Tag: Aaron Paul

  • Review | Westworld – 3ª Temporada

    Review | Westworld – 3ª Temporada

    A terceira temporada de Westworld se inicia dirigida por Jonathan Nolan, mostrando uma ação na China, que remete a outra série do mesmo criador, Person of Interest. Não há demora em mostrar a Dolores de Evan Rachel Wood num prólogo, brilhando muito enquanto liberta uma mulher da mesma escravidão que ela mesma sofreu.

    Os primeiros episódios apresentam novos conceitos, enquanto os antigos personagens estão em um novo cenário, não mais no simulacro. No entanto, o que se vê na realidade é uma produção visualmente interessante, mas uma completa ausência de desenvolvimento narrativo para qualquer um dos personagens. O personagem de Aaron Paul, Caleb, é um protótipo de novo herói, como Jimmi Simpson foi na  primeira temporada, mas ao contrário do primeiro ano, aqui também não há gravidade ou desenvolvimento dramático, somente alguns elementos de fan service e cenas de ação bem coreografadas, porém, quase sempre vazias de significado.

    A história se desenrola numa linha temporal diversa da temporada anterior. No início, mantém um mistério sobre a exatidão de sua cronologia, para logo depois mostrar que não há muita criatividade na abordagem de passado e futuro, sendo retilínea no presente. Nolan e Joy podem desenvolver o que quiserem, e incrivelmente, quando seu parque de diversões se expande, eles parecem ter sérias limitações.

    Westworld teve um bom hiato, seu último episódio havia sido exibido em 2018, então pressa não é uma boa desculpa para as  fragilidades de seu roteiro, e o pior, a expansão da história a outros lugares não garantiu novos rumos, mas uma série de tramas genéricas. Outro aspecto incômodo e que não é funcional, são as viagens pelo globo atrás das manifestações dos anfitriões no mundo externo. Isso ajuda a diluir partes da historia que poderiam soar interessantes, tudo fica muito frio e impessoal. Algumas cenas de ação até são bem apresentadas, mas nada que faça a série ultrapassar a linha da mediocridade. As lutas boas não justificam o motivo delas não fazerem sentido nas suas motivações. É até interessante que uma série traga uma atmosfera cyberpunk para a televisão, mas a completa falta de assunto e discussão faz o texto final soar bobo. Os momentos finais ainda guardam péssimas referências a Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas e Clube da Luta.

    Na semana do episódio final, foi anunciada a renovação para uma quarta temporada, ainda sem data para ocorrer, mas o que se espera é que a próxima aventura seja menos baseada em sensacionalismo e fan service barato, e mais em um bom texto e um desenvolvimento de personagens mais aprofundado.

  • Review | Birds of Prey

    Review | Birds of Prey

    Há muito tempo, quando séries e filmes de super-heróis eram eventos raros, foi produzida uma série que reunia elementos dos heróis da DC, especialmente do universo do Homem-Morcego. Quando comprada para transmissão na TV aberta, o SBT achou por bem traduzir Birds of Prey para Mulher-Gato, em alusão a uma das personagens da série, mesmo que a ladra cujo alter-ego era Selina Kyle tenha morrido já nas duas versões do piloto.

    O nome original do programa faz alusão a revista Aves de Rapina, que ganhou sucesso e notoriedade em 1996, seis anos antes dessa versão. O programa de Laeta Kalogridis reunia a figura de Helena Kyle (Ashley Scott) como personagem principal, que usa o codinome de Caçadora e é filha de Batman e Mulher-Gato (tal qual sua versão nos quadrinhos pré-Crise). Todas as personagens principais têm um passado trágico, Helena perdeu a mãe e foi abandonada pelo pai (teoricamente, e essa versão varia entre os pilotos); Dinah Redmond (Rachel Skarst) também teve sua mãe morta; e Barbara Gordon (Dina Meyer) perdeu o movimento das pernas ao ser alvejada pelo Coringa, como em A Piada Mortal.

    Sete anos separam os eventos trágicos do epílogo, onde a Mulher-Gato morreu e o Batman desapareceu do presente da série. Não se explica o motivo do nome do cidade ter mudado para New Gotham, bem como não há muita construção da relação entre as personagens. A união das mulheres é muito dada, não há trabalho narrativo para construção dessa união. No piloto definitivo, a abertura da série mostra um mapa da cidade, narrado por Alfred Penyworth (Ian Abercromble, o mesmo ator que dublou Alfred na série animada do Batman de 1992), que explica como Helena perdeu sua mãe, mostrando o Coringa – dublado por Mark Hammil e feito por Roger Stoneburner como dublê de corpo – esfaqueando a mulher, e posteriormente, atirando na coluna de Barbara, já sabendo que se tratava da Batgirl.

