Crítica | Max Steel

Max Steel é um famoso herói de brinquedo que ganhou adaptações para TV, com séries de audiência considerável entre o público infantil, e agora, chega aos cinemas em uma versão live-action. O filme dirigido por Stewart Hendler (Pacto Secreto e Reféns do Mal) traz a luz uma história idêntica a vista nas outras versões do personagens, onde Max McGrath (Ben Winchell), um rapaz que por um motivo misterioso de seu passado produz uma energia poderosa difícil de ser contida. Assim, Max conta com a ajuda de Steel (dublado por Josh Brener), um ser carismático e engraçado que aos poucos ganha a confiança do herói.

Apesar da premissa pueril, a abordagem de mostrar dois núcleos em paralelo soa bastante madura para um filme cujo o foco é o público juvenil. Enquanto Max vive sua rotina normal, são mostradas as cenas com Steel escapando do local subterrâneo onde foi encontrado. Até a metade do filme, a exploração da história se mostra interessante, apesar de esquemático, mostrando o protagonista tendo de lidar com sua nova condição, problemas familiares e ainda arrumando tempo para se envolver com uma garota bonita.

No entanto, não demora muito para o texto caminhar para mediocridade pura e simples, pondo em meio a origem e rivalidade do protagonista o ator mais renomado do elenco, Andy Garcia, como o personagem Dr. Miles Edward, um cientista que sabe exatamente de onde vieram os poderes do herói, e que em um evento catastroficamente gratuito e descabido, decide se tornar o vilão da história.

As lutas entre Edward e Max são executadas de modo terrível, e a escolha por munir o protagonista de uma armadura semelhante a do Homem de Ferro faz perder grande parte do potencial e plasticidade que os combates poderiam ter. As sequências de ação parecem genéricas e esse defeito ajuda a perceber alguns dos muitos problemas do longa. A fotografia e direção de arte são péssimas, em especial pelo uso de luz chapada, que remete aos filmes super-heróis bastante comuns aos anos noventa, como o Capitão América ou Nick Fury: Agente da S.H.I.E.L.D., se distanciando da condição de blockbuster de orçamento moderado e voltado para o cinema.

O anúncio de Hendler na direção criou-se uma expectativa no que se refere ao visual do filme, tendo em vista seu trabalho na minissérie de cinco episódios que adaptou a franquia dos videogames Halo, no entanto a aposta não se mostrou acertada, visto a quantidade de problemas existentes em boa parte do filme.

O roteiro pueril, escapista e sem qualquer identidade, transforma Max Steel em um teaser estendido para o vindouro Power Rangers, não contando sequer com o carisma que o super sentai americano provavelmente terá.

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