Tag: Buddy Van Horn

  • Crítica | Dirty Harry na Lista Negra

    Crítica | Dirty Harry na Lista Negra

    Quinto capítulo da saga de Harry Callahan, Dirty Harry na Lista Negra começa mostrando a violência em São Francisco, e logo depois, foca nas mãos do vilão, um homem misterioso que faz uma lista com oito nomes. Um dos nomes é exatamente o de Callahan, fato que faz com que ele seja pessoalmente interessado em resolver a questão.

    Em determinado momento são mostrados dois personagens, o diretor de filmes baratos Peter Swan (Liam Neeson) e o problemático ator Johnny Squares (Jim Carrey), um junkie que após fazer um escândalo no set de filmagem e se picar com heroína, é assassinado dando à famigerada lista um caráter maior que mera especulação. É engraçado ver ambos em início de carreira, dando o pontapé inicial em um filme tão criticável.

    Buddy Van Horn é o diretor, o mesmo que já havia trabalhado com Clint Eastwood, em Punhos de Aço – Um Lutador de Rua e Cadillac Cor de Rosa, mas o roteiro de Steve Sharon, faz com que esse seja o capítulo mais combalido e fraco da saga, série cinematográfica que ia caindo de qualidade de filme a filme. Ao menos, Horn consegue algumas boas imagens, ao manter incógnito seu vilão, utilizando a visão em primeira pessoa para emular os monstros e assassinos slashers que atacavam suas vítimas, como em Tubarão ou Halloween. Há momentos bem icônicos e divertidos, como a utilização de um carrinho remoto com uma bomba atrás dos heróis ou o desempenho de Carrey ainda muito novo, como uma estrela inconsequente que reúne elementos de rockstar e ator mimado.

    No entanto, o final do longa é confuso, envolvendo personagens periféricos à rotina de Harry, que são postos em perigo e o detetive deve ir até lá, para resolver o caso. Toda a questão é mostrada de uma forma extremamente artificial. A maior parte dessa série de acontecimentos é simplesmente jogada, não há muito desenvolvimento, somente uma série de coincidências incômodas, tornando este Dirty Harry na Lista Negra um dos produtos menos inspirado da franquia, e claramente Eastwood já não parecia à vontade interpretando um de seus célebres personagens.

    https://www.youtube.com/watch?v=2wuMFMR04rg

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  • Crítica | Punhos de Aço: Um Lutador de Rua

    Crítica | Punhos de Aço: Um Lutador de Rua

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    A possante continuação de Doido Para Brigar… Louco para Amar, dessa vez capitaneada por Buddy Van Horn, começa semelhante à anterior, com uma trilha incidental tão baseada na música country e folk quanto no primeiro episódio. Mais uma vez, a caminhonete de Phillo e Clyde está na estrada para mais desventuras em cenários repletos de areia e personagens bidimensionais. O grupo de heróis procura mais porradaria.

    Logo se nota a diferença nas duas versões, pois nesse Punhos de Aço: Um Lutador de Rua as lutas são estilisticamente mais bem filmadas, com maiores variações de ângulos e planos filmados, além de um belo enfoque nas gostosas genéricas — algo que fez muita falta no primeiro filme. Com um espaço de apenas dois anos, a estética mudou, e Punhos de Aço mostra no primeiro ano da década como seria a tônica das comédias dos anos oitenta.

    Após sua primeira luta, Phillo demonstra enfado e cansaço, já não quer mais lutar. A maturidade o atingiu em cheio, e seu desejo de aposentar veio à tona. Ganhar o pão com o suor e sangue das lutas de rua é cada vez menos atrativo. O grande motivo disso ainda era o chute que Phillo tomara. O brucutu valente acusou o golpe, mas não deixa de frequentar os lugares onde Lynn (Sondra Locke mais uma vez) possivelmente poderia cantar. Apesar da aproximação da cantora, ele ainda se mostra ressentido pelo término.

    Os opositores dessa vez têm questões um pouco mais sérias, ainda que a abordagem seja leve e caricata ao extremo, mostrando grandes empresários engravatados que se entretêm com rinhas de animais silvestres. Os embates clandestinos são cruéis e desiguais, além de muito toscos, dado o seu caráter completamente irreal. Até a gangue das Viúvas Negras é repaginada, ainda sendo um dos alívios cômicos, mas bem menos risível que antes. Clyde tornara-se mais ativo na comédia, protagonizando cenas muito espirituosas, especialmente para um ator que não é humano. Mais do que isso, sua irmandade com Phillo é ainda mais forte que antes, com o auxilio… do símio até em questões amorosas.

    Phillo recebe uma proposta de milhares de dólares para retornar às brigas de rua. Ele reage recusando a proposta, mas mostra uma ponta de reticência na recusa. A prova da mudança de tempos é a mentalidade libertária de todos. Lynn invade o celeiro dos Beddoe e flagra Clyde e Phillo dormindo de conchinha, e como uma autêntica mulher pra frentex, não titubeia com a cena homo-besti-afetiva que assiste, e tem com o protagonista ali mesmo, diante do macaco e em meio a um ambiente sujo, com o terceiro elemento da equação claramente no cio. Sua volúpia o faz ficar mais forte, e suas exibições aumentam, tendo uma especialização em desmonte de veículos em questão de segundos. O orangotango apresenta uma força descomunal quando é ordenado pelo seu dono. As contravenções de Phillo, que visam ajudar seu parceiro animal, incluem dopagem, insinuação de estupro, rapto de animais silvestres, tudo isso para prosseguir até um swing-inter-espécies.

    Uma terrível trama envolvendo os vilões que tentaram contratar Phillo no começo do filme é desenvolvida, com o sequestro da mocinha. Apesar da execução geral ser melhor que a do primeiro filme, o desfecho é muito fraco, contendo uma mensagem agridoce demais. Outro problema é a longa duração, acumulados 113 minutos de uma comédia que carece muito de ritmo.