Crítica | A Hora da Sua Morte
Conduzido estreante na direção de longas metragens, Justin Dec, A Hora da Sua Morte começa divertido e descompromissado em uma festa americana cheia de jovens que bebem e discutem sobre a rotina comum… até que o assunto cai em aplicativos. Uma das moças diz que baixou Countdown, um app que descobre a hora da morte de quem utiliza o acessório.
A estética e narrativa de terror é bastante formulaica, usando a demonização da tecnologia como mote para o anúncio da morte. Após o prólogo, uma outra personagem é apresentada, a jovem e bela Quinn, uma enfermeira vivida por Elizabeth Lail, e além do cotidiano no hospital, também é mostrado seus problemas familiares bastante sérios, ao lado do seu pai recém viúvo e sua irmã mais nova.
A forma como as vidas são ceifadas faz lembrar um bocado da cine serie Premonição, no sentido das mortes serem criativas e com alguma interferência sutil do sobrenatural. O que não é nada discreto são os métodos de prender o espectador. Dec usa e abusa de sustos fáceis e aposta em uma trilha que transita rapidamente entre o mudo e o som estrondoso.
O filme se baseia demais em clichês, não só nas questões familiares e na universalidade da rebeldia dos jovens, mas também nas tentativas de burlar o destino. A grande piada de punir as pessoas que baixam conteúdo digital sem ler os termos de uso é também uma tentativa tola do roteiro de parecer esperto, e no final soa apenas como tolice.
Ao menos o filme é bastante violento, desde a introdução até o seu desfecho, agradando assim o cinéfilo que gosta de cinema gore. Esse poderia ser um produto como o relativamente recente Amizade Desfeita, que também se vale de aspectos online para apresentar seu terror. No entanto, as situações óbvias e os personagens rasos que aparecem dão a quem assiste A Hora de Sua Morte a sensação de que a história que estão acompanhando é redundante e artificial, dado que não se apresenta nada novo, e o que é requentado prima pela monotonia.