Crítica | Todo Mundo Em Pânico 5
Após David Zucker passar o bastão da direção para Malcolm D. Lee – que teve momentos de alguma lucidez em sua filmografia –, a franquia Todo Mundo em Pânico chegou ao seu quinto volume, rivalizando em fórmula e conteúdo com a produção de Marlon Wayans Inatividade Paranormal, coincidindo, inclusive, com os objetos parodiados, utilizando a filmagem em primeira pessoa típica de Atividade Paranormal para começar sua fita. Em uma amálgama referencial a Two and a Half Men, a obra usa seu antigo protagonista Charlie Sheen para ter uma noite louca com Lindsay Lohan, num preâmbulo que esconde a real trama de Todo Mundo Em Pânico 5.
As filhas de Charlie somem, e quando finalmente encontram-se as meninas, a guarda delas recai sobre Dan (Simon Rex) e Jody (Ashley Tisdale), que basicamente repetem as mil piadas físicas envolvendo brigas entre adultos e crianças, além de uma série de maus tratos e descuidos com os infantes.
As referências a filmes de terror, como Mama, Invocação do Mal e O Último Exorcismo, além de Planeta dos Macacos: A Origem e o drama emocional de Cisne Negro, prosseguem, exibindo os dramas de Jody, com piadas repetitivas que comparam ballet com pole dance. O freak show envolvendo fantasmas e demônios continuam assombrando a existência do casal, sem qualquer condição de fazer o seu espectador rir, piorando, e muito, o nível dos primeiros quatro filmes.
A fita mistura elementos de A Morte do Demônio, A Origem e outros, ainda buscando uma identidade, não conseguindo arranjar uma linha narrativa minimamente aceitável, visto que todos os elementos que se somam ao drama de Jody são completamente dispersos de qualquer coesão ou estrutura dramatúrgica. Poucos dos momentos de humor conseguem ultrapassar a barreira simples da comédia, sequer divertindo o público acostumado com humorísticos rasgados.
A saída de Zucker da direção, para este somente escrever e produzir o filme, exibiu um decréscimo considerável da qualidade, não tendo sequer o que funcionou nos outros Todo Mundo em Pânico. A completa ausência de predicados positivos faz os fãs mais ávidos por esse subgênero cinematográfico se perguntarem se o formato possui alguma chance de voltar a funcionar enquanto entretenimento, pois mesmo ao espectador pouco exigente este Todo Mundo em Pânico 5 não consegue agradar. Além disso, a obra contém em si a mais caça-níquel das continuações e não produz quase nada semelhante aos personagens criados por Buddy Johnson, Phil Beauman, Jason Friedberger, Aaron Seltzer. Shawn e Marlon Wayans.
A sensação de total perda de tempo invade o pensamento de quem assiste à fita até o final, piorando a perspectiva ao imaginar que poderão haver outros números como este. O alívio quase ocorre aos 74 minutos quando os créditos finais sobem, porém unicamente para serem interrompidos por pequenas cenas com as personas famosas que toparam participar da bomba.