Trago até vocês um pouco mais de Batman, dessa vez em uma história pouco conhecida e bastante interessante, apesar de seus altos e baixos. Batman: Absolvição, lançada originalmente pela DC Comics e publicada em terreno tupiniquim pela Panini em junho de 2005. J. M. DeMatteis traz um roteiro cheio de grandes diálogos e arte de Brian Ashmore, tem um traço bastante peculiar e bonito.
A história retrata um acontecimento que ocorreu há dez anos atrás. Um grupo de terroristas, comete um atentado contra um edifício das empresas Wayne, causando a morte de dezenas de pessoas. O ataque é liderado por Jennifer Blake, uma fanática que julga estar abrindo os olhos do povo, contra a classe alta de Gotham através do caos.
Batman se vê amargurado por não ter impedido o crime e não ter pego Jennifer Blake. Uma década mais tarde, após uma frustrante investigação, ele encontra pistas sobre o paradeiro da responsável pela operação criminosa e parte em seu encalço. O decorrer da história se torna monótono em alguns momentos, justamente pela caçada em busca da vilã, que acaba não acrescentando muito na história, mas o ponto forte fica por conta dos conflitos do personagem e suas definições do que é justiça.
A história é toda narrada em primeira pessoa, nos moldes dos antigos filmes noir policiais. Nela nos deparamos com a visão pessimista de Batman em relação a sociedade em que vivemos e sobre ele mesmo, como quando ele fala sobre o fanatismo cego e obsessivo de Jennifer, que tem tamanha devoção ao que acredita, que não aceita nenhum outro ponto de vista, assim como ele.
Absolvição é uma história densa, repleta de reflexões sobre justiça, vingança, crença e redenção. Uma pessoa pode realmente mudar? Um passado cruel pode justificar atos desumanos e desprezíveis? Quando a justiça torna-se vingança? E até que ponto um ser humano pode chegar por fanatismo ou vingança.
Creio que deve haver uma inteligência criadora do universo. Mas um criador de barbas, sentado em seu trono, julgando almas e distribuindo justiça? Não. Não em Gotham.
Se alguma vez existiu um Deus em seu Céu, ele perdeu interesse nesta cidade há muito tempo. Deu Corda no relógio e se foi. E o relógio está girando desde então… – Batman.
Nossa. não tinha lido essa resenha ainda. Vou agora mesmo atrás de um exemplar digital!