Clube da Luta (Editora Leya) é narrado em primeira pessoa e da forma mais crua e louca possível. O narrador alterna os assuntos de forma repentina, critica as relações humanas e despreza a própria vida. Ele se sente tão vazio que tenta preencher sua vida comprando desenfreadamente. Além disso, frequenta grupos de apoio a pessoas com doenças e problemas afins sem possuir tais doenças ou problemas. Um passatempo mórbido. Uma forma de se iludir e, talvez, se sentir melhor sabendo que existem diversas pessoas em situação muito pior que a dele.
O livro tem poucos diálogos. Na verdade, a grande maioria das conversas são narradas ao invés de alternar em parágrafos com travessão. E por diversos momentos, temos a impressão de que o narrador conta os acontecimentos como se fosse você, leitor. Isso aumenta a loucura do livro.
O ponto de virada na vida do narrador sem nome é conhecer Tyler Durden. Para quem já viu o filme e sabe do “plot twist” do final, não se preocupe, isso não estraga em nada a experiência do livro. Pelo contrário, é até melhor para compreender toda a loucura da narrativa e captar as nuances que definem quem é Tyler Durden.
Fazendo um rápido paralelo com o filme, a obra dirigida por David Fincher pegou a essência do livro e criou algo próprio. São abordagens diferentes, o livro é muito mais insano. Por isso vale muito a pena ler, mesmo que você já tenha assistido ao filme. São obras diferentes com essência semelhante, mas ainda sim diferentes.
Ler esta obra de Chuck Palahniuk é uma baita experiência. Ele constrói uma história sob o ponto de vista de um personagem destruído, sem grandes esperanças ou ambições. Uma pessoa normal, com problemas normais (às vezes um pouco além disso). Clube da Luta explora a natureza humana de uma forma inumana. Visceral. Brutal. Louca. Colocará em xeque os princípios mais básicos de nossa sociedade. Precisava falar com você sobre este livro, mesmo que para isso eu tenha quebrado a primeira regra do Clube da Luta.
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