Tag: George Lucas

  • Review | Por Baixo do Capacete: O Legado de  Boba Fett

    Review | Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett

    Por Baixo do Capacete: O Legado de Boba Fett é um breve especial da Disney+. O episódio tem pouco mais de vinte minutos, mas fala bastante a respeito do caçador de recompensas mais famoso de Star Wars, mesmo que o caçador de recompensas tenha pouco tempo de tela no seu produto de origem.

    Assinada pelo especialista em obras de making off, Brian Kwan, o filme se inicia com um engraçado relato do designer de som da trilogia clássica, Ben Burtt, assoprando uma pequena corneta para mostrar como ele chegou no som da aeronave pilotada pelo personagem. Ao passo que se valoriza o legado dele, em especial na venda de brinquedos, também não há super valorização de sua participação, que teve apenas quatro linhas de diálogo e seis minutos e meio de tela da obra original.

    A maior riqueza do especial mora nos detalhes a respeito da criação do guerreiro com armadura, em especial no resgate de depoimentos da produção original, como do criador da Milenium Falcon, Joe Johnston (que também ficaria conhecido como diretor de Rocketeer, Jurassic Park III e Capitão América: O Primeiro Vingador), que cita Ralph McQuarrie como um dos responsáveis ao seu lado pelos esboços da armadura e do personagem. Se detalha até a ideia de colocar esporas nos pés dele, para parecer um autêntico caçador do velho oeste.

    Durante o tempo de exibição também se salienta o quão importante era fazer a armadura mandaloriana parecer surrada, mesmo antes de existir uma mitologia em torno dos guerreiros de Mandalore. Também não se furta em falar sobre Star Wars: Holiday Special, com o próprio George Lucas comentando a inserção do personagem na sequência animada, driblando o assunto tabu já que esse especial era assunto proibido até pouco tempo, quando a própria Disney disponibilizou em seu streaming a sequência em que ele aparece, sob o nome A História do Wookie que Acredita com duração de nove minutos.

    Voltado aos fãs, o documentário foca em detalhes de bastidores, conversando com colecionadores de brinquedos e derivados da saga. O objetivo de louvar a memória do personagem é alcançado, e só por isso já valeu a pena ser produzido e apreciado por quem se interessa pelo universo expandido de Star Wars, além de servir de teaser para o seriado O Livro de Boba Fett.

  • Especial | Star Wars

    Especial | Star Wars

    Há tempos, pelos idos dos anos setenta, se iniciava no cinema, por meio de um realizador motivado, audacioso e desbravador uma das melhores fantasias em formato Space Opera da história. A saga de Luke Skywalker, Han Solo e Princesa Léia foi expandida para muito além dos três primeiros filmes de Star Wars, e hoje figura no ideário do homem comum ocidental através dos produtos originais, novos lançamentos e materiais que expandem o pensamento idealizado por George Lucas.

    Star Wars é uma franquia lucrativa. Após sua compra pela Disney mais produtos foram garantidos, incluindo novos filmes e derivados. O antigo Universo Expandido que continha produtos antigos, como a trilogia Thrawn de Timothy Zhan e o recente Kenobi, de autoria de John Jackson Miller, além dos quadrinhos da Dark Horse e múltiplos jogos de RPG e videogames foi descontinuado, atribuído ao selo chamado Legends, não sendo mais parte oficial do cânone da saga. Algumas destas ideias foram recicladas e usadas nos roteiros de Lawrence Kasdan em Episódio VIII: Despertar da Força, enquanto o novo material suplementar faz parte necessariamente da história oficial indiscutivelmente, fator que antes Lucas jamais assumiu para sua franquia, mesmo dando aval para a criação da maioria das ramificações da legenda da força.

    Com promessas de novos filmes, incluindo spin offs cinematográficos, mais e mais material serão produzidos, além de reedições de produtos não lançados no Brasil, que finalmente farão parte do catálogo das editoras nacionais. A fim de mapear toda essa gama de material, organizamos este novo universo em textos analíticos e opinativos, desbravando uma galáxia distante, em busca do sentido da religião da Força. Como a própria Disney dividiu o universo de Star Wars na composição do novo cânone, consideramos necessário manter essa divisão pelo didatismo e para aqueles leitores que desejam acompanhar somente um ou outro.

    Podcasts

    VortCast 50 | Star Wars: Os Últimos Jedi
    VortCast 51 | Star Wars e as Polêmicas do Novo Filme (Ou Procurando Pelo em Ovo)

    Artigos

    Os Bastidores, Detalhes e as Mudanças de George Lucas em Star Wars
    Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi
    Star Wars Celebration | O painel de Os Últimos Jedi, o primeiro pôster e o primeiro teaser  
    Sobre Ascensão Skywalker
    : Comentários do teaser, Comentários sobre o trailer final ,O que esperar
    Dia dos Investidores

    Novo Cânone

    Filmes
    (1977) Star Wars: Uma Nova Esperança
    (1980) Star Wars: Império Contra Ataca
    (1983) Star Wars: O Retorno de Jedi
    (1999) Star Wars: Ameaça Fantasma
    (2002) Star Wars: Ataque dos Clones
    (2005) Star Wars: A Vingança dos Siths
    (2015) Star Wars: O Despertar da ForçaCrítica 2 e Crítica 3
    (2016) Rogue One: Uma História Star Wars
    (2017) Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi
    (2018) Han Solo: Uma História Star Wars
    (2019) Star Wars – Ascensão Skywalker 
    (2020) LEGO Star Wars: Especial de Festas

    Seriados
    (2008) Star Wars – Clone Wars
    (2014) Star Wars: Rebels – 1ª Temporada 
    (2019) The Mandalorian 1ª Temporada

    – Chapter One :The Mandalorian
    Chapter Two: The Child
    Chapter Three: The Sin
    Chapter Four: The Sanctuary
    Chapter Five: The Gunsliger
    Chapter Six: The Prisioner
    Chapter Seven: The Reckoning
    Chapter Eight: The Redemption  
    (2020) The Mandalorian 2ª Temporada

    Literatura
    (2014)
    Tarkin – James Luceno
    (2015) Star Wars: Lordes dos Sith – Paul S. Kemp  
    (2015) Star Wars: Estrelas Perdidas – Claudia Gray

    Quadrinhos
    (2014) Darth Maul – Filho de Dathomir
    (2015)
    Darth Vader #01-12
    (2015) Star Wars #01-12
    (2015) Princesa Leia
    (2015) Império Despedaçado
    (2015) Vader Down
    (2015) Lando
    (2015) Star Wars: O Diário do Velho Ben Kenobi

    (2016) Han Solo
    (2016) C-3PO – O Membro Fantasma
    (2016) Star Wars: Prisão Rebelde

    (2016) Star Wars: O Último Voo do Harbinger

    Linha Infantil

    Livros

    (2012) Star Wars: Darth Vader e Filho
    (2013) Star Wars: Academia Jedi
    (2013) Star Wars: Academia Jedi – O Retorno de Padawan
    (2015) Star Wars: A Princesinha de Vader

    Selo Legends

    Filmes:
    (1978) Star Wars – Holiday Special
    (1984) Caravana da Coragem: Uma Aventura Ewok
    (1985) Caravana da Coragem: A Batalha de Endor

    Seriados
    (2003) Star Wars – Guerras Clônicas

    Literatura
    (1991) Herdeiro do Império – Timothy Zhan
    (1992) Ascensão da Força Sombria – Timothy Zhan
    (1993) O Último Comando – Timothy Zhan
    (2014) Star Wars : A Trilogia – Special Edition

    Quadrinhos
    (1992) Império do Mal (trilogia)
    (2005) Jango Fett: Temporada de Caça
    (2010) Star Wars: Boba Fett – Laços de Sangue

  • Crítica | Howard: O Super Herói

    Crítica | Howard: O Super Herói

    Distribuído pela Universal Pictures e produzido por George Lucas, Howard – O Super Herói começa melancólico, com o personagem-título lidando com as situações tediosas típicas do homem adulto dos anos oitenta, consumindo lixo televisivo, infinidade de produtos gordurosos e pornografia. Após essa apresentação, Howard é sugado por um estranho portal que o leva até a Terra.

    O longa de Willard Huyck é uma das primeiras adaptações para o cinema da Marvel. Escolhido como diretor após colaborar com o roteiro de Loucuras de Verão, filme adolescente comandado por George Lucas, além de ter colaborado com o roteiro de Indiana Jones e o Templo da Perdição.

    Howard é dublado por Chip Zien, um humorista de programas de televisão, e seu par romântico, Beverly, é interpretado por Lea Thompson (De Volta Para o Futuro). A forma como eles se reúnem é violenta, embora levada de maneira bem humorada, e condiz demais com o que eram os filmes de ação e aventura do período.

    Por mais confuso que seja o roteiro que Huyck e Gloria Katz escreveram, existe muita fidelidade ao material original escrito por Steve Gerber. O que realmente joga contra o filme é o tom de comédia abobalhada, e com isso se perde todo o diferencial existente na personalidade dos personagens, em especial, da própria Beverly, rabugenta, mordaz e temperamental.

    O problema maior do roteiro não é a quantidade de eventos estranhos e grotescos, afinal o personagem de Gerber e  Val Maryek em essência é isso, mas sim na pressa do roteiro em apresentar algumas de suas subtramas, como o que envolve o Doutor Jenning (Jeffrey Jones), um sujeito mal encarado e desconfiado que passa a sofrer interferências externas de criaturas que estão por trás da chegada de Robert ao planeta Terra.

    O misto de ator e robô que resultam em Howard custaram aos produtores (leia-se Lucas) quase 2 milhões de dólares. Em alguns pontos o artificio soa estranho, mas no geral funciona bem, especialmente quando o personagem central está no mundo dos homens. A trilha sonora incidental por sua vez é genérica, o que não combina em nada com a mistura de história ao estilo Weird Tales com filme de classificação livre.

    Apesar do início promissor, o desfecho é infantil e não combina com o restante, nem mesmo a luta contra a criatura monstruosa de stop motion (que ao menos ficou bem legal na  remasterização) ou no show final. Howard: O Super Herói apresenta um filme irregular e nonsense, e que angariou muitos fãs de cinema trash nos últimos anos.

    https://www.youtube.com/watch?v=XfKwqQoXBxQ

  • Resenha | Star Wars: A Princesinha de Vader

    Resenha | Star Wars: A Princesinha de Vader

    “Eu odeio você!”

    “Isso, libere a sua ira!”

    Cada vez mais, a cultura pop mostra-se um celeiro de infinitas possibilidades – um cubo mágico de combinações sem fim. Nota-se, também, a habilidade que certos fãs como Jeffrey Brown têm de aprimorar o clássico, e atualizá-lo para as novas gerações. De modo que, se de 2015 a 2019, Star Wars não teve tanta sorte assim sob o regime do ambicioso império Disney, abusando de forma inconsequente e apressada da saga de George Lucas nos cinemas, pelo menos nos cartoons infanto-juvenis da editora Aleph a história teve caminhos bem opostos. E caminhos, aliás, para nenhum fã botar defeito.

    Ao apostar na simplicidade e na sátira elementar, Brown ilustra com perfeição a paternidade de Darth Vader, o ditador da galáxia, e sua filha Leia – muito antes dela se rebelar e lutar contra as maldades do próprio pai, junto do seu irmão Luke. Assim, acompanhamos com muita graça as confusões que A Princesinha de Vader apronta, indo de menina a adolescente através do traço e das cores muito expressivas que Brown usa, coerente no estilo do livro. Nem mesmo os diálogos são tão importantes: as imagens falam por si só, tal qual em Darth Vader e Filho. Quem disse que ser pai é fácil? Ainda mais quando se tem de manter a imagem de mau…

    Nada melhor do que presencial o Lorde Vader sentando à mesa com Han Solo, o namorado rebelde de uma Leia adolescente que não respeita nada. “Você não vai sair vestida assim!”, grita o ditador para ela, exibindo mais pele do que ele jamais exibiu – afinal, precisa usar aquele capacete o tempo todo! E mesmo após esconder as chaves de sua nave imperial só por diversão, e obrigá-lo a usar um gorro cafona que ela costurou para ele no Dia dos Pais, sua filha ganha o amor do Chefão que ninguém suspeita ter coração. Pois, se é melhor ser temido do que respeitado, Vader encontra na Leia (e no Luke) o calor no peito que todo pai sente diante das suas crias.

