Tag: Supergirl

  • Review | Flash – 5ª Temporada

    Review | Flash – 5ª Temporada

    The Flash sempre foi uma promessa dentro do Canal CW. Seguindo os passos de Arrow, que é o atual carro chefe da emissora, principalmente no que diz respeito ao universo compartilhado, a série do velocista escarlate terá a dura missão de substituir o seriado do Arqueiro Verde quando seu final chegar. Se for por conta dos heróis em si, já sabemos muito bem que o Flash é um dos mais importantes heróis já criados por conta de sua habilidade única e por ótimas histórias vindas dos quadrinhos, mas quando se trata da qualidade dos seriados do universo da CW, a sua liderança é obrigatória, uma vez que Supergirl claramente demonstra ficar em sua sombra e nem vamos falar a respeito daquela “brincadeira” chamada Legends of Tomorrow, que não se leva nem um pouco a sério. Mas, como dito, Flash tem a dura missão de se manter no topo, já que sua qualidade vem caindo a cada temporada.

    Após derrotar o Pensador em sua quarta temporada, Barry Allen (Grant Gustin) ficou a estranha sensação de que foi ajudado a destruir Clifford DeVoe e que sem a ajuda, o vilão não teria sido derrotado. É aí que temos a revelação de que, de fato, Barry contou com um empurrãozinho que ninguém menos que Nora West-Allen (Jessica Parker Kennedy), a filha de Barry e Iris (Candice Patton), já adulta e que veio do futuro. Nora também é velocista e em seu tempo, ela é conhecida como a heroína XS, que vem da palavra excesso. Algum tempo depois, descobrimos o motivo desse nome. Apesar do choque e da felicidade dessa reunião familiar, Barry fica extremamente preocupado com o fato de Nora já estar há tanto tempo no ano de 2018, uma vez que ele a reconheceu nas diversas vezes que a moça cruzou seu caminho na última temporada. Por causa da viagem temporal de Nora e pelo tempo em que ela se encontra em 2018, a possibilidade dela ter esculhambado a linha do tempo é enorme e Barry só se preocupa em mandar a menina de volta para o ano de 2049.

    Meta-humanos começaram a ser cruelmente assassinados em Central City e a equipe começa a desconfiar de que há um caçador de metas na cidade. Infelizmente, todas as buscas que Cisco Ramon (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker) fazem usando os instrumentos e equipamentos do S.T.A.R. Labs, bem como a busca feita por Barry, Joe (Jesse L. Martin) e Ralph Dibny (Hartley Sawyer) no campo, são em vão, deixando a equipe, pela primeira vez de mãos atadas. Paralelo a isso, já podemos perceber que o desaparecimento do Flash durante uma crise mencionada numa manchete de jornal do futuro logo no primeiro episódio da primeira temporada é mais urgente do que nunca, já que é revelado que Nora nunca chegou a conhecer seu pai, Barry, por causa de seu desaparecimento na mencionada crise ocorrida no ano de 2024. Além disso, todas as coisas que Nora aprendeu sobre o Flash se deram por causa do famoso Museu do Flash, que é bastante retratado nos quadrinhos e que no seriado aparece pela primeira vez em flashfowards durante a temporada. Com o passar dos episódios, vemos que após o desaparecimento do Flash, a relação entre Iris e Nora fica bastante desgastada e é por isso que a jovem prefere ficar muito mais ao lado do pai, do que da mãe.

    Por motivos simplesmente de roteiro, é decidido que Nora ficará em 2018 para aproveitar seu pai ao máximo e para ajudar a equipe a pegar o assassino de meta-humanos que a esta altura já está estabilizado com o nome de Cicada, vivido pelo ator Chris Klein, porém, sem deixar pista alguma sobre sua identidade e paradeiro. Nora traz algumas informações importantes do futuro e revela que o Flash nunca consegue prender Cicada, o que aumenta ainda mais o desafio da equipe em solucionar essa questão. É quando resolvem recrutar o maior detetive do multiverso, Sherloque Wells (Tom Cavanagh), que já prendeu mais de 30 Cicadas em infinitas terras. Sherloque Wells, diferentemente do famoso Sherlock Holmes, é francês e obviamente é um dos milhões de Wells espalhados pelo multiverso e que possuem uma mente brilhante. Sherloque facilmente descobre a identidade do assassino (já que todos possuem a mesma identidade), contudo, a viagem temporal promovida por Nora, alterou a linha do tempo, alterando, também, a identidade de Cicada, dificultando as ações da equipe.

    A primeira parte da temporada é muito legal. A dinâmica imposta pelos produtores com o fato de Nora vir do futuro e contar informações interessantes sobre algumas coisas e o fato de Sherloque ser um viajante do multiverso, deixam as coisas muito divertidas, porém perigosíssimas, já que o detetive duvida muito das ações da velocista, sendo que, desconfiado, passa a investigar Nora às escondidas. Em contrapartida, Nora viaja constantemente no tempo em 2049 para fazer visitas ao seu mentor, o maior inimigo de Flash, o Flash Reverso/Eobard Thawne, vivido também por Tom Cavanagh. O problema é que a dinâmica da equipe com Cicada não funciona muito bem, sem contar que Iris se torna uma personagem insuportável, obviamente por causa da sua relação com a filha e o fato de que ela em breve, perderá seu marido.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o ótimo episódio Elseworlds, que fez parte do já tradicional mega crossover do canal CW, que juntou, novamente, o elenco de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    As coisas melhoram um pouco. Primeiro porque temos episódios realmente bons e extremamente importantes para o seriado, como a criação de um soro capaz de curar meta-humanos, fazendo com que Cisco, que desenvolveu o antídoto, comece a duvidar sobre sua continuidade como Vibro. Segundo porque muito do passado de Caitlin Snow/Nevasca é mostrado e terceiro porque temos dois episódios com viagens no tempo que são sensacionais, sendo que, em um deles, vemos algo muito parecido com o que ocorre em Vingadores: Ultimato, onde o Flash parte para o passado visitando parte de episódios das temporadas anteriores. E aqui cabe uma nota: como Zoom (Teddy Sears) é assustador! Além disso, um novo e misterioso Cicada chega do futuro, mais destruidor que o primeiro, dificultando ainda mais aquilo que já era difícil.

    À medida que os episódios vão passando, podemos perceber o que a dinâmica dos personagens aliados e os vilões vão melhorando, enquanto a relação entre Nora e o restante do elenco vai entrando em colapso, principalmente quando Sherloque a desmascara e percebemos as reais intenções do Flash Reverso. A jovem XS não é má, mas ela é impulsiva, agindo em excesso (o que justifica seu nome). O legal é que Thawne ensina Nora da mesma forma que ensinou Barry, deixando esse déjà vu com um sabor mais especial. O Flash Reverso é um ótimo vilão, mesmo dentro de uma cela por todo o tempo. E se uma coisa que ele sabe fazer, além de manipular, é esperar, já que, ironicamente, ao contrário de Barry, o oposto do velocista escarlate sabe esperar e muito.

    A boa temporada fez com que Flash ganhasse o respiro que precisava. Afinal, após a triste notícia do cancelamento de Arrow, a série do velocista deverá assumir como a líder do Arrowverse, já que temos engatilhados dois novos shows, sendo um focado na Batwoman e posteriormente, um focado numa equipe de canários, provavelmente lideradas por Dinah Drake e Laurel Lance do seriado do arqueiro esmeralda.

    Aliás, a crise é iminente. As viagens recorrentes no tempo de Nora, que transitou diversas vezes entre os anos de 2018 e 2049, adiantaram em muito a data da manchete do desaparecimento do Flash. Assim, a Crise Nas Infinitas Terras, acontecerá já em 2019 e mudará para sempre o universo dos seriados, cujas novas temporadas estão sendo aguardadíssimas.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Review | Arrow – 6ª Temporada

    Review | Arrow – 6ª Temporada

    Desde sua criação e por toda a sua história, Arrow tem sido um seriado cheio de altos e baixos (mais baixos do que altos), o que é normal para uma série que está no ar há mais de cinco anos. Tivemos uma boa temporada de estreia, uma excelente segunda temporada, seguida de uma terceira temporada terrível e uma quarta e quinta temporada bem razoáveis, mas que trouxeram um pouco mais de respiro para o seriado.

