Jonas e o Circo Sem Lona brinca com a imaginação e ideal lúdico das crianças, mostrando um grupo de amigos liderado pelo menino Jonas Laborda que organiza dentro de seu quintal um pequeno número circense, com números envolvendo dançarinos, palhaços, trapezistas e pouca perícia. Obviamente que os eventos não são grandiosos, mas compensam pelo carisma e singeleza de coração, tanto de Jonas quanto de seus parceiros.
A direção de Paula Gomes conversa diretamente com a reunião de entes tanto em volta do picadeiro quanto da filmagem, já que seu cinema também carece de maiores recursos, fundamentando-se basicamente na colaboração voluntária das pessoas que participam de sua produção. A forma como Gomes conduz sua câmera e narra sua história também é carregada de sentimentalismo e simplicidade, tal qual a postura e modo de enxergar o mundo que seu protagonista, Jonas, carrega consigo.
Da metade para o final, o enredo muda de tom, mostrando o rapaz como um aluno relapso e desmotivado depois de passar por uma fase ruim com o seu pequeno show. Seu método de estudo era praticamente nulo, sem qualquer interesse pela edução e o ensino normativo. A possibilidade de ter seu espetáculo encerrado o faz olhar para sua realidade com bastante ceticismo e pragmatismo, já que se vê sozinho na procura de seu sonho, de realizar sua arte.
A sensibilidade e inteligência do rapaz é aguçada, tanta na percepção de que sua vida dificilmente lhe dará oportunidade de seguir seus sonhos infantis, quanto da percepção de que a realidade pode ser cruel e assassina de sonhos. A postura que sua mãe tem consigo, de o proibir de viajar com outro circo pode parecer mesquinha
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