Depois de dois filmes que denunciam os perigos do parto em cesariana, e valorizando a prática do parto normal, Eduardo Chauvet retoma o tema que lhe é caro em O Renascimento do Parto 3, usando esse documentário em questão para discutir o uso do orgasmo na hora de dar a luz as crianças, provando que o ideal do filme é realmente quebrar tabus.
Em O Renascimento do Parto, Chauvert mostra uma realidade meio elitista para os chamados partos humanizados, focado em globais, já em O Renascimento do Parto 2 o foco maior é nos populares, obrigadas a fazer a cesariana. Uma boa parte das entrevistas são dadas (na parte 2) em um auditório de um cinema, e esse estilo é repetido nesse terceiro tomo, com depoimentos emocionantes de mães que tiveram experiências terríveis com as cirurgias que sofreram, que inclusive, não são tratadas como o que realmente são: cirurgias.
Há um tom mais de denúncia, em especial no depoimento de alguns homens, pais, do lado de fora do hospital que tem sua identidade embaçada. Na fala deles há uma normalização na ida de seus filhos à UTI, basicamente porque foram obrigados a nascer antes do previsto. Nesse ponto chega-se ao cúmulo de alguns deles falarem sobre o uso de cafeína nas mamadeiras dos pequenos, para estimular o metabolismo, algo que é claramente desaconselhável por especialistas.
O documentário contém algumas repetições, para fortificar a ideia de ciclos, de argumentos que se repetem, para mostrar o quão tosca e terrível é o pensamento comum de que a equipe médica é a protagonista no nascimento das crianças, e não a mãe, como defende não só o roteiro, mas a ordem natural das coisas, dando voz a uma hierarquia que deveria ser indiscutível, mas que infelizmente não é, uma vez que muitas mães têm direito zero de opinar sobre os procedimentos ou decisão sobre o que vai ser feito em um momento tão especial, como o do início da maternidade, além de desmistificar as inúmeras desculpas e falácias utilizadas para justificar a cirurgia.