    Se no desfecho da temporada anterior tivemos uma espécie de cliffhanger, o sexto ano do arqueiro esmeralda mostraria logo de cara o que de fato aconteceu com praticamente todos os integrantes do elenco, cujos personagens estavam na ilha de Lian Yu, após o vilão Prometheus explodi-la em quase sua totalidade. Logo nos primeiros episódios, tivemos flashbacks que responderam algumas das perguntas deixadas, mas a maioria delas foram sendo respondidas ao longo da temporada. Isso ajudou a responder também como seriam os flashbacks tão recorrentes na série, uma vez que, nas cinco primeiras temporadas, podemos acompanhar toda a jornada de cinco anos para que Oliver Queen pudesse se tornar o Arqueiro Verde. Porém, para a nossa surpresa, as vezes em que visitamos o passado, foram tão somente para responder às perguntas deixadas em Lian Yu, extinguindo assim, os já mencionados flashbacks. Uma decisão ousada, mas acertada em cheio, uma vez que Arrow entregou a mais audaciosa temporada de sua história.

    Oliver Queen (Stephen Amell), ainda prefeito de Star City, agora tem a custódia de seu filho, William (Jack Moore), que odeia o pai com todas as forças e para criar um laço entre os dois, o arqueiro decide se aposentar, deixando seu manto para seu braço direito, John Diggle (David Ramsey). Ocorre que Diggle sofreu uma grave lesão no nervo de sua mão enquanto estava em Lian Yu, que o está impedindo de usar armas com a habilidade que lhe era peculiar, colocando em risco mais de uma vez os heróis Cão Raivoso/Rene Ramirez (Rick Gonzalez),Sr. Incrível/Curtis Holt (Echo Kellum) e a Canário Negro/Dinah Drake (Juliana Harkavy), seus colegas de equipe, sob os olhos de Felicity Smoak, a Observadora (Emily Bett-Rickards).

    A temporada teve como premissa a aparição do cyber-terrorista Cayden James, vivido pelo ótimo Michael Emerson, mais conhecido por ter interpretado Benjamin Linus, em Lost. James logo no primeiro episódio expõe a identidade de Oliver Queen para o mundo todo, o que faz com que a arrogante e linha dura agente do FBI, Samanda Watson (Sydelle Noel) fique na cola do team Arrow, querendo prender todos. Vale destacar que o vilão é assessorado por um time de capangas liderados pela Sereia Negra, a Laurel Lance da Terra 2, que veio de Flash e novamente interpretada por Katie Cassidy e pelo impetuoso e cruel Ricardo Diaz, vivido brilhantemente por Kirk Acevedo e também por um velho amigo de Oliver, o russo Anatoly Kniazev (David Nykl).

    Pelo fato de Oliver Queen ter se aposentado como Arqueiro Verde, dificilmente o vemos em tela usando o uniforme, porém vemos bastante o personagem lidando com os problemas burocráticos de sua cidade, juntamente com o vice-prefeito, o ex-capitão Quentin Lance (Paul Blackthorne) e o assessor de Queen, Rene Ramirez, principalmente por conta da exposição causada por Cayden James.

    Porém, não demora muito para a temporada ter uma reviravolta, fazendo com que Ricardo Diaz se torne o melhor vilão da história do seriado (ganhando um episódio inteiro para si), se tornando também o melhor personagem em anos, tirando inclusive o protagonista do topo. Claro que os méritos também são de Kirk Acevedo que dá show. Logo no início desse texto, lhes foi dito que esta tinha sido a temporada mais audaciosa de Arrow. E vamos explicar o motivo.

    O modus operandi de Diaz fez com que a equipe do Arqueiro Verde fosse esmigalhada. A já cansativa história de que os métodos de liderança e de ação de Oliver são questionáveis, mais uma vez deu as caras por aqui. Só que dessa vez funcionou muito bem, a ponto de até John Diggle abandonar Oliver e virar um agente da A.R.G.U.S., após Cão Raivoso, Sr. Incrível e Canário Negro montarem a própria equipe, deixando o arqueiro sozinho, como no começo de sua história. Isso causou uma dinâmica interessantíssima para o decorrer do seriado. Embora os vigilantes tivessem o mesmo objetivo (capturar Ricardo Diaz), agora tínhamos três fronts praticamente rivais e que algumas vezes se enfrentaram, inclusive.

    Se tem uma das coisas que os fãs não podem reclamar é da ação. As cenas de luta (tão boas nas duas primeiras temporadas) deram às caras novamente e, sem dúvida, essa foi também a temporada mais violenta de Arrow, onde briga, tiros, flechadas, fraturas e muito sangue não foram poupados no orçamento. Vale destacar que parte da violência foi de autoria de Ricardo Diaz, cujos métodos causam arrepios até na Sereia Negra que aliás, falando na versão demoníaca da Canário Negro, passou a estreitar laços com Quentin Lance, uma vez que o Quentin desta Terra já não tinha mais sua filha Laurel e a Laurel da Terra 2 (a Sereia Negra) já não tinha mais seu pai. Isso foi bastante legal de se ver.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o episódio Crise na Terra X, que fez parte do já tradicional mega crossover da do canal CW, que juntou, novamente, o elenco  de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    Assim como na temporada passada, tivemos menos ainda aqueles episódios conhecidos como fillers, ou monstros da semana, que não costumam ter nenhuma relevância com o enredo principal, mas ainda assim pudemos destacar dois episódios onde tivemos o retorno de Manu Bennett como Slade Wilson/Exterminador em busca de seu filho. Apesar dos produtores não terem mais planos para com o personagem (por causa do Universo Cinemático DC – UCDC), é sempre bom ver Bennett e Amell juntos em cena, independente de qual lado Slade Wilson está.

    A reta final da temporada foi de tirar o fôlego e pela primeira vez podemos dizer que apesar das tradicionais mortes que costumamos ver em diversos seriados, Oliver Queen e os demais heróis não saíram vitoriosos e isso trouxe diversas consequências para os personagens que terão suas vidas mudadas para sempre. Não houve final feliz e ainda perdemos um querido personagem.

    O saldo da sexta temporada do arqueiro esmeralda é mais que positivo. A produção entregou, como dito anteriormente, sua temporada mais audaciosa e me arrisco a dizer que talvez seja a melhor temporada do seriado. O sétimo capítulo será aguardado com muita ansiedade.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Crítica | Supergirl

    Crítica | Supergirl

    Apenas um ano após o lançamento do vexaminoso Superman III, os produtores Ilya e Alexander Salkind levavam as telas de cinema um spin off, protagonizado por Helen Slater e dirigido por Jeannot Szwarc. A Supergirl de 1984 contém semelhanças em sua abertura com a versão de 1978 de Superman, ainda que tenha uma apresentação mais colorida,  mais voltado para o que os produtores achavam ser comum para o público feminino, primando por tons rosas. A construção do passado de Kara Zor-El é mais pautada em alguns poucos uma ambientação mágica, onde habitam os remanescentes do planeta extinto, na cidade de Argo.

    O missão de Kara envolve um mentor estranho, Zaltar, interpretado pelo veterano Peter O’Toole, que tem em seu comportamento algumas ideias bastante contraditórias, a respeito de enviar a moça em uma missão a Terra, lançando no espaço, em direção ao planeta onde não só seu primo está como tambem um artefato, chamado Omegahedron. O objetivo da moça é recupera-lo que deveria, pois ele caiu em mãos erradas, ficando em posse da bruxa moderna Selena (Faye Dunaway), que tenciona dominar a terra com esse poder.

    Ilya Salkind consegue produzir um longa estranho em essência, que começa pela chegada personagem ao planeta já trajada como heroína, sem qualquer preparação ou algo que o valha, seguida de cenas de voo terrivelmente mal feitas, com fundo verde mais vagabundo possível, com erros de escala assustadores entre a figura em movimento e o cenário fixo. Algumas referências interessantes são notadas, como a cidade engarrafada de Kandor, mas só há menção, nenhuma exploração o tema é feita o que é lastimável, já que isto poderia fazer enriquecer a trama.

    A direção de Szwarc é curiosa, e até tenta ousar. Sua experiência com seriados televisivos como Galeria do Terror e a versão oitentista de Alem da Imaginação o credencia a montar um cenário sci-fi para sua versão do mito kriptoniano. O roteiro de David Odell é confuso em sua confecção, apresentando uma personagem solitária, já experimentada, na fase da puberdade, que necessita encontrar companhia em uma escola, sem qualquer quantia em dinheiro para pagar seus estudos ou necessidade prévia de convívio com outros adolescentes. Não faz qualquer sentido a construção em volta de identidade de Linda Lee, a não ser forçar uma ligação emocional com o público alvo feminino.

    O romance ocorrido entre a protagonista e Ethan (Hart Bochner) surge sem qualquer plausibilidade. Os arcos dramáticos do longa são movidos por um tipo estranho de magia, que pouco tem a ver tanto com as histórias em quadrinhos de Kara Zor El quanto com os filmes anteriores da franquia Super. O resultado final é um produto confuso, com uma crise de identidade tremenda e que não conseguiu se valer em quase nada dos filmes clássicos do Superman, resultando em um fracasso de  bilheteria, arrecadando menos de metade de seu orçamento e não à toa, pois a mistura dos elementos heroicos com magia simplesmente não funcionam.