    A cena onde Helena salva Dinah lembra muito a cena onde Mulher-Gato de Michelle Pffeifer salva uma inocente no filme de Tim Burton. A maioria dos predicados positivos são referências, os outros pontos são medíocres, como a trilha repleta de músicas que eram moda na época, fato que data terrivelmente a série. Ao menos há um elemento novo: o dom da premonição de Dinah. Isso poderia dar alguma importância para as aventuras das moças, mas obviamente é pouco explorado durante os capítulos.

    A série falha em muitas conceitos, como por exemplo, porque a Caçadora seria uma “meia meta-humana” se tanto Batman quanto Mulher-Gato eram humanos. Há outros problemas sérios, como um episódio que brinca com o clichê de que toda mulher nasce para ser mãe, onde as aves de rapina encontram um bebê que cresce muito rápido e ao longo dos quarenta e poucos minutos elas têm de lidar com a criança. Para uma série protagonizada por mulheres, o produto de Kalogridis soa extremamente simplista e machista.

    Birds of Prey denuncia uma questão maior, envolvendo a falta de planejamento da DC que vai muito além da péssima qualidade do seriado. Os executivos da Warner sempre foram muito indecisos e confusos sobre seus produtos ligados à editora. Ao mesmo tempo que a série  surfava na popularidade de Smallville, sua iconografia tinha muito dos filmes de Burton, mas também os ignorava completamente, ora, como o Coringa retornou dos mortos após cair do alto de uma catedral? Além disso, o uniforme que Meyer usa como Batgirl é o mesmo de Alicia Silvertone pintado, assim como o do Batman é o mesmo de George Clooney, repintado e com o capuz que Val Kilmer utilizou – porque a Batgirl é Barbara Gordon e não Barbara Penyworth? Essas referencias que pegam só o que é conveniente dos (supostos) episódios anteriores da franquia e cronologia é até acertada, pois Barbara sobrinha do Alfred é uma situação idiota de qualquer forma, mas é impressionante como os mesmos defeitos daqui se repetiram até no cinema.

    A série foi cancelada em seu décimo primeiro episódio, mas os estúdios permitiram fazer mais dois capítulos, que serviriam para ao menos tentar fechar a história do programa. Birds of Prey chega ao fim com uma boa ideia repleta de pontas soltas e nada enxuta, além de um elenco que poderia ter entregue muito mais do que ofereceu. A conclusão se dá com Alfred ao telefone, falando supostamente com Bruce, dizendo que o pai deveria se orgulhar muito da filha, deixando em aberto se seria um devaneio ou se realmente o protetor de Gotham largou sua cidade por conta de algo que aconteceu no passado.

    https://www.youtube.com/watch?v=bU9EuqvK4tE

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  • Review | Bojack Horseman – 5ª Temporada

    Review | Bojack Horseman – 5ª Temporada

    Quem diria que a série do homem-cavalo iria tão longe? Em seu quinto ano de exibição, Bojack Horseman vem se mostrando um excelente produto voltado ao público adulto. Todas as temporadas até aqui tiveram seus altos e baixos, alguns problemas de ritmo, mas o saldo final sempre é positivo. Aqui não foi diferente.

    Bojack é um personagem que, a todo momento, é destruído e reconstruído. Ele alterna entre o céu e inferno de maneira corriqueira, mas todos os revezes não calejaram nosso protagonista. Pelo contrário, o torna ainda mais vulnerável.

    Após reviver seu infeliz passado com os pais, Bojack será o protagonista de uma nova série que se mostra um grande sucesso. Apesar de ter alavancado novamente sua carreira e estar cercado de admiradores,  o cavalo não se mostra feliz. Seu relacionamento com Gina é morno e um tanto indiferente, apesar de alguns lampejos de amor. Em outro plano, Diane e Sr. Peanutbutter se divorciam. Enquanto Diane tenta se mostrar mais forte, corta o cabelo em sinal de mudança e adota uma postura mais forte e feminista, o cachorro começa a namorar mas não rejeita seus sentimentos pela ex-esposa.

    Um ponto interessante é a amizade entre Bojack e Diane. Mesmo que em alguns momentos apareçam brechas para que os dois se envolvam, mesmo que casualmente, isso não acontece. Pelo contrário, Diane dá alguns tapas de realidade do focinho do cavalo e o ajuda nos piores momentos. Hollyhock reaparece e será crucial para que Bojack entenda o quão fundo ele chegou no vício por calmantes. Sim, esta é a droga da vez. Pobre Bojack…

    Tive a impressão de que esta foi a temporada que menos deu vontade de assistir. Não pela ausência de qualidade, mas pelo fator entretenimento. E não entendam errado, a questão aqui não é se divertir com a desgraça alheia, mas apenas ficar preso em acompanhar cada episódio. Apesar de manter a qualidade, dá a impressão de que a série começou a se desgastar, e talvez uma extensão demasiada não seja uma boa ideia.

