Crítica | #Rucker50 – Gigantes do Basquete
Começa com o pronunciamento patriótico de uma senhora, que utiliza sua fala no microfone para louvar a iniciativa do programa esportivo do Harlem, que faz 50 anos e leva alguns muitos jovens a liga de basquete profissional. #Rucker50 – Gigantes do Basquete é um pequeno documentário, de pouco menos de uma hora, conduzido por Robert McCulough Jr, o documentário reúne falas de lideranças locais de ontem e de hoje, e passa obviamente pelo assunto do basquete como fator de inclusão social de jovens negros.
No início, o filme dedica um trecho para falar do evento que foi a marcha sobre Selma, em 1965, retratada muito bem no filme Selma de Ava DuVerney. Esse especial é um bocado panfletário, tem um cunho social diferenciado, e mostra que o local era efervescente desde cedo, sendo pioneiro na construção da mentalidade e identidade do negro estadunidense, e parte dês emancipação de postura, é fruto da localidade do Rucker Park, a quadra de basquete localizada no Harlem, batizada assim por conta de Holcombe Rucker, um jogador valente que perdeu a luta contra o câncer e morreu cedo demais.
O formato da obra é bem televisivo, e mostra um bocado do legado de Rucker, que entre outros feitos, ajudou a formar até senadores, como Bob McCulough, que vem a ser pai do diretor do especial, além de um político bastante importante para a comunidade. Da parte do esporte, há imagens de arquivo maravilhosos de jogos na Rucker, envolvendo Freddie Crawford, com lances absurdos, como uma ponte aérea vinda quase da quadra de defesa, e foi ali também que começou as tradições das Ligas de Verão, que por sua vez, revelaram grandes talentos da NBA, como Wilt Chamberlain.
O programa é bastante quadrado, seus capítulos demonstram isso muito bem, mostram cada etapa nomeada, se fala um pouco sobre, mostra a cena de hip hop e também como o basquete e o rap se misturam na historia do Harlem. Apesar de não aprofundar em quase nenhum dos muitos assuntos que aborda, é uma boa introdução ao assunto, especialmente par quem não conhece quase nada das culturas dentro do mega universo que Nova York traz, para muito além do pensamento capitalista típico dos Estado Unidos, fortalecendo a ideia de comunidade e do poder e exemplo da comunidade negra americana, respeitando demais as origens afro-descendentes das mesmas. Em alguns momentos, o filme chega a emocionar, muito por conta dos depoimentos emocionados dos entrevistados, que dão mais cor ao que poderia ser só mais um documentário genérico sobre algum lugar de gueto dos EUA.