Crítica | O Segredo da Floresta
O Segredo da Floresta, de Vikram Jayakumar, mostra a história de um casal que decidem se isolar de sua rotina na cidade grande, em um retiro numa área florestal. Jay (Sahil Shroff) e Amy (Vanessa Curry) são mostrados como um casal americano sem tempo, que decidem viajar juntos para poder enfim ter um tempo só deles, e para isso, viajam para um floresta no norte da Índia.
O início do filme é bastante comum, jovens chegando de carro à noite em uma floresta, num lugar ermo para basicamente fazer o que gente jovem faz em filmes de terror, ou seja, estão lá para dar vazão aos impulsos sexuais básicos. Ao mesmo passo que o filme soa raso e baseado em arquétipos, o casal de personagens centrais tem problemas muito comuns as relações modernas e a viagem é repleta de atitudes que transpiram uma condescendência terrível. Eles veem os locais como coitados, como se todo povo indiano fosse miserável, ainda que nos EUA exista uma brutal e injusta distribuição de renda.
Aos poucos a história se desenrola com elementos estranhos e diferenciados. O casal encontra uma menina e a leva para casa e mais eventos estranhos ocorrem. O que se vê são personagens genéricos, cujo único diferencial são os corpos bonitos de seus intérpretes, e uma construção narrativa tão complicada e mal pensada que faz com que os mistérios que até tinham algum potencial dramático pareçam eventos bobos e desimportantes.
A tentativa de referenciar fitas antigas de terror soam grotescas. Supernatural tem uma fórmula de falar a respeito de clichês do terror com um verniz mais jovem e para um público que não necessariamente gosta desses filmes de gênero, mas nem nesse seriado se esvazia as questões típicas dessa categoria cinematográfica. Remakes de grandes franquias de terror tinham por hábito trazer a história reformulada com um elenco cheio de adolescentes sarados, julgando-se super moderno por apelar para esse colírio visual como salvador de roteiros mal escritos. É uma surpresa que um filme produzido e lançado nos dias de hoje vá pelo mesmo caminho.
Todos esses defeitos unem a um final que força-se como misterioso, mas que resulta em um desfecho genérico. O Segredo da Floresta não foge do usual, e se localiza entre os filmes de horror dispensáveis do cinema hollywoodiano que tentam disfarçar sua mediocridade com referencias ao cinema oriental de forma gratuita.