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  • Review | Bojack Horseman – 4ª Temporada

    Review | Bojack Horseman – 4ª Temporada

    É estranho pensar que uma das séries mais adultas dos últimos tempos é uma animação protagonizada por um homem-cavalo. A ideia parecia esdrúxula, mas felizmente se mostrou algo de muita qualidade e que, na medida do possível, foge do óbvio.

    Se você está lendo este review, provavelmente assistiu às temporadas anteriores, então vamos pular a apresentação dos personagens centrais. Aproveite e leia os reviews da primeira, segunda e terceira temporadas.

    A Netflix vinha mantendo uma boa qualidade da série, apesar de alguns deslizes no ritmo. Esta quarta temporada não foi muito diferente. Temos o Sr. Peanutbutter (Paul F. Tompkins) concorrendo ao cargo de governador da California, mostrando uma campanha bem “atrapalhada”. É a parte menos interessante da temporada, porém teve seu valor em satirizar as campanhas políticas e, principalmente, os eleitores que valorizam coisas bizarras. Todo esse envolvimento na política serviu, de forma inteligente, para desenvolver a relação de Peanutbutter e Diane (Alison Brie).

    Curioso notar que Bojack (Will Arnett) simplesmente não aparece no primeiro episódio, deixando dúvidas se o cavalo perderia o foco nesta temporada. Pelo contrário, tivemos revelações importantes sobre o passado de Horseman.

    O ponto central é a chegada de uma garota chamada Hollyhock (Aparna Nancherla) dizendo ser, talvez, filha de Bojack. Se no início o ex-astro de Horsin’ Around tem a postura babaca e indiferente de sempre, aos poucos ele se vê mudando seus pensamentos e se importando com a garota. O melhor de tudo é o desfecho dessa questão, algo até inusitado, um dos pontos mais fortes dessa temporada.

    Outra questão é o passado familiar de Bojack, especialmente sua mãe (Wendie Malick), que tem uma história pesada. A relação de Bojack com sua mãe terá um espaço importante na história, e a série acertou em abordar certas coisas.

    Em paralelo, Princess Carolyn (Amy Sedaris) parece conseguir um relacionamento sólido depois de muito tempo, e podemos acompanhar as inseguranças e questionamentos de uma mulher mais velha que permanece(ia) solteira. Os personagens da série são muito humanos, mesmo sendo animais antropomorfizados, algo irônico e genial.

    Vale destacar a aparição de algumas vozes conhecidas, como Jessica Biel e Matthew Broderick.

    Bojack Horseman é uma série fácil de recomendar. Se você gostou das temporadas anteriores, não pense duas vezes, assista à quarta. É uma série consistente que já ganhou seu espaço dentre as produções de qualidade da Netflix.

    https://www.youtube.com/watch?v=v9yQv9YWFw4&t=9s

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  • Review | Bojack Horseman – 3ª Temporada

    Review | Bojack Horseman – 3ª Temporada

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    O filme Secretariat foi um grande sucesso, e Bojack retorna aos holofotes. Convites para novos filmes e séries aparecem, a mídia volta a falar dele… mas o cavalo continua vazio. O que Bojack procura?

    A terceira temporada mostra uma aparente transição na vida do cavalo. Na primeira, vimos um ator tentando vencer a enorme montanha do ostracismo – e conseguiu. Na segunda, Bojack estava em dúvidas sobre o que queria fazer de sua vida, e de certa forma conseguiu entrar nos trilhos para isso. Notem que não há certeza de nada. Bojack é o tipo de pessoa que se perde em si mesmo, tem personalidade autodestrutiva e acaba voltando pro buraco. E, cada vez mais, o personagem vai sendo dilacerado, dando um tom extremamente melancólico à série.

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    Não houve mudanças no formato narrativo, o tipo de humor continua, temas pesados aparecendo e as toneladas de referências em segundo plano estão mais fortes do que nunca. Aliás, nesta temporada houve um pequeno excesso dessas referências, nada que comprometa a qualidade, mas que poderá saturar em alguns poucos momentos. Talvez a quantidade de referências nem tenha aumentado, o problema é que já vimos isso em outras duas temporadas. De qualquer forma, na grande maioria dos casos, tais referências são bem utilizadas, às vezes surpreendem pelo cuidado que tiveram em colocar elementos que passarão batidos pela maioria dos espectadores (seja pela referência sutil ou simplesmente por estarem no fundo do cenário em local pouco visível).

    Talvez esta temporada seja a mais ácida e pesada de todas. Temas como o aborto são tratados no limite do sarcasmo, e de forma até corajosa, soando agressiva quase no limite do mau gosto. É algo a ser aplaudido, a série consegue fazer isso muito bem. O ritmo se mantém em todos os episódios, diferente da temporada passada, que na primeira metade foi um pouco travada.