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  • Elseworlds | O Mega Crossover do Canal CW

    Elseworlds | O Mega Crossover do Canal CW

    O conceito do multiverso sempre existiu no universo da DC nos quadrinhos. Para quem ainda não está familiarizado, o multiverso é uma teoria onde existem diversos mundos paralelos com diversos tipos de realidade. No caso da DC Comics, existem diversas Terras, onde heróis como Superman, Batman e etc podem ser vilões, ou até mesmo heróis sob outros nomes, assim como vilões podem ser heróis, sendo as possibilidades infinitas. No universo da DC nas telas, capitaneada pela CW, não foi diferente, sendo que o multiverso já foi introduzido há tempos no seriado do Flash e o mega crossover do canal, nesse ano de 2018 veio pra mostrar que o multiverso é real e coloca praticamente tudo que já vimos sobre a DC Comics, seja nos seriados, seja nos cinemas, dentro do deste mesmo conceito e isso inclui de maneira espetacular o Flash do seriado dos anos 90; Smallville; o Superman vivido por Christopher Reeve e, até mesmo, os filmes do Batman, que foram dirigidos por Christopher Nolan, claro que nas suas devidas proporções, algumas delas apresentadas apenas como easter eggs.

    Elseworlds começa na Terra 90. Vemos um campo de batalha onde diversos heróis (que parecem ser da Sociedade da Justiça) estão mortos. O último sobrevivente é o l do seriado que foi ao ar nos anos 90 e novamente vivido por John Wesley Ship (velho conhecido dos fãs, uma vez que, além de ser o Henry Allen numa das Terras, é também o Flash Jay Garric de outra Terra). Flash confronta o Monitor, que aparenta ser um poderosíssimo vilão, porém, antes de ser derrotado, o velocista consegue fugir.

    Daqui para frente, vemos parte do universo da CW mexido de maneira intencional. Barry Allen/Flash, em vez de ser vivido por Grant Gustin é vivido por Stephen Amell e Oliver Queen/Arqueiro Verde é vivido pro Gustin. Claro que o verdadeiro Oliver e o verdadeiro Barry sabem que tem algo de errado, contudo, seus colegas do team Flash e team Arrow não acreditam numa só palavra que eles dizem e o que vemos aqui são situações típicas daqueles filmes e episódios ondem existem trocas de corpo, o que mesmo sendo clichê, é algo hilário. Um dos pontos interessantes é que Oliver Queen precisa ser o Flash e Barry Allen precisa ser o Arqueiro Verde, sendo que a personalidade violenta de Queen não se encaixa com a personalidade do velocista escarlate, assim como a personalidade pacífica e brincalhona de Allen, não se encaixa com a do arqueiro esmeralda, e isso acaba interferindo de maneira interessante no episódio.

    Não demora muito para termos o próximo surto da noite, onde os heróis vão até Smallville da Terra 38 procurar a ajuda da Supergirl (Melissa Benoist) e do Superman (Tyler Hoechlin). A pequena cidade é introduzida com o tema de abertura de Smallville – As Aventuras do Superboy, e se passa exatamente na mesma Fazenda Kent usada no seriado. Se Tyler Hoechlin não tivesse aparecido algumas vezes no seriado da Supergirl, seria perfeito que Tom Welling retornasse ao papel e seria então a primeira vez que o ator viveria, de fato o Superman.

    Esse tipo de homenagem permanece o tempo todo pelo crossover, até quando a investigação de Barry e Oliver os levam a Gotham City, também introduzida nesse universo pela primeira vez. Batman/Bruce Wayne abandonaram Gotham e as Empresas Wayne estão sob o comando de Kate Kane (Ruby Rose), que ajuda os heróis na busca de um psiquiatra do Asilo Arkham. Lá podemos ver alguns embates bacanas como o da Nevasca (Danielle Panabaker) enfrentando Nora Fries (a esposa de Mr. Freeze), vivida por Cassandra Jean Amell, esposa de Stephen Amell. Nesta cena, podemos ver uma espécie de museu sinistro com alguns artefatos interessantes, dentre eles, a máscara de Bane (Tom Hardy), de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. E vemos também a Batwoman pela primeira vez em ação. O jeito largado de Ruby Rose serviu perfeitamente para interpretar Kate Kane e a heroína e existem grandes chances da personagem voltar em outras participações e até mesmo ganhar um seriado próprio

    Porém, nem tudo pareceu ser bom em Elseworlds. Apesar de fazer a alegria dos fãs e de ter um roteiro bacana, a coisa fica muito feia quando a terceira e última parte começa. Apenas para esclarecer, apesar do crossover ser um único bloco, o primeiro episódio foi um episódio de Flash, o segundo, um episódio de Arrow e o terceiro, um episódio de Supergirl. Embora a realidade tenha sido gravemente alterada, onde o Superman é um ditador, que usa uniforme negro, o que vemos em tela soa cafona e sem vida alguma, o que deixa o crossover com uma mancha. Nem mesmo as participações do Caçador de Marte (David Harewood) e de Brainiac 5 (Jesse Rath) e o esperado embate entre dois Superman faz com que o espectador se prenda na cadeira e o que se vê, na verdade, é uma torcida para que o episódio acabe logo, o que é uma pena.

    De qualquer forma, ainda assim, Elseworlds é o quinto crossover da CW, e o melhor até aqui, mesmo limando sem dó os personagens de Legends of Tomorrow e reduzindo drasticamente a participação dos personagens centrais de cada seriado, o que foi acertado, já que Invasão e Crise na Terra X tinham personagens e heróis em demasia deixando os roteiros confusos e com alguns furos. Além disso, o crossover desse ano prepara para o que vem em outubro de 2019: Crise Nas Infinitas Terras, uma das maiores histórias da DC Comics e aqui no Vortex você saberá sobre todas as curiosidades deste grandioso evento.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Crise na Terra X | O Mega Crossover do Canal CW

    Crise na Terra X | O Mega Crossover do Canal CW

    Eis que chegou o tão aguardado crossover do Canal CW. Vale lembrar que a reunião dos maiores heróis do canal se deu anos atrás quando Barry Allen (Grant Gustin) apareceu em Arrow investigando a morte de sua mãe, ocorrida durante a sua infância e após o término do episódio, o jovem investigador é atingido por um raio, o que deu início ao seriado do Flash. O segundo encontro dos heróis se deu no ano seguinte, quando um participou do episódio do outro e o primeiro crossover propriamente dito, colocou tanto os heróis, quanto seus coadjuvantes para enfrentarem o vilão Vandal Savage, o que serviu para introduzir outra série do canal, intitulada Legends of Tomorrow. Com a inclusão de Supergirl no catálogo, o lance ficou de fato épico, ao adaptar a saga Invasão, da DC Comics e ainda que o resultado não tenha sido satisfatório, é sempre bom ver uma equipe de heróis reunidos em tela, seja de qualquer plataforma. No final de 2017, como de costume, a mega reunião ganhou mais um capítulo com a história Crise na Terra X.

    Para quem não está familiarizado com o universo dos quadrinhos ou da televisão, nosso universo é formado por infinitas Terras, onde nós existimos de maneira igual, diferente ou exatamente o oposto do que somos. A teoria (que é existente no mundo real) já foi explicada diversas vezes em The Flash e repassada para os outros seriados, tanto que é costumeiro vermos heróis e vilões de outras Terras. E é sobre exatamente isso que Crise na Terra X se trata.

    Durante o casamento de Barry Allen e Iris West (Candice Patton), os noivos e convidados são atacados por um exército de soldados nazistas liderados por um arqueiro tão bom quanto Oliver Queen (Stephen Amell), por uma mulher tão poderosa quanto Kara Danvers (Melissa Benoist) e por um velocista tão rápido quanto Barry. Não demora muito para os heróis descobrirem que o ataque veio de membros da Terra X, uma Terra controlada pelos nazistas desde sua vitória na Segunda Guerra Mundial. E não demora para sabermos também que o arqueiro e a mulher são Oliver Queen e Kara Danvers da Terra X, aliados com Eobard Thawne, o Flash Reverso da Terra 1, aqui vivido, novamente por Tom Cavanaugh, que interpreta, também o professor Harry Wells. Um fato curioso é que Oliver Queen, além de líder dos nazistas, é casado com Kara.

