Após o primeiro ano de Marvel – Star Wars e Marvel – Darth Vader, finalmente ocorreria um crossover entre as publicações, com o nome de Vader Down, uma micro saga que começa em direção ao planeta Vogra Vaz, um lugar sagrado onde Luke vai a fim de prosseguir em seu treinamento jedi, perseguido é claro por Vader e por sua parceira “secreta”, a mercenária Doutora Aphra.
A edição denominada Vader Down é escrita pelo mesmo Jason Aaron que já havia trabalhado nesse novo universo expandido, e com arte do brasileiro Mike Deodato. Esse fator novo garante um folego e renovo visual não antes visto, os quadros que Deodato propõe em especial nas batalhas espaciais são lindíssimos, reforçados pelas cores vibrantes, por sua vez assinadas por Frank Martin Jr. Por parte do roteiro, há uma boa interação entre Aphra e o lord das trevas, com a garantia de que a moça não é estúpida ao ponto de traí-lo, declarando-se esperta o suficiente para não ser suicida, antecipando cronologicamente a série de assassinatos do personagem título a aliados que erraram consigo.
O curioso é que, na batalha em volta de Vogra Vaz a estratégia para tentar desfalecer o Darth é uma tática kamikase, com Luke usando sua X-Wing para causar uma pane no Tie Fighter do sith. As perdas de guerra são muito bem registradas, com cadáveres flutuando pelo espaço e a nave do vilão caindo sobre a superfície do planeta, para então ficar cercado pelos soldados rebeldes. Todo o foco dos heróis é em tentar abatê-lo de uma vez por todas.
Em Darth Vader 13 a história prossegue a partir do exato momento onde havia parado no numero 1 de Vader Down, com roteiros de Kieron Gillen e desenhos de Salvador Larroca – cor de Edgar Delgado – e é curioso notar a semelhança absurda entre os personagens de Han Solo e Leia Organa com seus interpretes, Harrison Ford e Carrie Fischer. Ao menos até a edição número quatro (a serie tem apenas sei números), os roteiros estão mais enxutos, evitando o fan service excessivo que ocorreu nas outras revistas, ainda que nesse número, já haja um resgate de um dos piores personagens introduzidos nos quadrinhos recentes.
O advento do Comandante Karbin na trama – o mesmo que era um Mon Calamari que imita a robótica do General Grievous vista em A Vingança dos Sith – soa bobo e infantil, fazendo lembrar de todos os defeitos do passado em ambas as revistas. A briga dele contra o lord sith é tão desigual que soa como piada, e faz perder a atenção por exemplo no belo embate de Chewbacca com o outro wookie Krrsantan Negro.
O desfecho a micro saga se dá em Darth Vader 15, e a arte de Larroca decresce em qualidade, em especial quanto Chewbacca é mostrado. A tentativa dos rebeldes em derrotar Vader é um fracasso, bem como o intento do vilão em contra-atacar, fato que só conseguiria seu feito no Episódio V – O Império Contra Ataca. A insistência na rivalidade do personagem com os novatos que foram treinados para substitui-los soa desimportante e faz perder quase todos os pontos positivos dos primeiros quatro números. Ao menos a qualidade dos textos melhoram gradativamente, ainda que o saldo não seja tão positivo é ótimo que os argumentos se afinem mais, já não soando tão genérico quanto o começo dessa fase da Marvel organizando os quadrinhos de Star Wars.