Tag: Anthony Mackie

  • Review | Falcão e Soldado Invernal

    Review | Falcão e Soldado Invernal

    Um dos problemas das séries da Marvel veiculadas na Netflix era a total desconexão com os “primos ricos” do cinema. Demolidor, Luke Cage, Punho de Ferro e Jessica Jones tiveram seus momentos, mas careciam de coesão junto as produções de Kevin Feige. Quando o produtor passou a também comandar o setor foram anunciadas algumas séries, sendo a primeira delas Falcão e Soldado Invernal.

    Como ocorreu com Wandavision, que por conta da pandemia acabou sendo lançada primeiro, foi escolhido um diretor para a temporada inteira, Kari Skogland, e o comando da série ficou por conta de Malcolm Spellman. Isso garantiu coesão em abordagem temática e ação, sendo este último um dos aspectos mais positivos dos seis episódios. Os momentos de perseguição se assemelham aos de um thriller, com a mesma ambientação que os irmãos Russo impuseram em Capitão América: Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil, incluindo também um sem número de referências a personagens e momentos da historiografia do Capitão América nos quadrinhos, de Joe Simon e Jack Kirby a Ed Brubaker.

    A série troca a ideia de mostrar sidekicks agindo em torno de um legado para apresentar uma temática de excluídos tentando provar seu valor. O Sam Wilson de Anthony Mackie e o Bucky Barnes de Sebastian Stan são encarados como fracos ou não dignos de confiança. Em suma, são temas que já foram abordados em outras séries, inclusive de super-heróis como Raio Negro ou Justiceiro, mas atualizados para os dias atuais. O problema maior é que no caso da produção da Disney essas questões são mais mencionadas que desenvolvidas, com o roteiro só arranhando a superfície, quando não faz pouco caso de pautas e discursos revolucionários no arco de pelo menos dois dos personagens que orbitam os protagonistas.

    Mesmo com essas problemáticas, o saldo é positivo. O mundo em reconstrução posterior a intervenção de Thanos em Vingadores: Guerra Infinita mostra como os homens se viraram para manter a sociedade e como essas questões terrenas tem implicações graves para o globo. Falcão é um herói pragmático, mundano, sem poderes e que ainda que se mostre inseguro não refuga sua missão de combater as injustiças. Essa trama contrasta com a personalidade e tentativa de imposição do novo Capitão América. O inconsequente e violento John Walker de Wyatt Russell é a antítese desse comportamento, é super idealista, mas super impulsivo. Seu arquétipo que parece funcionar melhor nos quadrinhos para alguns personagens à margem do heroísmo clássico, mas não é o ideal para seguir o rumo do manto que o governo escolhe lhe dar. Para além até das óbvias e injustas comparações de sua persona com os heróis de Zack Snyder, já que sua construção possui muito mais nuances que as versões sombrias dos filmes da DC pós Homem de Aço.

    Há algumas conveniências esquisitas no final, muitas pontas soltas são mal amarradas e os heróis claramente fazem vista grossa para o destino de personagens que já foram seus aliados no passado. O sexto capítulo é bastante apressado, tem boa parte dos problemas que o nono episódio de Wandavision, inclusive nas questões de obviedades ligadas aos mistérios que a série estabelece. No entanto, mesmo suas conveniências seriam mais aceitáveis caso os temas espinhosos e adultos fossem tratados de maneira menos polida e conciliatória. A estética de escapismo dos heróis parecia estar sendo dobrada neste Falcão e Soldado Invernal, mas o final se percebe realmente que esse é mais um fruto das histórias medíocres (no sentido literal da palavra) do universo Marvel comandado por Feige, pois apesar de apresentar alguma coragem inicial, acaba abraçando o discurso fácil, especialmente na figura do Falcão, que durante os outros cinco episódios, parecia o mais pé no chão entre os vigilantes, mas se torna o bobo idealista que acha que usando chavões e frases feitas ajudará o mundo a ser mais justo. É piegas e nada pragmático esse desfecho, que mais uma vez aposta na fórmula de referenciar futuras produções para esconder sua própria mediocridade.

  • Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo Marvel

    Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo Marvel

    Meus amigos, a Disney não está para brincadeira! A data de dez de dezembro de 2020 poderá entrar para uma das principais da história desta gigante do entretenimento, já que foi o Dia dos Investidores da Disney, onde a “empresa do Mickey Mouse” apresenta para seus investidores seus projetos futuros. Foi uma maneira agradável de dizer que o seu dinheiro será empregado pesadamente em produções audaciosas para o público em geral, que envolve a Disney propriamente dita, a Pixar, Marvel e Lucasfilm com o universo de Star Wars.

    De fato, o que se viu foi que a Disney investirá pesado no seu canal de streaming, o Disney+, demonstrando querer viver não só do passado, mas de um futuro bastante promissor. Inclusive, o evento aproveitou para mencionar o sucesso estrondoso do canal que já está próximo de bater a meta que estava prevista para daqui 4 anos.

    Mas nem tudo são flores, uma vez que diversos projetos poderão sofrer cancelamentos ou mudanças em suas trajetórias. Falaremos isso em um texto mais específico.

    Aqui nós acompanharemos o que vem por aí no mundo dos heróis da Marvel.

    Enquanto a Lucasfilm aposta em lançamentos inéditos, trazendo pouquíssimos rostos conhecidos, a Marvel opta por um caminho totalmente oposto, usando e abusando dos rostos que conhecemos nos últimos 12 anos de seu universo cinematográfico, porém, ousando um pouco mais.

    WANDA VISION

    Embora a produção de Wanda Vision não fosse novidade pra ninguém, já que a bizarra série estrelada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany já teve diversos trailers lançados, o anúncio serviu apenas para informar a data de sua estreia no Disney+, que será logo no começo de 2021, em 15 de janeiro.

    THE FALCON AND THE WINTER SOLDIER

    A série do Falcão e do Soldado Invernal, embora já estivesse em estágio avançado de produção, buscou esconder ao máximo imagens oficiais e detalhes da trama. Estrelada por Anthony Mackie e Sebastian Stan, ambos retornando aos seus papeis, The Falcon And The Winter Soldier teve divulgado seu primeiro e lindo trailer recheado de ação e com uma bela fotografia. A produção também ganhou uma data de estreia para 19 de março de 2021.

    LOKI

    Épico e louco. Essa é a definição para a série de Loki que teve seu primeiro trailer divulgado. Loki mostrará o que aconteceu com o personagem após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato, e trará novamente o querido Tom Hiddleston na pele do Deus da Trapaça.

    WHAT IF…?

    What if…? já tinha sido anunciada anteriormente, mas assim como The Falcon And The Winter Soldier, a animação que ficou em segredo finalmente ganhou seu primeiro trailer e nele podemos ver que Peggy Carter foi quem recebeu o soro de super soldado do Capitão América, além de vermos T’Challa como Senhor das Estrelas.

    QUARTETO FANTÁSTICO

    Talvez a maior novidade nos anúncios da Marvel. Com a compra da Fox pela Disney tivemos o retorno dos direitos sobre o Quarteto Fantástico e dos direitos sobre os X-Men. Porém, é com a equipe de cientistas que a Marvel resolveu arriscar primeiro. O filme será dirigido por John Watts que é o responsável pelos filmes do Homem-Aranha da fase Tom Holland. Vale lembrar que será a terceira tentativa de fazer o quarteto vingar nas telas.

    INVASÃO SECRETA

    Talvez a maior surpresa da noite. Teremos a adaptação do arco Invasão Secreta e ela será estrelada nada mais nada menos por Samuel L. Jackson, como Nick Fury e Ben Mendelsohn, como o Skrull Talos que apareceu em Capitã Marvel e Homem-Aranha: Longe de Casa.

    SHE-HULK

    A série da Mulher Hulk contará com o retorno de Mark Ruffalo na pele do Gigante Esmeralda e ainda terá o retorno de Tim Roth como o vilão Abominável, que apareceu no filme O Incrível Hulk estrelado por Edward Norton. Não é a primeira vez que personagens deste filme retornam em filmes do MCU, já que William Hurt, que viveu o General Ross, apareceu em filmes como Capitão América: Guerra Civil, além de ter presença garantida em Viúva Negra.

