Crítica | As Primeiras Férias Não Se Esquece Jamais
Filme francês de temática e abordagem leve, As Primeiras Férias Não se Esquece Jamais é um longa de Patrick Cassir e começa variando entre uma conversa entre vizinhos, pelas janelas altas de dois prédios e outro com pessoas se divertindo dentro de um carro. Neste momento se percebe o tom divertido e leve que a trama seguirá, onde esses dois cenários diferentes se colidirão.
O Benjamin de Jonathan Cohen é o ponto de interseção entre os dois núcleos, ele vai receber os amigos que estavam no carro, agora em uma pequena embarcação. Logo o real caráter do filme se mostra, apenas como as desventuras de um casal , Ben e Marion (feita por Camille Chamoux), e ele tem receio de expor a relação a uma super intimidade e os infortúnios provenientes desse tipo de convívio. Nesse ínterim se percebe uma condição bem normal, do sujeito macho inseguro em expor a si e ao seu par as condições normais da vida.
Boa parte do filme é resumido em eventos e furadas que ocorrem com um recém casal, mostrando situações engraçadas em que os dois se metem, entre amenidades e decepções. Os momentos mais disruptores se destacam como os melhores, de longe, especialmente os que envolvem Ben e Marion se assustando com as manifestações sexuais ao seu redor, com um (suposto) casal de gays israelenses que se metem em um bacanal, com convites a sexo grupal e improvisos na hora de encontrar locais onde o coito pode ocorrer.
Esses momentos inesperados desencadeiam um espírito aventureiro, de mochilar sem destino e de desafiar a própria agenda e programação, onde os dois protagonistas não agem só pelo que sua zona de conforto manda. Há toda uma celeuma sentimental barata, acompanhada de um final bastante adocicado. Cassir produz um filme leve, repleto de altos e baixos, mas que consegue acalentar um pouco seu público, com situações cotidianas que variam bem entre o comum e o inacreditável.