    Um episódio em especial chama a atenção por ser 99% sem falas. As situações psicodélicas e bem intimistas, além de surpreenderem pela qualidade narrativa com excelente utilização dos cenários e linguagem corporal, acabam tirando sarro de si mesmas ao final, dando uma quebra interessantíssima. Foi o episódio mais criativo de toda a série até o momento.

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    O elenco principal de vozes continua o mesmo: Will Arnett, Amy Sedaris, Alison Brie, Paul F. Thompkins e Aaron Paul. Vale elogiar novamente a dublagem brasileira, que manteve quase todas as vozes das temporadas anteriores e trouxe uma qualidade grande nas atuações e adaptações de termos e piadas, mais uma vez não poupando palavrões e termos chulos.

    Bojack Horseman está conseguindo manter a boa qualidade ao longo das temporadas. O cavalo tem comportamentos imprevisíveis que causa muita curiosidade: aonde ele vai parar agindo assim? O final deixou espaço para uma nova temporada, e, pelo andar da carruagem, ainda tem muito material para desenvolver o personagem. Parabéns à Netflix por manter a qualidade.

    https://www.youtube.com/watch?v=VESKjoxAmZg

  • Crítica | Polícia em Poder da Máfia

    Crítica | Polícia em Poder da Máfia

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    John Hillcoat é um diretor que se tornou famoso pela crueza e pela intensidade de seus filmes. Oriundo dos videoclipes, desenvolveu alguns projetos com o músico Nick Cave, e acabou entrando de vez na rota de Hollywood ao enfileirar os ótimos A Estrada – baseado em um livro de Cormac McCarthy – e Os Infratores, com roteiro de Cave e estrelado por Tom Hardy e Shia LaBoeuf, até regressar com Polícia Em Poder da Máfia. Infelizmente, esse último não consegue chegar ao mesmo nível dos anteriores.

    Na trama escrita por Matt Cook, um grupo de assaltantes de bancos formado por ex-militares e policiais corruptos está sob constante chantagem da máfia russa. Após assaltar um banco para recuperar uma caixa de segurança que se encontrava dentro de um cofre, a organização exige que eles façam um último e arriscado serviço: resgatar alguns documentos num prédio governamental. Como o edifício tem um forte esquema de segurança, a quadrilha de assaltantes decide executar um policial, que recentemente tornou-se parceiro de um deles, e provocar um código 999 (referente a policial morto), uma vez que toda a força policial convergiria para o local do assassinato, deixando o caminho livre para o roubo ao prédio governamental.

    O roteiro de Cook até funciona durante um tempo, mas o excesso de personagens em tela acaba sendo prejudicial, uma vez que alguns são subdesenvolvidos. As relações interpessoais giram sempre em tornos de clichês, tais como policial veterano dando lições constantes ao novato, a mafiosa que só “dialoga” ameaçando ou dando ultimatos, os bandidos que se agridem durante o tempo todo. Outro problema: tudo é muito fugaz. Planos que deveriam ser melhor trabalhados são resolvidos rapidamente e não convencem, com exceção de algumas relações ambíguas que em determinado ponto acabam soando estranhas, e personagens que possuem comportamentos que não são condizentes com a personalidade que apresentam em tela durante boa parte da projeção.

    Porém, o bom argumento só se mantém até a primeira metade do filme. Nesse período, Hillcoat mostra-se como o ótimo diretor que demonstrou ser até o momento e constrói uma história tensa em que o espectador fica se perguntando sobre o que vai acontecer a seguir. A cena inicial mostrando o roubo ao cofre é sensacional e muitíssimo bem executada. Remete à cena de abertura do excepcional Fogo Contra Fogo, dirigido por Michael Mann. Porém, toda a tensão construída até o meio do filme vai se esvaindo, pois o restante abusa de soluções fáceis de roteiro. Ainda que não seja uma película curta em relação a outras obras do gênero, fica a impressão de que a produção deveria durar ao menos duas horas, para que tudo o estabelecido na primeira hora se solucione com maior qualidade e os personagens não aparentem tamanha unidimensionalidade.

    O extenso elenco conta com boas atuações de Chiwetel Ejiofor, Woody Harrelson, Anthony Mackie e Casey Affleck. Os três últimos, intérpretes de policiais na trama, são bem contrastantes entre si, sendo profissionais em diferentes momentos e situações da carreira. Clifton Collins Jr. e Aaron Paul sucumbem respectivamente aos estereótipos do policial corrupto e do junkie amargurado. Já Kate Winslet é uma caricatura ambulante como a matriarca da máfia russa. A bela presença de Gal Gadot serve somente como decoração, pois sua personagem tem pouquíssimo tempo de tela e praticamente não interfere no andamento do filme; já Norman Reedus tem uma participação breve, mas competente como sempre.