    Compre: A Princesinha de Vader.

  • Resenha | Star Wars: Darth Vader e Filho

    Resenha | Star Wars: Darth Vader e Filho

    Ser pai não é fácil, e Darth Vader descobre isso na nova historinha adorável de Jeffrey Brown, autor de outros contos no universo Star Wars para crianças e jovens adolescentes – todos distante da ficção científica, assumindo de vez a fantasia feito a saga original. Em Darth Vader e Filho, vemos em poucas e hilariantes páginas o que aconteceria ser Luke Skywalker não tivesse crescido como um escravo no esquecido planeta de Tatooine, mas sim junto ao seu pai verdadeiro, o temível imperador de preto. Pelo menos escapar das lições de moral malucas de Yoda, Luke certamente conseguiria.

    Em cartões de grande sagacidade e tão expressivos, quanto possível, vemos o Lorde Vader e seu garoto (ainda longe da fama) passando por todos os dramas de pai e filho, envolvendo brinquedos espalhados pelo chão e muito teimosia – será que Vader deixaria o filho brincar com um Han Solo de oito anos, o futuro símbolo da resistência? Em dado momento, Luke até pergunta ao paizão “todo-poderoso” da origem do nome “Estrela da morte”, lugar em que eles precisam morar. Se Luke soubesse que seu pai é o Hitler do espaço, algo poderia mudar no coração do menino?

    Nunca de fato saberemos, mas a resposta está sugerida logo no fim de O Império Contra-Ataca, quando Luke descobre seu verdadeiro e terrível parentesco, e prefere o abismo ao destino que lhe aguarda. Muito antes de todo esse drama bem ao estilo George Lucas, Brown dá coração e até amor ao ditador das trevas, e muita paciência no decorrer da paternidade – mas sem saber o que falar quando Luke lhe pergunta de onde vem os bebês, até porque cegonhas não existem no vácuo espacial. “Juntos poderemos dominar o universo!”, almeja o pai, no que seu filho responde: “E ai eu ganho um doce?”. Espertinho.

    Toda a graça e a sensibilidade cativantes que não existem (nem de longe) na trilogia Star Wars da Disney, de 2015 a 2019, tem de sobra em Darth Vader e Filho, em imagens que falam mais que mil palavras ou efeitos visuais vazios. Um livro imperdível aos fãs de star Wars, imortalizando a convivência de duas figuras ainda semelhantes, bem antes que a realidade estrague a relação entre eles, vivendo o amor que os une protegido pela simplicidade do momento. E ainda, pelo auto controle que Vader precisa ter na frente de seu exército, quando um Luke mimado começa a chorar na frente de todas as autoridades subordinadas a seu pai. Ironicamente, é nessa hora que Vader poderia dizer: “Que mico, meu filho! Que mico!”

    Compre: Darth Vader e Filho.

  • Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Dia dos Investidores da Disney: Os Principais Anúncios do Universo de Star Wars

    Meus amigos, a Disney não está para brincadeira! A data de dez de dezembro de 2020 poderá entrar para uma das principais da história desta gigante do entretenimento, já que foi o Dia dos Investidores da Disney, onde a “empresa do Mickey Mouse” apresenta para seus investidores seus projetos futuros. Foi uma maneira agradável de dizer que o seu dinheiro será empregado pesadamente em produções audaciosas para o público em geral, que envolve a Disney propriamente dita, a Pixar, Marvel e Lucasfilm com o universo de Star Wars.

    De fato, o que se viu foi que a Disney investirá pesado no seu canal de streaming, o Disney+, demonstrando querer viver não só do passado, mas de um futuro bastante promissor. Inclusive, o evento aproveitou para mencionar o sucesso estrondoso do canal que já está próximo de bater a meta que estava prevista para daqui 4 anos.

    Mas nem tudo são flores, uma vez que diversos projetos poderão sofrer cancelamentos ou mudanças em suas trajetórias. Falaremos isso em um texto mais específico.

    Aqui nós acompanharemos o que vem por aí no mundo criado por George Lucas em Star Wars.

    É inegável o sucesso de The Mandalorian, a série desenvolvida por Jon Favreau e Dave Filoni, que conta a história de um caçador de recompensa mandaloriano que, durante um serviço, resgata um bebê da mesma raça do mestre Yoda e que também é sensitivo na Força. As aventuras de “Mando” são leves, engraçadas, recheadas de ação, possuindo tudo que um velho fã de Star Wars quer. Importante dizer que a série foi o termômetro para diversas outras produções anunciadas.

    ROGUE SQUADRON

    Um dos anúncios mais importantes da noite foi o do tão aguardado novo filme de Star Wars: Rogue Squadron. Seguindo a linha de Rogue One e Solo, Rogue Squadron acompanhará o esquadrão de elite da aviação da Aliança Rebelde. A direção ficará a cargo de Patty Jenkins (Mulher-Maravilha), que disse que gostaria de fazer o maior filme sobre pilotos de guerra já feito. Rogue Squadron tem previsão para chegar aos cinemas em dezembro de 2023.

    OBI-WAN KENOBI

    Outro ponto alto da noite foi a confirmação oficial da produção da série de Obi-Wan Kenobi, ganhando título oficial, a confirmação do retorno de Ewan McGregor na pele do mestre Jedi, além do grande retorno de Hayden Christensen como Darth Vader. O seriado se passará 10 anos após os eventos de A Vingança dos Sith e, segundo a diretora Deborah Chow, a galáxia se tornou um lugar perigoso com a ascensão do Império e tem pessoas caçando cavaleiros Jedi. Obi-Wan precisará lidar com isso e ainda proteger o jovem Luke Skywalker.

    AHSOKA

    Após aparecer lindamente interpretada por Rosario Dawnson na segunda temporada de The Mandalorian, Ahsoka Tano ganhou uma série para chamar de sua. Assim como em Mandalorian, Ahsoka será capitaneada por Jon Favreau e Dave Filoni e trará novamente Dawson na pele da guerreira Jedi que deve continuar vasculhando a galáxia em busca de seu amigo Ezra Bridger e do Almirante Thrawn, desaparecidos ao final de Star Wars: Rebels.

    RANGERS OF THE NEW REPUBLIC

    Assim como Ahsoka, este outro derivado de The Mandalorian, também contará com a batuta de Favreau e Filoni e como o próprio nome já diz, mostrará os oficiais da Nova República. Em Mandalorian já vimos alguns deles pilotando X-Wings e colhendo informações em terra.

    ANDOR

    Andor é uma série que já está em estágio avançado de produção, tanto que foi divulgado um vídeo com cenas das filmagens e bastidores da produção. No vídeo, podemos perceber que é uma série que está investindo pesado em cenários, figurino e criaturas. Andor é sobre o personagem Cassian Andor, vivido por Diego Luna, que também assina a produção executiva da série. Andor foi o responsável por recrutar Jyn Erso para a Aliança Rebelde nos eventos de Rogue One: Uma História Star Wars.

    LANDO

    Lando Calrissian também ganhará sua própria série, mas não se sabe em qual momento ela se passará e nem se Donald Glover ou Billy Dee Williams, que fizeram o personagem nos cinemas, retornarão.

    THE BAD BATCH

    Se fôssemos traduzir esse nome, poderíamos dizer que um bad batch é um lote com defeito. A nova série animada de Star Wars teve seu primeiro trailer divulgado e se passará durante as Guerras Clônicas e talvez, logo após de A Vingança dos Sith. Bad Batch já teve um arco criado por George Lucas em Clone Wars. Segundo o criador, ele gostaria de explorar a ideia de que alguns dos clones fossem um pouco mais únicos que os outros, com habilidades um pouco mais especiais, formando assim uma unidade de forças especiais de batalha.

    The Bad Batch teve seu primeiro trailer divulgado e o que se pode esperar é muita ação nessa série animada que será a substituta de Clone Wars.

    VISIONS

    Talvez o projeto mais diferente apresentado, Visions explorará o universo criado por George Lucas em curtas animados, sendo que, seu diferencial será a forte influência do anime japonês, com diversos especialistas envolvidos no projeto.

    Para quem quiser pesquisar, num passado não muito distante, um trecho de uma animação japonesa de uma batalha espacial travada entre pilotos do Império e da Aliança Rebelde viralizou nas redes. Existe grandes chances de Visions ter nascido após esse vídeo.

    THE ACOLYTE

    Uma série com pegada de suspense e mistério, desenvolvida por Leslye Headland, responsável pelo ótimo Boneca Russa, e que acompanhará a época final da Alta República, com a ascensão dos poderes do Lado Sombrio. Poderemos ver muitos sabres de luz e diversos embates entre Jedi e Sith.

    Também foi confirmado que Taika Waititi dirigirá um filme inédito, inesperado e único no universo da franquia. O cineasta que cuida dos filmes do Thor no Universo Cinemático Marvel, já dirigiu episódios de The Mandalorian.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Star Wars: Academia Jedi – O Retorno de Padawan

    Resenha | Star Wars: Academia Jedi – O Retorno de Padawan

    Ser aprendiz de bruxo não é fácil, mas ser um padawan é menos ainda! Esses aprendizes de Jedi, os grandes guerreiros do universo Star Wars, recebem um treinamento pesado na Academia Jedi, e não é qualquer um que consegue passar pelas provas, aguentar os conselhos (chatos) do Yoda e ainda, engolir a comida (terrível) do Gammy, o pior cozinheiro das galáxias! Bem-vindos a Academia Jedi – O Retorno de Padawan, na qual o jovem Roan Novachez ainda está longe de ser o grande piloto que sempre sonhou ser, e ao invés disso, ainda tem que lidar com muitos desafios – e até ver o seu melhor amigo Pasha namorando Gaiana, a menina dos seus sonhos.

    De volta para mais um ano em Hog… na Academia Jedi, Roan está mais animado do que nunca, se divertindo em um universo de possibilidades que todo menino gostaria de participar! Pela primeira vez, ele já começa a dominar o uso da Força, essa energia que os Jedi precisam ter controle, mas nem tudo é diversão! Agora, a turminha de alunos precisam aprender a ser responsáveis e a cuidar de um bichinho de estimação, um Voorpak muito fofo, e as inimizades de Roan se mostram inevitáveis. Logo no início do ano letivo ele já se depara com uma turma de jovens Sith, os poderosos do lado sombrio da Força, que já lhe dão dor de cabeça. E haja desabafos no seu diários.

    Com um tom leve e jovial, o livro ilustrado de Jeffrey Brown segue o mesmo clima descontraído do primeiro livro, também publicado no Brasil pela Editora Aleph, com desenhos tão expressivos e situações tão engraçadas que a gente nem sente falta das cores, já que o livro é todo em preto e branco como se fosse ilustrado a mão, transmitindo uma forte sensação de espontaneidade, francamente deliciosa. Em O Retorno do Padawan, ninguém está seguro da influência do mal, nem Roan, que começa a se juntar com os jovens Sith, porque eles parecem mais divertidos e estilosos que seus amigos Jedi. Logo, lições serão aprendidas, e Roan vai descobrir que nada (nada mesmo) vale mais que uma amizade de verdade, e sem interesses.

    Por toda parte, ecos de Harry Potter, As Crônicas de Nárnia e outros títulos famosos da cultura pop estão em evidência na história, e nem pense que isso pode comprometer alguma coisa, ou tornar O Retorno de Padawan menos criativo e surpreendente pra alguém. O livro consegue homenagear suas influências de um jeito bastante simpático, trilhando seu próprio caminho no universo Star Wars e sem esquecer dos ícones que fizeram a série ser tão amada ao redor do mundo – os Ewoks continuam sendo apaixonantes, apesar de serem malandros demais para seu tamanho. E o que será que Roan, o mais normal dos meninos consegue conquistar primeiro: a Gaiana, a menina que nem dá muita bola pra ele, ou o controle de uma nave espacial? Só lendo pra saber.