    O episódio tem bons momentos, principalmente quando as versões malignas dos heróis estão em cena. O Oliver Queen nazista, por exemplo, não é uma versão tão diferente do que o Oliver Queen que conhecemos foi nas duas primeiras temporadas de Arrow, mas o destaque ficou para uma trama paralela (uma das diversas ali presentes) que envolvia o herói Firestorm, formado pela fusão do Dr. Martin Stein (Victor Garber) e Jefferson Jackson (Franza Drameh). Infelizmente, Victor Garber precisou deixar o seriado e os produtores deram um final emocionante para a dupla, o que interferiu diretamente na resolução da trama principal. Crise na Terra X também marca o retorno de Wentworth Miller, desta vez interpretando Cidadão Frio, que é a versão heroica da Terra X para o Capitão Frio, devidamente trajado como nos quadrinhos, deixando registrada a homenagem, além da estréia do herói Ray, interpretado por Russel Tovey. Apesar do excesso de personagens em tela, muitos deles ficam completamente esquecidos em cena por conta da necessidade de focar os acontecimentos nos personagens principais, mas é sempre bom acompanhar os heróis interagindo entre si, principalmente quando Onda Térmica (Dominic Purcell) está em cena.

    Enquanto Legends of Tomorrow se encontra em seu final de temporada, Supergirl, Flash e Arrow entram na reta final de suas respectivas temporadas. Qual será o tema do próximo crossover? Aguarde notícias em breve.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

    https://www.youtube.com/watch?v=HmVBRdqCOHg

  • Review | The Flash – 3ª Temporada

    Review | The Flash – 3ª Temporada

    Quando o Flash derrotou o vilanesco Zoom ao término de sua 2ª temporada, tivemos uma pequena cena pós-créditos em que Barry Allen, desolado pela morte de seu pai, toma a impensada atitude de voltar ao passado no dia em que sua mãe havia sido morta, salvando-a e derrotando o Flash Reverso, mudando, portanto, o mundo inteiro daquela data em diante. A cena em questão era o prenúncio de uma das histórias mais aclamadas do Velocista Escarlate, intitulada Ponto de Ignição, o que prometia uma terceira temporada sensacional, causando ansiedade nos fãs de todo o conhecido “arrowverse”. Afinal, que mudanças Barry causaria em Arrow, Supergirl e Legends of Tomorrow?

    Nos quadrinhos e na animação, com participação significativa do Batman e demais membros da Liga da Justiça, após salvar sua mãe, Barry Allen vira o mundo de cabeça para baixo, causando o maior dos efeitos borboletas. Os Atlantis estão em guerra com as Amazonas. Alguns vilões sse tornam boas pessoas e, no caso do Batman, o menino Bruce Wayne acabou sendo morto no beco, fazendo com que sua mãe desenvolvesse problemas psiquiátricos sérios se tornando a Coringa daquela linha temporal e seu pai, Thomas, se tornando o Batman, mas um morcego mais amargurado e que usa, além da violência excessiva, armas de fogo. Obviamente, o desenvolvimento a ser abordado na série passaria longe da ousadia dos quadrinhos, a julgar pelos mais variados fatores. Contudo, o canal CW deixou muito a desejar, com um início de temporada extremamente chato e mal desenvolvido, algo que mudou na segunda metade da temporada. Devemos lembrar que nos quadrinhos, o Ponto de Ignição se encerra com o Batman matando o Flash Reverso e Barry restaurando a linha do tempo, dando início a uma nova fase do universo da DC Comics, chamada de Os Novos 52.

    Por conta da trama principal, o que vimos nesta 3ª temporada foi uma diminuição considerável dos episódios chamados de monstros da semana, que foram incluídos dentro da história principal, fazendo com que um episódio seguinte sempre complementasse o anterior, seguindo assim, praticamente, do início ao final da temporada.

    No primeiro episódio da tempora, após retornar no tempo e salvar sua mãe, Barry Allen (Grant Gustin) vive uma vida feliz ao lado de seus pais, Nora (Michelle Harrison) e Henry (John Wesley Ship). Wally West (Keiynan Lonsdale), o Kid Flash, é o velocista guardião de Central City, sendo que tanto Wally, quanto dos demais personagens que integram o elenco, Joe (Jesse L. Martin) e Iris (Candice Patton), o agora bilionário e egocêntrico Cisco (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker), assumindo a alcunha de Nevasca, não conhecem Barry, que foi alertado por Eobard Thawne (Matt Letscher), agora preso, do tamanho erro que cometeu ao voltar no tempo, algo que Barry só passa a reconhecer quando começa a experimentar perda da memória da linha temporal anterior, o que poderá causar também a perda de seus poderes, esquecendo-se de quem ele foi um dia. Após Wally ser gravemente ferido pelo seu maior oponente, o velocista Rival (Todd Lasance), Barry decide soltar Eobard para que ele cumpra seu destino de assassinar Nora Allen e restabelecer a linha temporal anterior. Sim, o Ponto de Ignição só durou um único episódio, o que causou a ira e a decepção de muitos.

    Mas o verdadeiro ponto de ignição da 3ª temporada, na verdade, se dá quando Barry restabelece a linha do tempo original. Linha do tempo bastante modificada, mexendo com alguns personagens e localidades. Os Laboratórios S.T.A.R., por exemplo, estão com novas e melhores instalações. Porém, Joe e Iris não se dão bem e não olham um na cara do outro. Além disso, o irmão de Cisco, Dante, não está vivo e o jovem cientista culpa Barry por não salvá-lo. E para piorar ainda mais a situação, o velocista tem um parceiro no departamento de polícia, o irritante Julian, vivido por Tom Felton, uma ótima contratação para o elenco.

    E ainda temos o excelente Tom Cavanagh, interpretando sua terceira versão do Dr. Harrison Wells, agora vindo da Terra 19. Cavanagh que na 1ª temporada fez um Wells frio e calculista, na 2ª temporada fez um Wells da Terra 2 completamente sem paciência, nestaentregou um personagem extremamente bem humorado e sempre positivo, polido, educado e aficionado por café, já que na Terra 19, café é um produto quase extinto. Novamente podemos saber um pouco mais do passado desse querido Wells, que foi desmascarado tempos depois, uma vez que ele, na verdade, é um escritor em sua terra, que veio pra Terra 1 foragido, em busca de conseguir escrever a maior aventura já escrita. A fuga de Wells é aproveitada para introduzir uma nova heroína na série, a Cigana (Jessica Camacho), que possui os mesmos poderes de Cisco, que viaja pelas terras do Multiverso perseguindo foragidos.

    A primeira parte da terceira temporada, como dito, foi extremamente arrastada e chata, principalmente porque o elenco tentava descobrir a identidade do vilão Alquimia, que estava concedendo poderes para aqueles que eram meta humanos na linha temporal do ponto de ignição em troca da cabeça do Flash,. Essa parte teve pouquíssimos bons momentos, como o episódio Invasion, que fez parte do já tradicional mega crossover da CW, que juntou, desta vez, o elenco de Flash, Supergirl, Arrow e Legends of Tomorrow.

    As coisas começam a melhorar, quando o team Flash descobre que Alquimia, na verdade, é apenas um assecla do perigosíssimo Savitar, o Deus da Velocidade, tido como o primeiro, mais poderoso e rápido velocista. Em uma tentativa de derrotar Savitar, Barry é jogado meses no futuro e acaba por ver Iris sendo morta pelo demoníaco velocista. Começa, então, uma corrida contra o tempo, onde Barry tenta mudar o presente, buscando alterar o futuro e a morte de Iris. E o que se vê a partir daqui são alguns dos melhores episódios da temporada e, por que não, de toda a série.

    Um desses episódios, na verdade um evento duplo, mostra que o Wells da Terra 2 foi capturado pelo Gorila Grodd na Cidade dos Gorilas, o que obriga o team Flash a ir resgatá-lo, causando uma invasão dos gorilas em Central City. Também tivemos um ótimo encontro musical entre os personagens de Supergirl e Flash, com a introdução de um bom vilão, que futuramente poderá incluir o elenco do arrowverse em outros episódios do estilo, além de apresentar um dos vilões mais perigosos mostrados em cena: Abra Kadabra, que veio de muitos séculos do futuro e que causa sérios danos em Caitlin, obrigando a cientista a se transformar em definitivo na heroina Nevasca.

