Todo ano novas séries estreiam em circuito nos Estados Unidos e internacionalmente. Se tornar um série maníaco não é uma tarefa fácil e mesmo para os espectadores acostumados a consumir muitos produtos para a televisão é natural que haja dificuldade por catalogar as boas iniciativas de programas regulares.
Aqui, buscamos falar sobre os programas que tiveram seu início e que transcorrem em seu início, em especial da TV Aberta. Confira aí:
Lethal Weapon
Adaptação do clássico Máquina Mortífera, que reunia Mel Gibson e Danny Glover, Lethal Weapon é uma série que já começa repleta de defeitos cruciais, em especial por contar com um dramalhão terrível ao mostrar a esposa de Martin Riggs (Clayne Crawford) morrendo em uma cena absolutamente gratuita, fato que nenhum dos filmes da quadrilogia fez.
De positivo, há a participação de Damon Wayans, Aka Michael Kyle, Aka único Wayans que presta, que faz o papel de Roger Murtaugh. Mesmo esse ponto é diluído, uma vez que há um tremendo desequilíbrio emocional já no primeiro episódio. A gravidade do drama é a rapidez com que se levam seus episódios, resumindo o filme um no piloto, tentando até ser mais real que o rei.
O responsável pela criação da serie é Mathew Miller, cujo maior sucesso é Chuck. Em breve teremos um review mais aprofundado da série.
MacGyver
Sem muitos rodeios, apresenta um personagem mais moderno e ligado as tecnologias, como em uma visão mais parecida com Missão Impossível do que com o ícone Angus MacGyver. O piloto é dirigido pelo excelente James Wan e seu personagem principal é interpretado por Lucas Till, o Destrutor de X-Men Apocalipse.
A série de Peter M. Lenkov (Hawaii Five-O), Lee David Zlotoff (que escreveu a série original) teve alguns contratempos, sendo o piloto completamente diferente do antigo material de divulgação, fato que é sintomático. Reza a lenda que esta foi a terceira tentativa de filmar o mesmo capítulo inicial. O fato é que o seriado tem um começo animador, apesar do excesso de didatismo desta versão, que faz questão de referenciar até os objetos de cena, pondo ao lado uma legenda dos clipes de papel e demais objetos comuns usados pelo herói. Esta série também terá um review próprio no site.
The Exorcist
Jeremy Slater é o criador da série que remonta tanto o livro de William Peter Blatty e o clássico de William Fredkin. O começo do programa é bastante clichê: na calada da noite, com gritos e um letreiro vermelho e com sons agudos, ao estilo de Sobrenatural/Insidious, de James Wan. É curioso como funciona a composição tanto de texto quanto de elenco. Slater escreveu dois filmes terríveis, o novo Quarteto Fantástico e Renascida do Inferno, além de ser o responsável pelo roteiro do vindouro Deathnote. Saem os atores clássicos para a participação enfocada de Alfonso Herrera, um ator mexicano razoável, que é mais conhecido por ser da banda RBD, provinda da novela Rebelde.
Como em Greys Anatomy, Geena Davis se desdobra para dar uma abordagem interessante a um roteiro frágil e é casada com o Cameron de Curtindo A Vida Adoidado, Alan Ruck. É nesse núcleo familiar que ocorre a tal possessão investigada e é um mistério como será abordada a formula de mais uma versão de O Exorcista, se haverá base no filme clássico ou não. Para fechar com a certeza do quão atrapalhada é a produção, há uma invasão de corvo em CGI cuja perspectiva forçada faz ele parecer gigante. A textura faz lembrar os filmes da Asylum, em especial Mega Shark e Sharknado. Ainda ha alguma esperança de que o elenco salve a série e esta também será uma que ganhará review no site em breve.
Better Things
Realista e niilista, o seriado é protagonizado pela excelente Pamela Adlon, que tinha um papel crucial em Californication. O piloto dirigido por Louis C. K., que também é produtor da comédia e o estilo é franco como é em Louie. Better Things é focado em uma personagem feminina forte, carismática, desbocada e que não tem medo de parecer real e comum. Sam Fox é uma atriz que luta conseguir trabalhar e para equilibrar sua vida familiar, sexual e financeira, sendo chefe solteira de uma casa com mais três filhas.
Certamente haverá review desta também, que parece ser um exercício de comedia bastante interessante.
Son Of Zorn
Como em Better Things, tem uma premissa interessante. Mistura elementos típicos do desenho animado He-Man com a vida real, ao mostrar Zorn, defensor de Zefhyria que tem um filho com uma humana comum e com três dimensões. Logo, o desenho habita o mundo live action para tentar interagir com seu filho.