    Em resumo, Polícia Em Poder da Máfia tinha grande potencial para se tornar um épico do cinema policial, porém sucumbe a um roteiro cuja peça final é má desenvolvida, o que talvez justifique sua duração insuficiente e o acúmulo de respostas fáceis em que se apóia.

  • Review | Bojack Horseman – 2ª Temporada

    Review | Bojack Horseman – 2ª Temporada

    bojack-2-seasonNa primeira temporada, vimos um Bojack Horseman decadente, no ostracismo, querendo reerguer sua carreira e voltar aos holofotes. Para isso, contratou uma escritora-fantasma, Diane, para escrever sua autobiografia. Entre problemas de relacionamento e drogas, Bojack finalmente vê seu livro publicado, que faz grande sucesso. Isso trouxe notoriedade ao cavalo, que já foi escalado para fazer um filme. A partir daí, começa a segunda temporada.

    Esta animação original da Netflix foi uma grande surpresa do ano passado e consegue se manter em bom nível de qualidade. Enquanto que na temporada anterior vimos um Bojack autodestrutivo, nesta teremos um Bojack tentando ser mais humano, repensando sua vida e fazendo o possível para andar na linha. O ator se esforça para buscar aquilo que falta em sua vida, mas que ele mesmo não sabe ao certo o que é.

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    Bojack será o protagonista de um filme sobre Secretariat, um famoso cavalo de corrida. No início, tem dificuldades para encontrar o tom do personagem e chega a questionar suas próprias capacidades de atuar. Será que os nove anos à frente do seriado Horsin’ Around o manteve na mediocridade da atuação?

    O estilo de humor se mantém firme e forte, talvez um pouco mais ácido. As toneladas de referências continuam a pipocar na tela, em sua maioria de forma sutil, em segundo plano nas cenas, uma sacada muito boa que não se torna cansativa. A série não tenta forçar referências bobas para que o espectador médio se sinta inteligente. Ele simplesmente joga a referência. Quem pegar, pegou. Fique de olho no cenário, nos personagens ao fundo, nos acontecimentos ao redor. Verá que a construção das cenas é muito rica, às vezes chega a ser assustadora a quantidade de detalhes que passará batido pela maioria dos espectadores. Isso mostra a qualidade na produção.

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    A temporada se arrasta um pouco na primeira metade. Os pontos desenvolvidos são interessantes, o problema é a falta de ritmo. Porém, a segunda metade engrena de uma forma absurda.

    Grande parte do elenco da primeira temporada retorna. Will Arnnet (Bojack), Aaron Paul (Todd), Amy Sedaris (Princesa Carolyn), Alison Brie (Diane), Paul F. Tompkins (Sr. Peanutbutter), e todos estão muito bem. Alguns nomes conhecidos aparecem, como Lisa Kudrow fazendo a voz da nova personagem Wanda, e uma aparição inusitada e divertida de Daniel Redcliffe interpretando ele mesmo (e tirando um sarro da própria cara). Importante dizer que a dublagem brasileira continua excelente, mantendo o espírito adulto da série, não poupando palavrões e termos grosseiros.

    Bojack Horseman é um favor à cultura pop. Uma animação adulta, repleta de referências que não subestimam o espectador. Nem tudo é extremamente inovador e genial, mas o conjunto da obra é maravilhoso. Quem gostou da primeira temporada pode assistir à segunda sem medo.

  • Crítica | Êxodo: Deuses e Reis

    Crítica | Êxodo: Deuses e Reis

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    A frieza dos números proferidos antes da ação começar é quase como um alerta, um aviso aos desavisados sobre a morosidade que estava prestes a ocorrer. Passados 1300 anos antes da “era comum”, somados a 400 anos de escravidão do povo hebreu, Ridley Scott foca a parte burocrática da Bíblia para introduzir o público no épico que retrata o segundo livro das escrituras cristãs sagradas, no qual se destaca um povo devoto, apesar das adversidades que ocorrem em seu cotidiano escravagista.

    O Moisés de Christian Bale seria um resistente. Mesmo nas cenas em que é mostrado agindo a favor do país que o acolheu, percebe-se um bocado de hesitação, fruto de uma desconfiança ainda não justificada, visto que o filme começa com o protagonista já adulto. Coincidentemente, a trajetória do Libertador começa semelhante a de outro herói ao qual Bale deu vida, pois Batman e Moisés começam suas jornadas na meia-idade – ainda que em Batman Begins haja variados flashbacks da traumática infância do destemido protagonista, e o segundo já comece mostrando Moisés ornado com vestes douradas, remetendo à condição real do hebreu criado no palácio.