    Mas, sem dúvida, o ponto mais alto da temporada é a revelação de quem é Savitar, na verdade, é o próprio Barry Allen, trazendo ao público outro conceito da física e da ficção científica, chamado de o Paradoxo da Predestinação, utilizado em O Exterminador do Futuro, por exemplo, quando John Connor, diversas vezes, manda Kyle Reese para o passado para que ele conheça Sarah Connor, com o intuito de fazê-la gerar John, o líder da resistência no futuro. Aqui, o Barry que se tornou Savitar é um dos remanescentes do tempo (algo já explicado nas temporadas anteriores) que foram criados para derrotar vilão. Durante a batalha, Savitar eliminou todos os remanescentes, exceto um (ele mesmo), que ao tentar se reintegrar a seus amigos, foi completamente ignorado porque aquela linha do tempo já tinha um Barry Allen. Então, imagine que você foi duplicado por você mesmo, só que seus melhores amigos, sua mulher e tudo que o cerca convive com o outro você, te ignorando por completo. É exatamente isso que aconteceu. Uma decisão bastante ousada e acertada dos produtores. E com os planos de Savitar frustrados graças a genialidade e bom coração do Wells da Terra 19, vimos uma emocionante batalha de todos os heróis da série contra o velocista.

    Tanto Flash, quanto as outras séries da CW, tiveram suas temporadas renovadas e se encontram em filmagem neste exato momento. Sempre soubemos que um dia a ótima série do velocista iria passar por maus momentos, mas percebe-se que essa 3ª temporada, embora tenha ganhado um certo respiro em sua etapa final, serviu de aviso aos produtores que, a partir de então, deverão tomar cuidado para que o show não passe pelos mesmos problemas que Arrow deixando-o à beira de um cancelamento.

    De qualquer forma, a 4ª temporada de Flash, que irá ao ar a partir de outubro de 2017,  parece promissora e pela primeira vez os produtores não usarão um velocista como vilão principal da temporada. Acredita-se que o arqui inimigo de Barry será Clifford DeVoe, o Pensador, um vilão que promete dar muito trabalho ao Flash e os demais heróis, uma vez que seu nome foi mencionado algumas vezes pelos personagens do futuro que apareceram nessa temporada.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Flash e Supergirl: O Crossover Musical

    Flash e Supergirl: O Crossover Musical

    Os crossovers entre os seriados do chamado arrowverse, que é basicamente o universo da DC Comics na televisão criado em Arrow, tiveram início ainda na 2ª temporada da série do arqueiro esmeralda com a participação de Barry Allen, que culminou com o seu acidente que o transformou em Flash. Desde então, os heróis de Arrow, Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow se reúnem para enfrentar alguma ameaça realmente perigosa, como a primeira vez que enfrentaram Vandal Savage ou combateram uma invasão alienígena que adaptou a saga Invasão, da DC Comics. Fora essas reuniões que duram mais de um episódio, existem outras menores onde os personagens do universo compartilhado sempre aparecem ao menos uma vez nas outras séries e foi assim que Flash conheceu Kara Zor-El, a Supergirl.

    Devido a um intercâmbio entre os canais CW, que produz as séries do universo compartilhado e o canal CBS, que cuidava de Supergirl, o velocista escarlate, durante um treinamento para derrotar o vilão Zoom, acabou por cair sem querer na Terra 3 e assim, ajudou a última filha de Krypton a derrotar uma ameaça. A parceria deu certo comercialmente e os produtores resolveram arriscar ainda mais, desta vez, trazendo a Supergirl para o seriado do Flash. E foi fantástico.

    Tanto Grant Gustin, quanto Melissa Benoist faziam parte do cast do premiado seriado musical, Glee, e, por conta desse passado, os produtores decidiram que o encontro do dois seria em formato de musical. Com isso, se aproveitaram da situação atual de ambas as séries, onde os protagonistas se encontravam em situações semelhantes em suas vidas e trouxeram o vilão Mestre da Música, vivido pelo também ator de Glee, Darren Criss, para ensinar uma lição a Barry e Kara.

    O episódio começa com Mon-El (Chris Wood) e J’onn J’onzz (David Harewood), atravessando o portal e chegando aos Laboratórios S.T.A.R, em Central City, com a Supergirl em coma, pedindo ajuda, ao mesmo tempo que o Mestre da Música invade o local e coloca Barry no mesmo estado de Kara. Ao acordar, Barry percebe que está numa espécie de boate noir, onde Kara é a cantora. Não demora para os dois perceberem que estão presos num musical e que, para escapar da transe, teriam que seguir o roteiro passo a passo.

    Assim como em qualquer musical, tudo é muito bonito e alegre e é realmente satisfatório ver os atores de todo o universo compartilhado cantando e dançando, sendo que a escolha de seus representantes foi muito bem acertada. Como o episódio era do Flash, todo seu cast estava lá, mas somente Barry, Iris (Candice Patton), Joe (Jesse L. Martin) e Cisco (Carlos Valdes) participaram da viagem atribuída pelo Mestre da Música, assim como Kara, Mon-El e Winn (Jeremy Jordan) representando a série da Supergirl. Vale destacar que os veteranos Dr. Martin Stein (Victor Garber), que é uma das metades do herói Nuclear, representou Legends of Tomorrow e Malcolm Merlyn, o Arqueiro Negro (John Barrowman), representou Arrow. A título de curiosidade, todo o background de formação artística de Barrowman foi feito na Broadway, fazendo com que o ator seja mais que competente para sua participação, em vez de qualquer outro personagem de Star City.

    O episódio em si foi muito dinâmico, deixando aquela sensação de que passou muito rápido e isso se deve à boa trama do musical, aliada à trama paralela daquilo que acontecia nos Laboratórios S.T.A.R. No que diz respeito ao musical, este totalmente ambientado na máfia noir da primeira metade do século XX, somente Barry e Kara eram eles mesmos e o restante do elenco, apesar de estarmos familiarizados com os atores e seus personagens, interpretavam outras pessoas com nomes diferentes. Merlyn, por exemplo, é um dos chefões da máfia e dono da boate onde Barry, Kara, Cisco e Winn trabalham. Já Joe e Stein chefiam outra facção da máfia e são inimigos mortais de Merlyn, sendo que ambos os criminosos estão atrás de seus filhos, Iris, que é filha de Joe e Stein (sim, é isso mesmo) e Mon-El, filho de Merlyn.

    Enquanto Barry e Kara, com seus poderes drenados, tentam seguir o roteiro, Wally West/Kid Flash (Keiynan Lonsdale), Cisco Ramon/Vibro e J’on J’onzz, devidamente transformado no Caçador Marciano, perseguem o Mestre da Música por Central City. Aqui cabe um destaque porque os três heróis trabalham de maneira cooperativa semelhante aos X-Men na abertura do filme Dias de Um Futuro Esquecido.

    Como dito, o ótimo episódio pareceu muito curto (mesmo tendo o tempo regular característico), fazendo com que certas resoluções tivessem seus desfechos de forma um pouco mais urgente. De qualquer forma, o Mestre da Música é um ótimo vilão e realmente seria muito legal se ele retornasse, aparecendo nos demais seriados, já que o antagonista atinge exatamente determinado ponto da mente daqueles que são afetados. Seria muito interessante ver a mente deturpada e sofrida de Oliver Queen ambientada num musical que se passa na 2ª Guerra Mundial, por exemplo.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • O Mega Crossover entre Supergirl, The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow

    O Mega Crossover entre Supergirl, The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow

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    Finalmente, o mega crossover do canal CW aconteceu. Durante o decorrer da semana, pudemos acompanhar nos episódios de Supergirl, The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow a reunião de quase todos seus personagens/heróis numa batalha contra os alienígenas conhecidos como Dominadores, numa adaptação da série Invasão, da DC Comics, lançada no final de 1988 com seu término logo no começo de 1989.

    Ainda que todos os anúncios desse grande evento da televisão anunciava uma grande história de 4 episódios, o que vimos é que o episódio de Supergirl, em nada teve a ver com o crossover. O que acontece de relevante em seu episódio, que foi ao ar na América na segunda-feira, são pequenos easter eggs, ou seja, portais de Barry Allen tentando chegar na Terra da última filha de Krypton. E quando ele consegue, o episódio acaba após uma pequena conversa.

    Diferentemente da reunião que aconteceu no ano passado entre Arrow e Flash, onde 90% do elenco das séries se reuniu naquilo que não parecia ser um episódio de Flash seguido de um episódio de Arrow, Invasão até que foi bem distinto, obviamente reunindo seus principais heróis, deixando a peculiaridade e o elenco secundário de cada série no seu devido lugar em seu respectivo dia da semana. Sendo assim, o que vimos, foi 100% um episódio distinto de Flash sucessivamente com episódios distintos de Arrow e Legends of Tomorrow, o que não foi ruim, devido a quantidade generosa de heróis dessa vez.