    Compre: Academia Jedi – O Retorno de Padawan.

  • VortCast 70 | Todo Mundo Gosta… Menos Eu!

    VortCast 70 | Todo Mundo Gosta… Menos Eu!

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Bernardo Mazzei, David Matheus Nunes (@david_matheus), Jackson Good (@jacksgood), Julio Assano Júnior (@Julio_Edita) e Filipe Pereira abrem o coração e revelam os filmes que são amados pelo público e crítica, menos por nós. Venha conosco nessa polêmica e compartilhe sua lista de filmes.

    Duração: 117 min.
    Edição: Julio Assano Júnior
    Trilha Sonora: Julio Assano Júnior
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Crítica | Star Wars – Episódio IX: A Ascensão Skywalker

    Não é de hoje que vinha sendo afirmado que Star Wars: A Ascensão Skywalker seria o último filme da saga da família Skywalker iniciada lá em 1977 com Uma Nova Esperança. Após uma bem sucedida trilogia marcada também por O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, anos mais tarde, o criador da saga, George Lucas resolveu responder as questões e os por quês de seus filmes anteriores serem os episódios IV, V e VI, numa nova e contestadíssima trilogia, ao final dos anos 90, onde nos foi mostrado o nascimento do Império e de seu mais importante membro, Darth Vader. Os resultados dos episódios I, II e III não foi nada satisfatório. Mas os fãs sempre tinham algumas perguntas em mente: o que aconteceu após a derrota do Império? O que aconteceu com Luke Skywalker, Leia Organa e Han Solo? Essas perguntas foram respondidas por meios de livros autorizados por Lucas, mas nunca chegamos a ver nada na tela do cinema. E essa era a vontade de muitos, porém, não era a vontade do cineasta, que ao deixar essa enorme marca na história do cinema, praticamente parou de produzir e criar, se concentrando somente em seu próprio império, a Lucasfilm e a Industrial Light & Magic, além de empresas menores, todas elas praticamente criadas para Star Wars, pois na época, não havia quem fizesse o que estava arquitetado na mente do diretor. Foi então que em 2012, uma bomba foi anunciada: A Disney comprou a Lucasfilm e, junto do anúncio, trouxe consigo o renascimento da franquia com uma nova trilogia com o episódio VII já programado para 2015 e mais, com o aclamado diretor J.J. Abrams na cadeira de direção e o aguardadíssimo retorno de Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford. Muita coisa aconteceu desde o anúncio até aqui. Prazos curtíssimos, roteiros não aprovados, troca do time de roteiristas e troca de diretores. Após um correto filme (mas que deixou a desejar em alguns pontos), como foi O Despertar da Força, o oitavo capítulo, Os Últimos Jedi dividiu os fãs. Rian Johnson ousou muito trazendo uma visão bem peculiar sobre aquele universo e coube a J. J. Abrams retornar à direção com a clara missão de tentar “salvar” a franquia, buscando trazer  para o lado da luz aqueles fãs que ficaram extremamente descontentes com o filme anterior. É esse o propósito de A Ascensão Skywalker.

    Ao término de Os Últimos Jedi, podemos perceber que a Primeira Ordem dizimou quase que de uma vez por todas a Resistência. Não se sabe exatamente quanto tempo e passou da Batalha de Crait para o início do filme, mas a película já se inicia com um sanguinário Kylo Ren (Adam Driver) indo em busca de uma misteriosa e horripilante pista, enquanto Poe Dameron (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega) estão numa perigosa missão para conseguir coletar informações importantíssimas vazadas por um espião infiltrado na Primeira Ordem. Por pouco a missão quase dá errado e Rey (Daisy Ridley) é duramente criticada por Poe, já que ela preferiu ficar em terra em treinamento Jedi sob os olhos da General Leia (Carrie Fisher). Rey está afobada, com sérios problemas de foco, o que interfere diretamente em seu treinamento e no seu julgamento por todo o transcorrer da fita, sendo que as informações coletadas são profundamente aterrorizantes, pois mostram um plano para um retorno triunfal do Império e a destruição de toda a galáxia.

    O Despertar da Força e Os Últimos Jedi tiveram tempo suficiente para trabalhar o desenvolvimento do trio principal e isso não acontece no novo episódio da saga, uma vez que o filme já começa frenético e urgente, sem tempo para que o expectador tenha uma pausa para respirar, até mesmo porque, com o perdão do trocadilho, os momentos de respiro são de tirar o fôlego. A propósito, algumas das teorias apresentadas são verdadeiras, contudo, acontecem de uma maneira diferente que aquele que assiste espera, deixando A Ascensão Skywalker com aquela impressão de ser um filme que busca o sorriso (e o choro) a cada momento.

    O filme é bem diferente de seus antecessores e muito mais em relação ao anterior, principalmente no que diz respeito ao tom e à fotografia. “Skywalker” é um filme bem mais colorido e leve, com vários momentos de humor e, curiosamente, equilibra bem com o contraste da violência, já que, talvez, seja o filme mais violento da franquia. Como dito no início deste texto, Os Últimos Jedi se desviou muito do “caminho” que a franquia costuma percorrer e aqui nos é mostrado as claras intenções de corrigir o curso e muitas vezes chega a soar forçado, sendo que em outras, parece que o filme é um gigante boneco de vodu de Rian Johnson, onde ele é alfinetado vez ou outra. Mas é importante deixar claro que não estraga em momento algum a experiência, e o sentimento, sinceramente, é de sorrir de maneira sádica ao experienciar certas situações lá apresentadas. Importante destacar que Abrams busca corrigir até seus próprios erros cometidos em O Despertar da Força.

    É interessante como J. J. Abrams e Chris Terrio, ao escreverem o filme, se preocuparam em fazer uma história em que o quarteto principal (Rey, Ren, Finn e Poe) seja o destaque. Se o fã tomar a consciência de que o filme é deles e não de Han, Luke e Leia, as coisas fluem com muito mais leveza. Tanto é verdade que, embora tardiamente, se trata da primeira aventura onde Rey, Finn e Poe aparecem em tela ao mesmo tempo, já que Rey só havia conhecido Poe ao final do filme anterior e junto deles estão novos personagens como Zorii Bliss, vivida por Keri Russel e Jannah, vivida por Naomie Ackie. Os droides que ficaram bastante sumidos tiveram participações significativas, principalmente quando se trata de C-3PO, brilhantemente vivido por Anthony Daniels, o único a gravar todos os filmes. Podemos sentir que A Ascensão Skywalker passa a ter novamente aquele aspecto familiar de amigos que se unem na batalha do bem contra o mal, algo que ficou bem definido e muito elogiado na trilogia original. O resgate desse sentimento é extremamente satisfatório.

    É inegável que o filme ainda divide opiniões, principalmente com relação à ameaça do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), em sua presença real e assustadora e os rumos tomados pelos personagens, principalmente o caminho de Rey e Kylo Ren, cuja química estabelecida no filme anterior continua sendo bastante explorada, mas de uma maneira que pode fazer com que o fã mais hardcore não aprecie, mas a questão é que o filme é desenvolvido em terreno seguro, sendo totalmente burocrático e em algumas vezes se espelhando em Vingadores: Ultimato.

    Diversos tipos de emoções definem Star Wars: A Ascensão Skywalker. Um filme que não só fecha a saga da família Skywalker, mas coloca um ponto final, fechando um capítulo importantíssimo na história do cinema e na história da cultura pop mundial. Obviamente a Disney tem planos ambiciosos para a franquia, como o já bem sucedido The Mandalorian, além de projetos futuros como a série de Obi-Wan Kenobi, que será protagonizada por Ewan McGregor, além de novas trilogias de longas metragens que devem focar em épocas como a da Velha República. Star Wars cresceu tanto que quase foi vítima de seu próprio crescimento e a nova trilogia, mesmo dentro de suas próprias limitações, nos permite agradecer e dizer “obrigado” por tudo isso ter existido.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    O que esperar de Star Wars: A Ascensão Skywalker

    Queridos amigos e fãs de todo o mundo, a espera acabou. Nosso país terá o privilégio de poder assistir Star Wars: A Ascenção Skywalker. Chegando por aqui em 19 de dezembro desta semana, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema chegará ao seu fim depois de muita ação, batalhas espaciais, reviravoltas e também muitos pontos controvertidos, e nem estou falando da trilogia prequel e sim do penúltimo capítulo da saga, o polêmico Os Últimos Jedi, que dividiu os fãs ao meio, deixando muita gente desacreditada quanto à conclusão da saga. Mas sempre temos aqueles otimistas que confiam cegamente que o diretor J.J. Abrams possa dar um final digno à uma história criada por George Lucas, lá em 1977.

    De maneira estranha, a expectativa para o Episódio IX é altíssima, contudo, os fãs da franquia já sabem que existe a possibilidade do final não ser como todo mundo espera, como por exemplo como ocorreu e Vingadores: Ultimato que, apesar de duas baixas pesadas, foi algo muito mais que bonito ou épico e sim, justo.

    Falaremos disso mais para frente, depois que o filme for digerido pela maioria das pessoas, mas esse que vos escreve acredita que O Despertar da Força já trilhou um caminho que não deveria trilhar, mas uma vez que esse caminho começou a ser percorrido, não havia como voltar atrás, não com o que Rian Johnson fez em Os Últimos Jedi. O cineasta optou por trazer sua própria visão para a história de Luke Skywalker, recebendo críticas de Mark Hamill (que sempre que tem a oportunidade fala a respeito) e mais recentemente do ator John Boyega, responsável por dar vida a Finn. Assim, sobrou para J.J Abrams dar um final digno a história.

    Nós do Vortex optamos por não nos inteirar com relação às teorias e a história do filme, mas, de qualquer forma, alguma das teorias trazidas aqui por nosso time de redatores podem não fugir do óbvio. Então vamos a elas.

    A HISTÓRIA

    Acredita-se que o começo de A Ascenção Skywalker será uma espécie da caça ao tesouro, onde Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver) estarão em busca de algo que poderá mudar a história da galáxia. Ren deverá ir atrás deste artefato para ter poder absoluto, enquanto a jovem Jedi (ou aprendiz) tentará impedir que o artefato caia nas mãos erradas.

    Vale destacar que esta é a primeira empreitada que Rey, Finn e Poe (Oscar Isaac) estão juntos, já que até agora, o trio principal nunca foi visto juntos numa aventura.

    Essa corrida contra o tempo, colocam os dróides com tempo suficiente em tela e ainda traz novos personagens como Zorii Bliss (Keri Russel) e Jannah, vivida por Naomi Ackie e o retorno de Billy Dee Williams como o homem mais charmoso da galáxia, Lando Calrissian, cuja participação se tornou obrigatória após a morte de Carrie Fischer e da união de Luke Skywalker à Força.

    Por algum motivo que ainda desconhecemos, teremos o aguardado retorno do Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), que voltará em grade estilo, liderando uma massiva armada de cruzadores imperiais, com um exército de dar inveja a qualquer um. Com isso, é pouco provável que às antigas naves que aparecem nos trailers sejam descobertas e usadas pelos Rebeldes, como antes se acreditava. Ainda não se sabe se Palpatine estará independente, buscando retomar o controle da galáxia, inclusive acabando com a Primeira Ordem, ou se eles serão aliados.

    Porém, são as atitudes de Palpatine que devem fazer com que Kylo Ren siga os passos de seu avô e retorne para o Lado da Luz, primeiro para salvar Rey e segundo para destruir o maléfico lorde Sith de uma vez por todas. Inclusive, existe a possibilidade deste filme ser mais sobre Kylo Ren do que sobre Rey, cuja jornada, definitivamente será amparada por Luke Skywalker, como fantasma da força.