    A protagonista será vivida pela atriz Tatiana Maslany.

    ARMOR WARS

    Armor Wars será estrelada por Don Cheadle, o Máquina de Combate. Após a morte de Tony Stark, James Rhodes luta para que as invenções de seu melhor amigo não caiam nas mãos erradas.

    IRONHEART

    Mais uma série que buscará manter o legado do Homem de Ferro. De acordo com a própria Disney, veremos Riri Williams (vivida por Dominique Thorne) criando a armadura mais tecnológica desde as armaduras criadas por Tony Stark. É muito provável que na série, Riri se torne a heroína Coração de Ferro.

    THE GUARDIANS OF THE GALAXY HOLIDAY SPECIAL

    Um anúncio que faz o fã cair na gargalhada, depois colocar a mão na consciência e chegar na seguinte conclusão: James Gunn é um gênio. Todos sabem do famigerado Star Wars Holiday Special e aquela discussão de ser cânone ou não, depois de total constrangimento ao término da fita. Pouco importa. Mas será lindo ver uma sátira promovida pelos Guardiões da Galáxia. Ah, roteiro e direção de Gunn, e sim, será em live action.

    I AM GROOT

    O querido Groot também ganhou uma série para chamar de sua. Aqui a estrela será sua versão bebê apresentada em Guardiões da Galáxia Vol. 2, numa série de curtas animados.

    ANT-MAN AND THE WASP: QUANTUMANIA

    Também foi anunciado o terceiro filme do Homem-Formiga. E pelo título, além de dar a entender que o filme será focado no mundo quântico, está mais que claro que a Vespa ganhou o público e os executivos dividindo o protagonismo. Embora tenhamos o retorno de Peyton Reed na cadeira da direção e o retorno de Paul Rudd e Evangeline Lilly, Cassie Lang será vivida por Kathryn Newton.

    E ainda tivemos alguns anúncios interessantes, como o anúncio do novo filme da Capitã Marvel, que trará a Ms. Marvel (que também ganhou um seriado protagonizado), além de uma adulta Monica Rambeau. Teremos também a continuação de Pantera Negra com o devido respeito ao legado deixado por Chadwick Boseman que faleceu há pouco tempo, não escalando um novo T’Challa e o bombástico anúncio de que Christian Bale estará em Thor: Love And Thunder, como o vilão Gorr, o Carniceiro dos Deuses.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Crossover

    Crítica | Crossover

    O basquete de rua é uma modalidade de um esporte popular que tem tantos adeptos que rivaliza facilmente com as modalidades profissionais, claro, sem boa parte do glamour. Crossover trata disso, mas também mergulha em uma realidade diferente, mostrando personagens humanizados e idealizados, em um contexto diferente, primeiro jogando Streetball, que é uma forma mais organizado do tradicional basquete de rua, e outro na realidade de Tech (Anthony Mackie) e Noah Cruise (Wesley Jonathan), dois caras habilidosos de Michigan/Detroit, que trabalham na mesma loja de eletrônicos, com ambições bem diferentes e que jogam no mesmo time combinado, o Enemy of the State.

    Tech é um sujeito mais pés no chão, trabalha como atendente, é viajandão e impulsivo, seu amigo por outro lado tem um talento maior, e seus planos passam por se profissionalizar. O que eles tem a mão são os campeonatos amadores, e essa construção de atmosfera e cenário. Infelizmente há poucas cenas dos jogos em si, o que se desenvolve é a rivalidade entre Tech e Vaughn (Wayne Brady), um adversário de quadra, e eventualmente os convites de Vaughn (Wayne Brady) a Noah, para tentar a vida como esportista ao invés de investir nos estudos que faz na faculdade de medicina.

    Há uma clara referência visual, seja em tom de reverência ou mero compartilhamento de inspirações com os filmes de John Singleton. Há tomadas que lembram demais +Velozes +Furiosos, Os Donos da Rua e Baby Boy. Além disso, nos pequenos golpes de Tech, nota-se uma reverência enorme a Roy Preston e seu Homens Brancos Não Sabem Enterrar, embora a realidade aqui seja muito mais suburbana, e seus cenários

    O filme foi rodado basicamente em dois lugares, basicamente, Detroit e Los Angeles, mas quase não se nota a diferença local nas tomadas escolhidas pelo diretor Preston A. Whitmore II. A diferença local mesmo é vista na mentalidade dos dois personagens. Tech cresceu e vive no mesmo bairro perigoso de sua infância, e essa vivência influi até em seu ego, que não aceita bem a participação que faz em um comercial quando um ator famoso substitui seu rosto nessa que é uma propaganda de circulação nacional, enquanto Cruise, por ter se mudado para um bairro de poder aquisitivo maior, depois que sua mãe morre e vai para casa de sua avó, que o ajuda a ter mais oportunidades, por ter mais dinheiro.

    O argumento de que o dinheiro liberta a mente é um bocado complicado, a impressão que o roteiro dá em muitos pontos é que a indolência de Tech é dada pelo ambiente em que vive, mas a realidade é que o lugar de origem dos dois formou caráter, e é evidente que pessoas com poucas oportunidades tendem a ser mais amargurados e magoados. Aos poucos o filme se torna mais explícito na exploração das oportunidades, e mostra que por mais que o destino dos amigos tenha mudado e por mais que seus anseios sejam diferentes, ainda há uma ligação de alma ali, e o ambiente social não os enfraquece, e sim os fortalece, os torna mais duros na queda e mais resistentes as humilhações que a vida os impõe, por serem negros, por terem origem humilde e por se atreverem a não mais uma na multidão que se enxerga como coitado.

    O script tem fragilidades, e apela algumas vezes para o emocional, e os momentos finais são carregados disso, de  um melodrama que acerta quando é sucinto e erra demais ao ser demasiado emocional. Mas as cenas de jogo superam isso, e a atuação de Mackie como o vingativo e justiceiro amigo dos seus amigos faz todo o restante valer a pena. Crossover tem muita alma, em alguns pontos, exagera na questão emotiva, mas não é um objeto genérico, é carregado de espírito e caráter.

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  • Crítica | Vingadores: Ultimato

    Crítica | Vingadores: Ultimato

    Não é de hoje que vinha sendo dito que Vingadores: Ultimato marcaria o encerramento da Saga do Infinito, que começou lá em 2008 com Homem de Ferro e que se estendeu por 11 vitoriosos anos e 22 filmes, ao todo. As Joias do Infinito foram aos poucos sendo introduzidas e cada filme mostrava um pouco daquilo que estava por vir. Tudo muito bem programado e arquitetado pela Marvel, que se mostrou uma estrategista sem igual no que diz respeito ao planejamento. Obviamente, ao longo de 22 filmes, vimos uma montanha russa no quesito qualidade. Alguns filmes são realmente bons, como o ótimo Capitão América: O Soldado Invernal, ou como o primeiro Guardiões da Galáxia, sendo que outros são bem fraquinhos e que não vale a pena nem comentar. Aliado a isso, tivemos o início desse encerramento em Vingadores: Guerra Infinita, que foi um dos grandes momentos da história do cinema, reunindo num só filme os principais heróis dessas histórias contadas por mais de 10 anos. E é com Vingadores: Ultimato que esse ciclo se encerra.

    Após reunir todas as Joias do Infinito, Thanos (Josh Brolin) dizimou metade da população de todo o universo e o filme se inicia bem nesse momento para, logo em seguida, situar seus principais personagens, como os Seis Originais, vividos por Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), juntamente com Máquina de Combate (Don Cheadle), Homem-Formiga (Paul Rudd) e os Guardiões da Galáxia, Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Nebulosa (Karen Gillan), sobreviventes no filme anterior. Se Guerra Infinita tinha uma pegada mais urgente e ainda assim sobrou tempo para trabalhar os personagens, em Ultimato, esse tempo não existe e se o espectador não for ligeiro, ficará sem entender nada em alguns momentos. Inclusive, vale destacar que algumas das teorias são verdadeiras e muitas coisas que fãs acreditavam que aconteceria, realmente acontecem! Só que ninguém falou que aconteceria logo na primeira meia hora de fita e o desenrolar, aos poucos, vai perdendo aquele tom de obviedade, tornando tudo uma grata surpresa.

