Burton, ator galês que atuou em clássicos como Cleópatra e tem sete indicações ao Oscar, entre melhor ator e ator coadjuvante (apesar de não ter vencido nenhum). Também fez o papel de O’Brien no filme 1984. Pois bem, o criador da série de livros de James Bond, Ian Fleming, foi quem indicou Richard Burton como o seu preferido para o papel quando a primeira adaptação ao cinema foi sugerida, no final dos anos 50. Em uma carta escrita por Fleming em 1959, ele declara que Burton seria de longe o melhor James Bond.
9. Cary Grant
Cary Grant, ator inglês, com um currículo de mais de 70 filmes na carreira, além de duas indicações ao Oscar e de um Oscar honorário. Foi considerado para o papel de James Bond para o primeiro filme da série. 007 Contra o Satânico Dr. No. O ator, porém, não queria assinar com os Cubby Broccoli e Harry Saltzman para várias sequências do personagem. Com isso, tivemos o icônico Sean Connery, como o primeiro – e melhor – agente 007.
8. Adam West
Santo Batman, dentre todos dessa lista, o que me deixou mais chateado por não ter sido um Bond foi o Adam West. Imagine se tivéssemos dois personagens icônicos com um só ator. West foi considerado para dar continuidade ao 007 depois de 007 – Os diamantes são eternos, substituindo Sean Connery. E, caso você não saiba, Adam West é quem dava vida ao Batman na clássica série dos anos 1960. Agora imagine a situação que poderíamos ter, um crossover entre feira da fruta e Viva e deixe morrer – prefiro nem me arriscar a algum trocadilho óbvio fazendo sacanagem com o nome.
7. Michael Billington
O ator britânico mais conhecido pela série de ficção científica dos anos 1970, UFO, é o ator com mais testes para filmes do James Bond até hoje, com testes para os seguintes: Viva e deixe morrer (1973), 007 contra o Foguete da Morte (1979), Somente para Seus Olhos (1981) e 007 Contra Octopussy (1983). Ele ainda fez uma participação como um agente soviético que James Bond mata no início de O Espião que Me Amava (1977). Eu não tenho certeza, mas acho que Michael Billington deve encarar o Roger Moore como o seu grande nêmesis da vida.
6. James Brolin
Pai do ator Josh Brolin, fez tester para interpretar Bond em 007 Contra Octopussy, que acabou tendo o retorno de Roger Moore para o papel. Porém, os testes feitos por James Brolin podem ser vistos nos extras da coleção recentemente lançada, Bond 50.
5. Sam Neill
O norte-irlandês Sam Neill, mais conhecido pelo seu trabalho em Jurassic Park, já interpretou um espião na série de TV Reilly, Ace of Spies. Por seu papel nessa minissérie, foi cotado para interpretar 007 no cinema. Neill falou em outubro de 2012 ao Belfast Telegraph sobre o assunto: “Felizmente, não me ofereceram o papel. Havia muitas outras pessoas que seriam melhores para ele, e eu não teria gostado de atuar como James Bond.”
4. Mel Gibson
De acordo com o roteirista de Viva e Deixe Morrer, Tom Mankiewicz, era forte a ideia de Mel Gibson para interpretar Bond dentro da produtora United Artists. Mankiewicz disse em 2009: “Alguém me disse o seguinte, ‘Fale para Cubby Broccoli (produtor da franquia) que o Mel Gibson seria ótimo para o papel’. Então, ao conversar com Cubby, ele me disse, ‘Eu não quero fazer um filme do Mel Gibson, quero fazer um filme de James Bond’.”
Se Adam West foi o que mais me gerou decepção ao saber desses possíveis Bond’s, Mel Gibson com certeza é o segundo colocado. Consigo até imaginar James Bond com a cara do Mel Gibson, em algum deserto asiático, perseguindo um soviético vestido apenas de tanguinha e se autoproclamando o aiatolá dos vermelhos.
3. Hugh Jackman
O eterno Wolverine Hugh Jackman foi cotado para substituir Pierce Brosnan depois de Um Outro Dia Para Morrer. Mas ele saiu do páreo justamente por estar interpretando Wolverine. “Eu recebi uma ligação do meu agente dizendo, ‘Há um possível interesse para você interpretar James Bond, o que acha?’ No momento eu não tinha interesse, estava para começar as filmagens de X-Men 2 e o Wolverine já marcaria demais minha carreira. Eu não queria fazer dois personagens tão icônicos ao mesmo tempo”, disse Hugh Jackman para a Press Association em 2011.
