Oscar era um jogador brasileiro de muita fama no Brasil, e muitos ao analisar sua carreira, não fazem jus ao jogador que Schmidt era. A maioria dos fãs do esporte consideravam o Mão Santa como um jogador de um tipo de jogada, de arremessos de três pontos. A realidade, é que a maioria das pessoas no país quando viram ele jogando, já o viram em fim de carreira, no Flamengo, sem ver o auge dele como atleta, quando ainda era competitivo, em 1984 ele foi draftado, pelo New Jersey Nets – atual Brooklyn Nets – mas por motivos até hoje não totalmente esclarecidos, ele não jogou pelos Nets.
O motivo oficial é dito sobre a dura regra da NBA, de que se lá jogasse, não poderia jogar na sua seleção, e isso ele não queria, mas muito se fala sobre a possibilidade dele não querer correr o risco de ser reserva, quando na Itália era ídolo. No ano de 2017, já veterano, aposentado já há 14 anos, ele foi indicado a uma homenagem no Basketball Hall of Fame. Curiosamente, ele é levado até o palco pela lenda do Boston Celtics, Larry Bird, que também era especialista em arremessos de três pontos.
Os entrevistados que falam sobre quem era Oscar como atleta são muitos, se destaca Kobe Bryant, que viveu na Itália e teve oportunidade de ver o modo de chutar que Schmidt fazia (ele ainda diz que Oscar não seria mais um, e sim dominaria as quadras da NBA). O próprio Bird dizia que ele era imarcável. Entre os brasileiros, a fala mais marcante era de Dodi, ex-jogador do Sírio dizia que ele tinha febre em quadra, exigindo que dessem a bola para ele, chegando a 39 graus. Não se sabe se isso era modo de falar ou se correspondia a realidade. Em se tratando de um sujeito que bateu quase 50 mil pontos,
Há um destaque sobre o draft de 84, que contou com jogadores como Charles Barklay, John Stockton, Michael Jordan e a primeira opção Hakeem Olajuwon. Oscar foi para o pós segunda rodada, e seria um dos primeiros estrangeiros a jogar na NBA, mas ele não aceitou. Incrivelmente, o Nets só desistiria de contratar ele em 1987, sempre renovavam os pedidos por contratos, e coincidentemente foi em 87 a vitoria da seleção de Oscar e Marcel Souza sobre os Estados Unidos no Pan Americano de Indianapolis.
É engraçado ver a rotina dele, uma vez que após parar de jogar, pelo Flamengo em 2003, ele jamais havia entrado em quadra de novo de maneira séria. Nos treinos para o jogo exibição, ele errava lances bem simples, provando a máxima/clichê que ele mesmo dizia, de que não tinha mão santa e sim treinada, pois ele só melhorou quando voltou a praticar. Obviamente que os adversários não faziam marcação cerrada em cima de si, afinal era um senhor de 59 anos, que passou por muita coisa, entre elas, um tumor canceroso.
A Estreia se dedica a mostrar um pouco da rica historia de Oscar, mas sem revelar tanto. O produto que Andrea Cassola dirigiu e Danilo Gullame roteirizou é sensacional em sua proposta, e serve bem esse episódio mágico para o jogador. É seco, direto, vai direto ao ponto, sendo sucinto e emocionante na medida, dando a possibilidade do próprio explicar o porque jamais jogou no melhor campeonato do mundo.