De Alexis Michalik, ator que esteve recentemente na biografia de Van Gogh No Portal da Eternidade, Cyrano Mon Amour é um drama, que acompanha o jovem Edmond Rostand, que novo, com 29 anos, escreveu seu grande sucesso teatral, Cyrano de Bergerac. O filme mostra o processo pelo qual o jovem passou até conceber o texto, sendo interpretado por Thomas Solivérès.
Edmonde também é o nome original, e faz até mais sentido que a referencia a peça que ele viria a escrever, pois toda a jornada do herói profetizada por Joseph Campbell é vista na tentativa dele de romper a crise criativa que tem. O escritor durante dois anos tentou furar o bloqueio de idéias, mas não conseguiu e tem um prazo curto de duas semanas pra escrever algo.
As dificuldades que tem em encontrar inspiração são aos poucos dribladas, quando ele tenta ter contato com homens e mulheres comuns e do mundo do teatro, e aos poucos seus esforços são recompensados, pois ele passa a se inspirar em um sem número de pessoas para compor os personagens que precisa. Isso gera um pouco de humor no filme.
O fato de ser uma obra de época não interfere muito no espírito humorístico do longa, que mistura comédia de costumes com tiradas engraçadinhas joviais e modernas, Edmonde é o pé na realidade em um cenário onde todas as pessoas são caricatas e surtadas, e em se tratando de uma cine biografia, o sentido da realidade é alterado demais, fazendo com que todo o drama pareça mais uma paródia do que algo reverencial.
Cyrano Mon Amour é comédia que encontra dificuldades enormes para fazer seu espectador rir, e se baseia demais no desempenho de Solivérès, que na maioria das vezes não vai bem. Até seu bigode é caricato, por mais que pareça demais com o de Rostand real, e a vontade de soar engraçado acaba diluindo um bocado da historia do personagem principal. Ao menos, no final da exibição há alguns bons momentos, mostrando imagens do real Edmonde, interagindo com gente do teatro, dando mais significado nesse trecho do que nas quase duas horas que Michalik conduz.