Crítica | The Velocipastor
The Velocipastor é uma obra do cinema trash que se tornou bastante popular no apogeu da Asylum e dos Mockbusters (filmes de orçamento precário que imitam outras obras mais caras e famosas) e seu começo é engraçado, com Doug Jones pregando em um púlpito, mas sem mostrar os fiéis da igreja. Ele é um reverendo, um homem religioso vivido por Greg Cohan e toda a estética do filme é minimalista, onde cenas que seriam mais caras são apenas encenadas e contam com a imaginação do espectador.
A direção e roteiro estão a cargo de Brendan Steere e este é o segundo filme longa-metragem que o mesmo conduz e mesmo antes de mostrar seus monstros, já é bem exposto o quão paupérrima é a execução, pois o carro onde estão os pais do protagonistas, ao explodir, não aparece fogo, álcool ou algo que o valha, e sim um letreiro, escrito VFX Car on Fire. Isso faz lembrar do movimento Dogma 99, obviamente com um tom de comedia.
Cohen é canastrão, suas primeiras cenas de ação são em um carro bem ao estilo do que Quentin Tarantino fez com a noiva de Kill Bill, emulando também os filmes de carro de Steve McQueen. Todas as suas atitudes e os eventos que ocorre consigo são de um surrealismo que varia entre o lúdico, o abstrato e o podre. Uma cena resume bem isso, onde uma flechada acerta uma moça nipônica, e ela simplesmente some, e nesse contexto, ele descobre que uma nova missão recairia sobre si, por conta de um contato que teve com uma figura monstruosa.
Há referencias claras ao bizarro Ninja: A Máquina Assassina, com um ninja de roupas escuras, se “camuflando” na mata pela manhã. Há também um cafetão calvo com os poucos cabelos compridos que tem lançado ao vento (embaixo sempre de um chapéu terrível), personagens genéricos repletos de mazelas, cenas a noite mal iluminadas cuja fonte de luz é o nada, bonecos de borracha que fingem ser animais pré históricos e claro, o personagem principal acordando sem saber de seu destino em lugares desconhecidos, acontecendo isso mais de uma vez inclusive.
O texto é tão torto que brinca em se levar a sério às vezes. Os poucos diálogos imitam um estilo intimista que não combina em nada com a total falta de sutileza que a premissa e feitoria do filme pressupõe. The Velocipastor varia entre o risível exercício de fazer troça com os estilos populares de fazer e realizar cinema, em alguns pontos é genuinamente divertido, embora seja claramente um produto para não se consumir a sério, mesmo porque nada em seu entorno faz pensar o contrário, nem elenco, produção ou divulgadores.
https://www.youtube.com/watch?v=l8-cCnDDriI
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