    RESPOSTAS

    Star Wars: A Ascensão Skywalker deve trazer muitas respostas e sem dúvida, a que mais atiça a curiosidade dos fãs é sobre o parentesco de Rey. Afinal ela é uma Skywalker? Uma Kenobi? Um clone de Anakin Skywalker? Existe a enorme possibilidade de Rey, assim como Kylo Ren já afirmou, ser uma ninguém, uma órfã, abandonada em Jakku. Mas a possibilidade dela ser descendente de Obi-Wan Kenobi é praticamente nula, assim como dela ser uma Skywalker (pelo menos até o final do filme). Uma das teorias mais loucas a respeito, como dito acima, é a da jovem ser um clone de Anakin Skywalker. Ora, em O Ataque dos Clones tomamos conhecimento do maior exército já visto em Star Wars, sendo que, em A Vingança dos Sith, é comprovado que o grandioso exército fez parte de um ambicioso plano de Palpatine para tomar o poder e ainda levou consigo o Jedi mais poderoso da galáxia. Já está comprovado que o exército de cruzadores estará a mando do lorde Sith, devendo ser demonstrado como um plano para um futuro que chegou. Faz bastante sentido ele ter alguém ao seu lado para liderar este novo golpe e esse alguém, poderá ser muito bem Rey (sendo clone ou não).

    MORTES

    Também é possível que tenhamos que nos despedir de personagens queridos, como Chewie (Joonas Suotamo) ou C3PO (Anthony Daniels). O gigante wookie sobreviveu às Guerras Clônicas, foi resgatado por Han Solo e junto de seu amigo ajudou a derrotar o Império. Com a morte de seu querido parceiro, talvez não haja mais nada para ele neste plano, se a hora requerer algum sacrifício de sua parte.

    Embora as imagens dos trailers mostram que C3PO está olhando seus amigos pela última vez, não acho que ele vá morrer ou ser destruído. Em algum momento do filme, talvez seja necessária uma troca de protocolo que talvez faça com que “Threepio” tenha toda sua memória apagada ao voltar ao normal. Obviamente isso o fará esquecer de tudo que passou com seu amigo R2-D2 desde que se lançaram numa cápsula de sobrevivência em Um Nova Esperança, em busca da ajuda de Obi Wan Kenobi

    PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

    J,J. Abrams tem a missão de agradar os fãs da saga. Então é muito provável que o filme traga rostos conhecidos do público e as participações não devem se contentar somente com o retorno de Luke e Lando. Yoda deve aparecer, assim como Obi-Wan (vivido por Ewan McGregor) e por que não, Anakin Skywalker (vivido novamente por Hayden Christensen)?

    E eu não falo tão somente de personagens dos filmes. Os fãs do universo expandido também terão seus egos inflados, uma vez que já vimos a nave Fantasma de Star Wars: Rebels escoltando a Millennium Falcon para a batalha final. Se a Fantasma está lá, quem a estará pilotando? Assim, é possível que veremos ainda que brevemente algum querido personagem do elenco de Rebels.

    Além disso, devemos ter atores conhecidos vestindo o manto dos Stormtroopers, assim como Daniel Craig, que gravou uma cena com Daisy Ridley em O Despertar da Força e Tom Hardy, juntamente com os príncipes William e Harry, que tiveram suas participações cortadas da edição final de Os Últimos Jedi. Fica aqui uma curiosidade: William e Harry foram cortados por causa da altura de William que era superior à altura padrão dos soldados.

    UM FINAL GRANDIOSO

    O final de A Ascensão Skywalker deve ser grandioso, primeiro por conta da batalha final que deve se assemelhar em escopo à batalha de O Retorno de Jedi ou, ainda mais, como a batalha de Coruscant, no início de A Vingança dos Sith.

    Mas as suas últimas cenas deverão arrancar lágrimas dos fãs.

    O cineasta Kevin Smith (um fanático por cultura pop e Star Wars) passou um dia num dos sets de A Ascensão Skywalker e acompanhou as gravações da famosa cena envolvendo C3PO. Ele disse recentemente que, nesse dia, pessoas da produção falaram para ele de um set de filmagens secreto, um set que estava sendo escondido até de outras pessoas envolvidas na produção. Ao questionar J.J. Abrams sobre o set, o diretor, inicialmente, proibiu que Smith visitasse o local, mas em seguida, concordou com a visita, porém, fazendo uma ressalva: Abrams disse a Smith que o set era o da última cena do filme e que algo especial havia sido preparado. Prontamente Smith desistiu de visitar o local.

    Então é isso, pessoal. Star Wars: A Ascensão Skywalker chega aos cinemas brasileiros em 19/12/2019.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    Star Wars: A Ascensão Skywalker | Comentários Sobre o Trailer Final

    E o trailer final de Star Wars: A Ascensão Skywalker, o nono capítulo da maior franquia da história do cinema, finalmente foi ao ar.

    O trailer vinha sendo aguardado com ansiedade pelos fãs após o bombástico teaser especial lançado durante a D-23 deste ano, que trazia uma imagem de Rey usando roupas pretas e portando um sabre de luz duplo de cores vermelhas.

    A expectativa era que esse trailer final mostrasse mais dessa Rey do Lado Negro, ou que de fato, Palpatine desse finalmente as caras.

    Mas, não foi isso o que aconteceu. De qualquer forma, o último trailer da saga que conta a história da família Skywalker foi lindo.

    Logo no início das imagens vemos Rey (Daisy Ridley), deixando no chão um capacete enquanto corre por uma floresta e um droid tenta alvejar suas costas, sem sucesso. O capacete e o droid são muito semelhantes aos usados por Luke no início de seu treinamento. Pelas imagens, podemos perceber que a jovem aprendiz já domina a Força consideravelmente. Chama a atenção uma faixa vermelha que ela usa numa das mãos. Essa faixa já havia sido mostrada no trailer anterior.

    Enquanto ouvimos a voz de Finn, dizendo que “é um instinto, uma sensação” e que a Força os reuniu, vemos Rey dentro de uns escombros, muito semelhantes ao destroyer imperial de Jakku em O Despertar da Força. Muito provável que este seja o interior da segunda Estrela da Morte. Vemos também o próprio Finn (John Boyega) num planeta desértico.

    A imagem corta para uma reunião que provavelmente acontece numa base dos rebeldes que deve ser durante uma pré-batalha, talvez a batalha mais importante do filme. Nesta cena, vemos Lando Calrissian (vivido novamente por Billy Dee Williams), Poe Dameron (Oscar Isaac) e C-3PO (Anthony Daniels) e muitos outros personagens, distribuídos entre pilotos e aparentemente civis. As imagens são rápidas e enquanto ouvimos a voz de Poe, dizendo que eles não estão sozinhos e que as pessoas lutarão se eles as liderarem, podemos ver a primeira aparição de Rose (Kelly Marie Tran), que aparece junto do personagem vivido por Dominic Monaghan, e vemos também, no planeta floresta a nave Tantive IV, além de Chewie (Joonas Suotamo), Poe e Finn, junto de uma X-Wing.

    Vemos novamente um novo trecho de Rey do lado de fora dos escombros da Estrela da Morte, com seu sabre de luz em punho aguardando ansiosamente para batalha, quando vemos pela primeira vez Kylo Ren (Adam Driver) saindo de dentro de uma onda que acabou de quebrar. As belas imagens são embaladas pela voz de Rey dizendo que as pessoas dizem que a conhecem, mas que na verdade, ninguém a conhece, para em seguida a voz de Ren proferir que ele a conhece. Essas falas mexeram com o público, não porque existe a possibilidade dos dois ficarem juntos, mas porque talvez seja do momento de uma possível redenção de Ben Solo em tentar salvar Rey, algo que será abordado em outro texto.

    Aí começam a surgir as novidades, como vários caças Tie se dirigindo a uma monstruosa base que parece que fica em um enorme iceberg. A imagem do gelo refletindo na água é maravilhosa, um grande trono de pedra com vários tentáculos, muito semelhante à tiara usada pelo Máscara da Morte, Cavaleiro de Câncer, de Os Cavaleiros do Zodíaco, e um antigo destroyer imperial saindo de dentro da água. A julgar pelo excesso de raios em tela, tanto pelas claridades na sala do trono, quanto pelas imagens do destroyer, é muito possível que seja o mesmo local onde a base iceberg se encontra. Ouvimos também pela primeira vez a maléfica voz de Palpatine (Ian McDiarmid), que diz que esperou muito tempo e que agora essa união será a destruição. Enquanto ouvimos Palpatine, vemos outras imagens como a Millennium Falcon se juntando e liderando uma gigantesca armada, onde podemos ver naves dos mais diferentes modelos, como naves da antiga Aliança Rebelde, naves separatistas, dentre muitas outras, inclusive a Fantasma, de Star Wars: Rebels, que aparece claramente ao lado da Falcon, pronta para a batalha. A nave que anteriormente havia aparecido como um easter egg de Rogue One, finalmente deu as caras e aumentou consideravelmente a possibilidade de vermos na tela grande, mesmo que por alguns segundos, seus integrantes.

    Depois um momento de partir o coração e que levou a maior dos fãs às lágrimas. C-3PO está sofrendo uma manutenção na região de sua cabeça. Ao ser perguntando por Poe o que ele está fazendo, o robô diz que está olhando para seus amigos pela última vez. Rey, e Finn também estão em cena e todos com cara de tristeza. É muito provável que, por algum motivo “Threepio” precisa alterar seu protocolo diplomático, o que justificaria seus olhos vermelhos mostrados no teaser anterior. Na cena, também vemos pela primeira vez a personagem de Keri Russel, a mascarada Zorri Bliss.

    A trilha sonora maravilhosa explode em tela e vemos mais e mais cenas épicas, como Chewie, Finn e Poe dizimando Stormtroopers, um caloroso abraço de Leia (Carrie Fisher) em Rey, enquanto ouvimos Luke Skywalker dizendo que enfrentar o medo é o destino de um Jedi. Vemos Lando comandando a Falcon ao lado de Chewie, além de trechos da enorme batalha que deve ser tão épica quanto à batalha de Coruscant, em A Vingança dos Sith. Sobre a batalha, como dito anteriormente, poderemos matar a saudade de diversas naves da trilogia clássica, já que veremos Y-Wings, B-Wings, entre outras em tela.

    A imagem corta para Rey e Kylo Ren na sala do trono do Imperador mostrada em O Retorno de Jedi, onde Luke enfrenta Darth Vader, vemos também, numa espécie de contraste os mesmos personagens destruindo um artefato, que provavelmente é o totem onde Kylo Ren mantém o capacete de Vader. Na verdade, não se sabe se eles destruíram o artefato juntos ou se foi Rey, enquanto Ren tentava proteger o totem. Curiosamente, é possível ver Rey empunhando uma adaga em sua outra mão. E vemos também um relance de Palpatine que parece se movimentar em alguma cadeira flutuante em direção à Rey, enquanto novamente ouvimos Luke dizer “a Força estará com você”, enquanto Leia completa com um “sempre”.

    O trailer cumpriu o seu papel: é lindo. O curioso é que mostra tudo, mas, em contrapartida, não mostra nada. As imagens que vemos ali, acabam por colocar uma pá de cal em algumas teorias, mas atiçam a curiosidade dos fãs sobre como será esse desfecho, algo que discutiremos em breve aqui no Vortex Cultural.

    Só sabemos que será grandioso. A impressão que o trailer deixou é que Star Wars: A Ascensão Skywalker será visualmente muito bonito e épico, no sentido de escala. Tudo parece ser enorme, com bastante informação em tela.