Os motes do programa se pautam na dificuldade de um personagem bárbaro com a rotina de sujeito comum e urbano. A realidade tangível é vivida por pessoas emocionalmente descompensadas e inseguras, mostrando que não é somente o personagem título o pária naquele mundo. Zorn é um gigante idiota, que não entende que a vida é mais me músculos e uma tanga de texugo. Eli Jorn e Reed Agnew assinam a produção, já havendo trabalhado ambos em Wilfried. Apesar dessas características positivas, ela deve ser cancelada graças a audiência baixa.
The Good Place
Obra de Michael Shurr (Parks and Recreation), o seriado mistura nonsense e paródia da auto-ajuda ao discutir o pós-vida. O programa enfoca a bela Eleanor (Kristen Bell) que morreu e foi erradamente alocada no Paraíso, que por sua vez, é bastante diferente do visto na maioria das religiões. O interessante do programa é a versão do que seria o céu e como o estado de equilíbrio é abalado pela presença de uma intrusa, no entanto, as comédias de Schurr demoram a engrenar – exceção à Brooklyn Nine-Nine – e essa parece o caso. De positivo há a desconstrução do mundo ideal e cor de rosa através de atores famosos e decadentes (leia-se Bell e Ted Danson).
Atlanta
Criada por Donald Glover, que estrelou Community, mostra uma historia retroativa, de um rapaz mal assalariado e que tinha pretensões de se tornar cantor de hip hop mas fracassou e que acha que terá uma vida mais tranquila se acompanhar seu primo rapper que se torna famoso em sua área. O começo é tímido, mas nos episódios seguintes já há bastante o que se discutir, exibindo uma mistura interessante de drama com elementos de comédia.
Esta será outra série com review no Vortex Cultural.
Designated Survivor
A música inspiradora no começo mostra o clima ultra nacionalista que a série pensada por David Guggenheim (roteirista de O Resgate e Protegendo o Inimigo) teria. Keith Sutherland, o eterno Jack Bauer, vive o secretário Tom Kirkman, um funcionário do governo que está na posição de designated survivor, que basicamente serve de estepe para o presidente, sendo um funcionário de alto poder que é resguardado caso aconteça uma emergência e o comandante em chefe morra junto com sua cúpula. Isso ocorre e o funcionário que buscava tranquilidade de um trabalho menos importante se vê na cadeira mais alta da nação em meio a uma crise de guerra.
Há referências claras à Dr. Fantástico de Stanley Kubrick e apesar das obviedades complicadas, esta parece ser uma série com potencial para discussões maiores do que o ultra nacionalismo. Provavelmente haverá review no site ao fim da primeira temporada.
This is Us
Não há muito a falar sobre This Is Us, a não ser que o enfoque no drama é bastante novelesco e oportunista, na tentativa forçada de levar o público às lágrimas. A sinopse já demonstra a necessidade tola de apelar para a auto ajuda e o decorrer dos episódios garante até cenas de atores de 30 anos que usam maquiagens sexagenárias, protagonizadas estas por Milo Ventimiglia, o mesmo de Heroes. Prosseguir nela é um trabalho hercúleo…
Quarry
O começo de Quarry engana, mostrando uma interessante variação do mito do Justiceiro, ao mostrar a vida do personagem titulo, que volta do Vietnã e ganha o ofício de assassino de aluguel. A persona criada por Logan Marshall-Green começa bem (e quase faz esquecer que ele é uma versão piorada de Tom Hardy) tentando uma reabilitação social, e o plano sequencia do início é bem interessante, mas os pontos positivos param aí. Depois de quinze minutos Quarry não consegue expressar nenhuma sensação e o enredo fica moroso, se tornando muito mais demorado o piloto de mais de uma hora.
Van Helsing
Tosqueira típica das series do Sify, Van Helsing é focado em Vanessa Helsing (Kelly Overton), que é uma parente do famoso caçador de vampiros Abraham Van Helsing. A moça é ressuscitada (sabe-se lá porquê logo ela) a fim de ser a última esperança da terra contra um mundo dominado por vampiros. A tosqueira segue solta, e os motivos dela ter sido ressuscitada devem ser explorados durante a temporada, mas para quem gosta de uma diversão trash, este é um prato cheio, embora o programa se leve a sério.
Westworld
Esta é uma série que certamente terá seu espaço entre nossos reviews, mas é bom pontuar o quão bem urdido é este início. produzida por Lisa Joy, Jonathan Nolan e J.J. Abrams, o seriado busca explorar em sentido inverso o Complexo de Frankenstein, apoiando-se em uma ficção científica que faz lembrar demais Clarke, Asimov e seus contemporâneos.
Bom, esta foi nossa breve introdução, caso hajam mais algumas estreias esperadas, podemos retomar uma possível parte 2, até lá, divirtam-se e assistam as séries que selecionamos.