Tag: Rob Schneider

  • Crítica | Gente Grande

    Crítica | Gente Grande

    Denis Dugan retoma a parceria com Adam Sandler, na comedia de 2010 que reúne boa parte dos parceiros de filmes da Happy Madison. Em Gente Grande, um grupo de cinco amigos retoma contato após muitos anos, logo quando seu técnico de basquete falece. O início da historia mostra o quinteto como um time coeso, bem novinhos, vencendo um campeonato colegial, acreditando que tinham tudo para dar certo na vida, com um futuro promissor para frente.

    O roteiro do longa é escrito por Sandler, que vive Lenny Feder e  Fred Wolf, e seu personagem, um produtor de Hollywood não consegue capturar a atenção dos filhos trinta anos depois. Já o Eric Lamonsoff de Kevin James continua sem conseguir sair das piadas de gordo enquanto Marcus  Higgins (David Spade) é um mulherengo incorrigível. Os outros dois personagens também são pastiches de aspectos comuns ao cotidiano, com Kurt MacKenzie (Chris Rock) fazendo um negro sem dinheiro e que é “dono” de casa enquanto Rob Lillard (Rob Schneider) tem predileção sexual por idosas. Cada um deles segue tendo traços de comportamento imitando os gestos de quando eram pequenos e jogavam basquete.

    Há uma reunião após a morte do treinador Buzzer, e isso faz com que eles possam matar um pouco da saudade, além de gastarem um bom tempo em uma casa no lago que não visitavam desde muito novos, atualizados agora, levando as suas famílias a tira colo. Esse é quase um Os Mercenários de Sly Stallone só com comediantes da Happy Madison, neste que é um momento meio histórico de três décadas pós título de 78.

    Há momentos realmente hilários, como quando Schneider canta a capela Ave Maria. Se há algum ponto positivo no filme é que as personalidades dos interpretes supera qualquer falta de conhecimento sobre quem são os personagens.

    Esse é certamente um dos filmes menos erráticos da produtora e de Sandler, ainda se apela para estereótipos torpes, mas não em demasia, a maioria das piadas alias tratam dos brancos, envelhecidos que não conseguem viver bem suas vidas apesar do sucesso na carreira de cada um deles, são presos ao passado, encarcerados por um saudosismo piegas que busca louvar a memória de quem já foi entre uma brincadeira e outra.

    Dugan utiliza muito a câmera lenta para deixar as cenas de constrangimento ainda mais engraçadas, e por mais que as piadas sejam feitas para uma platéia juvenil, na maior parte das vezes elas funcionam. Tirando as inúmeras insinuações sexuais, Gente Grande é um filme que consegue ser uma diversão familiar, que se não é exatamente sadia, ao menos é um bobo passatempo inofensivo, que termina com uma lição de moral meio boba e com a promessa de retorno.

  • Crítica | Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York

    Crítica | Esqueceram de Mim 2: Perdido em Nova York

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    Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York começa com os mesmos elementos que fizeram dar certo seu antecessor, Esqueceram de Mim, com roteiro e produção de John Hughes, direção de Chris Columbus e claro o retorno do astro mirim Macaulay Culkin como Kevin McAllister. Sua família se prepara para mais uma viagem de natal, dessa vez  os parentes estão ligeiramente mais atentos as crianças. Depois da cantata na igreja, e após uma briga com seu irmão, o menino novamente deseja passar a noite de natal sozinho, já que mais uma vez ele é tratado como o errado da situação, e para variar ele fica mais uma vez tendo seu desejo realizado.

    Há piadas resgatadas do primeiro filme, assim como também se demonstra que os vilões anteriores, Harry Lime (Joe Pesci) e Daniel Stern  (Marv Merchants) estão à solta novamente. O diferencial está apenas no fato que Kevin viaja em lugar de ficar preso em casa, pegando um voo para Nova York, após confundir um sujeito com seu pai enquanto o restante da família vai para Flórida.