    Importante dizer que Ultimato é bem diferente de seu antecessor, Guerra Infinita, tanto no que diz respeito ao tom, quanto no que diz respeito ao rumo que cada personagem tomou após o drástico evento. Embora parte dos Vingadores estivesse operando em vários locais do mundo e tentando seguir a vida da maneira como podem, outros foram terrivelmente afetados pela aniquilação. Alguns foram para caminhos muito sombrios e outros foram para caminhos extremamente bizarros e desnecessários. Estes em específico causaram uma notória divisão dentro da sala do cinema. Parte ria, parte se revoltava, principalmente com os rumos tomados por Thor, que foi a maior surpresa de Guerra Infinita.

    É interessante como os diretores Joe & Anthony Russo e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely se propuseram a criar uma história mais intrincada e épica que a anterior. Embora conte com um número mais reduzido de personagens, a missão dos Vingadores é maior e cheia de detalhes, sem contar que é a mais audaciosa de suas vidas. Audacioso também é o desafio proposto pela equipe criativa, porque paralelamente à história principal, após sua primeira hora, dá-se início a uma série de homenagens e surpresas que celebram os mais de 50 anos de histórias da Marvel Comics, além de celebrar os 11 anos do seu Universo Cinemático – UCM. São tantos detalhes, que talvez seja necessário um texto inteiro para apontar esses acontecimentos, que são desde cenas inteiras, passando por frases marcantes. E é aí que nas duas horas seguintes você para de analisar o filme com frieza e volta a ser criança, principalmente no último ato, quando a sala do cinema se entrega de vez à diversão, algo que acontece até o último segundo.

    Se Guerra Infinita era um filme sobre Thanos, Ultimato é um filme sobre os Vingadores. E é impressionante como Gavião Arqueiro, Viúva Negra, Homem de Ferro e Capitão América se destacam no meio de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Robert Downey Jr e Chris Evans tem uma atuação de gala e entregam neste filme suas melhores atuações no UCM. A carga emocional que os personagens enfrentam do primeiro ao último minuto de tela é transportado para os olhos do espectador com maestria pelos atores. Não é a toa que os (vários) melhores momentos do filme são protagonizados pelo Homem de Ferro e pelo Capitão América. E não é a toa que os momentos mais emotivos também são protagonizados pelos dois.

    Emoção é um sentimento que define bem Vingadores: Ultimato. Um filme que não só fecha a Saga do Infinito, mas que também coloca ponto final nos arcos de vários personagens, fecha algumas portas, abre outras e principalmente encerra um ciclo de pouco mais de uma década que foram relevantes para a história do cinema. Inclusive, após o seu final, o título original em inglês, Endgame passa a fazer mais sentido do que nunca. A Marvel Studios sai de cabeça erguida e com a promessa de se manter no topo, mas com um novo e mais complicado desafio. Avante, Vingadores!

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • VortCast 57 | Vingadores: Guerra Infinita

    VortCast 57 | Vingadores: Guerra Infinita

    Bem-vindos a bordo. A pedido dos ouvintes, Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe Pereira (@filipepereiral), David Matheus Nunes (@david_matheus) e Jackson Good (@jacksgood) se reúnem para comentar sobre o filme Vingadores: Guerra Infinita.

    Duração: 103 min.
    Edição: Julio Assano Junior
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Vingadores: Guerra Infinita

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    VortCast 47 | Homem-Aranha e o Cinema

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  • Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Crítica | Vingadores: Guerra Infinita

    Como eu havia escrito no meu texto sobre as expectativas em torno de Vingadores: Guerra Infinita, a hora havia chegado. O filme que marca os 10 anos do conhecido Universo Cinematográfico Marvel – UCM chegou aos cinemas com muitas dúvidas, desde as mais óbvias no que diz respeito ao encaixe de dezenas de heróis e seus coadjuvantes em tela, passando pelas apostas sobre qual herói seria o candidato a morrer e a partir os corações dos fãs, até a pergunta mais óbvia e com extrema relevância para a trama: onde está a Joia da Alma?

    Vingadores: Guerra Infinita entrega aos fãs e ao espectador aquilo que satisfaz desde os mais aficionados até aqueles que não estão tão familiarizados assim com o UCM e melhor, além de encher os olhos daquele que assiste, causando as mais diversas sensações, amarra todo o universo iniciado em 2008 com Homem de Ferro, tendo Pantera Negra como último “representante”, solucionando todas as dúvidas e amarrando todas as pontas soltas no decorrer do caminho, além de jogar no ar muitas outras perguntas que, talvez comecem a ser respondidas nas produções Homem-Formiga e a Vespa, Capitã Marvel e, obviamente, na quarta aventura da equipe que estreará somente em 2019, embora já esteja em estágio final de filmagem.

    Tentando evitar spoilers ao máximo neste texto, Guerra Infinita, como todos já sabem, marca a busca do vilão Thanos (Josh Brolin) pelas Jóias do Infinito e tem como ponto de partida os minutos seguintes da cena pós-créditos de Thor: Ragnarok, quando a nave da nova Asgard é abordada por outra gigantesca nave. Logo em seus primeiros minutos o filme já mostra quem de fato é Thanos e ele é assustador. Assim, deu-se início ao maior filme da curta, porém, de sucesso história da Marvel.

    Logo no início desse texto foi falado que um dos maiores desafios da produção seria encaixar tantos heróis, protagonistas e coadjuvantes em tela, e após o término do filme, tem-se se a sensação que cada um dos milhares de nomes que aparecem nos créditos finais, desde a direção de Joe e Anthony Russo, passando pela história escrita por Christopher Markus e Stephen McFeely, até prestadores de serviço como o “cozinheiro de Robert Downey Jr”, ou o “cabeleireiro de Don Cheadle”, merecem ser aplaudidos de pé. O cuidado com a história é tão minucioso que coisas “bobas”, mas que poderiam ter ficado de fora estão lá. Um pequeno exemplo disso é que devemos lembrar que Bruce Banner (Mark Ruffalo), por exemplo, abandonou o planeta ao final de Vingadores: Era de Ultron e ficou anos fora do ar, enquanto, na Terra, acontecia os eventos de Guerra Civil, Homem-Formiga, Doutor Estranho, Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Pantera Negra. Banner acaba sendo atualizado de algumas coisas de uma maneira muito divertida.

    Aliás, Banner, a julgar pelo que aconteceu nos últimos anos, está mais leve, sem aquela agonia constante que o personagem entregava nos demais filme e isso contribui para alguns momentos de humor serem protagonizados por Mark Ruffalo. Humor esse que está presente em todo o transcorrer da fita, cada um a sua maneira. As partes dos Guardiões da Galáxia são tão autênticas que parecem que foram escritas por James Gunn e isso foi bem acertado no filme, já que aqui, um não invade o território do outro no que diz respeito ao estilo de cada personagem e assim, meio que temos um núcleo de personagens habilidosos com o humor e outro núcleo bem mais sereno. Tudo isso aliado à diversas cenas de luta e ação desenfreada, todas muito bem feitas e bem resolvidas.

    Em Guerra Infinita todo herói tem seu momento de protagonismo. O roteiro e a direção, de maneira habilidosa, cedem espaço para todos, sem exceção, algo que foi muito bem construído por Joss Whedon no primeiro filme, mas totalmente esquecido pelo diretor em Era de Ultron e pelos Irmãos Russo em Guerra Civil, quando há momentos em que Visão (Paul Bettany) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), dois dos mais poderosos no campo de batalha, simplesmente desaparecem, buscando de maneira preguiçosa, deixar a batalha mais equilibrada. Aqui, ninguém é esquecido e pra adicionar ainda mais um desafio para produção, ainda temos gratas surpresas, como o retorno de alguns bons personagens, além da inclusão de outros novos. Contudo, com relação ao seu herói preferido, fica o alerta de que você poderá ficar um pouco decepcionado se considerarmos o tamanho de sua expectativa. Guerra Infinita não tem tempo para desenvolver os personagens e as relações entre eles e os motivos são tanto relacionados ao desenvolvimento da produção, como ao desenvolvimento da história, porque Thanos, simplesmente, não deixa. E isso nos leva a dois destaques: o já mencionado titã louco e o deus do trovão, Thor (Chris Hemsworth).