    Barry Allen (Grant Gustin) e os cientistas dos Laboratórios S.T.A.R. recebem um imagem de seus satélites de que uma espécie de meteoro irá atingir o centro de Central City. Chegando lá, Barry percebe que se trata de uma nave com diversos alienígenas dentro dela. Com a ajuda da diretora da A.R.G.U.S, Lyla Michaels (Audrey Marie Anderson), o “team Flash” fica sabendo que se trata da raça conhecida como Dominadores ou Domínions, cujo primeiro contato com a Terra se deu nos anos 50. Prontamente, Allen sai para reunir Oliver Queen/Arqueiro Verde (Stephen Amell), Thea Queen/Speedy (Willa Holland), John Diggle/Espartano e Felicity Smoak (Emily Bett-Rickards), trazendo em seguida a Supergirl, Kara Danvers (Melissa Benoist). O time fica completo minutos depois com a chegada das “lendas” Ray Palmer/Átomo (Brandom Routh), Sara Lance/Canário Branco (Caity Lötz), Martin Stein/Jax Jackson/Nuclear (Victor Garber e Franz Drameh) e Mick Rory/Onda Térmica (Dominic Pursell).

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    Um dos pontos principais desse episódio é uma estranha mensagem escondida na nave das Lendas que foi deixada pelo Barry do futuro. Quem acompanha o seriado do Flash, sabe que foi Barry quem criou a inteligência artificial Gideon (uma espécie de Jarvis) e que Gideon é a responsável pela nave das Lendas, a Weaverider. Aos poucos vamos percebendo o quão poderoso Barry Allen é. O problema é que Barry precisa contar a todos o conteúdo da mensagem que diz respeito às recentes alterações que fez do passado, mudando e muito o presente de todos. Aliás, além da ameaça principal da temporada, esse era um assunto recorrente entre os personagens de Flash e que tem uma agradável resolução.

    Já no interessante episódio de Arrow, após Oliver, Sara, Diggle, Thea e Ray (os não meta humanos do grupo) serem abduzidos para uma nave dos Dominadores, coube a Barry e Kara liderar o “team Arrow” com a adição dos heróis Rene Ramirez/Cão Raivoso (Rick Gonzalez), Rory Regan/Retalho (Joe Dinicol) e Curtis Holt/Sr. Incrível (Echo Kellum), numa missão desesperada para tentar localizar seus companheiros. Porém, o destaque do episódio fica para os momentos em que os abduzidos, induzidos a um tipo de coma, revisam as suas vidas se eles não fossem heróis. Desta forma, podemos ver Oliver Queen prestes a se casar com Laurel Lance (Katie Cassidy), falecida na temporada anterior, além dos pais de Ollie, Moira e Robert (Susanna Thompson e Jamey Sheridan, retornando a seus papéis). Vale de destacar que quando os abduzidos percebem que estão numa situação atípica, onde tudo é exatamente como eles queriam que fosse, começa uma espécie de conflito interno em cada um eles, sendo que, a partir do momento que isso acontece, uma espécie de mecanismo de defesa é ativado, fazendo com que os vilões Exterminador (sem os créditos ao interprete),  Damien Dhark (Neal McDonough) e Malcolm Merlyn (John Barrowman) tentem evitar a qualquer custo que os abduzidos acordem do coma induzido.

    Coube a Nate Heyood, o Gládio (Nick Zano), pilotando a Waverider, o resgate dos abduzidos e com isso entramos no episódio de Legends of Tomorrow, onde alguns personagens saem de cena para a entrada de Nate e de Amaya, a Vixen, vivida por Maisie Richardson-Sellers.

    O referido episódio, assim como o drama de Barry, por ter estragado a vida de todos e assim como o drama de Oliver, pela sua vida ter se tornado o que ela é hoje, também temos um drama pessoal do Dr. Martin Stein, que durante uma de suas viagens pelo tempo, acabou por interagir com seu eu mais novo, alterando o seu presente. Vale destacar que é a primeira vez que as Lendas voltam a 2016 desde que partiram com a Waverider lá no primeiro episódio da primeira temporada.

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    Tudo que se sabe até então é que os Dominadores querem eliminar os meta humanos do planeta. Com isso cabem a Felicity, Cisco Ramon (Carlos Valdez), Gládio, Vixen e Onda Térmica retornarem aos anos 50 com o objetivo de descobrirem o que aconteceu no primeiro contato com a raça alienígena, enquanto os heróis que ficaram em 2016 precisam enfrentar alguns agentes do governo que querem, a qualquer custo, prender Barry Allen para entregá-lo aos Dominadores. E pelo fato de todos (principalmente Cisco) estarem chateados com Barry, o velocista escarlate decide se entregar com o intuito de estabelecer uma trégua com os alienígenas. Obviamente, todos o perdoam, fazem aquele discurso motivacional de amizade e decidem ir para a guerra, no melhor momento dessa reunião.

    O mega crossover da CW foi algo inédito na televisão. Obviamente, pelo excesso de personagens e por envolver muita coisa, o roteiro é cheio de furos e erros, mas considerando o pouco tempo de filmagem para unir tantos personagens assim, o resultado é satisfatório.

    O que vai deixar os fãs dos quadrinhos e que também gostam das séries felizes é a enorme quantidade de referências a não só a coisas relacionadas à DC Comics, mas também, da Marvel. A maneira como a parte final de Invasão acontece chega a lembrar a primeira vez que vimos os Vingadores reunidos no cinema. Infelizmente é impossível reunir nesse texto todos os bons momentos e o humor bem recorrente, mas um dos destaques está lá e lá ficou para ser usada novamente: um galpão, cuja parte externa é idêntica à Sala da Justiça.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 4ª Temporada

    Review | Arrow – 4ª Temporada

    Arrow-Season-4-Poster

    A péssima terceira temporada de Arrow, de fato, foi um divisor de águas para a produção do show. Se os produtores da CW não apresentassem ao espectador uma obra no mínimo convincente, as chances de um eventual cancelamento seriam praticamente inevitáveis.

    E não foi o que aconteceu. Sinceramente, imagino que Arrow só se mantém no ar por conta do universo compartilhado criado, se apoiando no sucesso de The Flash, além de agora contar com Legends Of Tomorrow e com a recém-chegada Supergirl. Com tantos personagens, a série somente convenceu numa de suas subtramas, que justamente contou a parte final da história de John Diggle (David Ramsey) que, desde a primeira temporada, buscava saber quem causou a morte de seu irmão, Andy. Aliás, a dica já havia sido dada na temporada anterior pelo Pistoleiro e confirmada nessa temporada. A C.O.L.M.E.I.A. estava por trás de tudo.

    Justamente a C.O.L.M.E.I.A., liderada por Damien Darhk (Neal McDonough), que foi a maior ameaça da temporada tirando Oliver Queen (Stephen Amell) da aposentadoria. O herói deixou a agora chamada Star City nas mãos de sua equipe, Laurel Lance/Canário Negro (Katie Cassidy), Thea Queen/Speedy (Willa Holland) e John Diggle (que ganhou um uniforme e o nome de Espartano), mas descobriu que Felicity (Emily Bet Rickards), sua futura esposa ainda trabalhava com o “Team Arrow”. Não demorou muito para a jovem convencer Oliver a voltar à ativa com um novo uniforme preparado por Cisco Ramon, personagem de The Flash e cientista responsável por quase todos os trajes do universo.

    O problema é que todas as medidas tomadas nos roteiros de Arrow são incrivelmente preguiçosas, uma vez que, na temporada passada, para preservar a identidade de Queen como O Arqueiro, Roy Harper, o Arsenal (que fez uma breve participação nessa temporada) se entregou usando o uniforme do Arqueiro, sendo que, mais tarde, forjou sua própria morte. Com isso, Oliver Queen retorna a Star City usando o nome de Arqueiro Verde para preservar o legado do arqueiro original. Isso chega a ser uma falta de respeito com o personagem como um todo. Porém, ainda assim, a equipe precisa enfrentar Damien Darhk e a C.O.L.M.E.I.A., uma organização extremamente poderosa, enquanto Oliver Queen, candidato a prefeito de Star City precisa enfrentar nas urnas sua rival, Ruvè Adams, a esposa de Darhk.

    arrow, black canary and john constantine

    Como dito, a C.O.L.M.E.I.A. é poderosíssima e cerca quase tudo entre nós. Ela possui informantes no governo, na polícia e está sempre um passo à frente de tudo e de todos, o que seria mais do que suficiente para a equipe do Arqueiro Verde ser esmagada. Além do mais, um ponto realmente importante na série é que, pela primeira vez, a magia foi introduzida, o que até então não existia no universo. Tivemos esse primeiro contato na primeira parte da temporada durante os flashbacks, que sempre foram tradicionais no programa. Queen, a serviço da A.R.G.U.S., foi deixado na ilha em que naufragou e lá passa a ter contato com uma organização militar que tem muito interesse no local, sendo que, num determinado ponto, acaba por ajudar um certo homem chamado John Constantine (Matt Ryan), que como forma de agradecimento “transfere” uma tatuagem para o corpo de Queen. A magia persistiu por toda a temporada, uma vez que o próprio Damien Darhk possui consigo um ídolo que lhe dá muito poder. Vale ressaltar que é pelo mesmo ídolo que a organização tem interesse na ilha. E nesse ponto, a produção pecou, pois, como dito, não havia como Oliver e sua equipe competirem com Darhk. Ainda que o confronto com Darhk por toda a temporada tenha provocado muita dor para o time, como a baixa de uma importante personagem. O vilão poderia ter causado o fim de muito mais personagens, já que por diversas vezes teve a oportunidade de acabar com o próprio Arqueiro Verde.

