Estás Me Matando Susana é um filme de Roberto Sneider e trata-se sobre reencontros. O longa começa divertido, com uma música cômica já estabelecendo que Eligio (Gael Garcia Bernal) é na verdade um bêbado inveterado e incorrigível, que chega tarde em casa, tentando disfarçar seu estado de embriaguez, a fim de não incomodar sua esposa, Susana (Veronica Echegui).
Ocorre que, Eligio diz que teve um sonho em que Susana o traía, e de certa forma esse sonho se torna real, já que ela some de sua casa e ele parte em busca dela, tentando reconquistar seu amor, à despeito até mesmo do fato de ser um completo irresponsável. O problema é que o lado cômico do filme é atabalhoado, cheio de uma gritaria quase infantil, que torna o humor bobo e desinteressante.
Verdade seja dita, Gael não consegue um bom desempenho, e por tabela Echegui também não. Fora o fato dos dois serem bonitos, não há muita conexão entre eles, e as soluções de roteiro são fáceis, normalmente envolvendo sexo, ainda que nem isso funcione cem por cento, pois a tentativa de remendo soa falsa inclusive para eles, já que se trata de uma trégua baseada em nada além de troca de fluidos, é acéfala, e ao menos nisso, o texto combina com todo o clima blasé que o longa apresenta em última análise.
Estás Me Matando Susana funciona pouco como comédia, as atuações se dão no automático, não há química entre os personagens – o que é uma pena e um desperdício, dada a qualidade de Bernal como ator -, falta ao filme uma identidade bem resolvida e qualidade em seu texto, que traduz mal o material original de José Augustin.