    O Thanos de Brolin é incrível. Ele não é um vilão clássico, megalomaníaco, que busca somente destruir tudo e todos em busca única e exclusiva de poder, desbancando Loki (Tom Hiddleston) do trono de melhor vilão do UCM. Thanos tem um propósito até justificável e percebe-se que ele sofre por carregar esse fardo, tanto que a cada conquista, em vez de comemoração, vemos certo desânimo em seu semblante e chega num determinado momento em que você fala consigo mesmo “vai, Thanos!” tamanha a serenidade do personagem. A clássica vilania fica por conta de seus filhos Fauce de Ébano (poderosíssimo), Proxima Meia-Noite, Corvus Glaive e o brutamontes Estrela Negra.

    Já Thor sofreu mudanças significativas em Ragnarok e o personagem, dentro dos principais, foi o que mais evoluiu se levarmos em conta seus dois primeiros filmes que foram ruins e suas duas participações nos dois primeiros filmes dos Vingadores. E também, o contato junto dos Guardiões, fez com que o semideus se sentisse em casa, se encaixando na equipe como uma luva. Thor sempre foi um herói dotado de extrema arrogância e em Guerra Infinita podemos perceber que ele é um grande guerreiro.

    Muito se especulou sobre a empreitada ser um enorme filme que foi dividido em duas partes, assim como as produções finais de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos Vorazes e embora, ambas histórias tenham tido filmagens simultâneas, optou-se por ser duas produções distintas e com títulos próprios e o que se vê em Guerra Infinita é a síntese disso. Um filme próprio, com começo, meio e fim bem distribuídos. Além disso, ao término da produção, fica claro que o filme é sobre Thanos, algo que foi incrivelmente acertado, deixando a entender que o próximo será sobre a equipe.

    O sentimento que Guerra Infinita deixa é de alegria e dever cumprido, o que aumenta ainda mais a expectativa para o próximo filme que chega aos cinemas daqui aproximadamente um ano. Enquanto isso, ficamos no aguardo da San Diego Comic Con em julho, que pode trazer as primeiras imagens e informações da misteriosa conclusão da história.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Detroit em Rebelião

    Crítica | Detroit em Rebelião

    Kathryn Bigelow é especialista em criar tensão, seus últimos dois filmes foram destaque – também – por essa característica, Guerra ao Terror a rendeu o primeiro Oscar de melhor direção para uma mulher, além de ganhar melhor filme, e também foi extremamente feliz com seu filme seguinte, A Hora Mais Escura. A diretora segue essa vertente de guerra em seu novo filme, Detroit em Rebelião, e mais uma vez constrói muito bem momentos de tensão, mas infelizmente, só momentos.

    Iniciado com uma incomum animação explicando os eventos que o longa retratará, Detroit em Rebelião, que conta com o roteiro de Mark Boal, retrata is conflitos ocorridos em solo americano em 1967 entre a população negra e a polícia, especificamente em um motel de Detroit, onde em uma noite uma equipe de policiais torturaram física e psicologicamente um grupo homens negros e duas garotas brancas, em busca de uma arma.

    Dividido em claros três atos, o segundo é o mais funcional e livre de deslizes, o primeiro tenta dar um plano de fundo para o conflito e alguns personagens, mas acaba sendo extenso demais e ás vezes até entediante, as imagens são fortes e os embates entre os dois lados da “guerra” são bem filmados, mas nada que prenda a atenção e corre muito risco de perder o espectador ali. O segundo, o micro do conflito, os acontecimentos do motel, fisgam o interesse finalmente, a característica câmera na mão de Bigelow é muito bem-vinda e as atuações são tão fortes quanto pede a narrativa. A dinâmica dentro do motel, apesar do espaço limitado, não fica cansativa e os desdobramentos de algumas decisões dos policiais são essenciais para atiçar a curiosidade acerca de como a história terminará.

    Apesar de boas interpretações, o longa não fica livre de um desequilíbrio de personagens, algumas vítimas no motel não tem espaço necessário para se criar algum vínculo, um policial soa caricato em momentos que não pareciam propícios e vários deles, como o personagem de Anthony Mackie, são esquecidos pelo próprio filme depois que o longa adentra teu terceiro ato, esse que é morno, sem impacto e decepcionante, principalmente por desperdiçar a discussão de vários assuntos e não escancarar problemáticas.

    O trabalho de Bigelow aqui é nobre e em vários momentos soa promissor, mas não só de momentos se vive uma narrativa. Detroit em Rebelião se perde em seus três atos muito diferentes entre si e por conta disso parece se importar mais com um do que com outros, seja com os próprios atos ou com os próprios personagens.

    Texto de autoria de Felipe Freitas.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    Vingadores: Guerra Infinita | Teorias e análises sobre o primeiro trailer

    As primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita foram mostradas em julho durante o evento da Disney chamado D23 e causou furor entre os presentes. Os fãs que estavam lá tiveram o “privilégio” de ver que os Vingadores, Guardiões da Galáxia e demais heróis do chamado Marvel Cinematic Universe – MCU terão muito, mas muito trabalho para enfrentar Thanos e seus soldados da Ordem Negra.

    Eis que a espera acabou e o resto do mundo pôde ver o que está por vir com a liberação do primeiro trailer oficial do filme. Informamos que a partir daqui, o texto poderá conter diversos spoilers, assim como teorias que poder ser verdades ou não.

    Logo no início, Nick Fury, Tony Stark, Visão, Thor, Natasha Romanoff proferem aquilo que seria o embrião da Iniciativa Vingadores, iniciada há quase 10 anos com a cena pós créditos de Homem de Ferro, de que havia uma ideia de reunir pessoas incríveis para ver se eles poderiam ser algo mais e que, então, se as pessoas precisassem deles, eles poderiam lutar as batalhas que as pessoas jamais poderiam lutar. Nas imagens já vemos Tony Stark (Robert Downey Jr) completamente acabado em sofrimento, onde se acredita que ele está segurando a mão de alguém que veio a padecer. Vemos também Bruce Banner (Mark Ruffalo) caído e assustado dentro de um buraco, sendo observado pelo Dr. Estranho (Benedict Cumberbatch) e Wong (Benedict Wong), quando a imagem corta para o Visão (Paul Bettany), em sua forma humana, num momento de carinho com Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), ao mesmo tempo em que Thor (Chris Hemsworth) aparece a bordo da Millano.

    As imagens a seguir já mostram Stark junto de Banner e Dr. Estranho dentro do Sanctum Sanctorum, enquanto Peter Parker (Tom Holland), dentro de um ônibus, tem seus pelos do braço completamente arrepiados para, logo após, observar uma enorme máquina circular pairando no céu de Nova Iorque. Embora as imagens sejam rápidas, é possível perceber que Stark tem um novo reator em seu peito e é muito provável que esse reator não seja somente um reator, mas também a fonte de onde sairá a sua armadura, o que remete, de certa forma, à armadura Extremis dos quadrinhos, muito embora, seu design seja bastante inspirado na Bleeding Edge, também dos quadrinhos.

    Temos também imagens de Thanos (Josh Brolin) chegando provavelmente na Terra através de um portal, enquanto o Homem-Aranha, vestindo a sua armadura mais tecnológica apresentada ao final de De Volta ao Lar, procura um jeito de desativar a máquina circular, enquanto T’challa (Chadwick Boseman) ordena que a cidade seja evacuada, que todas as defesas sejam acionadas e que peguem um escudo para o homem que sai das sombras. O homem é nada mais nada menos que Steve Rogers (Chris Evans), que inclusive, aparece em cena segurando uma lança atirada pela vilã Próxima Meia Noite. Vale destacar que esse escudo do qual T’Challa menciona, não deverá ser o tradicional escudo do Capitão América, mas sim um escudo usado em Wakanda, onde o guerreiro possui duas placas retráteis de vibranium nos braços.