    De qualquer forma, a temporada não foi um desastre.

    Durante a segunda temporada de The Flash, ocorreu a estreia da personagem Kendra Saunders (Ciara Renee). Sua aparição na série serviu para dar origem ao crossover com o Velocista Escarlate e Legends Of Tomorrow. Desta vez, podemos dizer que a reunião dos heróis foi completa, uma vez que Vandal Savage (Casper Crump) tenta assassinar Saunders, a Mulher-Gavião, o que obriga o “Team Flash” a pedir ajuda ao Arqueiro Verde e sua equipe, desta vez contando com todos os personagens das duas séries mais o Gavião-Negro (Falk Hentschel). Esse episódio serviu como aquecimento para a já citada série Legends Of Tomorrow.

    E os crossovers não pararam. Ainda tivemos o sensacional episódio de Legends of Tomorrow que se passou na Star City do futuro, onde temos um Oliver Queen grisalho e barbudo, como no seu visual clássico, mas totalmente diferente daquele que conhecemos. Se pudermos comparar, digamos que ele lembra muito o Batman de Ponto de Ignição. Além do mais, tivemos Diggle e sua esposa, Lyla (Audrey Marie Anderson) fazendo uma participação em Flash, além da versão vilanesca  da Terra 2 de Laurel Lance, como a Dark Siren, uma versão alternativa da Canário Negro, mas que possui os poderes exatamente como nos quadrinhos.

    O final da temporada causou ódio naqueles que gostam da série. Por sorte, por conta dos eventos ocorridos no final da segunda temporada de The Flash, que deverá adaptar Ponto de Ignição, nem tudo está perdido e tudo poderá ser consertado. O curioso é a vida imitando a arte, pois geralmente é o Flash quem salva o dia nas histórias em quadrinhos. Só nos resta saber se será The Flash que salvará Arrow de um cancelamento.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Supergirl – 1ª Temporada

    Review | Supergirl – 1ª Temporada

    Supergirl 1

    Após ter seu piloto vazado, a primeira temporada de Supergirl daria prosseguimento ao seu seriado, usando parte do visual dos sobreviventes de Kripton visto em  O Homem de Aço, de Zack Snyder. Os primeiros momentos do seriado situam a fuga do planeta condenado, tanto de Kal-El quanto da jovem Kara, que só chegaria a Terra 24 anos após seu parente, envolvida em um estranho evento cósmico que não a permitiu envelhecer. Na vida adulta, enquanto tenta uma carreira na imprensa, Kara Danvers é interpretada por Melissa Benoist, que apesar de sua pouca experiência, compensa com muito carisma, sendo sua performance o ponto alto da série.

    Como era esperado em Smallville: As Novas Aventuras de Superboy, além de outros programas do Canal CW – como Flash 1ª Temporada – há um resgate de atores envolvidos de alguma forma com a franquia, mostrando os pais adotivos da moça interpretados por Dean Cain (o Super-Homem de Lois & Clark: As Aventuras Novas do Super-Homem) e Helen Slater (a Supergirl de 1984), que interpretam Jeremiah e Eliza Danvers, respectivamente. O enfoque é na vida urbana da jovem e as pessoas que a rodeiam, como o belo e seguro fotógrafo James Olsen (Mehcad Brooks), em uma versão mais adulta e sexualizada, deixando de lado o sidekick sem poderes do herói de Metropolis.

    Kara tem como melhor amiga sua irmã de criação, Alex (Chyler Leigh), uma das poucas que sabem o segredo que envolve os seus poderes, e que claramente é avessa à ideia da heroína se aventurar como uma vigilante. Desde o início é exibida uma relação dúbia entre ambas, incluindo uma competição que faz sua irmã delata-la ao Departamento de Investigação de Atividade Alienígena.

    A decisão pelo uso de seu uniforme faz referência direta a uma cena semelhante de Lois & Clark, tendo como parceiro da heroína o seu amigo claramente apaixonado platonicamente por ela,  Winn Schott Jr. (Jeremy Jordan), que a ajuda a escolher a melhor vestimenta.

    Supergirl 2

    O trabalho da moça na revista CatCo Worldwide Media faz todos os arquétipos se assemelharem ao universo do Superman, com a diferença de que Cat Grant (Calista Flockhart), sua editora-chefe, é uma megera insensível que busca no alter ego de sua funcionária um símbolo de adulação, copiando mais uma vez a motivação do Planeta Diário nas histórias do Superman. A impressão dentro do programa criado por Greg Berlanti, Ali Adler e Andrew Kreisberg é aludir aos momentos clássicos do herói de maneira velada, adaptando-o a um estilo mais rápido e ligado ao estereótipo feminino de comédias românticas.

    Já no segundo episódio é apresentada uma disputa entre heroína e vilã, sua tia Astra (Laura Benanti), irmã gêmea de sua mãe, que foi banida para a zona fantasma. Com exceção de Astra, os vilões são bastante genéricos e a jornada da moça super-poderosa é provar ser mais do que a simples prima do Superman, em uma trama de auto-afirmação que combina mais com uma adolescente do que com uma mulher adulta. A subida de popularidade e mostra de seus poderes pouco têm a ver com a importante questão do empoderamento feminino, se assemelhando mais as lamúrias e choramingo de um alguém que ainda não amadureceu, fato que pouco se justifica em razão de todas as desventuras se assemelharem as do herói original, inclusive o fato de ludibriar uma jornalista com olho clínico, trabalhando para ela e usando apenas um óculos como estratégia de disfarce.

    A fragilidade da personagem ajuda a denegrir a representação feminina, além do conceito de garota em apuros, servindo como artifício metalinguístico para as falhas de concepção existentes, assim como o uso indiscriminado de personagens dos quadrinhos executando funções genéricas, como o empresário Maxwell Lord (Peter Facinelli), que serve de Lex Luthor cabeludo e substituto. O Tornado Vermelho, personagem dúbio nos quadrinhos, serve apenas como um capanga qualquer, que evoca na personagem-título lembranças de seu passado e a motiva a se superar, em mais um momento gratuito e sem sentido.

    Para desviar a atenção de problemas no texto, há o mesmo apelo ocorrido em Smallville, com aparições de personagens clássicos, como o kriptoniano Non (Chris Vance), que é par romântico de Astra, e mais tarde com o acréscimo de um arco mais sério e interessante, com o Caçador de Marte, vivido por David Harewood, que se disfarça de chefe de operações Hank Henshaw. Este acaba sendo um dos poucos momentos realmente interessantes dramaticamente, no entanto a trama segue boba, trazendo vilões clássicos, como o Mestre dos Brinquedos, que acaba por passar em National City ao invés de Metropolis, graças ao seu filho Winn, o eterno amigo gay/paixão platônica não correspondida de Kara, além de um grande número de equivalentes vilões do Azulão, sempre pautados pelo desuso dos mesmos nos filmes da Warner.

    Já o desenrolar da trama do Caçador de Marte é bastante interessante, trágica em si e bem mais significativa que qualquer subtrama secundária anterior utilizada. A guerra marciana é bem demonstrada, assim como o trauma estampado no rosto de Harewood, que consegue atuar em nível muito superior aos seus colegas de elenco. Os efeitos visuais também são bem executados nesse caso, assim como o design de produção.

    A sequência de tropeços segue, especialmente após o episódio Bizarro, em que Lord finalmente assume ser a versão copiada de Luthor, não só possuindo sua própria versão estranha da Supergirl, no período próximo de A Morte de Superman, como também criando uma versão mal feita da heroína, que mais uma vez precisa ser um rascunho do real último filho de Krypton.

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    Apesar de não ter grandes arcos dramáticos, exceto talvez por reencontros familiares de importância pequena, mora em Cat Grant a personagem mais rica do seriado, superando a personagem-título. A ideia de imitação de Meryl Streep, em Diabo Veste Prada, é deixada de lado para mostrar uma mulher que pode ser uma megera, malvada, autoritária e capaz de sentir empatia mesmo para os que estão patamares abaixo de si. Sua personagem é tão boa e faz tanto sentido que até destoa de todo o drama infantil apresentado. Os limites impostos na relação dela com Kara soam tão maduras que nem parecem pensadas pelo mesmo conjunto de argumentistas que planejam todo o resto.