Eu acho que Hugh Jackman seria uma boa escolha para o Bond, ainda mais se houvesse alguma possibilidade de crossover de papéis. Imagine só, 007 sacando suas garras de adamantium para enfrentar um vilão de 3 metros de altura e dentes de aço. Tenho a impressão que seria uma galhofa inacreditavelmente boa.
2. James Purefoy
O ator que depois viria a interpretar Marco Antonio na série Roma, James Purefoy, foi um entre tantos os atores que os rumores envolviam para representar James Bond depois de Pierce Brosnan. Alguns outros nomes eram Jude Law, Heath Ledger, Eric Bana e até Orlando Bloom (uma risada longa e exagerada, pelo nome de Orlando Bloom como Bond). Voltando ao ator em questão, Purefoy, no programa Good Morning America em 2004, quando perguntado se ele praticava a atuação para James Bond em frente ao espelho, respondeu: “Apenas quando estou sozinho em casa”. Funny Guy esse James não é. Mas no fim das contas, o que aconteceu é que, no treinamento do MI6, o Daniel Craig sentou a porrada em todo mundo, e só para ele foi concedida a licença para matar. Tomar martinis batidos, não mexidos. E algumas Bond Girls.
1. Idris Elba
A estrela de Skyfall, Naomie Harris, recentemente disse que Idris Elba conversou com a produtora da série, Barbara Broccoli, sobre a possibilidade de atuar como 007. Elba, no entanto, disse que são apenas rumores. Mas também disse que ser o primeiro Bond negro seria uma grande honra.
0,5. Paulo César Pereio
Mas e se houvesse uma versão à brasileira de James Bond? Quem seria o mais indicado para o papel? Eu votaria com certeza em Paulo César Pereio. Um Bond decadente, gordo, desgostoso com a vida. De bar em bar, no centro de São Paulo tomando cachaça pura porque acabou o dinheiro pros martinis. Lembrando de seus bons tempos, com alguma Bond Girl de respeito – Sonia Braga, Matilde Mastrangi, Helena Ramos. Ou até mesmo quando era expulso das surubas por mau comportamento. Não sei se seria um bom filme de ação, muito menos um filme de 007. Mas provavelmente seria uma ótima pornochanchada. E se tivesse alguma frase narrada pelo próprio Pereio, concorreria a filme do ano.
Oficialmente interpretado por seis atores, James Bond mantém-se durante décadas a serviço da Inglaterra, assistindo à derrocada de grandes nações e a crises e revoluções em escala global. Criado há cinquenta anos, parte de sua força como personagem vem da capacidade de compreender o mundo que o cerca, sincronizando e refletindo o contexto global em cada uma de suas histórias. Sendo atemporal.
Foi preciso que seus produtores retornassem à história primordial de Bond para alinhá-lo ao arquétipo do herói atual: sem vestígios de inocência, com capacidade física apurada e um escopo psicológico que aprofunda a conduta de suas ações. Neste vigésimo terceiro filme da franquia de 007, a mítica deste regresso é destruída para um retorno ainda mais profundo.
Dirigido por Sam Mendes, a narrativa tem ingredientes bem diferentes daqueles vistos em Cassino Royale. A ação frenética cede espaço para uma história linear de espionagem. O vilão perde o tradicional bizarro físico para se tornar um cidadão normal, camuflado na multidão. A antítese plana entre bem e mal se rompe e, com isso, a história se concentra no próprio James Bond e na sua relação com o MI6 e com a mentora M.
A queda da personagem, que é tida como morta, é o ponto de início para evidenciar a figura do defensor e da importância de se manter a ordem em um mundo caótico, não mais polarizado pela eficiência de bem ou mal. A trama se desenvolve de maneira dupla em muitas camadas: explora o avanço tecnológico tanto como progresso quanto como uma arma, equipara o novo e o velho, elevando a premissa de que, sem um elemento negativo, não existira o positivo em contraste.
É uma produção que vai além da personagem autorizada para matar. Deixando as grandiosas cenas de ação de lado, Mendes demonstra competência em criar tensão e silêncio pelos diálogos, no embate entre a figura que deseja destruir aquilo em que o agente secreto acredita. Esqueçam qualquer plano de destruição mundial ou um monólogo que explica o que acontecerá para a reviravolta. Admirando seu passado, a história se molda com nossa atualidade, que almeja por deter significados para compreender o mundo. Justifica a importância da ordem, a origem do caos, a necessidade de saber quem se é, meneado pelo embate do famoso agente e do vilão.
