Robôs gigantes. Trama política. Sangue. Muito Sangue. Crianças lutando como se fossem adultos. Espaço. Lutas no Espaço. Tudo isso junto indica que estamos vendo mais um anime da série Gundam.
Mobile Suit Gundam – Iron-Blooded Orphans é a 14ª série da longa franquia Gundam. Conta a história de um grupo mercenário de Marte que aceita a missão de escoltar a Princesa Kudelia Aina Bernstein de lá até a Terra. Tal missão não é algo trivial, pois os interesses de Kudelia em nosso planeta vão contra o braço militar do governo geral: Gjallarhorn.
A trama básica é bem simples, mas para entender realmente é necessário esmiuçar um pouco. Marte é uma colônia exploratória da Terra. Ficou assim após guerras citadas como “Calamity Wars”, onde havia máquinas guiadas por um sistema atualmente visto com “preconceito”: Sistema Alaya-Vijnana, que coloca uma conexão para dados diretamente ligada ao sistema nervoso. Atualmente quem faz a operação e coloca esse sistema é chamado de “Rato do Espaço” e é tratado basicamente como lixo.
Com Marte sendo uma colônia, o povo de lá é visto como inferior ao da Terra, algo que nunca aconteceu antes na história. Princesa Kudelia é líder de um movimento de liberação de Marte. Para conseguir ao menos começar ter sucesso em sua empreitada, ela precisa chegar ao pequeno ponto azul do universo e conversar com um dos líderes dos três blocos econômicos que compõem o planeta, o único disposto a abrir a janela para acordos. Porém perder sua colônia não é algo que todos querem.
O grupo conta com vários órfãos que foram obrigados a implantar o sistema em si para lidar com máquinas e trabalhar, como escravos, para o tal grupo mercenário. Após um ataque da Gjallarhorn, um dos mais velhos, Orga Itsuka, assume a liderança, consegue conter o ataque e mata todos os que não gostaram da nova liderança.
E com isso cobrimos apenas o primeiro episódio. Tekketsu no Orphans estreou em 2015 e a cada episódio evolui a complexidade de sua trama, colocando mais complicações políticas e evoluindo seus personagens.
E falando de personagens, nós temos muitos. Após a tomada de poder, o grupo é formado quase que totalmente por adolescentes/crianças e isso faz parte do que é trabalhado na trama, em que, em várias ocasiões, eles são lembrados de sua pouca idade.
Temos em Orga o líder destemido, grande estrategista que sempre tem um plano, aquele que carrega o peso de todo seus amigos nas costas. Ele tem carisma e cativa logo de cara. Ao lado de Orga sempre está seu braço direito, Mikazuki Augus, que, de início, não é carismático, mas um daqueles personagens sem emoção que fazem o que é mandado. Mika, como é chamado, é piloto de Barbatos. O primeiro Gundam dos órfãos possui um Sistema Alaya-Vijnana tripo (o que significa que ele fez a dolorida operação que pode matar quando feita por três vezes, mas que também faz o controle ser melhor).
A princesa Kudelia é alguém que você se pergunta por que está ali. Como alguém como ela conseguiu liderar um movimento de libertação? Como alguém como ela é chamada de “A Donzela da Revolução”? Por outro lado, é uma das que apresenta maior evolução durante a série.
Há muitos outros personagens, trabalhados de forma menor que os principais, mas não deixados de lado. Biscuit Griffin cuida das informações e trabalhos administrativos (e com a melhor família de todas. Biscuit tem como irmãs Cookie and Cracker. Eles são um doce de família). Akihiro Atland, que é um “detrito humano” (termo usado para indicar pessoas sequestradas e traficadas para trabalhos escravos. Eles são menores que humanos) e, como tal, não tem lugar no mundo, afinal ele não é humano – no entanto, essa ideia é contrariada por seus companheiros. E por aí vai, são muitos órfãos juntos.
A animação não deixa a desejar para uma trama tão rica e com personagens tão interessantes. As cenas de lutas são intensas, empolgantes e bem violentas. Mas não é apenas nas cenas de luta que a série empolga, em partes calmas a narrativa também mostra qualidades.
A história é bem equilibrada e trabalha personagens no ponto: quando há mortes, você sente seu peso. Com um encerramento excelente e auxílio da trilha-sonora, a série também produz emoção, fazendo com que o espectador se sinta imerso naquele universo.
Uma trama riquíssima com grandes personagens, Kidou Senshi Tekketsu no Orphans foi um dos melhores animes que estrearam em 2015 e vale muito assisti-lo, te recompensando a cada episódio.
PS: O anime é criticado por algumas pessoas pela intensidade de certas cenas, principalmente por lidar com crianças. Não há censura nessa parte, crianças portam armas, matam e são mortas.
–
Texto de autoria de André Kirano.
esse anime e show!! continuaa com as mesmas características na 2 temporada, posso ate dizer quem estão com mais intensidade super recomendo ele
Parabéns pela análise, colocou de forma simples informações importantes e disse muito com poucas palavras. =D Grato pelo exelente texto! Grande abraço!