    Laura Vandervoot, que havia interpretado a contraparte da heroína em Smallville, retorna para um papel vilanesco, como a personagem dos Titãs, Índigo, cuja versão nos quadrinhos é bastante diferente, desde a origem como pseudo-heroína para então se revelar má, tanto quanto ao alvo, já que sua programação era derrotar Donna Troy (a antiga Moça-Maravilha). O uso da kriptonita vermelha é bem semelhante ao de Superman 3, resultando em um pastiche bem oportunista, piorado graças à base terrível do roteiro de comédia de Richard Lester. O resgate a personagens famosos desimportantes segue. Nos quadrinhos, Índigo surgiu como uma heroína e depois se revelou uma vilã. Na série de TV, os produtores descrevem Índigo como um supercomputador vivo e de temperamento forte que foi sentenciado à prisão em Fort Rozz depois de se voltar contra o povo de Krypton.

    No capítulo Manhunter, finalmente se explora o passado do Caçador de Marte, se mostrando a parte mais interessante da temporada, a despeito do protagonismo da Super-Moça. As consequências referentes a ele são mais maduras, assim como a qualidade da construção de background, com um desenrolar mais adulto e discussões mais dramáticas. Já em World Finest, ocorre enfim o crossover com o Flash de Grant Gustin, fazendo também um contato com o canal CW, ainda que os produtores sejam os mesmos para ambas. O conceito de multiverso é apenas arranhado, uma vez que a explicação mais detalhada seria dada no programa do corredor escarlate. De ruim, há o subaproveitamento da vilã Curto Circuito (Brit Morgan), que nos quadrinhos e desenhos animados é uma vilã de terceiro escalão do Superman, e que não sustenta a necessidade de dois heróis alistados contra si, ainda que haja também a exploração tímida da Banshee Prateada, contraparte de Siobhan Smythe (Italia Ricci), que desde sua primeira aparição já guarda uma motivação que rivaliza com Kara.

    O equívoco mais irritante, em meio a tantos dentro desse primeiro ano, certamente é Miryad, que dá nome ao penúltimo episódio e que resume a tentativa de arma química de Astra, feito no início para salvar seu planeta natal através do controle mental de todos, e que é finalmente usado na Terra, em National City, por seu antigo amado Non, em parceria com Indigo e Lord. Os erros começam pela supervalorização da cidade, que até faz algum sentido, visto que não é um município como Metropolis, o qual é um alvo mais difícil de atingir, mas que soa oportunista, pois, exceto ser o cenário da temporada, não há qualquer importância no lugar. O outro erro fundamental é a quase participação do Superman, que também é afetado pelo transe graças a sua criação humana, a mesma que Kara recebeu, mas que ainda assim não mexe com os pensamentos da heroína novata.

    Lord consegue estabelecer laços com os alienígenas, exatamente como o Luthor de Gene Hackman em Superman 2: A Aventura Continua. É curioso como o Lex de Jesse Eisenberg em Batman vs Superman: A Origem da Justiça conseguiu antecipar os logotipos dos futuros heróis da Liga, como se fosse um empresário e assessor em comunicação do super grupo, como era o início do ideal do personagem. Ao menos, nesse final de participação, o papel de Lord passa a ser mais suportável ao atrelá-lo a Grant – em uma relação amorosa platônica forçadíssima, é claro – e na demonstração de uma mudança de caráter e espírito. Uma redenção um pouco incômoda, mas suportável diante dos outros tropeços da temporada.

    A solução encontrada para romper o feitiço dos vilões é pueril, com uma transmissão feita pela heroína, em rede nacional, através de palavras sentimentalóides que recuperam a esperança e razão de cada um dos capturados pela Myriad. As palavras de uma adolescente loira e carismática são suficientes para quebrar um transe planejado pelos opositores, que são da mesma espécie e raça que ela. As concessões, como a ascensão de Lucy Lane (Jenna Dewan Tatum) ao posto de chefe do DEA beira o absurdo, soando extremamente forçado, assim como a batalha final entre Caçador de Marte e Supergirl contra Non e Indigo, com a batalha findando de um modo muito fácil e anti-climático.

    Pouco antes do final, um outro evento intergalático ocorre em National City, fato que faz os dois heróis se atentarem, com mais um cliffhanger que possivelmente não terá grande importância na segunda temporada que já foi confirmada. Apesar do martírio em assistir às desventuras da protagonista e dos demais personagens, o carisma de Benoist consegue tornar o show aceitável.

     

  • Review | Supergirl (Episódio Piloto)

    Review | Supergirl (Episódio Piloto)

    supergirl-pilotoA premissa semelhante ao ocorrido com o último filho de Krypton, adaptada para uma versão feminina, passa distante de qualquer visão típica do discurso feminista. A atuação pouco esmerada nos momentos pré-destruição planetária quase compromete o início da abordagem em Supergirl, que se inicia mostrando Kara ainda adolescente (Malina Weissman) sendo enviada à Terra. Os efeitos especiais são até bem feitos, especialmente em comparação com outras produções televisivas.

    A reverência à figura do Superman é notada em cada detalhe, ainda que a figura do Azulão seja timidamente tocada, uma vez que ele já havia se revelado ao mundo bem antes de sua prima mais velha, tendo em suas feições, claro, a aparência de ser bem mais maduro que ela. É curioso notar o pai adotivo de Kara, interpretado por Dean Cain, o Clark Kent de Lois & Clark – As Aventuras do Superman, ainda que seja mais uma referência do que qualquer outro aspecto.

    Melissa Benoist interpreta Kara Danvers e se mostra uma mulher jovial, empolgada, que tem uma carreira consolidada em comunicação social, se aproximando demais dos arquétipos de Kent, ainda que sua postura lembre a personagem de Anne Hathaway em O Diabo Veste Prada, já que sua patroa Cat Grant (Calista Flockharté bastante excêntrica e exigente consigo. Para que seu trabalho seja o mais prazeroso possível, um belo homem negro de meia-idade se apresenta a ela. Seu nome é James Olsen (Mehcad Brooks), antigo repórter fotográfico do Planeta Diário, chamado pelo “Big Guy” de Jimmy, alcunha famosa nos quadrinhos.

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    A primeira cena da kriptoniana em ação faz lembrar absurdamente a descoberta dos poderes de Peter Parker no primeiro Homem-Aranha, ainda que neste haja menos jocosidade do que no filme de Sam Raimi. A cena em si é bem executada, apesar da leveza, e é seguida do resgate de um avião, ação típica do Azulão, semelhante também à cena de resgate de Superman – O Retorno, de Bryan Singer.

    Diante da primeira aparição da proto-heroína, que poderia gerar um sem número de inspirações em mulheres que sofrem violência, há também o surgimento de um opositor misterioso que sabe da origem dos pais da moça, o que gera um fator importante para que a história seja crível. O que não combina em nada com a estética de super-heróis é a subtrama do amigo gay que não é gay no personagem de Winn Schott (Jeremy Jordan), cujo amor platônico sequer é notado por Kara, fortificando a aura de comédia romântica, adocicando a trama para tentar alcançar o público feminino, ainda que tenha bem menos elementos diabéticos quanto o trailer pretensamente faz esperar.

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    A inversão de paradigma de proteção, se voltando ao que deveria ser a escolta de seu primo, para tornar-se algo mais universal, é interessante, especialmente com a trama secreta revelada nos minutos finais. O potencial de tornar o seriado uma bomba é enorme, especialmente por misturar influências tão diversas. Mas a construção de arquétipos é bem mais interessante nessa série da CBS do que foi visto, por exemplo, na série fracassada da Mulher-Maravilha.

    Obviamente que por ser um episódio inicial, ainda mais vazado, os plots ainda pareçam demasiado infantis, mesmo o mistério envolvendo a figura estranha de Alura e Porto Rozz. No entanto, ao menos em matéria de retratar uma mulher que não precisa se submeter ao pensamento mandatário do homem, cumpre bem seu papel. Primeiro com a pecha de proteção ao jovem Kal-El, para depois a moça dar uma virada espiritual em sua rotina, mudando sua posição de menina submissa para intensa modificação do status quo, mesmo com as reprimendas dos “controladores” de super-poderosos. O seriado vem para suprir uma lacuna de protagonismo feminino, órfão desde as empreitadas de Mulher-Gato e Elektra no mainstream. O mínimo que se espera é que se mantenha o caráter desbravador, mesmo que comedido e despretensioso.