O vilão de Javier Bardem é um caso à parte. O ator pediu para que todo o roteiro fosse traduzido para o espanhol para que compreendesse suas motivações e psicologia. Mergulhado em uma personalidade afetada, que esconde um interior destruído, ele se transforma em um dos vilões mais carismáticos da franquia, sendo bizarro e assustador pela estranheza de alguém que não tem nada a perder.
A direção de Mendes mantém a trama sem perder as rédeas. O escopo reflexivo se projeta no público, não no argumento que fundamenta este embate. Suas tomadas são precisas e mostram apenas o necessário, sem deixar de lado o elemento artístico, valendo-se de sombras, luzes e reflexos para gerar atmosfera. A cena de luta entre Bond e um atirador no interior de um prédio em Xangai com um letreiro luminoso de fundo é um destes exemplos de eficiência e beleza, além do desenlace da trama, que ecoa nos duelos de tradição western.
007 – Operação Skyfall consegue, na queda e no retorno às origens, alinhar a personagem por inteiro, fazendo-a clássica sem se tornar anacrônica. A personagem que, mesmo seduzindo mulheres e preferindo o Martini batido, nunca foge de tempo, seja ele qual for.
Após comentarmos sobre as primeiras canções da franquia da série do James Bond com o fechamento da lista com Live and Let Die, do Paul McCartney, hoje daremos continuidade à lista de canções, dessa vez dando sequência aos filmes estrelados por Roger Moore e Timothy Dalton.
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The Man with the Golden Gun (007: O Homem da Pistola Dourada, 1974) – Lulu
Após sua ausência no filme anterior, John Barry retorna para 007: O Homem da Pistola Dourada e além de compor a trilha sonora do longa, também fica responsável pela canção-tema, que contém letras de Don Black. A artista escolhida para interpretá-la foi a cantora escocesa Lulu, que não teve uma carreira próspera na música, sendo mais conhecida pelo seu papel no filme Ao Mestre com Carinho, com Sidney Poitier e pelo seu casamento e divórcio relâmpago com Maurice Gibb, dos Bee Gees. A canção-tema e a trilha sonora são considerados os mais fracos de toda série, opinião compartilhada também pelo compositor John Barry, que disse ser um o trabalho que ele mais odiou.
Alice Cooper chegou a compor uma música para o longa, mas os produtores optaram pelo tema de Lulu. A canção de Cooper intitulada The Man With The Golden Gun e pode ser ouvida no álbum Muscle of Love.
The Spy Who Loved Me (007: O Espião que me Amava, 1977) – Carly Simon
John Barry dá lugar ao jovem músico Marvin Hamlisch, ganhador de três prêmios Oscar, dois pelo filme Nosso Amor de Ontem (melhor canção original e melhor trilha sonora) e o terceiro pelo filme Golpe de Mestre (melhor trilha sonora). Para canção-tema, Hamlisch se juntou com Carole B. Sayer e compôs Nobody Does It Better, que foi interpretada por Carly Simon. A canção é um marco na série, pois esta foi a primeira vez em que o tema de James Bond tem um título diferente do filme.
Nobody Does it Better é uma clara alegoria erótica as façanhas amorosas realizadas pelo espião britânico, além de marcar o retorno da balada à série, algo que se repetiria nos três filmes seguintes.
Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte, 1979) – Shirley Bassey
Após o resultado irregular da trilha incidental de Marvin Hamlisch no filme anterior, John Barry é novamente convocado para compor a trilha do próximo James Bond, e dessa vez é o controverso 007 Contra o Foguete da Morte. Barry convida Al David, coautor da canção We Have All The Time in The World para juntos comporem a belíssima Moonraker, uma balada extremamente melódica e suave, que marcou o retorno de Shirley Bassey em sua terceira e última interpretação de uma canção do James Bond.
For Your Eyes Only (007: Somente para seus Olhos,1981) – Sheena Easton
John Barry mais uma vez não estava disponível para compor a trilha do próximo 007, e ele mesmo sugeriu como seu possível substituto, Bill Conti, compositor norte-americano responsável pela trilha do filme Rocky, Os Eleitos, Karate Kid, entre outros. Apesar da trilha sonora de 007: Somente Para Seus Olhos ser considerada irregular, a canção-tema For Your Eyes Only é um grande destaque no trabalho de Bill Conti. Escrita em parceria com Michael Leeson e interpretada por Sheena Easton, a canção se tornou um sucesso instantâneo, sendo uma das mais lembradas de toda a série. For Your Eyes Only rendeu indicações ao Oscar e ao Globo de Ouro para Conti.