    O trailer tem um caráter muito urgente e passa a impressão de que é mais tenso do que o primeiro trailer de Vingadores: Era de Ultron. Nas imagens, ainda podemos ver a Hulkbuster chegando em Wakanda, que inclusive receberá uma enorme batalha, onde Capitão América, Falcão (Anthony Mackie), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Soldado Invernal (Sebastian Stan), junto do Pantera Negra, Máquina de Combate (Don Cheadle), Hulk e a líder das Dora Milaje, Okoye (Danai Gurira), liderarão o exército de Wakanda contra o exército do Titã Louco, formado pelos Batedores ou pelos Vrexllnexians que já apareceram na série Agents of S.H.I.E.L.D., o que, de certa forma, causa surpresa, uma vez que a decisão mais óbvia seria usar novamente o exército Chitauri do primeiro filme. O trailer termina com Thor perguntando quem são as pessoas para quem ele está olhando e a imagem aponta para os Guardiões da Galáxia, aqui formados por Senhor das Estrelas (Chris Pratt), ostentando um bigodão setentista, Groot (voz de Vin Diesel), em sua forma adolescente, Gamora (Zoe Saldana), Mantis (Pom Klementieff), Rocket Racoon (voz de Bradley Cooper) e Drax (Dave Bautista).

    No que diz respeito ao enredo propriamente dito, é muito provável que o filme já comece com Thor sendo atropelado junto com outros destroços pelos Guardiões da Galáxia e que, ao ser resgatado pela equipe, começa a contar o que houve com ele, onde a nave contendo a Nova Asgard foi interceptada e destruída pela nave de Thanos. Existe a possibilidade dos Guardiões já estarem numa investigação com o intuito de saberem o que aconteceu com o Colecionador (Benicio Del Toro) e com a Tropa Nova, uma vez que nas imagens do trailer, o vilão possui duas Joias do Infinito e uma delas é justamente o Orbe, que estava sob a posse da tropa, sendo que a outra é o Tesseract, que deve ter sido entregue por Loki (Tom Hiddleston) durante o ataque à nave. E é durante esse ataque que existe a possibilidade de Heimdall (Idris Elba), sob às ordens do Deus do Trovão, enviar Bruce Banner para pedir socorro a Stephen Strange, o que justificaria sua queda exatamente dentro do Sanctum Sanctorum. Banner contacta Tony Stark e eles, provavelmente, serão os primeiros a receberem a investidas de Thanos e sua Ordem Negra. Uma imagem chocante é aquela em que vilão, após colocar a segunda joia em sua manopla, dá um duro golpe que nocauteia o Homem de Ferro de forma muito violenta.

    Vale destacar que o filme deve possuir alguns núcleos separados e somente em certo momento que o Capitão América, Falcão e Viúva Negra irão para Wakanda requerer auxílio ao Pantera Negra e ao Soldado Invernal. Antes disso, o grupo deve estar junto de Visão e Feiticeira Escarlate que sofrem um ataque da Proxima Meia Noite e de Corvus Glaive e é nesse momento que deve acontecer a primeira baixa da equipe, quando o sintetizoide possivelmente terá a jóia que carrega em sua cabeça extraída por Glaive.

    E deve ser Bruce Banner e o Coronel Rhodes que farão o elo de ligação entre os dois fronts de batalha, o de Nova Iorque com o de Wakanda. Por isso, acredita-se que é Banner quem pilota a Hulkbuster, que fará o transporte do cientista até o país africano. Curiosamente, a gigante armadura também aparece na batalha. Se for realmente Banner dentro dela, a teoria é que o herói esteja inseguro em se transformar em Hulk novamente, temendo que o Gigante Esmeralda tome por completo sua consciência, o que faz sentido, contudo, não vale de nada, uma vez que o monstro também aparece nas imagens.

    Obviamente, tudo isso se trata de suposições, afinal, alguns personagens e heróis ainda não apareceram, como o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e a Nebulosa (Karen Gillan), além do fato dos trailers serem montados de maneira aleatória. De qualquer forma, as primeiras imagens de Vingadores: Guerra Infinita fizeram tanto sucesso que bateram recorde de visualizações em menos de 24 horas de seu lançamento.

    O filme estreia dia 26 de abril aqui no Brasil.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    Vingadores: Guerra Infinita | Confira a descrição do fantástico trailer exibido na D23

    A  Disney é tão enorme que precisa de um evento nos mesmos moldes das Comic Cons para anunciar novidades e imagens exclusivas de seus mais aguardados projetos.

    Felizmente, o terceiro filme dos Vingadores, intitulado de Guerra Infinita, promete ser o maior filme da história do cinema, não só pela quantidade absurda de heróis (todos aqueles que já apareceram até então), mas também por ser um ambicioso projeto trazido pela Marvel.

    O painel do filme contou com o presidente Kevin Feige e o co-diretor, Joe Russo, que conseguiu reunir no palco ninguém mais, ninguém menos que os Vingadores, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Don Cheadle, Anthony Mackie, Tom Holland, Benedict Cumberbatch, Chadwick, Boseman, Sebastian Stan, os Guardiões da Galáxia, Karen Gillan, Dave Bautista, Pom Klementieff e o vilão, Josh Brolin.

    O trailer foi exibido somente para o público presente no salão e foi fantástico. Confira a descrição.

    De início, vemos um momento de tensão, onde os Guardiões da Galáxia, a bordo da Milano, esbarram no corpo inconsciente de Thor (com o uniforme de gladiador de Thor: Ragnarok). Ao ser trazido para dentro da nave, o asgardiano é acordado por Mantis. Assustado, Thor pergunta quem são aquelas pessoas.

    As imagens passam a mostrar a Terra com vários trechos de devastação. Vemos um Loki nada amistoso em posse do Tesseract e Peter Parker, num ônibus, tendo os pelos do braço sendo arrepiados, o que, aparentemente, é o seu sentido de aranha.

    Vemos Thanos pela primeira vez em um planeta alienígena usando a Manopla do Infinito e ele consegue soltar parte de uma lua provocando uma chuva de meteoros. Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia e o Homem de Ferro estão na batalha.

    Também vemos em outras imagens o Homem-Aranha vestindo um novo uniforme, o Pantera Negra em Wakanda, alguns Vingadores, juntos do Hulk, apanhando dos asseclas de Thanos e também um Capitão América barbudo e uma Viúva Negra loira.

    O trailer tem um tom dramático, semelhante aos de Homem de Ferro 3 e Vingadores: Era de Ultron.

    Vale destacar que as filmagens do corte principal do filme se encerraram na última sexta-feira e a produção da continuação ainda sem título já teve início de imediato.

    Vingadores: Guerra Infinita estreia em 4 de maio de 2018.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crítica | Sexo, Drogas e Jingle Bells

    Crítica | Sexo, Drogas e Jingle Bells

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    Apontando para a enorme tradição norte americana de produzir filmes comemorativos próximos aos dias de festas, Sexo, Drogas e Jingle Bells (com uma tradução muito melhor que o nome original The Night Before) de Jonathan Levine começa com uma história bastante melancólica, como havia sido seu 50%, reprisando inclusive seus protagonistas, para logo depois estabelecer uma narrativa que se inicia como de um conto de natal, contando a história de três amigos, que giram em torno de Ethan Miller (Joseph Gordon-Levitt), um sujeito que tem uma vida triste e enlutada,  e que torna as comemorações sempre regadas ao uso de álcool e entorpecentes.

    O problema é que Ethan é o único dos amigos que estagnou, já que Isaac Greenberg (Seth Rogen) e Chris Roberts (Anthony Mackie) seguiram suas vidas, um se tornando pai e outro se dando muito bem na vida profissional. O natal em questão seria o último deles juntos, e aconteceria graças ao convite VIP encontrado pelo protagonista, o mesmo com o que ele sonhou a vida inteira em conseguir. Há um clima em torno do filme semelhante as comédias que fizeram sucesso nos últimos anos, em especial Segurando as Pontas, Se Beber Não Case e É o Fim, por ser organizado por amigos que trabalham juntos em um filme de estúdio, mas que empregam nele um humor rasgado e repleto de referências a cultura pop. Ao menos esse era o espírito.