    Um dos pontos facilmente notáveis é a estrutura narrativa “clonada” de Gladiador, talvez o último sucesso indiscutível do diretor. A posição do herói, antes ao lado do tirano império para depois voltar-se contra ele, é a mesma, assim como a estranha coincidência entre Maximus e Moisés, ambos muito admirados por seus mentores, em detrimento da figura que sucederia o trono da instituição monárquica. Reside o primeiro dos muitos problemas de Êxodo na completa ausência de interpretação do estrelado elenco. Quase todas as performances são realizadas no piloto automático, exceção, talvez, de John Turturro, que faz um iluminado Seth – faraó do começo do filme. Sigourney Weaver, Ben Kingsley, Bale e até Joel Edgerton atuam de forma mecânica, com muitas dificuldades de demonstrar qualquer sentimento em tela, o que prejudica demais a rivalidade que deveria haver entre o futuro faraó Ramses (Edgerton) e seu primo/irmão Moisés.

    Apesar do caráter épico da obra e das cenas em CGI serem deslumbrantes, o mesmo não se pode dizer da postura do protagonista. O Libertador de Israel deveria mostrar-se um sujeito em franca evolução, um incrédulo que passa a acreditar no Deus de seus pais e que, com o tempo, retorna a confiança que tinha desde os tempos em que reinava sobre todos. Quanto à primeira parte, não há crítica alguma. Bale consegue interpretar bem o herói falido, mas não consegue ser nada parecido com o colossal personagem bíblico. Não parece a figura imponente que deveria subjugar o inimigo comum do Povo de Deus, representado por Babilônia e Roma em tempos posteriores e neste, mostrado como o Egito. A frase dita pelo príncipe egípcio de que “a verdade não é uma boa história” se encaixa perfeitamente no arquétipo do personagem, ainda que essa “verdade” seja bastante discutível.

    A primeira recusa ao chamado transforma Moisés em um homicida, em uma versão diferente da bíblica, mas fiel em essência e ideia. Esse é o catalisador da mudança que o leva a ser pastor e pai de família. No entanto, a transição é problemática, pois seu retorno à terra dos escravos como um eremita faz Moisés parecer insano, um louco que cedeu à pressão dos muitos anos no deserto, movido por vozes de Um Invisível. O estigma de louco piora ao revelar o comportamento de seu futuro discípulo, Josué, vivido por um Aaron Paul ainda mais entorpecido do que em Breaking Bad.

    Moisés logo abandona o arquétipo de resignado profeta para se tornar um guerrilheiro visionário, liderando os seus como o general que inspira a resistência aos tiranos. Os métodos que começa a usar são pouco ortodoxos, extremamente belicistas, errados aos olhos do Criador. A ideia de mostrar os hebreus insatisfeitos é bela – e válida –, mas soa forçada e inverossímil.

    Há uma tentativa de compensação das falhas de conteúdo com o realismo auto infligido às pragas egípcias. O visual é belo, mas não consegue esconder as terríveis falhas de motivação dos personagens centrais, especialmente o estupefato comportamento do líder israelita, que não tem qualquer segurança em seus mandos e desmandos.

    Nota-se uma leve elevação da qualidade dos filmes de Ridley Scott, mas que é somente notada pela extrema decepção que foram O Conselheiro do Crime, Robin Hood e Prometheus. Moisés é um libertário sem nuances, um líder irresoluto durante a fita inteira, incapaz de evoluir, distante demais do arquétipo de Libertador, como é conhecido na Bíblia Sagrada, não inspirando qualquer confiança ou avidez por mudança. Êxodo: Deuses e Reis tenta ter pompa e procura ser magnânimo, mas sofre os defeitos de concepção, injustificáveis sequer pelo fato de ser um blockbuster.

  • Review | Bojack Horseman – 1ª Temporada

    Review | Bojack Horseman – 1ª Temporada

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    Em meio a tantas sitcom, a TV americana é brindada, no ano de 1987, com a série Horsin’ Around, protagonizada por Bojack Horseman. O trocadilho infame entre o título da série e o ator principal, aliado à fórmula das comédias da época, garantiu um estrondoso sucesso a Horsin’ Around. E, como é de praxe, após o término do seriado, Bojack caiu no ostracismo.

    Na tentativa de reerguer sua falida carreira, o ex-astro irá publicar uma autobiografia. Para isso, contrata uma “escritora-fantasma”, que irá redigir o livro e dará os créditos de autoria ao próprio Bojack. Esta é a base para a história aparentemente simples desta nova série da Netflix.

    Bojack é um completo idiota. Uma pessoa/cavalo ruim. Odioso. Só faz merda. Vive em escândalos. Trata mal as pessoas. Tem uma vida desvairada regada a sexo e drogas. E o incrível disso tudo: ele tem carisma suficiente para que o espectador goste dele.

    As temáticas adultas se mesclam à estética aparentemente infantil de animais antropomorfizados, criando um paradoxo interessante. Diversos elementos da cultura pop foram parodiados em referência a animais, muitas vezes de forma sutil. Isso prova que a série não quer simplesmente vomitar referências para cativar espectadores.