Octopussy (007 Contra Octopussy, 1983) –Rita Coolidge
O ano de 1983 foi marcante para a série 007, pois naquele mesmo ano estreou Nunca Mais Outra Vez, filme não-oficial que marca o retorno de Sean Connery para o papel principal. Neste cenário, Roger Moore contra-ataca com seu sexto filme, 007 Contra Octopussy, filme que mais uma vez traz de volta John Barry.
A trilha de Barry é extremamente marcante, utilizando o tema de James Bond em abundância e ainda assim colocando uma assinatura forte do compositor. A canção-tema, All Time High, pela segunda vez não coincide com o nome do filme, e trouxe Rita Coolidge para interpretá-la. A música transcendeu à barreira do tempo e ainda hoje muitos lembram dessa linda canção de Barry interpretada por Coolidge.
A View To A Kill (007 Na Mira Dos Assassinos, 1985) – Duran Duran
Em 1985, John Barry retorna para mais um filme da série 007, e traz Roger Moore interpretando James Bond pela última vez, mas acima de tudo é um marco para as músicas da série, já que a canção-tema ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos e Inglaterra. A View To A Kill, composta por Barry e o grupo britânico Duran Duran, se tornou um dos temas de maiores sucessos da série.
A escolha da banda se deu após uma festa, onde o baixista John Taylor (grande fã da série) ainda bêbado se aproximou do produtor Cubby Brocoli perguntando: “Quando é que você vai arrumar alguém decente para fazer uma das canções da série?”.
The Living Daylights (007: Marcado Para a Morte, 1987) – A-Ha
007: Marcado Para a Morte marca o último trabalho de John Barry frente à série de James Bond, e é considerado por muitos o seu melhor trabalho. Além disso, o filme também traz a estreia de Timothy Dalton no papel do agente secreto, mudança esta que trouxe áreas mais sombrios e realistas à série, algo que seria refletido na trilha sonora de Barry.
Com o sucesso da canção anterior, os produtores optaram pela escolha de outra banda pop, dessa vez os escolhidos foram o grupo norueguês A-ha. The Living Daylights foi composto por Barry e Paul Waaktaar (guitarrista da banda). Originalmente, os Pet Shop Boys foram convidados para compor o tema, mas recusaram quando souberam que seria apenas a canção-tema e não a trilha sonora completa.
Licence to Kill (007: Permissão Para Matar, 1989) – Gladys Knight
A ausência de Barry, que na época estava indisponível devido a problemas médicos, os produtos contrataram Michael Kamen (Máquina Mortífera) responsável pela composição apenas da trilha incidental. Houve rumores de que o tema seria uma composição instrumental de Eric Clapton e Vic Flick (guitarrista original do tema da série), mas os produtores desistiram da ideia.
A canção-tema Licence To Kill foi composta por Narada Michael Walden, Jeffrey Cohen e Walter Afanasieff, e teve a interpretação de Gladys Knight. Apesar de uma bela interpretação de Knight, Licence To Kill não teve nenhum destaque nas rádios ou entre o público, sendo uma das canções mais ignoradas da série.
Retomando nossa coluna esquecida, aproveito que hoje uma das franquias mais bem-sucedidas do cinema completa 50 anos, 007. O agente-secreto britânico surgiu nas páginas dos livros de Ian Fleming, e ganhou as telas em 5 de outubro de 1962, com o filme 007 Contra o Satânico Dr. No, nos EUA.
Desde então, James Bond já foi vivido por 6 atores, em 23 filmes da franquia, e com mais de 12 diretores diferentes(contando os filmes não-oficiais), mas até agora não chegamos a conclusão da razão desse post em uma coluna de música, pois bem, outra assinatura da franquia, são suas cancões-tema, um elemento marcante e inesquecível em quase todos os filmes do agente-secreto, por isso, vamos aproveitar nossa coluna musical para relembrar as canções marcantes que já tocaram na franquia:
No primeiro filme da série, ainda não existia o conceito de escrever uma canção e convidar cantores para interpretá-las, até então não havia nem previsão de que 007 seria o sucesso que se tornou, mas já em seu primeiro filme a trilha-sonora já se destaca em sua cena inicial, tocando as notas que daí pra frente seriam conhecidas mundialmente. Apesar disso tudo, a trilha de 007 Contra o Satânico Dr. No é considerada por muitos como uma das mais fracas da franquia. O tema de 007 foi composto por Monty Norman e John Barry foi convidado para arranjar e maestrar a música. O resto é história…
O segundo filme da franquia marca a consolidação de John Barry como compositor da trilha-sonora do filme, bem como o primeiro filme a ter uma canção-tema propriamente dita. From Russia With Love foi composta por Lionel Bart e cantada por Matt Monro. O tema é um dos mais desinteressantes de todos os 007 e muito inferior a trilha-sonora de Barry.
