Crítica | Ouija: O Jogo dos Espíritos
MALDITO COMPROMISSO ASSUMIDO! MALDITO! Começo assim essa crítica porque assumi o compromisso com o Vortex Cultural de ver e fazer a crítica dessa enorme tranqueira chamada Ouija: O Jogo dos Espíritos. Já nesse pequeno parágrafo introdutório, adianto a vocês que desperdicei uma hora e vinte minutos da minha vida, e aconselho a todos que fujam desse filme. E mais: se algum amiguinho disser que esse filme é bom, desfaçam a amizade com ele. Ele não é um amigo de verdade.
Produzido pela Platinum Dunes, a empresa que cometeu Horror em Amityville, e pela Blumhouse Productions – especialista em filmes de terror de baixo orçamento, como a franquia Atividade Paranormal – o filme baseia-se no jogo de tabuleiro da Hasbro (empresa que detém os direitos dos Transformers e do jogo Batalha Naval), que é inspirado no objeto de necromancia utilizado para abrir um canal de comunicação com o além, para apresentar a história de uma garota que, inconformada com o estranho suicídio de sua melhor amiga, resolve usar a tábua Ouija para se comunicar com a defunta a fim de melhor esclarecer as circunstâncias de sua morte. Não satisfeita em fazer isso, a toupeira ainda coloca sua irmã e mais três amigos nessa roubada. Logicamente que a parada não dá certo e a patota arruma uma confusão gigante para as suas cabeças.
A trama do filme não sustentaria um episódio de seriado, mas o diretor Stiles White tenta o tempo todo criar uma atmosfera de tensão e expectativa. Porém, tudo acaba indo por terra, pois o filme fica com um ritmo arrastado, irritante, somente se apoiando em portas que se abrem sozinhas, barulhos estranhos em locais diversos da casa, aparições da expressão “Oi, amiga”, e quando as entidades aparecem, elas não assustam ninguém. Basicamente, um amontoado de clichês mal utilizados. Só faltou a famosa cena do gato que assusta a protagonista. Para piorar, existe uma “reviravolta” completamente previsível. Fora que a fotografia do filme é um breu só e de uma indigência que chega a dar pena.
O elenco também não ajuda: repleto de rostinhos bonitos e desconhecidos, porém qualquer refugo da Malhação é capaz de desempenhar um trabalho mais competente do que o apresentado nessa draga. Diria que apenas a protagonista Olivia Cooke, de Bates Motel, salva-se por pouco. A atriz defende com dignidade seu papel, com seus lindos e arregalados olhos castanhos arregalados transmitindo as emoções de sua personagem (basicamente um cagaço federal). A participação da veterana Lin Shaye (você a conhece de uma cacetada de filmes de comédia) é muito constrangedora. Remete aos vários papéis cômicos que ela fez.
Resumo da ópera: fiquem longe disso aqui. Não assusta, não provoca tensão, muito menos medo. Qualquer episódio ruim de Supernatural consegue ser mais divertido que essa porcaria. Eu só de volta queria meus 80 minutos desperdiçados vendo isso aqui.