Tag: Black Sabbath

  • Crítica | Black Sabbath: The End of The End

    Crítica | Black Sabbath: The End of The End

    Dick Carruthers dirige esse produto, que mistura show e documentário. Black Sabbath: The End of The End acompanha a (até então) última turnê da banda. O ponto final do filme é basicamente em Birminghan, cidade natal do agora trio, formado por Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler.

    O resgate às origens passa por explicitar para o espectador que Birmingham é uma cidade de operários, fato que torna tudo muito curioso, uma vez que normalmente se associa ao Sabbath a pecha pioneiros do heavy metal. O longa começa com End of the Beginning, uma das melhores músicas do décimo nono álbum deles, 13, lançado em 2013. A primeira das canções clássicas tocada é The Wizard – do álbum Black Sabbath, de 1970 – onde se percebe alguns pequenos sinais de senilidade de Ozzy, quando este esquece de plugar o retorno de seu headset.

    As partes em que o trio fala da carreira são mais interessantes que o show em si, especialmente quando falam como a banda era considerada outsiders pela imprensa londrina. O fato de serem excluídos pela mídia da época contrasta com toda adulação e adoração que recebem hoje, ao ponto de em sua turnê mundial, praticamente todos os shows estarem esgotados.

    O problema do longa é sua falta de identidade. É como uma colcha de retalhos, reunindo momentos engraçados dos ensaios recentes, onde Ozzy tentava desconcentrar os outros integrantes com gracinhas, momentos em que Osbourne faz um discurso antidrogas, juras de amor de Geezer por seu time Aston Villa e uma homenagem a Iommi, que sobreviveu recentemente a um câncer.

    Ao decorrer de sessenta minutos, sente-se um enfado enorme, graças ao ritmo do documentário. O resultado final de Black Sabbath: The End of The End é positivo basicamente por conta dos bastidores que o trio revela, em especial o método de composição que mantinham, com os riffs e composições de Iommi, melodia de Osbourne e letra de Butler. No fim das contas, apesar de sua falta de ritmo e algumas cenas despropositadas, o longa serve como objeto de curiosidade de seus fãs.

    https://www.youtube.com/watch?v=6pOB1WBJAuI

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  • Resenha | Black Sabbath: Destruição Desencadeada – Martin Popoff

    Resenha | Black Sabbath: Destruição Desencadeada – Martin Popoff

    capa-Black-Sabbath-biografia

    Considerado uma das grandes referências sobre o assunto, o canadense Martin Popoff tem no currículo mais de 40 livros sobre o heavy metal. Organizou listas de grandes álbuns, biografou a fundo diversas bandas, demonstrando um título merecido de biógrafo do rock.

    A Darkside Books, em uma oportuna hora, lançou a biografia Black Sabbath – Destruição Desencadeada, escrita originalmente em 2002, e lançada no país em outubro, mês em que uma das bandas mais influentes da história do rock realizou quatro incríveis shows – com sua formação original – nas terras tupiniquins.

    Como a banda de Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Geeze Buttler e Bill Ward, a narrativa tem o peso que se tornou uma das maiores características sonoras do quarteto, uma sensação paquidérmica que faz o leitor imergir na história. A obra possui estrutura de uma biografia tradicional, partindo de um primeiro capítulo em que situa os elementos que convergiram para a união da banda e, a cada capítulo, analisa álbum a álbum e o sucesso e desventuras do Sabbath.

    O talento e o conhecimento ímpar de Popoff, que pesquisou a fundo a história da banda, além de realizar uma série de entrevistas com cada integrante, produzem uma narrativa com ritmo, pontuada entre a própria apresentação das histórias e citações diretas dos acontecimentos, pelos próprios músicos, técnicos, e empresários envolvidos. Dando vozes a diferentes personalidades em uma mesma linha narrativa tão imagética que impulsiona um documentário imaginário.

    Formada em 1968, o Sabbath modificou o estilo de rock´n roll da época, sendo pai do chamado heavy metal. Foi a união de quatro talentos excepcionais que produziram ano após ano discos que estiveram nas listas de mais vendidos tanto na Inglaterra, país natal, quanto nos Estados Unidos (entre outros países além destes dois polos). Uma banda que sempre esteve ativa e com diversas formações, ainda que as mais conhecidas sejam a de Osbourne e Ronnie James Dio nos vocais.

    Popoff acompanha cada álbum com uma crítica afiada, situando como a banda, os empresários e o ânimo geral estavam em cada lançamento. As observações sobre as faixas de cada disco são inspiradas, trazem um conhecimento profundo do assunto com um toque poético de um apaixonado pela música. Resultando em um panorama volumoso sobre a banda, não poupando seus momentos mais baixos e as diversas vezes em que, mesmo com incredulidade, ela conseguiu se reerguer.

    A edição da Darkside mantém a qualidade diferenciada de seus lançamentos, com um acabamento em capa dura, diversas fotografias no final da edição, além de páginas especiais em roxo. Se há uma crítica a ser feita, deve-se à diagramação em duas colunas na maioria das páginas do livro, com letras um pouco miúdas, mas que são compreensíveis devido ao tamanho da obra.

    A biografia original termina na reunião da banda em 1998 que originou o cd duplo Reunion. A edição brasileira ganha um posfácio extra escrito por um dos dois tradutores da obra, Antonio Tibau; apoiando-se no estilo de Popoff, articulando entrevistas, análises do autor original e comentários próprios para apresentar a história após a história. Neste posfácio, Tibau também explana sobre um disco ao vivo, e depois outro de inéditas feito com Dio, na época em que a banda assinava como Heaven & Hell, e o retorno – quase completo – da formação original que resultou no álbum 13. Fechando em definitivo a história da banda e fazendo desta biografia uma bíblia que narra a história sabbáthica desde sua gênese até o apocalipse entre diversas ressurreições com riffs incríveis de Tony Iommi.

    A edição, além das fotografias citadas, traz a lista de todos os álbuns oficiais da banda e a equipe envolvida no processo, além de um prefácio do sepultura Andreas Kisser. Uma biografia musical à altura da banda que a inspirou e que pode ser ainda melhor saboreada se cada capítulo for acompanhado de seu álbum específico, compreendendo as nuances levantadas pela aguda observação do biógrafo a respeito do talento destes incríveis gigantes do metal.

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