    O filme estreia no Brasil em 19/12/2019 e os ingressos já estão à venda.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Star Wars: Academia Jedi

    Resenha | Star Wars: Academia Jedi

    Há uma certa genialidade no tipo de oportunismo bem empregado, e bem-sucedido. Nisso, o autor Jeffrey Brown fez juntar a criação de George Lucas com Harry Potter e uma pitada (generosa) dos famosos livros de O Diário de Um Banana, e o resultado não poderia ser mais gracioso, simbólico e solene. Lucas criou na década de setenta o ícone máximo da cultura pop, cultura essa que vive de personagens, hype e muita comercialização. Engana-se quem acredita que a Marvel detém o trono.

    A saga interestelar dos Skywalker, Darth Vader e cia. é a pura essência e o mais icônico expoente da sapiência popular fictícia, e o livro ilustrado Star Wars: Academia Jedi usa desse privilégio único da maneira mais jocosa possível, além de contar com o espírito das lendas cósmicas originais e nos fazer lembrar, em vários momentos, porque crescemos amando essa grande estória. Porém, vale lembrar que a publicação da editora Aleph não é de modo algum canônica, acontecendo a parte de todas as trilogias galácticas da Lucasfilm, e os seus spin-offs centrados no passado.

    Star Wars: Academia Jedi acontece quase num universo paralelo as clássicas aventuras sob o comando de George Lucas e J.J. Abrams, mantendo boa parte dos mesmos personagens, uma verdadeira iconografia intrínseca ao imaginário popular da humanidade – junto do logotipo da Coca-Cola, e a cruz católica. Assim, o livro de Brown toma certas liberdades criativas interessantes e inócuas a toda a mitologia já estabelecida e revisitada nos filmes clássicos e mais recentes da Disney, resgatando e evidenciando o poder da magia de uma ficção que ultrapassa gerações.

    E, pela primeira vez, o garoto que nos guia pela história não é um Skywalker, e sim Roan Novachez, um menino comum que não descende de grandes linhagens. Um escolhido, propriamente dito, que recebe o convite de estudar em Hog… ops, numa academia de treinamento para futuros Jedis, chefiada por Yoda, numa mistura bem-humorada de Dumbledore com o Mestre dos Magos, para crianças que não sabem nem manejar um sabre de luz direito, e, honestamente, não têm a mínima ideia do que estão fazendo ali.

    Eles só querem brincar, ser bons o bastante para si mesmos, seus colegas, para seus mestres, e, é claro, depois de um ano se superando individual e coletivamente num ambiente divertido, e desafiador, não voltar para casa. A Academia, assim como Hogwarts nas histórias de J.K. Rowling, vira-lhes um lar, uma segunda (ou primeira) casa, devido aos triunfos que os jovens Jedis conseguem obter, ao longo de semestres de muito esforço, e muito aprendizado – como o almejado domínio do uso da Força.

    Para os fãs, o livro é como um passeio ensolarado no parque. Tal um exemplar de autoajuda visto pelas lentes da fantasia, Brown construiu em 2015 (junto ao cataclísmico sucesso de O Despertar da Força, que contou com uma das melhores companhas de marketing da história do Cinema) um best-seller do The New York Times ao narrar a força de vontade de um guri, enfrentando lições, alegrias e adversidades de todos os tipos. Convivendo com a diversidade de raças numa escola mista, ele aprende que querer não é poder, se não usarmos nossa “força” de um jeito certo.

    Com desenhos espirituosos, carismáticos e feitos sob medida para serem copiados por garotos que adoram desenhar em seus cadernos escolares, Academia Jedi nos apresenta um outro lado da guerra nas estrelas, num cenário sem conflitos, tirando os que cada um trava consigo mesmo durante o crescimento. Longe de ser moralista, Brown é ciente do poder das mensagens embutidas nas aventuras de Roan e seus amiguinhos, desfazendo e reatando amizades, enquanto tentam não tirar nota três nos exames. O autor, assim, afirma que o lado infantil de uma história não precisa ser bobo, despretensioso, inofensivo, e garante o fascínio mitológico de Star Wars entre os pequenos sem perder o ar da graça, ou o fôlego, ao longo de uma leitura deliciosa.

    Compre: Star Wars – Academia Jedi.

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  • Crítica | Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

    Crítica | Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

    Em 2008, após um hiato de 19 anos, finalmente Steven Spielberg e Harrison Ford retornariam a franquia do doutor, professor e arqueólogo Henry Jones Junior. Indiana Jones e o Reino da Caveira da Cristal parece ter uma ingerência muito maior de George Lucas, argumentista do filme e criador do personagem.

    Na trama, o velho Indiana é pego em uma emboscada, junto ao seu amigo George “Mac” McHale (Ray Winstone), que ajudou o aventureiro a espionar os soviéticos – o ano era 1957. O herói acaba raptado por um grupo de agentes russos que se infiltraram no Hangar 51 em Nevada, e tinha por objetivo pôr as mãos nos restos mortais de uma criatura estranha, que dez anos antes, foi vista em Roswell, Novo México. Para muitos, o tema extra-terrestre não combinava com as histórias de Indiana Jones, mas diante do montante de problemas, isso era o de menos.

    Ford está de fato velho demais para cenas de ação que demandam demais de sua energia. Na época da premiere ele já tinha 66 anos, mas apesar  de claramente não ter mais fôlego para cenas que exigem do seu bem estar físico, ele ainda mantém toda a aura de malandragem e autossuficiência cômica, inclusive conseguindo sobreviver a um teste de bomba nuclear entrando em uma geladeira revestida por chumbo, em uma manobra que de acordo com algumas pseudo-ciências, poderia ou não funcionar.

    Da parte da chamada velha guarda, ainda há um bom desempenho, mas dos personagens mais moços há uma clara defasagem no quesito construção de ideal. Shia LaBeouf faz Mutt Williams, um jovem motociclista que deveria ser o herdeiro do legado do herói, mas esbarra na falta de carisma de seu personagem, mesmo com seu intérprete sendo o carro chefe do elenco de outra franquia que Spielberg comandava (Transformers). A vilã russa de Cate Blanchett mal funciona, sua Irina Spalko é uma comunista falsa, caricata e interesseira, assim como eram os nazistas na trilogia original.

    Toda a parte de efeitos especiais também está defasada, e quase toda parte natural do filme soa bizarramente artificial, seja as perseguições com os carros ou os macacos saguis que ensinam o filho de Indy a balançar nos cipós. Algo realmente estranho aconteceu com a produção, pois David Koepp não é um roteirista ruim, fez Missão: Impossível, Jurassic Park e Homem-Aranha, no entanto, aqui ele claramente não conseguiu organizar um roteiro que salvasse as péssimas idéias que George Lucas tinha desde 1999 em Star Wars: A Ameaça Fantasma. A solução para a vilã Irina é terrível, a forma como as caveiras de cristal se mostram faz lembrar demais o desfecho de O Retorno da Múmia – retribuindo a referencia, já que o personagem de Brendan Fraser claramente é um Indiana Jones dos anos 90. A cena do casamento é péssima, pontuada inclusive com um momento simbólico, onde começa a tocar o tema do herói com o chapéu de Jones caindo sobre os pés de seu filho e com Ford retirando das mãos de Lebouf, negando a ele a ideia de continuidade, o que aliás pode ter sido uma boa alternativa, visto o equívoco completo da tentativa de continuações para o personagem. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal consegue ser mais equivocado até que As Aventuras do Jovem Indiana Jones.

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  • Crítica | Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida

    Crítica | Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida

    O clássico que finalmente trouxe a parceria de George Lucas e Steven Spielberg a luz começa com um episódio corriqueiro e engraçado da vida do Indiana Jones vivido por Harrison Ford. Ao tentar pegar o artefato Ídolo da Fertilidade, o professor e arqueólogo enfrenta uma série de armadilhas no templo sarado que servia de esconderijo para o artefato. Toda a sequência de ação é muito competente em nos primeiros momentos de exibição mostrar qual é o espírito e o caráter de Caçadores da Arca Perdida, um filme ao estilo das matinês dos anos quarenta e cinqüenta, que conta com elementos de literatura pulp.

    John Williams é um icônico compositor e o tema de Indy deve ser ainda mais acertado e lembrado como icônico que o visto e ouvido em Star Wars: Uma Nova Esperança, Star Wars: O Império Contra Ataca, Superman e Tubarão, mesmo sendo bastante simples. A altura de 1981, Guerra nas Estrelas estava em hiato, a espera do terceiro capitulo da trilogia clássica, O Retorno de Jedi, mas semelhante ao que se fazia na história dos Skywalker, aqui o opositor escolhido por Lucas também é voltado para o avanço imperialista da extrema direita, dessa vez não disfarçando o causo com o Império Intergaláctico, mas sim chamando pelo nome, os alemães nazistas, que descobriram a localização um objeto religioso que muitos achavam ser só uma lenda.

    Ford está solto, diferente do que o mesmo comumente reclamava de Han Solo aqui ele pode mostrar algumas facetas a mais e não um predominante como é o do anti herói cafajeste super obvio. Ele é incrédulo de que a jornada que fará resultará em algo realmente no encontro com algo divino de fato, além de conseguir representar bem o professor por quem suas alunas suspiram, além é claro de reproduzir o clichê do amor proibido para alguém do passado, no caso, Marion, a personagem feminina e forte de Karen Allen, uma mulher que claramente não é uma donzela em perigo por tempo integral.

    A introdução dos personagens periféricos é muito boa, pois é preciso um momento curto deles para se entender como funciona seu modo de pensar e agir, e nisso, o roteiro de Lawrence Kasdan beira a perfeição, ao aparar boas partes do argumento de Lucas e Phill Kaufman. Há uma sensação constante de perigo com Indy e seus amigos, todo momento que a câmera os flagra há uma apreensão sobre como será o desenrolar da historia para eles, seja com Jones enfrentando sua fobia a cobras, ou Marion como refém de Belloq (Paul Freeman), um dos exploradores que se uniu (de certa forma) as forças nazistas, aliás, apesar de escapista a historia faz questão de não parecer tão maniqueísta, uma vez que os malfeitores não são só os soldados de Hitler.

    Para salvar a sua amada, Jones ameaça bombardear a arca perdida, mas é demovido por seu opositor, que retifica o fato obvio de que ele trabalhou a vida inteira para achar algo tão raro assim, mas o resultado final de quem contempla o que está dentro da Arca é trágico, em uma alusão obvia ao cristianismo e também a volúpia do homem por tentar superar o Divino e tentar resolver todos os problemas da humanidade com uma passe de mágica ou com um simples gesto. A conclusão que se chega é de que não há caminho fácil, tampouco soluções instantâneas.

    A discussão não é exatamente sobre evangelho ou sobre o poder de Jeová / Yhwh, sequer há menção de se debater o que foi construído em torno desses mitos. O poder que emana do objeto inanimado não é dito com todas as letras como sendo espiritual, e sim como um mistério que ao menos até aquele tempo, não é totalmente solucionável, e como trama que busca ser um retrato mais fantasioso que um arqueólogo faz, Caçadores da Arca Perdida beira a perfeição, pois mostra  que a busca acadêmica ou científico pode evidentemente resolver alguns mistérios, enquanto tantos outros aparentemente são instituídos para serem solucionados com tempo e investigações que durarão por vidas e gerações de muitos estudiosos, e essa sensação ganha ainda mais força com a cena que precede os créditos, onde se vê um galpão com inúmeros artefatos guardados, todos a espera de protagonizarem uma ou mais aventuras de Indiana e dos seus.

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  • Crítica | Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi

    Crítica | Star Wars – Episódio VIII: Os Últimos Jedi

    No final de outubro de 2012, a Disney anunciou a compra do grupo Lucasfilm e, de cara, anunciou uma nova trilogia e o retorno do cast original para concluir a saga da família Skywalker criada por George Lucas. Coube a J.J. Abrams a dura tarefa de colocar as primeiras marchas no projeto, dirigindo e escrevendo (aqui, com o auxílio de Lawrence Kasdan), o sétimo episódio da franquia, O Despertar da Força. A dura tarefa da qual me refiro é que, por uma questão de mercado, talvez pura e simplesmente, o Episódio VII, não deveria agradar somente os fãs da saga, que são aqueles que fizeram de Star Wars o maior fenômeno da cultura pop desde o século passado, mas sim, angariar novos fãs, dos mais novos aos mais velhos. Com isso, a decisão de praticamente espelhar O Despertar da Força com Uma Nova Esperança, algo bastante controverso, diga-se, foi a decisão mais acertada. Porque agora faz todo sentido.