    O trabalho anterior de Levine não foi tão exitoso, já que Meu Namorado é um Zumbi teve uma má recepção pela audiência cativa deste tipo de adaptação, por não ser exatamente um comedia e nem um exploitation puro da onda genérica Crepúsculo. A ausência de identidade pôs em cheque o trabalho do diretor e o desejo por refutar essa pecha deve ter sido um dos motivos para aceitar fazer esse novo produto.

    O humor degradante vai crescendo no decorrer do longa. Os vinte primeiros minutos são bem comedidos, mas quanto mais passa a noite, maior é o abuso de drogas pesadas, antes até da tal festa que seria o Santo Graal das comemorações. Dentro do escopo de comedia, a melhor das reações é a de Isaac, que passa a ficar imbecil graças aos efeitos do pó e da maconha forte que usa, se tornando suscetível a alucinações e a investidas de outro homem, que lhe envia nudes bastante agressivos.

    Até os momentos comuns a comédias românticas, onde o mocinho propõe compromisso a mocinha são realizados de um modo escrachado. As participações de Miley Cirus e James Franco são pontuais, especialmente deste último, que mais uma vez faz troça com a sua orientação sexual. Mesmo a recusa ao chamado é feita de um modo que descontroi o ideal de romantismo. A perversão também mora no par ideal de Diana (Lizzy Kaplan) e no espírito de natal/traficante Mr. Green (Michael Shannon) – cujo fim de arco faz lembrar muito o clássico recente Dogma – uma vez que eles também qualquer retidão de caráter o arquétipo de bom mocismo em suas atitudes.

    Os últimos momentos do longa se dedicam a uma reflexão sobre o sentido da vida, como é praxe em episódios natalinos, ainda que guarde sua essência de desconstrução da tríade de tradição família e propriedade. Sexo, Drogas e Jingle Bells é um filme pequeno, mas que se torna bem engraçado na segunda metade e que surpreende pelo fato de não ter sido lançado nos cinemas brasileiros, uma vez que é melhor que a maioria das comedias estrangeiras que ocuparam as salas de exibição no final do ano de 2015.

  • Crítica | Polícia em Poder da Máfia

    Crítica | Polícia em Poder da Máfia

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    John Hillcoat é um diretor que se tornou famoso pela crueza e pela intensidade de seus filmes. Oriundo dos videoclipes, desenvolveu alguns projetos com o músico Nick Cave, e acabou entrando de vez na rota de Hollywood ao enfileirar os ótimos A Estrada – baseado em um livro de Cormac McCarthy – e Os Infratores, com roteiro de Cave e estrelado por Tom Hardy e Shia LaBoeuf, até regressar com Polícia Em Poder da Máfia. Infelizmente, esse último não consegue chegar ao mesmo nível dos anteriores.

    Na trama escrita por Matt Cook, um grupo de assaltantes de bancos formado por ex-militares e policiais corruptos está sob constante chantagem da máfia russa. Após assaltar um banco para recuperar uma caixa de segurança que se encontrava dentro de um cofre, a organização exige que eles façam um último e arriscado serviço: resgatar alguns documentos num prédio governamental. Como o edifício tem um forte esquema de segurança, a quadrilha de assaltantes decide executar um policial, que recentemente tornou-se parceiro de um deles, e provocar um código 999 (referente a policial morto), uma vez que toda a força policial convergiria para o local do assassinato, deixando o caminho livre para o roubo ao prédio governamental.

    O roteiro de Cook até funciona durante um tempo, mas o excesso de personagens em tela acaba sendo prejudicial, uma vez que alguns são subdesenvolvidos. As relações interpessoais giram sempre em tornos de clichês, tais como policial veterano dando lições constantes ao novato, a mafiosa que só “dialoga” ameaçando ou dando ultimatos, os bandidos que se agridem durante o tempo todo. Outro problema: tudo é muito fugaz. Planos que deveriam ser melhor trabalhados são resolvidos rapidamente e não convencem, com exceção de algumas relações ambíguas que em determinado ponto acabam soando estranhas, e personagens que possuem comportamentos que não são condizentes com a personalidade que apresentam em tela durante boa parte da projeção.

    Porém, o bom argumento só se mantém até a primeira metade do filme. Nesse período, Hillcoat mostra-se como o ótimo diretor que demonstrou ser até o momento e constrói uma história tensa em que o espectador fica se perguntando sobre o que vai acontecer a seguir. A cena inicial mostrando o roubo ao cofre é sensacional e muitíssimo bem executada. Remete à cena de abertura do excepcional Fogo Contra Fogo, dirigido por Michael Mann. Porém, toda a tensão construída até o meio do filme vai se esvaindo, pois o restante abusa de soluções fáceis de roteiro. Ainda que não seja uma película curta em relação a outras obras do gênero, fica a impressão de que a produção deveria durar ao menos duas horas, para que tudo o estabelecido na primeira hora se solucione com maior qualidade e os personagens não aparentem tamanha unidimensionalidade.

    O extenso elenco conta com boas atuações de Chiwetel Ejiofor, Woody Harrelson, Anthony Mackie e Casey Affleck. Os três últimos, intérpretes de policiais na trama, são bem contrastantes entre si, sendo profissionais em diferentes momentos e situações da carreira. Clifton Collins Jr. e Aaron Paul sucumbem respectivamente aos estereótipos do policial corrupto e do junkie amargurado. Já Kate Winslet é uma caricatura ambulante como a matriarca da máfia russa. A bela presença de Gal Gadot serve somente como decoração, pois sua personagem tem pouquíssimo tempo de tela e praticamente não interfere no andamento do filme; já Norman Reedus tem uma participação breve, mas competente como sempre.

    Em resumo, Polícia Em Poder da Máfia tinha grande potencial para se tornar um épico do cinema policial, porém sucumbe a um roteiro cuja peça final é má desenvolvida, o que talvez justifique sua duração insuficiente e o acúmulo de respostas fáceis em que se apóia.

  • Crítica | À Beira do Abismo

    Crítica | À Beira do Abismo

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    De maneira semelhante ao personagem Bill Halleck, de A Maldição do Cigano, a obra de Stephen King nos cinemas ou televisão carrega um fardo. O panorama dessas adaptações revela um gráfico desigual sem equilíbrio entre excelentes tramas ou versões descartáveis. A vasta obra do autor, tanto em romances quanto em contos, naturalmente, pode apresentar pontos altos e baixos. Porém, pressupõe-se que uma trama adaptada seja forte o suficiente para uma boa produção.

    Dessa forma, chega a ser incompreensível o contraste entre tais produções feitas com esmero e outras cuja história não ultrapassa a potência de uma ideia. Lançado em 2012, À Beira do Abismo se encaixa na segunda categoria. Baseada em um conto de Sombras da Noite, primeiro livro de histórias curtas do autor, a produção se desenvolve a partir da premissa de um ex-policial fugitivo que, para provar sua inocência, ameaça suicidar-se.

    A partir desta ação, a narrativa apresenta a motivação da personagem. A tentativa de suicídio, porém, é uma distração para revelar outra história paralela, tão inverossímil como a primeira. A situação extrema causa impacto mas se apresenta de maneira fria, sem uma justificativa plausível.

    Ainda aproveitando o sucesso de Avatar, Sam Worthington estrela a produção sem o impacto necessário em sua interpretação – um fato que atravessa sua carreira como um todo – sendo pontual somente na urgência do policial Nick Cassidy. A falta de credibilidade da personagem principal transforma em mais aparentes as falhas narrativas, ainda que o público anseie descobrir sua motivação e a das demais personagens.

    O fraco impacto do thriller não se sobressai nem mesmo em algumas cenas que tentam aprofundar-se nos personagens ao redor do policial, mas que parecem fora de tom em relação à obra em geral. Sendo uma potencial boa história de um excelente escritor que, mais uma vez, sofreu o peso da maldição de sua obra mal adaptada para o cinema.

  • Crítica | Caça aos Gângsteres

    Crítica | Caça aos Gângsteres

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    Imagine-se em um bar. Daí aparece aquela mulher linda e maravilhosa. Você fica olhando de longe, admirando seu charme, seu sorriso, sua beleza estonteante e começa a achar que ela é especial. Única. Então você se aproxima e começa a conversar com ela. Em poucos minutos percebe que ela é superficial e comum. Essa é a sensação provocada por Caça aos Gângsteres. O filme tem muito estilo e apresentação pra pouco conteúdo.

