Tag: Tod Williams

  • Crítica | Celular

    Crítica | Celular

    Celular-Cell-Poster

    Baseado em um romance homônimo de Stephen King, lançado em 2006, Celular reprisa a parceria de John Cusack e Samuel L. Jackson que contracenaram juntos em 1607, outra produção baseada na obra do mestre do horror. O filme teria, inicialmente, Eli Roth como diretor. Um nome que possibilitaria maior sucesso a esta produção. Porém, valendo-se das tradicionais diferenças criativas, o diretor saiu do projeto sendo substituído por Tod Williams de Atividade Paranormal 2.

    A trama deste terror reflete um tema comum ao público atual tanto na vertente realista, que estabelece uma crítica a um movimento contemporâneo, como na fictícia em que desenvolve a história. A real apresenta o uso exagerado da tecnologia como um malefício para a sociedade contemporânea, fator que possibilita que um pulso eletromagnético, transmitido via celular, transforme os usuário em zumbis, o enfoque fictício explorando o combalido tema dos zumbis. Dessa forma, a tecnologia se torna um vilão enquanto um pequeno grupo de pessoas tenta sobreviver a procura de um meio para derrota-los. Ou seja, um argumento nada inédito mas que, devido a grife de Mr. King, potencializa-se como possível obra rentável.

    Porém, mesmo que formatado em uma vertente diferente, partindo de uma crítica de um mundo conectado e escravizado pela tecnologia, os zumbis são matéria saturada para o público e nem a história, nem os personagens, são carismáticos suficiente para irem além de uma narrativa sem força. Em cena, Cusack e Johnson formam a tradicional equipe improvável, unida pela necessidade da sobrevivência. Porém, sem nenhuma urgência, embora relembrem, a todo momento, a necessidade de procurar seus familiares.

    O fato é que grande parte do horror desenvolvido por King se pauta em seu vigoroso estilo literário, algo que sempre se perde em uma adaptação, motivo pelo qual muitas obras cinematográficas oriundas de seus livros sejam fracas ou medianas. Mesmo que o roteiro seja assinado pelo próprio autor, trata-se de um campo novo a ser explorado e, por consequência, irregular. Como o desfecho do original do livro sofreu reclamações dos leitores, King compôs outro final para a versão cinematográfica. Um desfecho sem impacto, sinalizando a afirmativa de que, muitas vezes, suas histórias falham em uma conclusão insossa.

    Celular resultou em um fracasso de bilheteria, conivente com a qualidade da produção, um horror sem sustos e sem nenhuma urgência, repetido pela temática de zumbis e conduzido de maneira apática.

  • Crítica | Atividade Paranormal 2

    Crítica | Atividade Paranormal 2

    Atividade Paranormal 2 A

    Localizado em Calsbad na California, Atividade Paranormal 2 começa focando nas filmagens que Daniel (Brian Boland) faz para o seu recém nascido filho, como forma de documentar a vida da família antes do seu nascimento. O show de mostras do cotidiano absolutamente desnecessárias segue firme, com muitos detalhes em escadas, portas, porões e demais situações genéricas, pioradas ainda pela condição de um sistema de segurança, que de certa forma intensifica as possibilidades de sustos já que qualquer situação seria registrada pelos sistemas, mesmo as incessantes falhas de sistema elétrico e de iluminação.

    A mesmíssima rotina de Atividade Paranormal é vista entre o casal de protagonistas, exceção feita a presença de filhos de casamentos diferentes, gerando uma óbvia química diferenciada já que ocorre o drama com a família. Logo é mostrado que Katie (Katie Fatherston) é irmã da personagem que protagonizava a anterior, Kristi (Sprague Grayden), o que ratifica a obviedade do mal agouro que se aproxima.

    Como era esperado, o substituto de Oren Peli (agora produtor executivo), Tod Williams, repete os mesmos clichês do episódio original, emulando em tela os mesmos tropeços da produção, que até a escolha do cineasta, havia recebido algumas recusas. A estranha escolha pelo diretor não se faz justificada, uma vez que sua filmografia era mais focada em dramas do que em terror. A trama segue ressaltando as estranhezas que se assemelham a poltergeists, piorando as circunstâncias quando a empregada supersticiosa Martine (Vivis Cortez) é demitida, após assustar seus patrões com pequenos ritos que visavam expulsar a possibilidade de espíritos maléficos.

    A aleatoriedade das cenas faz perguntar se Williams realmente seguia o roteiro de Michael R. Perry ou se um robô apertava alt tab entre imagens de estúdio, reprisadas a todo momento, como se o público não tivesse capacidade cognitiva para identificar a intensa repetição de conceito, tanto no texto quanto no visual. O enfado se torna a sensação maior do público, uma vez que não há qualquer possibilidade de surpresas ou sustos.

    A tentativa de emular a realidade segue intensa, com passagens de tempo durante a fita sofrendo uma aceleração contínua para mostrar que a ação que ocorre com a família de Kristi e Katie há tanto tempo. A jovem Ali levanta uma teoria da possibilidade dos acontecimentos estranhos que ocorrem com sua madrasta, temendo pela segurança especialmente de Hunter, que é o primeiro herdeiro homem da família desde os anos 30, sendo o alvo perfeito para o sacrifício de um possível pacto satânico dos antepassados.

    A obstinação em seguir filmando o azar familiar só não é maior que a pretensa facilidade em encontrar exorcistas despreparados em meio ao cotidiano. O campo de superstições faz com que o patriarca apele para uma ação mais enérgica, que sofre uma ação externa extremamente ligada a o que ocorreu com Micah no primeiro filme, trazendo a tona a vilã possuída da primeira parte, para enfim seguir com o cumprimento da questão envolvendo a maldição ligada ao sangue, impulsionando o texto que já era fraco para algo ainda pior, que geraria ainda mais filhotes bastardos.

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