A ingrata missão que Brian Knappenberger assume é a de catalogar um movimento que tem em sua essência o anonimato e uma origem não facilmente encontrada – quando muito – o estudo sobre o grupo de hacktivistas Anonymous começa por meio da única posição facilmente rastreável relacionado ao modus operandi do grupo: a opinião pública, confabulando desde falas de pessoas mais conservadoras, que os associam naturalmente a terroristas, hooligans e outros grupos intolerantes, até a quem os vê como heróis em uma era de informação livre.
Uma breve discussão sobre o termo “hacktivismo” é aberta, inclusive revelando-se a sua origem em um discreto fórum internético, da época onde tais grupos de discussão não estavam ainda abertos ao grande público. A essência do comportamento tem desenlaces com ativismo político e compartilhamento irrestrito de informação, para que daí, não haja mais barreiras ou fronteiras a se transpassar, especialmente para o homem comum que quer se informar por fontes não oficiais.
O começo modesto, via 4chan, em uma plataforma que garante o completo anonimato de seus participantes, mudaria de paradigma ao adentrar as redes sociais, em especial o facebook. Parte da cultura por trás da figura do troll é descortinada, focando em ações bastante politicamente incorretas, ao mesmo passo que em momentos depois destaca o ataque a Hal Turner, um fundamentalista branco, estadunidense dono de um podcast que faz apologia ao neo-nazismo. Os hackers que tinham sua base de relações pelo 4chan organizavam desde denúncias em massa por e-mail até comentários mil, todos de conteúdo vexatório, execrando a atitude e a fala excludente do racista formador de opinião.
Os imbróglios com os advogados relacionados aos fiéis e praticantes da cientologia fizeram com que grande parte dos usuários de fóruns, que tinham simpatia a causa da liberdade de expressão se juntassem, virando a hostilidade de lado e plantando uma semente de inconformidade que provavelmente não ocorreria sem essa interferência. Os Anonymous seriam nomeados e passariam a agira de modo “oficial” a partir dali, segundo os entrevistados por Knappenberger.
Pouco antes de completar uma hora de duração, o documentário passa a analisar o fenômeno do wikileaks, mostrando que o vazamento de informações oficiais dos governos dos EUA, assim como as contas detalhadas de grandes empresas de crédito era algo de suma importância, entre outros fatores, por mostrar a face rude do capitalismo para quem teimava em negá-la. A contrapartida a isso logo veio, por meio monitoramento e vigilância da parte do governo aos ativistas identificados, tendo toda a sua liberdade invadida unicamente por pratica a própria opinião e posição política.
Os últimos momentos do filme tentam fechar o certame de modo otimista, apresentando uma mensagem positiva, apesar de toda a repressão que o grupo focado sofria. Esse desfecho, assim como boas partes da extensão do filme parecem demasiado irreais, especialmente após toda a escrutinação da repressão das autoridades. O estudo sobre o modo de vida do grupo de hackers é pouco efetivo, pela enorme quantidade de informação desencontrada, além da óbvia falta de fontes totalmente confiáveis.