    Passado em 1949, o impiedoso mafioso nova iorquino Mickey Cohen, vivido por Sean Penn, comanda com braço de ferro o crime organizado na cidade de Los Angeles. Sua influência vai além dos criminosos comuns, chegando ao escalão da polícia e aos políticos da região. Porém, um pequeno grupo de policiais liderados pelos sargentos John O’Mara e Jerry Wooters, vividos respectivamente por Josh Brolin e Ryan Gosling, resolve desmantelar a organização de Cohen.

    A trama é um completo decalque de Os Intocáveis, o já clássico filme dirigido por Brian De Palma. Porém, as semelhanças param por aí. Não vou comparar os dois filmes, vou apenas estabelecer alguns paralelos. Enquanto Eliot Ness e seus companheiros eram personagens bem delineados, com motivações profundas e críveis, nesse aqui as motivações são as mais mundanas possíveis. Um não quer que o filho ache que ele não fez nada enquanto a máfia dominava, o outro é o detetive que reluta em entrar no grupo e por aí a banda segue.

    O elenco estelar encabeçado por Gosling e Brolin tem atuações rasas, ainda que existam alguns breves momentos inspirados, mas nada além disso. Em nenhum momento o espectador consegue sentir empatia pelos heróis, chegando até mesmo a uma certa indiferença ser despertada.  É possível que os personagens profundos como um pires tenham influenciado nesse aspecto. Nem Sean Penn se destaca em meio às interpretações desfiladas na tela. Aliás, chega a dar pena a sequência em que o oscarizado ex-marido da Madonna tenta emular o icônico Tony Montana (Al Pacino em Scarface, outro filme do Brian De Palma). O diretor Ruben Fleischer não soube aproveitar o material humano que tinha em mãos. As cenas de ação são genéricas e não empolgam. Fora que a trilha sonora é completamente equivocada. Em vez de elevar a tensão da cena, dá nos nervos do espectador.

    O ritmo do filme é até interessante, sem muita enrolação, indo direto ao ponto. O diretor faz um uso interessante da câmera lenta em algumas cenas. Porém, os clichês vão se amontoando pelo caminho. Um fato é intrigante: os personagens são policiais, estão trabalhando à margem da lei, são conhecidos pelos bandidos da cidade, não usam máscaras pra fazer as batidas nos locais “secretos” onde a bandidagem opera, e custam a ser identificados mesmo frequentando bares e restaurantes apinhados de meliantes. É algo que não faz muito sentido e acaba passando batido no roteiro. Como ponto positivo, temos a impecável ambientação de época. A Los Angeles recriada é maravilhosa e os  figurinos são de encher os olhos. A direção de arte, de efeitos especiais e a cenografia merecem parabéns.

    Caça aos Gângsteres poderia ter sido um filmaço. Só conseguiu ser esteticamente lindo. Faltou cérebro nele. Cultuaram demais o corpo e esqueceram da mente.

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  • Crítica | Capitão América 2: O Soldado Invernal

    Crítica | Capitão América 2: O Soldado Invernal

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    Apreensão. Medo. Angústia. A situação não era confortável após as duas derrapadas da Marvel Studios em sua Fase 2. Thor: O Mundo Sombrio e principalmente Homem de Ferro 3 sinalizavam que o estúdio perdia a mão após todos os acertos da Fase 1, os quais conduziram ao evento chamado Os Vingadores. Para a alegria dos decenautas recalcados, que finalmente tinham certa razão em sua ladainha de que a Marvel só faz filmes medianos e/ou para crianças. Pois bem: beijinho no ombro para os invejosos de plantão, pois o segundo filme do Sentinela da Liberdade se mostrou não apenas uma volta aos trilhos, mas também uma das melhores produções do gênero.

    Não havia espaço em Os Vingadores para focar o desenvolvimento da luta de Steve Rogers para adaptar-se ao mundo atual. Desta vez, naturalmente, sua jornada pessoal assume o centro da trama. Ele está vivendo em Washington e estudando incansavelmente para situar-se na História e cultura mundiais das últimas décadas. Mas como herói não tem vida mansa, o Capitão está trabalhando para a SHIELD, em missões secretas ao lado da Viúva Negra e de uma equipe especial chamada S.T.R.I.K.E.R. Porém, para um cara que lutava por uma idealizada liberdade, não é fácil aceitar nossos cínicos tempos de vigilância massiva e ataques preventivos, o que o leva a alguns atritos com Nick Fury. E as coisas se complicam de vez quando uma gigantesca conspiração dentro da agência é revelada, e mais de um elemento do passado de Steve voltam à tona.

    O Capitão América é um super-herói com um leve diferencial. Idealizado como um soldado, não faria sentido vê-lo, hoje em dia, simplesmente patrulhando um cenário urbano, como Batman ou Homem-Aranha. E pegaria muito mal colocá-lo na linha de frente do Iraque ou Afeganistão — até porque, convenhamos, lá não há tanta ação que justifique a presença de um supersoldado. A abordagem mais coerente para o personagem é aquela trabalhada com maestria pelo roteirista Ed Brubaker numa fase recente dos quadrinhos: espionagem, black ops, terrorismo. A partir dela, o filme não adapta uma história específica, mas transpõe todo o clima, ambientação e estilo narrativo. O próprio Soldado Invernal — com visual emocionalmente idêntico ao das hqs —, ao contrário do que o título do filme faz pensar, não é o coração da trama, mas sim uma peça de uma engrenagem muito maior. O que funciona muito bem, aliás.

    O roteiro é muito equilibrado, alterna de forma bastante orgânica os momentos calmos e expositivos e aqueles mais movimentados e frenéticos. Mas o que chama realmente a atenção é o bom uso dos vários personagens, em suas diferentes escalas de importância, mesmo os que aparecem bem pouco, como Batroc, Agente 13 e Maria Hill. Para os fãs, é ótimo ver nomes conhecidos dos quadrinhos em vez de figuras genéricas. Ajuda na sensação de que o universo do herói, e não apenas ele próprio, está sendo transposto. Ainda nesse campo, o filme destroça aquele velho e simplório argumento de que vários inimigos numa mesma história nunca dá certo. O problema é querer criar um arco individual para todos — abraço para Homem-Aranha 3. Sabendo dosar a importância e o espaço de cada um, Capitão América 2 emprega nada menos do que cinco vilões.

    Sempre massacrado, Chris Evans mostrou de novo que quase toda a implicância pra cima dele é injusta. Sua performance pode não emocionar ou ser tão marcante quanto a do colega Robert “Tony Stark” Downey Jr, mas o cara está inegavelmente mais maduro e confortável no papel. É possível, sim, enxergar Steve Rogers nele. Quem é limitado de fato é Sebastian Stan — isso é spoiler? sinto muito —, o que não atrapalha a construção do Soldado Invernal como figura ameaçadora. Mesmo quando a máscara cai, o ar de drogado cansado, que Stan já tem por natureza, ironicamente se encaixa no personagem. Como dito antes, ele acaba tendo uma participação pequena, mas sua introdução para uso futuro foi bem realizada. E o nome Soldado Invernal é legal sim, muito mais estiloso que “do inverno”, parem de reclamar.

    Os aliados do herói também receberam merecida atenção; todos têm seu lugar ao sol. Nick Fury é uma espécie de gatilho para movimentar a trama, e em relação a ele — e à própria SHIELD — o filme empresta argumentos de outra hq recente, Guerreiros Secretos, escrita por Jonathan Hickman. E falar qualquer coisa de Samuel L. Jackson seria chover no molhado: ele É o personagem e pronto. Scarlett Johansson não consegue ser menos que maravilhosa, e surpresa nenhuma, mantém muito bem o posto de co-protagonista. Interessante ver um lado mais humano e espirituoso da Viúva Negra, além de aparecerem mais migalhas sobre seu passado. Ela menciona ter desertado da KGB, o que por consequência confirma que é também mais velha do que aparenta. Mas o filme não se importa em explicar isso — filme solo da Viúva, quando quiserem, viu.