    Mesmo sem fazer planos anteriormente, o garoto começa a fazer uso do cartão de crédito de seu pai, Peter (John Heard), aproveitando o gravador que teve de presente, pondo para rodar os áudios que tinha em suas pequenas fitas. No hotel onde se hospeda, o personagem de Tim Curry Hector, passa a desconfiar do jovem, pondo inclusive seu serviçal Cedric (Rob Schneider) para vigiá-lo. O menino mostra uma educação incrível, ao perguntar aos idosos que estão nas piscinas do hotel em que por hora reside, se pode dar um de seus mergulhos, preocupando-se em não ser um inconveniente para esses adultos.

    As gags cômica nesse episódio perderam muita força, principalmente por não ter mais o fator inédito ao seu lado, mas alguns pontos que antes eram defeitos são discutidos, como quando os McAllister interrogam os funcionários do hotel sobre como eles conseguiram ser ludibriados tão facilmente por uma criança, fato que ocorria sempre no filme original e nesse também.

    A continuação não acrescenta muito a ideia que o público tinha sobre Kevin e os McAllister, mas ainda assim é uma boa diversão natalina, contendo a mesma ingenuidade do episódio passado presente em Chicago, com praticamente o mesmo final relativo a família, trazendo até um tratado de paz do protagonista com seu irmão mais velho Buzz (Devin Ratray), e claro, a quebra de preconceito por parte do herói da jornada, que aprende enfim a não julgar as pessoas pela aparência, resultando em um filme bem mais inspirado que as terríveis continuações protagonizadas por Alex D. Linz e Mike Weinberg.

  • Crítica | The Ridiculous 6

    Crítica | The Ridiculous 6

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    O cinema de Adam Sandler, salvo raras interpretações dramáticas, se divide em duas vertentes de comédia. Uma delas, a primeira na qual o astro se tornou conhecido, dedica-se a um humor explícito entre ironia, paródia e piadas físicas de apelo fácil. Outra se ancora em certa tradição da comédia romântica, transformando o ator em uma espécie de galã em histórias em que o conhecido humor exagerado fica mais leve, integrando melhor com a trama.

    Em ambos os caminhos, porém, o ator é criticado e ainda mantém o status de um dos atores menos rentáveis da indústria. O forte apelo de algumas produções se somam a outras obras pouco frutíferas, promovendo um caminho difícil em que o público nunca parece receptivo com suas histórias. Um fato que ainda não o impediu de ser personagem principal de diversos filmes e de manter sua popularidade fora dos Estados Unidos. Em nosso país, por exemplo, seus filmes sempre estreiam em primeiro lugar e se mantêm na lista dos mais assistidos.

    Assinando com a Netflix para produzir quatro longas-metragens, The Ridiculous 6 é o primeiro fruto dessa parceria que equipara o cinema tradição e o serviço de streaming em um mesmo patamar, com grandes produções e estrelas de destaque. Na trama, Tommy “Faca Branca” Stockburn parte em uma jornada para resgatar seu pai fora da lei, e no caminho descobre que tem cinco irmãos.

    Logo após o lançamento, as críticas negativas atribuíram o humor de Sandler como preconceituoso com os personagens abordados. Como em outras obras anteriores com o comediante, o roteiro utiliza clichês comum, no caso, o Velho Oeste, para produzir personagens caricatos. Como humorista, o ator nunca renovou seu repertório cômico e seu estilo de sempre é o visto em cena com piadas sobre escatologia, personificando figuras deslocadas e usando o riso como paródia. Nada de novo dentro de seu estilo de humor. A comédia sempre visa um alvo, afastando a realidade para rir de si mesma e, neste cenário, a produção ainda é capaz de rir do conceito que o cinema americano criou do cinema Western.

    Em cena se destacam as parcerias costumeiras do ator, como Rob Schneider e John Turturro, compondo certa química para uma história que não apresenta nada de novo. Dado que o humor de Sandler está preso à própria formula criada, aos poucos parte do público começa a rejeitá-lo pelo cansaço.