    O dia a dia de Bojack, acompanhado de sua escritora-fantasma Diane, mostra o quão lixo este astro decadente é. Sua empresária e ex-namorada, Princess Carolyn (sim, este é o nome desta personagem mulher-gato-rosa), faz o possível para tentar reerguer a fama de Bojack, mas não abandona seu lado mercenário. O amigo (?) Todd Chavez, com sua ingenuidade, é um bom contraste para a personalidade arrogante de Bojack. E todos os personagens são muito bem trabalhados e com características particulares.

    Will Arnett (Arrested Development) e Aaron Paul (Breaking Bad), além de produtores da série, dão as vozes a Bojack e Todd. Dentre o elenco de dublagem, temos diversas figuras já conhecidas, como Alisson Brie (Community) e Stanley Tucci (O Terminal). A dublagem brasileira também possui muita qualidade, sendo uma boa opção para quem não quer encarar as legendas.

    Bojack Horseman foi uma grata surpresa. Apesar de alguns clichês, o roteiro é muito bom e tenta fugir do óbvio, inclusive com situações pouco puritanas. Bojack é um ótimo anti-herói e, apesar dos pesares, causa empatia suficiente para que o espectador torça por seu sucesso. Esta primeira temporada criou um belo pano de fundo para desenvolver ainda mais a história. Uma animação para adultos altamente recomendada.

  • Crítica | Uma Longa Queda

    Crítica | Uma Longa Queda

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    Pessimista e catastrófico, ainda que de um modo leve e agridoce, tratando a morte como algo comum e inerente à existência humana. O fim da trajetória chamada vida não precisa ser algo triste ou digno de choro. Mais que isso: a naturalidade do suicídio é algo presente nas palavras de Martin Sharp, um senhor de meia-idade e famoso apresentador de TV vivido por Pierce Brosnan, e que é o primeiro contador da história de Uma Longa Queda (A Long Way Down), o novo filme de Pascal Chaumeil baseado no texto original de Nick Hornby.

    Em um evento inesperado, de caráter completamente entrópico, Sharp, naquela noite de réveillon, conta com a presença de outras três pessoas que também querem cometer a própria morte, primeiro Maureen (Toni Collette), depois Jess Crichton (Imogen Poots) e J.J. (Aaron Paul). Entre eles há pouco em comum. O repertório e estilo de vida dos personagens são completamente singulares, e cada um contém o seu próprio microcosmo com razões suficientes para odiar a vida. Em comum, somente a aflição da alma. A interação do quarteto mais lembra uma esquete teatral de cunho tragicômico do que um filme. Com o tempo, os personagens se afeiçoam e passam a estimar uns aos outros, projetando cuidado e apoio mútuo aos colegas. Após sofrer uma overdose, Jess, a mais nova e incendiária do grupo – e ainda em recuperação -, sugere que os quatro selem seu destino suicida juntos, dali a seis semanas, no Dia de São Valentim, a segunda data em que mais acontecem suicídios, atrás apenas da virada do ano em incidência desse tipo de caso.

    Em determinados pontos da trama, o narrador dá voz a um dos quatro suicidas, alternando-se. A variação da linguagem explora alguns motivos para a precoce interrupção da vida, como a invisibilidade social, excesso de burocracia, dificuldades de conviver com a própria família, a sensação intermitente de que a vida passa diante dos olhos. Em resumo, a causa que contorna todas as vidas é a da infelicidade motivada pelo sentimento inexorável de solidão.

    Apesar da propensão de Hornby para contar histórias cômicas, o roteiro de Jack Thorne tem um viés muito mais dramático, mostrando o quão intragável é a vida dos personagens e o quão difícil é viver em meio às mentiras que os próprios kamikazes inventam para aplacar ou amenizar o seu sofrimento. A história da morte coletiva planejada vaza para a imprensa, que trata de explorar o circo midiático o qual naturalmente atravessa toda a situação. Graças ao entorno da vida de alguns dos personagens, é interessante para os canais explorar o curioso e fracassado fim da vida, mas a atenção dispensada a eles é pequena, apesar das expectativas de Sharp, que até neste momento derradeiro de sua trajetória se sente humilhado e pouco valorizado.

    Como já era esperado, o pacto foi quebrado, assim como a amizade entre os iguais. A esperança que existia em virtude da união também se esvaiu, e cada um deles tem de lidar com a sua rotina de modo diferente, uma vez que o fim das suas vidas foi postergado novamente.

    Talvez a questão maior do filme esteja em discutir os métodos usados pelos homens para lidar com o que é inevitável. A insistência em sentir-se impotente diante das dificuldades mundanas faz com que este mesmo homem esconda-se, faz com que tenha medo de enfrentar os seus demônios. A existência dessas sensações nem sempre é evitável, uma vez que a maioria dos obstáculos não é inventada pela cabeça do suicida.

