Crítica | Corpo Elétrico

De Marcelo Caetano, Corpo Elétrico é um filme sobre transições de maturidade, que começa seu drama em uma fábrica de tecidos para roupas femininas. O personagem principal é Elias (Keiner Macedo) um jovem cheio de idéias, e que sonha ter sua própria marca de roupas.

A rotina de Elias é mostrada de maneira gradual e quase mágica. Os rapazes com quem ele fica são literalmente encantados pelo modo singelo com que ele fala de seus anseios e de suas pequenas conquistas diárias. O personagem é apaixonável e é natural que atraia tanta gente bonita para o seu entorno. A trajetória dele é bastante simples, a de um rapaz comum que vive seus dias planejando sua vida profissional e o cotidiano de seus relacionamentos, flertes e transas com seus pares.

O filme não procura uma inocência ou mesmo um olhar mais recatado sobre os temas que desenvolve e as imagens mostradas, ao contrário, é explicito quando julga necessário e tem cenas de nu condizentes com a proposta de ser hiper-realismo. Não há nudez gratuita, tampouco exploração sexual do corpo dos atores. O estilo que Caetano propõe em seu longa é muito calcado no naturalismo que permeia o cinema brasileiro recente, misturando elementos de ficção e documentários.

As festas, os risos e as brincadeiras entre os personagens são divertidas e mostradas sob um olhar de intimidade e veracidade. Mesmo quando aborda as carências e os anseios de Elias, não há uma recaída melancólica ou pessimista, a visão é otimista e tipicamente jovem, sensível e sonhadora, tal qual a maior parte da geração que Corpo Elétrico tenta retratar. A forma de mostrar o amor prevalecendo sobre a intolerância não ocorre de forma bélica, e sim repleta de beleza e sensibilidade.

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