Há muito que me cansei de boa parte dos filmes do Jackie Chan, principalmente os mais recentes realizados em Hollywood, onde tínhamos contato apenas com suas cenas acrobáticas e uma dose de comédia já um tanto repetitiva. Este filme vem para resgatar um lado mais sóbrio e realista dos seus filmes, algo que já estava esquecido. Massacre no Bairro Chinês (2009) foi lançado no Brasil diretamente para DVD, o que realmente é uma pena, pois merecia sua passagem nas telonas, o que acabou não ocorrendo.
O longa conta a história de chineses que no início dos anos 90, imigraram para o Japão ilegalmente, na esperança de uma vida melhor. Chan interpreta um mecânico chinês que entra no país clandestinamente a procura de sua namorada, que foi para Tóquio em busca de uma vida melhor. Ao ficar sem notícias dela por anos, decide ir buscá-la, mas descobre que ela está casada com um dos líderes da Yakuza. Sem ter como voltar para a China por ter perdido todos os seus documentos ao chegar no Japão, o personagem de Jackie Chan passa a sobreviver de subempregos, até que se vê obrigado a tomar atitudes que mudam completamente sua vida.
O diretor Yee Tung-Shing demonstra experiência ao deixar de lado as lutas pirotécnicas costumeiras da filmografia de Jackie Chan e focar no trabalho de construção de personagem de Chan, envolvendo todo o sacrifício feito pelo ator em retratar o drama de abandonar sua nação, amigos e familiares e demonstrar seus conflitos internos, problemas com a criminalidade japonesa, além de ver seus próprios ideais e familiares imergirem em areia movediça. Um excelente trabalho de parceria entre ator e diretor.
Massacre no Bairro Chinês é competente ao mostrar o choque de culturas entre chineses e japoneses, a adaptação aos novos costumes e a dificuldade da vida dos imigrantes ilegais naquele local. O problema é que esse não é o objetivo principal do filme.
Do meio para o final o filme começa a se perder, e bruscamente, deixa de ser um drama para se tornar um filme de ação. Algumas coisas poderiam ser evitados, como a mudança cretina no visual de um dos personagens, tudo isso para demonstrar que ele havia mudado de personalidade, o que acabou deixando a interpretação do ator totalmente caricata.
O filme foi proibido na China devido a sua violência excessiva, que as vezes beirava o trash, e também, imagino eu, por pôr o dedo na ferida e mostrar a quantidade de chineses que saíam de seu país de origem para buscar um lugar sem um regime opressivo e que tivessem uma qualidade de vida melhor.
Um filme que merece ser visto, principalmente pelo trabalho de atuação de Jackie Chan e o drama vivenciado pelos imigrantes chineses no Japão. Ainda assim, fica um gosto estranho ao saber que poderia ter sido muito melhor abordado.
“Há muito que me cansei de boa parte dos filmes do Jackie Chan, principalmente os mais recentes realizados em Hollywood, onde tínhamos contato apenas com suas cenas acrobáticas e uma dose de comédia já um tanto repetitiva. Este filme vem para resgatar um lado mais sóbrio e realista dos filmes de Jackie Chan, que já estava esquecido.”
Hahahahahahahha…. Na boa quando foi que ele fez filmes sóbrio e realista? Ta de sacanagem né?
Esse filme em questão é excelente pois mostra uma faceta nunca vista antes do Jackie que não é só “galhofagem” não, ainda que isso seja simplesmente um modo de dizer pois o que ele faz e sensacional nos filmes de ação simplesmente pelo fato dele próprio fazer, por mais tosko que possam rotular o filme.
“como a mudança cretina no visual de um dos personagens”
Na real esses japas/chinas vestem-se assim mesmo ou ate pior… vai entender, mas vc dizer que e uma mudança cretina não da pra engolir.
Enfim, belo filme altamente recomendado, apesar de muita gente dizer que não e um filme do Chan pois ele não faz as “galhofagens” de costume… triste isso pessoal num sabe apreciar um bom filme.
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Sucesso a todos.
Sóbrio definitivamente não foi uma boa palavra… hehehe
Mas me refiro ao início da carreira dele, onde os filmes não apelavam para as galhofagens apenas, é claro que a parte acrobática está presente em todos eles…
A mudança no visual dos personagens me soou forçada, pareceu apenas um forma externa de demonstrar que o personagem já não era mais o mesmo.
Mas é isso aí. Acho o filme bom e com uma mensagem interessante… mas poderia ser melhor.
Vários filmes começam bons, com uma proposta legal, e na segunda metade se perdem completamente em clichês e estereótipos. Um exemplo bem recente é o Hancock, com Will Smith.
Nunca vi Jackie Chan em uma boa atuação dramática. Fiquei curiso quanto a esse filme.
Não espere grande coisa, brother. Mas é um trabalho bem diferente de tudo que ele fez… Só por isso já vale conferir.
Via os filmes do Jackie Chan quando era moleque, e de um tempo pra cá nunca mais me interessei pelos trabalhos do cara. Esse aí por ter máfia no meio parece meio interessante, mas já to vendo que a coisa não vai ser realmente séria.
Bem que podiam bolar um filme de máfia asiática bem nos trilhos de O Poderoso Chefão né?! Tudo que vemos é uma galhofagem sem tamanho se tratando de Yakuza e Tríade, com direito a ninjas, carrões DUB Style e velhotes com barba de Pai-Mei. Não passa nenhum respeito, enfim…
Ótimo post mano!
Na verdade, Jim, existe um filme assim, se chama Eleição – O Submundo do Poder, em que a trama se passa em Hong Kong, retratando a Tríade. Eu ouvi e li ótimas críticas a respeito, infelizmente não achei pra baixar e nem legenda ;_:
Realmente este filme me interessou e eu o conferi. Até o meio da obra é um ótimo filme, mas do meio pro final, ficou destoado.
Não é uma obra-prima, mas eu indico pra quem quer ver este ladro mais dramático e sério de Jackie Chan, além da proposta diferente, apenas isso. Foi como Flávio disse: não é grande coisa, mas…