Shirley Bassey teve sua voz em três canções da franquia, algo que não aconteceu com nenhum outro artista. Goldfinger foi a primeira delas, e provavelmente a mais marcante. Em 1965, Goldfinger se tornou hit nos EUA, Shirley Bassey alcançou a 8ª posição com seu single e a trilha sonora do filme foi o número 1 da Billboard. O tema foi escrito por John Barry, autor de toda a trilha do filme, e escrita por Anthony Newley e Leslie Bricusse.
Considerado um dos melhores filmes da série, 007 Contra a Chantagem Atômica trouxe mais uma vez John Barry para compor a trilha. Thunderbal é provavelmente uma das canções mais curiosas de toda franquia. Inicialmente, o tema era Mr. Kiss Kiss Bang Bang, que foi cogitada para Shirley Bassey cantar, mas acabou sendo gravado por Dionne Warmick. Contudo os produtores não queriam uma canção com um título diferente do filme, assim, a música anterior foi descartada, John Barry convidou o letrista Don Black e em um fim de semana compuseram Thunderball, gravado por Tom Jones. Entre as lendas que rodeiam a franquia 007, muitos dizem que Jones desmaiou ao cantar a nota final de Thunderball. Apenas à título de curiosidade, Johnny Cash chegou a compor um tema para o filme, mas foi recusado pelos produtores.
You Only Live Twice (Com 007 só se Vive Duas Vezes, 1967) – Nancy Sinatra
Com 007 Só se Vive Duas Vezes foi o penúltimo filme com Sean Connery e um grande sucesso. Para a canção-tema convidaram Nancy Sinatra cantando o tema do filme. Em 1966, Nancy havia estourado com a música These Boots Are Made for Walkin, e já no ano seguinte foi convidada para cantar o tema do próximo 007, onde colocou toda sutileza de sua voz, transformando a canção em um grande clássico da série. You Only Live Twice foi composta por John Barry, também autor da trilha do filme, e escrita por Leslie Bricusse.
We Have All the Time in the World (007: A Serviço Secreto de Sua Majestade, 1969) – Louis Armstrong
https://www.youtube.com/watch?v=vNcl_IsfGTM
Diferente do habitual, a canção-tema é instrumental, composta por John Barry, mas já que estamos comentando dos grandes cantores que deram sua contribuição à franquia, deixemos esta de lado para comentar da belíssima We Have All the Time in the World, ouvida nas cenas de romance do filme. A canção também foi composta por Barry, com letra de Hal David e cantada por um dos mestres da música e considerado a personificação do que foi o jazz, Louis Armstrong. Infelizmente, esta canção foi a última gravada por Armstrong.
A Serviço Secreto de Sua Majestade foi o primeiro e único filme estrelado por George Lazenby.
Diamonds are Forever (007: Os Diamantes São Eternos, 1971) – Shirley Bassey
Após a saída de Lazenby, Connery retorna à franquia. Diamonds are Forever também traz de volta Shirley Bassey, que já havíamos mencionado em 007 Contra Goldfinger, para cantar canção-tema. Composta por John Barry e letra de Don Black, Diamonds are Forever quase foi retirada do filme pelo produtor Harry Saltzman, e só com muita insistência do coprodutor Cubby Broccoli, foi mantida no filme. Segunda Saltzman, a letra da canção era uma insinuação sexual. Anos depois, John Barry ainda revelou que pediu a Bassey para cantar a canção imaginando que estava sobre um pênis.
Live and Let Die (007: Viva e Deixe Morrer, 1973) – Paul McCartney
O primeiro de sete filmes que marcam a fase Roger Moore no personagem. John Barry estava indisponível para compor a trilha sonora, por isso a produção do filme convidou George Martin, o famoso produtor de vários álbuns dos Beatles e outros grandes artistas. Os produtores do filme pediram a Martin convidar Paul McCartney para compor a canção-tema, mas com a intenção de outro artista cantá-la, Martin só concordou se a versão dos créditos fosse do próprio Paul, o que foi prontamente acatado.
Paul compôs o tema do filme após ler o roteiro do filme em uma tarde sábado, e finalizando-a no domingo. A versão final foi composta por Paul e sua esposa Linda, gravada com os Wings durante as sessões do álbum Red Rose Speedway. A canção-tema foi um sucesso, sendo regravada por vários outros artistas.