    Procurar uma saída digna para as dúvidas referentes à continuidade da vida é o melhor e mais otimista ponto da história de Nick Hornby, que, apesar de cair em algumas armadilhas piegas, consegue passar uma história simpática, capaz de fazer o público se importar com seus personagens, uma vez que eles são como arquétipos. Pessoas reais como as que cruzam as ruas todos os dias e que têm de tocar as suas próprias vidas sem fórmulas mágicas, nem garantias de finais felizes.

  • Crítica | Need for Speed: O Filme

    Crítica | Need for Speed: O Filme

    Need-For-Speed

    Uma série de fatores já denunciavam que esta seria uma produção complicada. O primeiro e mais óbvio: o timing, que resultou numa aparente falta de originalidade. Impossível olhar para este filme e não encará-lo como um Velozes e Furiosos genérico. Ironicamente, a franquia de games Need For Speed serviu como inspiração para a saga de Toretto e sua turma. No cinema a relação fica invertida  um tanto injusto, mas a vida é assim. John Carter que o diga.

    Mas quem dera se a sensação de algo já visto antes fosse o único problema de Need For Speed – O Filme. Adaptações de games para as telonas sempre encaram um monstro chamado “perda da interatividade”, restando apenas a história. O que fazer em casos de filmes cujos roteiros não são exatamente o forte do jogo? E ainda: como se diferenciar daquela outra franquia que envolve carros velozes? Enquanto Velozes e Furiosos abraçou a zoeira sem limites e encontrou seu nicho na diversão descerebrada, Need For Speed tenta se levar a sério, investir numa histórica dramática entre as corridas. Mas aí parece se lembrar de que “precisa” fazer algumas referências aos games e embarca em situações altamente inverossímeis que não se encaixam no realismo trabalhado até então.

    Dirigido por Scott Waugh e roteirizado por George e John Gatins, o longa conta a história de Tobey Marshall (Aaron Paul). Dono de uma oficina e talentoso piloto de rachas, Tobey é incriminado por seu arqui-inimigo Dino Brewster (Dominic Cooper) e acaba preso. Anos depois, ele parte em busca de justiça e vingança, naturalmente sobre quatro rodas e em alta velocidade. E aí o roteiro começa a derrapar. Obstáculos e elementos complicadores são sugeridos, mas tudo se resolve rapidamente, com muita facilidade.

    Tobey e seus amigos (todos absurdamente fiéis) trabalham em uma oficina prestes a falir, mas possuem carros e equipamentos de ponta. Uma corrida ilegal, supostamente secreta e exclusiva para poucos, mas que é amplamente anunciada na Internet por um famoso radialista amador. O protagonista, recém-saído da prisão, consegue convencer o ricaço a “emprestar” seu carro de três milhões de dólares para usá-lo numa atividade ilegal, cujo prêmio para o vencedor seria apenas levar pra casa todos os outros carros  supondo que estes não acabem destruídos ou apreendidos. E, evitando entrar em spoilers, a forma infantil e simplória com que um caso judicial é resolvido dois anos depois do ocorrido é uma agressão à inteligência do espectador.

    O roteiro também não acerta a mão ao estabelecer o desenvolvimento dos personagens e as relações entre eles. Falta carisma a Aaron Paul; ele repete todos os trejeitos do seu Jesse Pinkman da reta final de Breaking Bad, e simplesmente não convence como protagonista/herói de ação. Não há química alguma entre ele e o interesse romântico vivido pela absurdamente linda Imogen Poots, também porque esta personagem não diz a que veio, parece estar ali simplesmente por obrigação. Dominic Cooper é prejudicado por ter pego o papel de um vilãozinho quase mexicano de tão caricato. Michael Keaton pouco acrescenta, pois só faz monólogos (e parece interpretar o mesmo personagem de Robocop). Ah, e um destaque negativo para Scott Mescudi, que vive um dos amigos de Tobey. Espécie de Jamie Foxx genérico, ele tentar ser cool, engraçado e falastrão, mas fica tão forçado e estereotipado que se torna o personagem mais chato do filme.

    Com relação aos aspectos visuais, o filme merece crédito. O diretor entende a proposta de espetáculo e emprega bem recursos como zoom, câmera lenta, e ângulos que favorecem a beleza das máquinas e dos cenários. Os efeitos especiais acompanham a qualidade, sendo dignos do que se espera de um blockbuster. Mas é pouco, não há como negar. Need For Speed – O Filme é razoável e esquecível mesmo se encarado como simples entretenimento. Ainda que a arrecadação fora dos EUA tenha evitado o fracasso (domesticamente, o filme sequer se pagou), é difícil enxergar uma franquia nascendo aqui. Velozes e Furiosos, indo para o sétimo filme, não enxergou nem mesmo uma distante poeirinha pelo retrovisor.

    Texto de autoria de Jackson Good.