Baseado na história do treinador de basquete universitário, John Calipari, One and Not Done é um documentário de Jonathan Hock sobre o período em que o treinador comandou o time da universidade de Kentucky.
John narra sua própria história, e no relato se nota, desde quando ainda era jogador, sua boa noção tática e motivacional. Ao ganhar uma bolsa de estudos por conta do esporte, passou a sonhar em tornar-se treinador universitário, tendo como exemplos Larry Brown, Chuck Daly, Haword Garfinkel.
Estrelas atuais da NBA elogiam o personagem biografado, e o estilo One and Not Done ajudou jogadores a fazerem uma boa carreira no basquete profissional. A forma como o esforço de Calipari subir na carreira se deu é bastante exemplificada, em especial por ele não ter sangue azul ou grandes conhecimentos no mundo do basquete. Seu período como treinador em Massachussetts não dispunha de grandes condições financeiras, mas ele compensou com um cuidado com os rapazes que lhe são entregues.
Seu temperamento explosivo chega a ser engraçado, os microfones captam o escândalo protagonizado por ele à beira da quadra, fato que ajuda não só a compor o personagem, mas também o coloca no posição de ser tão passional e desesperadamente obcecado por ética.
Todo o escândalo de Marcus Camby é muito bem explanado. A questão envolvendo dinheiro para estar na universidade de Conneticut é bastante discutido. Os entrevistados falam sobre acreditar no envolvimento ou não de John nisso. Por mais conservador que seja o caráter do filme, existe uma posição controversa em relação a versão de John, pois foi neste período que ele migrou para a NBA a convite dos Nets, e a forma como as entrevistas são conduzidas deixa pairando a dúvida, e até ajudaria a fortalecer o lema one and not done.
Os detalhes da polêmica da Umass e o modo como ele saiu do Nets e se tornou treinador assistente de Larry Brown, no Philadelphia 76ers, são passados rapidamente. Em seu primeiro retorno ao basquete universitário, o treinador trabalharia em Memphis, quando seria revelado Dajuan Wagner, draftado pelo Cleveland Cavaliers. A forma como Wagner fala a respeito da relação com o treinador é repleta de ternura. A realidade de um jovem jogador de basquete nos EUA não é diferente de uma pretensa estrela do futebol brasileiro, há muita gente opinando e mandando na carreira do jovem aspirante, e o técnico universitário normalmente ajuda a melhorar esse quadro.
O documentário é tão intenso quanto seu objeto de análise, e por mais que a música instrumental possa acalmar e colocar o espectador numa posição de tranquilidade, o que se vê é uma torrente de informações e uma série de situações controversas e polêmicas na carreira de um sujeito que fez e faz muito pelo esporte de base.