Francesca Comencini comanda uma história de amor pouco usual de dois entes que há muito se afastaram. Em Histórias de Amor Que Não Pertencem a Esse Mundo, o drama de Cláudia (Lúcia Mascino) consiste em tentar driblar a monotonia dos seus dias, vivendo entre a rotina e as boas lembranças de seu passado, normalmente, pensando em Flávio (Thomas Trabachi), seu companheiro, que apesar de permanecer ao seu lado fisicamente, se mostra cada vez mais distante em níveis emocionais.
Grande parte dos cenários do filme envolvem o tribunal, local de trabalho da personagem. A repetição desses lugares demonstra um pouco da dedicação de Cláudia ao seu emprego, passando boa parte dos seus momentos mais importantes lutando pelos seus ideais enquanto pratica seu ofício.
O desespero da mulher em perceber que o relacionamento em que ela dedicou tanto tempo e sentimentos está prestes a naufragar. Com o decorrer do roteiro do trio Comencini, Francesca Manieri e Laura Paolucci, fatos novos ocorrem com Cláudia, fatos esses que mudam bastante o status quo de sua vida amorosa, e aos poucos a transformam em mulher.
O término do filme evoca a incerteza sobre o futuro dos personagens analisados nos pouco mais de noventa minutos de Histórias de Amor Que Não Pertencem a Este Mundo, abrindo um leque de possibilidades para uma mulher de meia-idade que injustamente via seu futuro como algo miserável e sem perspectivas caso ficasse sozinha. A condução de Comencini é firme e bastante terna, mostrando uma redescoberta na vida de uma mulher de maneira bastante sentimental e realista.
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