    O universo de Star Wars é extremamente rico, e com o novo capítulo entregue e direcionado por Abrams, fez com que o diretor Rian Johnson pudesse explorar uma enorme tela em branco com os pincéis entregues em O Despertar da Força, saindo do usual, entregando um filme diferente, mas que ainda assim, traz aquela sensação de estar em casa.

    Star Wars: Os Últimos Jedi parte exatamente de onde o anterior parou. Poe Dameron (Oscar Isaac) se engaja numa missão quase suicida, liderada pela General Leia (Carrie Fisher), com a finalidade de dar mais tempo para a frota da Resistência fugir da temível Primeira Ordem, que ganhou ainda mais força após a destruição da República no filme anterior. A missão gera o argumento principal da trama e abre espaço para que o elenco principal se separe em suas missões pessoais, assim como O Ataque dos Clones e O Império Contra-Ataca (os segundos capítulos de suas respectivas trilogias), liberando o caminho para as boas participações dos novos personagens, como a Vice Almirante Holdo (Laura Dern, se doando ao máximo), Rose (a simpática Kelly Marie Tran) e DJ (Benicio Del Toro). Enquanto isso, Rey (Daisy Ridley), ainda extremamente preocupada sobre suas origens e parentescos, tenta convencer o recluso e desacreditado mestre Jedi, Luke Skywalker (Mark Hamill), a treiná-la e a ajudá-la a derrotar a Primeira Ordem. Já no lado vilanesco, o cada vez mais caricato, General Hux (Domhnall Gleeson), continua sua rivalidade com Kylo Ren (Adam Driver), que vem sofrendo pesadas retaliações de seu mestre, o Supremo Líder Snoke (Andy Serkis). Importante ressaltar que tanto Driver quanto Gleeson (que tiveram antes suas atuações contestadas) se destacaram em seus papeis, merecendo reconhecimento aqui.

    Obviamente, o retratado no parágrafo acima é apenas uma projeção bem longínqua daquilo que aconteceu no filme, uma vez que o segredo com relação ao enredo e demais tramas paralelas foi tão grande que nem os atores foram a autorizados a revelar qualquer coisa por menor que seja.

    O desejo de Johnson para com esse filme era que o espectador pudesse ter uma experiência total, provando todas as sensações que o filme oferece e causa. E é justamente esse o maior mérito do diretor, que ao escrever uma história, ao longo de suas longas duas horas e meia de fita, focou em conexões muito fortes entre os personagens, dando o destaque individual de cada um de maneira bem justa, além de conseguir fazer com que aquele que assistia experimentasse as mais diversas sensações do primeiro ao último ato. O diretor brinca o tempo todo com o espectador: coloca desconfiança onde se deveria haver confiança, lealdade onde deveria ser o contrário, além de diversas suspeitas com relação às atitudes de diversos personagens, além de plot twists fortes, certeiros e totalmente dentro do contexto, o que faz com que não soem gratuitos em momento algum. Algo que merece uma atenção especial é a atuação de Mark Hamill, já que vemos Luke Skywalker dialogando pela primeira vez desde O Retorno de Jedi. Em muitos momentos é possível viajar no tempo e ouvir a voz do “bom e velho jovem Luke” da trilogia original, contrastando com o homem que se tornou.

    Toda esse mix de experiência faz com que o Episódio VIII tenha, ao menos, cinco ou seis momentos que, se não forem os melhores de toda a franquia, estão entre os melhores. São momentos que vão causar gritos, aplausos, risos (muitos deles) e choros dentro da sala do cinema.

    Além do elenco totalmente entregue ser causador de parte dessas sensações, outras delas são causadas pelas sensacionais batalhas, cenas de luta e diálogos que vão fazer você se arrepiar. Não é a toa que o planeta conhecido como Crait foi o escolhido para ilustrar os temas dos pôsteres de divulgação do filme, sempre vermelhos, contrastando com o branco, o que ilustra de maneira lúdica e abstrata, as “pinturas” de Johnson mencionadas parágrafos acima. Tudo muito bonito e bem feito, juntamente, claro, da fantástica trilha sonora, assinada, mais uma vez, pelo mestre John Williams, que conseguiu cravar em nossas mentes os novos temas apresentados no filme anterior, complementando com os clássicos que já conhecemos desde 1977.

    Star Wars: Os Últimos Jedi é o resultado do cérebro megalomaníaco de Johnson, aliado pelo amor que possui pela franquia e o resultado não poderia ser melhor, uma vez que o filme tem tudo que o gênero precisa, na dose certa. Agora, o desafio maior é preparar o terreno para o encerramento na história que marcará o retorno de J.J. Abrams na direção, após o afastamento de Colin Trevorow. Ainda há muitas pontas soltas e várias perguntas que só serão respondidas em 2019. Até lá olharemos para frente, sempre buscando o horizonte, assim como Luke Skywalker.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi

    Star Wars: Episódio VIII | Comentamos o novo trailer de Os Últimos Jedi

    Rian Johnson bem que tentou avisar, mas aposto que ninguém deu ouvidos e muita gente se arrependeu. Quando perguntado no Twitter sobre o novo trailer, o diretor de Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi foi categórico: “estou legitimamente dividido. Se você quiser vir limpo, absolutamente o evite. Mas está booooooooom…”. Ou seja, o fã deveria evitar assistir ao trailer se quisesse ter uma experiência emocional completa. Não adiantou e o trailer, em pouco mais de dois minutos e meio rachou o planeta nas mais variadas sensações. Só nos resta saber se a prévia entregou demais a trama ou, se no fundo, a Lucasfilm estava apenas jogando com as palavras e com as imagens. Nossa aposta é a segunda opção, mas ainda assim, a sensação de cansaço pós trailer existe e perdura.

    Logo de início vemos um plano mostrando Kylo Ren (Adam Driver), de costas, observando as instalações da Primeira Ordem. Nota-se uma estranha semelhança com Anakin Skywalker. Além deste plano, demais imagens, como a primeira aparição dos andadores, que são uma evolução dos AT-AT de O Império Contra-Ataca se preparando pra batalha. Enquanto isso, a voz em off do Supremo Líder Snoke (Andy Serkis) dizendo para alguém que quando encontrou aquela pessoa, viu nela um poder bruto e incontrolável e que além disso, algo verdadeiramente especial. A imagem corta para Rey (Daisy Ridley) acionando o sabre de luz e as imagens a partir daí mostram ela entregado o sabre a Luke Skywalker (Mark Hamill), onde também uma voz em off da personagem ecoa entre as imagens, dizendo que algo esteve sempre dentro dela e que agora essa coisa despertou e ela precisa de ajuda. Enquanto essas palavras são proferidas, vemos imagens de Rey praticando com o sabre e visitando uma árvore, que, aparentemente é uma árvore da Força, algo que já foi discutido em Rebels. Mas o que mais assusta é quando a jovem aprendiz, durante uma meditação, consegue rachar o local de pedra em que Luke e se encontram, deixando o mestre Jedi apavorado.

    Não dá pra saber ao certo em que momento do filme isso acontece e é muito provável que essas cenas não se comunicam entre si, mas Luke, com um olhar preocupante, aparece dizendo que já viu esse poder bruto uma vez, enquanto imagens de flashback do ataque de Kylo Ren ao templo Jedi de Luke aparecem na tela. Skywalker completa dizendo que aquele poder não o assustou na época, mas que agora o assusta. As imagens se voltam para Kylo Ren, onde o jovem, num momento shakesperiano, olha para sua máscara para, imediatamente, destruí-la na parede com todo ódio possível. Enquanto isso, sua voz, também em off, fala sobre deixar o passado morrer, matá-lo se for preciso, sendo o único jeito de cumprir o seu destino. Outro momento assustador é que enquanto Ren profere as palavras, ele aparece pilotando de forma habilidosa seu caça Tie numa incursão contra a Resistência, outro momento que deve ser um dos 3 grandes do filme.

    Kylo percebe que Leia (Carrie Fisher) está na nave e ela o confronta com a Força. Podemos perceber claramente que o filho da general fica abatido, mas ainda assim, não o suficiente para travar a arma na nave e colocar o dedo sobre o botão de disparo, o que deixa Kylo e Leia agoniados. Vemos em seguida Chewbacca à bordo da Millennium Falcon, fugindo de caças Tie dentro de uma caverna bem apertada (algo já bem estabelecido na franquia) para em seguida vermos imagens de Poe Dameron (Oscar Isaac) provavelmente estando junto da mesma frota em que Leia se encontra, onde o ótimo piloto diz em off que eles são a faísca que acenderá a chama que destruirá a Primeira Ordem e o que vemos a seguir é uma linda imagem onde Finn (John Boyega) e Capitã Phasma (Gwendoline Christie) partem para cima um do outro. A fotografia desse trecho é algo fora do comum.

    O trailer continua com imagens bem mais rápidas da batalha que se dá no espaço, de Rey numa caverna, dentro do refúgio de Luke, além de trechos da batalha no deserto do planeta Crait, onde os AT-AT se preparavam. Podemos ouvir Luke dizendo (provavelmente para Rey) que as coisas não vão acontecer do jeito que ela imagina, para em seguida Snoke aparecer pela primeira vez em carne e osso, enquanto tortura Rey com o uso da Força, dizendo para ela completar seu destino. E aí acontece o que pode ser a maior pegadinha do trailer. Rey diz que precisa de alguém que mostre o lugar dela nisso tudo para Kylo Ren estender a mão para ela.

    De fato, o primeiro trailer completo de Os Últimos Jedi é bastante obscuro e enche a cabeça do fã de dúvidas, anseios e interrogações. Mas, analisando friamente as imagens, a única conclusão é que Rey e Kylo são os dois de suas gerações e ponto. A Força é extremamente poderosa neles e Snoke, por algum motivo, sentiu isso ao descobrir Kylo Ren, remetendo à Rey como algo especial, ou vice-versa, uma vez que Snoke pode ter chegado em Kylo com o único objetivo de chegar, na verdade, em Rey.

    Outro ponto que se deve ter bastante atenção é que Luke parece sim estar assustado com o tamanho do poder de Rey, remetendo, portanto, ao sentimento que teve quando seu templo Jedi foi destruído. É bastante provável que ele estivesse falando de Kylo (naquela altura, Ben, seu sobrinho) e que dali para frente, ao conhecer o poder de Rey, se negar a dar continuidade ao treinamento da aprendiz por ter falhado uma vez. A julgar pelo que Snoke fala sobre o poder bruto e incontrolável que veio com uma agradável surpresa e pelo fato de Luke ter visto tamanho poder duas vezes, se tem a conclusão que Rey e Kylo possuem uma forte conexão um com o outro, o que pode indicar algum possível parentesco.

    No que diz respeito ao emotivo momento entre Leia e Kylo, acredita-se que o jovem cavaleiro, ao hesitar em atirar na nave de sua mãe (sendo que já matou o próprio pai), não tomará ação alguma e isso, de certa forma, poderá permitir que Kylo tenha uma possível salvação para o lado da luz em contrapartida à Rey, que poderá ceder ao lado negro da Força após ser capturada. Mas, ainda assim, com relação ao final do trailer, é muito provável que a jovem estivesse falando com Luke sobre precisar de alguém que mostre o lugar dela nisso tudo, pois podemos perceber que tanto a luz, quanto o cenário em que Kylo Ren aparece estendendo sua mão são levemente diferentes em relação a onde Rey se encontra.

    Como a Lucasfilm tem seguido um padrão com a franquia, acredita-se que um segundo trailer poderá ir ao ar um tempo antes da estreia do filme.

    Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi chega no Brasil dia 14 de dezembro de 2017.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Star Wars: Império Despedaçado

    Resenha | Star Wars: Império Despedaçado

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    A partir da compra da Lucas Films pela Disney, um novo universo Star Wars foi promovido, dando nova potência a saga agora comandada pelo estúdio do Mickey nos cinemas e nos quadrinhos pela Marvel Comics. Nas HQs, grandes equipes foram selecionadas para os títulos iniciais como Jason Aaron, John Cassaday, Kieron Gillen, entre outros, demonstrando o cuidado da Casa das Ideias para o vasto universo criado por George Lucas.

    Com o lançamento de Star Wars: O Despertar da Força em 2015, apresentando um novo capítulo cinematográfico para a franquia, capítulo aguardando pelos fãs, era natural que produções especiais fossem lançadas em sintonia, unindo uma parcela do público tanto leitor de quadrinhos quanto cinéfilo.

    Star Wars – Império Despedaçado foi lançado originalmente entre setembro a dezembro do ano passado em quatro edições especiais com a clara intenção de ser um prelúdio para o novo Star Wars. Tanto que esta edição, bem como o livro Star Wars – Marcas de Guerra, apresentam na capa a chamada de “Jornada  para Star Wars: O Despertar da Força”, pressupondo histórias anteriores interligadas à nova aventura. Um apelo para incentivar a compra da edição. Lançado pela Panini Comics em edição capa dura com roteiro de Greg Rucka e desenhos de Marco Checchetto, esta história está mais próxima de um estratégico produto mercadológico do que uma aventura com bom desenvolvimento narrativo do universo Star Wars em uma nova casa.

    Império se inicia após Star Wars – Episódio VII: O Retorno de Jedi, ou seja, com um longo distanciamento temporal entre esta trama e a nova história cinematográfica. Conforme visto no terceiro filme da trilogia clássica, o Império foi derrotado e a Aliança Rebelde comemora a vitória. Porém, devido a extensão do Império, pequenas células ainda resistem sem saber da derrocada do sistema imperial. Neste cenário, a história apresenta dois personagens do fronte de batalha: a piloto Shara Bey e seu marido, Kes Dameron.

    A intenção de aproximar espaços-temporais distintos entre uma história e outra promove uma narrativa ineficaz devido a obrigação de mostrar os personagens centrais da trilogia clássica ao mesmo tempo em que desenvolve futuras relações. Rucka seleciona um momento ingrato da cronologia para inserir a trama, suspendendo o desfecho definitivo do Episódio VII para mais uma aventura que, embora potencialmente boa, é desenvolvida de maneira breve e com pouca sustentação.

    O enredo evita possíveis conflitos maiores para entregar uma história fácil somente para manter a expectativa do leitor diante do novo filme. Um trama de fôlego curto que se desgasta rapidamente e contém mínimos pontos de conexão entre as histórias (A ligação é apresentar a mãe de Poe Dameron e uma possível influência da força sobre o piloto). A necessidade de ir além das sagas mensais e desenvolver mais um produto explícito para atrair leitores reduziu um bom argumento que poderia ser melhor executado em um futuro do novo cânone ou em um romance. Além da brevidade narrativa, a inserção de todos os personagens fundamentais da saga original prende a trama no limite entre a homenagem e a demanda de agradar aos leitores.

    Compre: Star Wars – Império Despedaçado

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  • Crítica | Indiana Jones e a Última Cruzada

    Crítica | Indiana Jones e a Última Cruzada

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    Estreando em 1989, Indiana Jones e a Última Cruzada não decepcionou e conseguiu criar outra grande aventura de sucesso para o arqueólogo mais famoso do cinema, no mesmo nível que Caçadores da Arca Perdida e Indiana Jones no Templo da Perdição.

    Quando Henry Jones é dado como desaparecido em uma expedição na busca pelo Santo Graal, Indiana Jones tenta encontrar seu pai enquanto procura escapar dos nazistas.

    O bom roteiro de Jeffrey Boam, baseado na história de George Lucas e Menno Meyjes, estrutura-se no primeiro filme da série. Se antes Indiana era contratado pelo governo para ir atrás da Arca da Aliança e alcançá-la antes dos nazistas, agora quem o contrata para encontrar outro objeto bíblico é o dono da expedição que seu pai liderava e desapareceu.

    Indiana Jones e a Última Cruzada acerta ao ampliar o espectro do personagem e mostrar a relação que tem com o pai. Apesar de ter herdado o amor por história e arqueologia, Indiana também herdou as relações conturbadas que o pai teve com mulheres. Ao ter a sua terceira amante na série, Indiana Jones se aproxima mais de 007 e se distancia um pouco da sua principal inspiração, Alan Quatermain, personagem fictício do livro As Minas do Rei Salomão, de Henry Rider Haggard. Não à toa, Sean Connery foi escalado para viver Henry Jones pai.

    Outro grande trunfo do roteiro foi apresentar o passado do protagonista, como o jovem Indiana Jones na abertura do filme. Além de reforçar as principais características do personagem desde a sua adolescência, serviu de ligação para a narrativa central ao também apresentar o seu pai. Todo o filme pode ser resumido no início.

    A direção de Steven Spielberg continua afiada, deixando ainda mais claro o seu domínio da narrativa visual como poucos. Apesar de ser uma franquia, as características fundamentais do seu cinema continua lá: problemas familiares enfrentados pelos protagonistas, uma complicada ameaça externa, atitudes fascistas de governos ou órgãos governamentais.

    Como é filme de gênero de aventura pulp, a atuação não é das mais refinadas e nem precisa ser. Harrison Ford segue canastrão como o personagem-título, mantendo os mesmos maneirismos. Mesmo no piloto automático, Connery consegue dar o charme que a parte final da trilogia necessitava, como Henry Jones pai. A grande revelação foi River Phoenix que conseguiu criar um jovem Indiana Jones tão marcante que até conseguiu se transformar em uma série televisiva. Destaque para os retornos de John Rhys-Davies e Denholm Elliott como Salla e Marcus, além de Alisson Doddy que vive Elsa e Julian Gloover (o Grande Meister Pycelle de Game of Thrones) como o vilão Walter Donovan.

    A fotografia versátil de Douglas Slocombe, que trabalhou nos outros três filmes da franquia, consegue ir do árido e amarelado deserto de Petra até os esverdeados e azulados aconchegantes salões europeus. A edição ágil de Michael Kahn, que também trabalhou nos outros títulos, manteve o bom ritmo, sempre se preocupando com os respiros necessários entre as várias sequências de ação da obra.

    Indiana Jones e a Última Cruzada vale a pena por ter se tornado um clássico mantendo o nível dos dois outros filmes, e concluindo com sucesso uma trilogia que se tornou referência para a história do cinema, principalmente nos anos 1980.

    Texto de autoria de Pablo Grilo.

  • Crítica | Loucuras de Verão

    Crítica | Loucuras de Verão

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    Trazendo à tona o ideário adolescente estudantil, repleto de descobertas sobre o funcionamento da vida, Loucuras de Verão (ou American Grafitti) é uma produção conjunta da Lucasfilm e Copolla CO, orquestrada por George Lucas quatro anos antes de seu sucesso indiscutível em Guerra nas Estrelas, e que se passa no ano de 1962, tratando com saudosismo o enfoque na década anterior à produção do filme.

    O roteiro de Lucas, Gloria Katz e Williard Huyck mostra jovens no início de suas carreiras amorosas e profissionais, dando vazão a uma ingenuidade típica dessa fase da vida, com um espaço enorme para inocência típica da descompromissada curtição de uma vida ainda não lotada de preocupações ordinárias e rotineiras.

    Loucuras de Verão 5

    A trilha sonora respira classicismo, graças ao caráter de Rockabilly que evoca. Os personagens são genéricos, e as atitudes que tomam para si quase sempre tangenciam pequenos atos de rebeldia, ainda que sejam bastante pueris, como a tentativa de burlar a lei comprando bebidas alcoólicas mesmo sendo menores de idade.

    Uma das obsessões do diretor, largamente exibidas em seu longa, é seu amor por carros, com uma longa exposição de espécimes clássicos, fator este que seria também explorado em outros produtos da Lucasfilm, como Indiana Jones e a trilogia clássica de Guerra nas Estrelas. A miscelânea mostrada é tão bela que se assemelha a uma coleção de brinquedos nas mãos de uma criança, que, ao encontrar seu objeto de desejo, não faz outra coisa se não brincar com aquilo.

    Loucuras de Verão 3

    Como seria de praxe na trilogia que seguiria após este longa, Lucas já imprimia cenas alegóricas, não tão pretensiosas como as de Star Wars, mas igualmente ligadas à contracultura. Atos travessos dos jovens inconsequentes eram facilmente notados como manifestações de libido mais enérgicas, mas sem o caráter explícito comum às franquias Porkys e Picardias Estudantis.

    Apesar da fotografia competente e uma trilha sonora pontual, não há muito mais a elogiar em Loucuras de Verão, já que o argumento não tenciona alcançar nenhum objetivo maior que a simples representação do começo da vida de americanos médios, sem muito significado, conteúdo ou exigência da parte de seu elenco, que já contava com Harrison Ford e Richard Dreyfus, antes de se tornarem famosos. American Graffiti funciona melhor como um preâmbulo sobre a despreocupação juvenil de um homem antes de embarcar para a guerra, seja literalmente no certame ou na vida tediosa e rotineira de um civil que gasta toda sua vida funcionando como parte da engrenagem fordista, ainda que essa última análise sirva mais por parte do espectador do que de seu criador.

  • Crítica | THX 1138

    Crítica | THX 1138

    THX 1138 - poster

    Finalizado com apoio de Francis Ford Coppola, o primeiro longa-metragem de George Lucas já deixaria claro uma das influências que o ajudariam a criar o arquétipo space opera que o tornou famoso anos mais tarde, ao selecionar cenas do seriado televisivo de Buck Rogers, para emular o escapismo como sua marca própria. A história, de Lucas e Walter Murch, contaria com dois nomes fundamentais da indústria cinematográfica, ambos já consagrados em suas carreiras.

    Robert Duvall vive THX 1138, mais um ser humano comum, dentro da estranha sociedade asséptica predominante naquela faixa de futuro, semelhante a de inúmeros romances distópicos. O modo de vida da população humana é viver em cidades subterrâneas, cuja rotina é intimamente ligada ao funcionamento de computadores, que por sua vez produzem nos seres de carne uma autoridade coercitiva, obrigando-os a fazer trabalhos sob efeitos de drogas que coíbem seus sentimentos e sensações básicas, incluindo demonstrações de sexualidade e afeto.

    THX começa a agir fora do protocolo imposto, dando vazão a sentimentos e sensações, se importando pouco com as consequências de seus atos, ao menos considerando que o estorvo das punições seriam “validados” pelo prazer que teria com sua parceira Luh (Maggie McOmie). Ao ser encarcerado, o personagem põe em risco a tranquilidade de todos que se envolveram com ele, gerando a partir daí uma justificativa para tencionar invadir o mundo terreno, a parte da Terra inalcançável para os humanos.

    Donald Pleasence vive SEM 5241, o comum sujeito aproveitador, um covarde homem que tenciona alcançar novos ares, mas que não tem coragem suficiente para fazê-lo sem ter alguém para se fazer de pioneiro. Em se tratando de um rascunho de sociedade autoritária, a pena para atos mínimos de rebeldia é altíssima.

    A partir do momento em que a fuga começa a ocorrer, novos cenários são explorados, e a direção de arte começa a ser exigida mais a fundo, além dos cenários brancos pasteurizados e de policiais mascarados com alumínio. As tentativas de se embrenhar atrás de novos rumos fazem lembrar a tentativa mal-sucedida de Michael Bay em A Ilha, mas sem o óbvio fracasso mega explosivo que os momentos finais reservam ao seu público.

