Crítica | Howard: O Super Herói
Distribuído pela Universal Pictures e produzido por George Lucas, Howard – O Super Herói começa melancólico, com o personagem-título lidando com as situações tediosas típicas do homem adulto dos anos oitenta, consumindo lixo televisivo, infinidade de produtos gordurosos e pornografia. Após essa apresentação, Howard é sugado por um estranho portal que o leva até a Terra.
O longa de Willard Huyck é uma das primeiras adaptações para o cinema da Marvel. Escolhido como diretor após colaborar com o roteiro de Loucuras de Verão, filme adolescente comandado por George Lucas, além de ter colaborado com o roteiro de Indiana Jones e o Templo da Perdição.
Howard é dublado por Chip Zien, um humorista de programas de televisão, e seu par romântico, Beverly, é interpretado por Lea Thompson (De Volta Para o Futuro). A forma como eles se reúnem é violenta, embora levada de maneira bem humorada, e condiz demais com o que eram os filmes de ação e aventura do período.
Por mais confuso que seja o roteiro que Huyck e Gloria Katz escreveram, existe muita fidelidade ao material original escrito por Steve Gerber. O que realmente joga contra o filme é o tom de comédia abobalhada, e com isso se perde todo o diferencial existente na personalidade dos personagens, em especial, da própria Beverly, rabugenta, mordaz e temperamental.
O problema maior do roteiro não é a quantidade de eventos estranhos e grotescos, afinal o personagem de Gerber e Val Maryek em essência é isso, mas sim na pressa do roteiro em apresentar algumas de suas subtramas, como o que envolve o Doutor Jenning (Jeffrey Jones), um sujeito mal encarado e desconfiado que passa a sofrer interferências externas de criaturas que estão por trás da chegada de Robert ao planeta Terra.
O misto de ator e robô que resultam em Howard custaram aos produtores (leia-se Lucas) quase 2 milhões de dólares. Em alguns pontos o artificio soa estranho, mas no geral funciona bem, especialmente quando o personagem central está no mundo dos homens. A trilha sonora incidental por sua vez é genérica, o que não combina em nada com a mistura de história ao estilo Weird Tales com filme de classificação livre.
Apesar do início promissor, o desfecho é infantil e não combina com o restante, nem mesmo a luta contra a criatura monstruosa de stop motion (que ao menos ficou bem legal na remasterização) ou no show final. Howard: O Super Herói apresenta um filme irregular e nonsense, e que angariou muitos fãs de cinema trash nos últimos anos.