    O Falcão vivido por Anthony Mackie é um ótimo coadjuvante e responsável por boa parte do humor do filme sem ser um alívio cômico — aliás, a comédia está presente mas bem dosada, voltando ao velho estilo da Marvel e corrigindo a principal falha da Fase 2, ALELUIA SENHOR. Nos quadrinhos, Sam Wilson é um dos melhores amigos do Capitão, e isso ficou bem retratado. A rápida e total fidelidade dele para com Steve, quase um bromance, pode parecer meio exagerada. Mas isso é perdoável, pois Sam é um militar, e se o Capitão é um ídolo geral da nação, imagine para essa classe. Alexander Pierce, vivido com elegância por Robert Redford, tem um papel importantíssimo, mas nesse caso é melhor evitar spoilers. Só vale dizer que faltou coragem: seria épico e coerente se certo boato tivesse se confirmado e outro conceito de Brubaker fosse aproveitado.

    Em relação a aspectos visuais, o longa merece todos os elogios e mais alguns. Não quanto aos efeitos, isso já é o básico do básico que se espera de grandes produções. Também não necessariamente às cenas de ação, que são maravilhosas. Chega a emocionar as perseguições no trânsito nas quais é possível VER com clareza os carros batendo e se destruindo, fugindo da maldita estética Bourne de câmera fechada e tremida. Não: o ponto mais satisfatório de Capitão América 2 são as lutas. Os realizadores normalmente esquecem que em filmes de super-heróis a “ação” não pode ser resumida apenas em correria, tiroteio, explosões. Tem que ter o combate. O mano-a-mano. PORRADA. Nele esse elemento foi trabalhado com perfeição, coreografias dignas de filmes orientais de artes marciais. O Capitão está mais ágil e fodão do que nunca. A luta contra Batroc é qualquer coisa de sensacional, e sempre que o Soldado Invernal aparece, dá vontade de mandar o projetor repetir a cena.

    Esse nível elevado acaba conduzindo a um dos pontos fracos do filme, que é a sequência final. Após tanta criatividade, decepciona um pouco a resolução genérica de “apertar um botão”, com explosões e destruições que já viraram carne de vaca no cinema blockbuster. Fica também um sentimento de que a Viúva e o vilão principal poderiam ter um papel mais grandioso no final. Finalizando o trabalho ingrato de apontar os defeitos, fica muito vago o que será a SHIELD daqui pra frente. Esse ponto acabou sendo explicado na série Agents of Shield, num episódio altamente conectado com Capitão América 2. Em termos de universo expandido, a conexão entre as mídias e valorização do seriado dão nota 10. Mas não deixa de ser uma falha do filme.

    Fugindo desse mundo mesquinho onde tudo funciona na base da comparação, cabe dizer apenas que Capitão América 2: O Soldado Invernal não deve nada aos melhores exemplares do gênero. Muitíssimo bem executado, é o filme que a Marvel e os fãs precisavam nesse momento. Os diretores Joe e Anthony Russo já estão confirmados na terceira parte aguardada para 2016, o que só comprova a confiança e satisfação com esse projeto. Antes, porém, como a ótima cena pós-créditos nos faz lembrar, o Capitão marca presença num tal de Vingadores: A Era de Ultron.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Crítica | Sem Dor, Sem Ganho

    Crítica | Sem Dor, Sem Ganho

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    Após passar alguns anos dedicando-se aos blockbusters de uma popular e milionária franquia, um cineasta resolve respirar novos ares. Orçamento baixo (estimado em 26 milhões de dólares), roteiro baseado em fatos reais… é de se imaginar algo mais intimista, mais “cabeça”, talvez? Não quando estamos falando do explosivo Michael Bay. Dinheiro e efeitos especiais à parte, a alma do diretor permanece em Sem Dor, Sem Ganho – uma divertida comédia de ação que até surpreendeu os detratores deste gênio incompreendido.

    Situada em meados dos anos 1990, a trama acompanha um trio de fisiculturistas de Miami que decide tentar um grande golpe pra mudar de vida. Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um personal trainer que assiste a uma palestra de auto-ajuda e sai iluminado: ao invés de ficar reclamando da vida, ele vai agir para ter aquilo que julga merecer. Com isso, entenda-se sequestrar um endinheirado frequentador da sua academia (Tony Shalhoub) e “convence-lo” a transferir seus bens pra ele. Os parceiros de crime de Lugo são Adrian Doorbal (Anthony Mackie), um simplório marombeiro que enfrenta problemas de disfunção erétil; e o ex-presidiário arrependido e hoje cristão, Paul Doyle (Dwayne “The Rock” Johnson). Atrapalhados até dizer chega, os fortões agem na base do improviso e tentativa e erro (e são muitos, muitos erros), e acabam tendo que se dedicar mais a consertar as próprias furadas do que a aproveitar o sucesso do plano.

    Como citado anteriormente, Michael Bay não deixou de lado suas marcas. Aspectos visuais impecáveis, apesar do orçamento reduzido, algo que faz lembrar da estreia de Bay em longa-metragens. O primeiro Bad Boys, de 1995, também se passava em Miami e trazia a ensolarada fotografia que aqui se repete. Ainda que Sem Dor, Sem Ganho tenha consideravelmente menos cenas de ação (pelo menos para o padrão do diretor), o ritmo ainda é frenético, com cortes e diálogos rápidos. Mesmo em cenas expositivas, a sensação de correria permanece. E claro, estão lá as câmeras lentas, a luz do sol estourando em diversos reflexos, e até mesmo uma explosãozinha básica, com direito ao trio de “heróis” de costas para ela, andando lentamente.

    O que acaba sendo um diferencial do filme é que o roteiro justifica – ou pelo menos acompanha – esses exageros visuais. Quando algo se anuncia como “baseado em fatos reais”, nossa reação normal é ligar o desconfiômetro e considerar a velha “magia do cinema”. Mas neste caso isso não afeta tanto, primeiramente porque ninguém duvida que os norte-americanos sejam capazes de maluquices. E depois, porque o filme se assume, desde o início, como um causo insanamente divertido, sem exibir qualquer pretensão documental/moralista.

    Nessa pegada, é uma diversão à parte especular até que ponto foram intencionais as zoações com o Sonho Americano. Começando com o protagonista dizendo que os EUA passaram de “um punhado de colônias mirradas” para “o país mais bombado do mundo” através de muito suor e trabalho duro. Conceitos de auto-ajuda tipicamente rasos se fundem tão bem, não só com o ideal capitalista estadunidense do “self-made man“, mas também com o simples (e povoado por mentes simples) universo da musculação. Impagável. E provavelmente involuntário, ou alguém acredita que Bay e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely se preocuparam em trabalhar camadas de ironia?

    Os atores que acompanham toda essa proposta escapista estão muito bem encaixados em seus papéis. Mark Wahlberg meio que repete seu papel em Ted, como um palerma que não se toca do quanto é estúpido. E, por se levar a sério e agir de acordo, acaba sendo muito mais engraçado do que seria se tentasse fazer humor. Abandonando um pouco a pose de fodão, The Rock também diverte como o incrivelmente ingênuo Doyle. Seja se entregando a Jesus ou à cocaína, ele consegue ser o mais tapado do grupo. Anthony Mackie e Rebel Wilson, ambos estereótipos, nada de especial. Ed Harris, ok trabalhando no automático. E Tony Shalhoub, o único que atua no filme, consegue fazer um personagem tão asqueroso que não desperta simpatia em momento algum, mesmo sendo uma vítima inocente. Ah, sim: a gatíssima Bar Paly confirma a habilidade de Michael Bay de transformar magrelas em deusas da gostosura na telona.

    Sem Dor, Sem Ganho não é, como alguns exagerados apontaram, o melhor trabalho de Michael Bay (isso só mostra que chega a ser irracional o ódio que muitos têm dele). É uma aventura descompromissada, um entretenimento bem executado. E deixa a interessante lição de que limites podem fazer bem ao diretor. Resta saber se ele entendeu isso, afinal, o quarto Transformers vem aí.

    Texto de autoria de Jackson Good.