    A versão remasterizada do longa contém os mesmos exageros que o diretor inseriu em suas versões pós-produzidas de Star Wars, mas ainda assim mantém grande parte do assombro e furor causado na época, preconizado pela versão em curta-metragem, lançada em 1967, ainda na universidade. THX 1138 discorre sobre o desejo de liberdade e sobre um regime fascista moderno, com uma crítica não tão profunda quanto a de Orwell e Huxley, mas igualmente ácida, inclusive sobre a inevitabilidade do drama no futuro reservado ao homem.

  • Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força (3)

    Crítica | Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força (3)

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    Maior fenômeno da cultura pop, maior franquia da história do cinema e com o filme mais esperado do ano (possivelmente da década), Star Wars dispensa comentários sobre sua importância. A decepção dos fãs com a nova trilogia encerrada em 2005 era nítida. Tamanha expectativa com a estreia de A Ameaça Fantasma em 1999 só foi igualada pelo tamanho da decepção com filmes tão ruins e que desrespeitavam praticamente todas as premissas estabelecidas na trilogia original. É dentro desse turbilhão de emoções que a franquia ganha em 2015 o primeiro de seus novos episódios, chamado “O Despertar da Força”, dessa vez sob o comando da Disney e direção de J.J. Abrams, com roteiro de Lawrence Kasdan, Michael Arndt e do próprio Abrams.

    Atingir uma expectativa tão grande não era tarefa fácil, e ciente da cobrança (provavelmente injusta) em cima de si, Abrams desde o início resolveu focar justamente onde a nova trilogia falhou: o respeito pela saga original, sua mitologia e simbologia. Dentro deste aspecto, o Episódio VII é muito eficiente. O visual se assemelha muito aos filmes originais, tanto nas cores, vestimentas e designs, como nos pequenos detalhes de botões em centros de comandos, luzes de painéis e toda a arquitetura interna e externa da chamada “Primeira Ordem”, que se assemelhava a do Império, quanto do restante da galáxia.

    A história gira em torno basicamente de dois personagens, Rey e Finn. Rey (Daisy Ridley), residente do planeta Jakku e que sobrevive juntando peças de antigas naves caídas em seu planeta, tanto do império quanto da aliança rebelde, em troca de rações de alimento. Dotada de um espírito perseverante e determinado, Rey sofre naquele cotidiano árduo, ela sonha com a volta de sua família para resgatá-la, já que vimos um flashback onde ela é ali abandonada. Finn (John Boyega) é um stormtrooper que deserta por se recusar a cumprir as ordens que recebe para executar habitantes de Jakku em sua primeira missão, que era recuperar o mapa da possível localização do antigo Jedi Luke Skywalker, em posse do piloto rebelde Poe Dameron (Oscar Isaac) e também buscado pelo vilão do filme, Kylo Ren (Adam Driver). Dameron o esconde em uma unidade BB, chamda BB-8, que encontra Rey, que encontra Finn, que encontram a Millenium Falcon, que é encontrada por Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew/Joonas Suotamo), e de onde a história principal se desenvolve como apresentada nos créditos iniciais: o objetivo é encontrar Luke Skywalker. Os rebeldes querem o retorno do antigo Jedi para ajuda-los, e a Primeira Ordem quer encontrar para destruí-lo, afinal enquanto um jedi estiver vivo, é uma ameaça a seus objetivos.

    Um ponto que o novo filme acerta em cheio é na escolha do novo elenco. Daisy Ridley e John Boyega possuem uma química raras vezes vista em filmes do gênero, o que mostra a noção perfeita dos produtores no casting, e como eles sabiam exatamente o que estavam buscando no filme (ponto positivo para escolherem como protagonistas um negro e uma mulher, tentando tornar o universo de Star Wars mais diverso). Atores mais conhecidos como Oscar Isaac e Domhnall Gleeson (General Hux) também agregam um enorme valor devido a seu talento, mas sempre ajudados por cenas construídas especificamente para os atores darem vida a seus personagens da melhor forma possível. Já Harrison Ford não consegue transmitir de novo o mesmo carisma do Han Solo que vimos na trilogia original. Notório carrancudo a respeito de Star Wars, Ford parece a todo tempo estar em modo automático, e apesar de seu papel funcionar bem na maior parte do tempo, parece não ver a hora de tudo acabar, até mesmo seu figurino demonstra essa preguiça, se assemelhando mais a um cosplay de Han Solo do que o legendário piloto. Tanto que seu destino no filme parece até mesmo saído de uma sugestão sua. Também retornam a seus papéis clássicos Carrie Fisher como a agora General Leia Organa e Anthony Daniels como C-3PO, além de R2-D2 (Kenny Baker).

    Star Wars: The Force Awakens Ph: Film Frame ©Lucasfilm 2015

    Porém, se em todo o respeito ao universo o novo episódio é irretocável, onde ele falha é justamente no excesso de cautela na fórmula da franquia. O Episódio VII recicla praticamente inteira a trama principal do Uma Nova Esperança de 1977. De novo vemos planos escondidos em um robô por um membro da resistência que é capturado pelo vilão principal e por ele torturado. De novo (pela terceira vez) temos uma arma grandiosa capaz de destruir planetas usada como forma de impor a força da “Primeira Ordem” no universo. De novo o plano dos rebeldes é montado em um diálogo expositivo rápido em frente a uma projeção. De novo o plano constituído é destruir essa arma com um ataque aéreo. De novo alguém precisa desabilitar um escudo internamente. De novo temos uma sequência aérea com direito a voos em uma trincheira e a arma é explodida. Tudo filmado de forma muito eficiente e empolgante, sem o marasmo dos episódios I, II e III. Porém, que ainda deixa o fã, lá no fundo, um pouco decepcionado, porque parece que tudo em Star Wars gira em torno de uma arma que precisa ser destruída. Se nos primeiros filmes ao menos o desenvolvimento dessa trama seguia um andamento mais lento, neste capítulo da saga o ritmo frenético do filme mal deixa o espectador respirar para absorver tudo o que está vendo na tela. Não há um momento de pausa, e talvez seja sinal dos tempos, mas um equilíbrio maior neste sentido poderia ter dado mais espaço aos personagens para se desenvolverem de forma mais subjetiva.

    Outro ponto também mal explicado é a origem da “Primeira Ordem”, organização que substituiu o antigo Império. Também não é falado nada a respeito de Kylo Ren e sua ordem, assim como seu mestre, Supremo Líder Snoke (Andy Serkis), o que reflete não uma tentativa de não contar muito da história, e sim um certo descuidado com o roteiro, afinal, essa falta de informação faz com que ambos os vilões não representem uma ameaça tão grande quanto Darth Vader no primeiro filme. Porém, a relação entre o braço militar da Primeira Ordem, representado pelo General Hux (em alusão clara ao nazismo) e o braço místico representado por Ren é muito bem construída, e a crescente tensão e disputa entre os dois personagens pela aprovação de Snoke serve como catalisador para diversas situações interessantes no filme, especialmente para Ren, que mostra uma fragilidade interessante ao se dizer tentado pela luz. Mesmo Adam Driver não entregando uma atuação maravilhosa, seus melhores momentos ainda ficam enquanto usa a máscara e entoa a voz mecanizada e assustadora que emula, propositalmente, Darth Vader. Outro personagem muito esperado pelos fãs, a Capitã Phasma (Gwendoline Christie), possui uma participação reduzida no filme, o que se pode extrair daí dois pontos: a menção a Boba Fett, personagem construído pelos fãs e que nunca fez muita coisa nos filmes, e que ela irá voltar nos próximos episódios, possivelmente com um papel maior.

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    Mas, mesmo com esses pontos negativos, o principal objetivo do filme é mantido, que era resgatar o espírito da franquia e a magia de se contar uma história dentro da mitologia que cativa tanta gente ao redor do mundo. A excelente cena de Rey tocando no sabre de Luz de Luke e tendo seu primeiro contato com a força utiliza de efeitos especiais como deve ser, em favor de se contar uma história. A Força é explicada a ele na cena seguinte por Maz Kanata (Lupita Nyong’o) relembrando os ensinamentos de Yoda em O Império Contra-Ataca, deixando de lado a bobagem pseudo-científica dos midi-chlorians inventada por Lucas em “A Ameaça Fantasma”. Outras pequenas homenagens ao universo também são feitas, quando Finn enfrenta com o sabre de luz um stormtrooper que empunha uma arma que lembra uma vibroblade em um duelo muito bem construído. A opção de Abrams pelos cenários reais ao invés do tão criticado CGI foi louvada por praticamente todos, e o resultado é nítido. Tudo parece real (e é!), nos fazendo acreditar em todo momento em tudo o que está acontecendo na tela. Em momento algum da projeção a credibilidade do filme é quebrada por conta de algum efeito especial mal acabado. Tanto os monstros mais simples quanto as excelentes e bem trabalhadas sequencias de confronto entre as X-Wings e os TIE Fighters passam um realismo que o fã de Star Wars sempre quis ver novamente, mas devidamente atualizado. A leveza do humor também consegue apagar o marasmo das tramas políticas da nova trilogia, e tanto BB-8 (sabiamente utilizado) quanto Finn (e também várias cenas com os stormtroopers) possuem cenas que tiram risos naturais da platéia.

    As cenas de luta também são outro ponto positivo, sendo muito bem feitas e distantes do balé estéril mostrado na nova trilogia, como o próprio Abrams havia deixado claro que iria fazer. Com pouco treinamento, não seria possível os personagens exibirem tamanha técnica nos duelos, o que torna a emoção e a visceralidade dos golpes e defesas ainda maiores. O duelo entre Rey e Kylo Ren, apesar de causar estranhamento inicial (afinal, como ela empunhando um sabre pela primeira vez iria competir com um mestre da ordem Ren?), consegue transmitir em poucos minutos uma carga dramática muito grande, e a superação de Rey utilizando a Força estabelece-a como o que era desde o início, um campo de energia que depende da pessoa usá-la e canalizá-la corretamente, não importando você ter décadas de treinamento de esgrima. O que importa é a Força, sua vontade, determinação e o quanto você acredita fielmente nela. Neste filme a Força é realmente importante e um de seus maiores méritos é justamente mostrar como ela é poderosa. Kylo Ren parando no ar um raio do blaster de Poe Dameron é fenomenal. O uso que faz da Força a todo momento nos mostra mais detalhes do que a saga havia mostrado até então. O mesmo acontece com Rey conforme ela vai descobrindo seus poderes enquanto vai sentindo-os.

    Portanto, “O Despertar da Força” entrega justamente aquilo que os fãs esperavam tanto. Um filme fiel as suas origens e que tratasse todo o seu legado com respeito. J.J. Abrams se declarou fã da franquia por diversas vezes, e talvez esse excesso de respeito tenha tornado o filme seguro demais, sem praticamente tomar nenhum risco sob o ponto de vista narrativo. Porém, com o tamanho estrago feito pelos três filmes anteriores da franquia, essa escolha é perfeitamente compreensível. O que podemos esperar agora é, com o universo novamente consolidado, que novos objetivos sejam traçados e que possamos ver novas histórias ser contadas de outras formas. O Império Contra-Ataca é o que é justamente porque a sua frente tem alguém que entende a linguagem cinematográfica mais do que entende de Star Wars. Entende a motivação por trás de cada personagem e as ações condizentes que eles deveriam tomar. Entende que pequenos detalhes fazem a diferença entre algo comum e algo fenomenal. Não fosse Irvin Keshner, Han Solo nunca teria dito “Eu sei” ao ouvir que Leia o amava. É isso que a franquia precisa.

    O Episódio VIII já tem seu diretor contratado, o novato e promissor Ryan Johnson, que sempre carrega uma atmosfera noir em seus filmes. Com tempo, um bom roteiro e um pouco de sorte, talvez tenhamos algo novo neste sentido. As expectativas agora estão mais altas do que nunca (ainda mais pela cena final do Episódio VII), pois a comparação da sequência ser melhor que o anterior, relembrando os episódios IV e V, será feita. Ao menos agora estaremos felizes esperando o próximo, e não mais apreensivos.

    Texto de autoria de Fábio Z. Candioto.