A Primeira Temporada de Brinquedos Que Marcam Época foi muito bem recebida como a série que explorava a temática dos negócios de brinquedos de marcas como Star Wars e Gi Joe. Na segunda temporada seguiu sendo divertida e bem informativa, tratando de Transformers, Lego, etc. Para o terceiro ano, o produtor executivo Tom Stern e o criador Brian Volk-Weiss (e agora diretor dos 4 capítulos) falam de mais quatro análises de fenômenos populares e seus respectivos brinquedos: Power Rangers, My Little Pony, o mundo das lutas Wrestling e Tartarugas Ninja.
O episódio focado no mundo da luta livre é claramente o menos memorável. Foca demasiado nas figuras famosas do WWE e das ligas concorrentes. Não que o estudo esportivo seja desprezível, certamente um analista mais afeito e aficionado por essa subcultura acharia bem mais interessante. O mesmo não se pode dizer daquele voltado ao universo My Little Pony. O episódio não demora muito a falar do desenho antigo de 1986, uma vez que seu tempo de estudo é mais focado em como a Hasbro quase faliu e de como precisava diversificar seus produtos para além de G. I. Joe – Comandos em Ação. A intenção era fazer um brinquedo com que as meninas pudessem brincar, e não apenas emular serviços de casa ou maternidade. Da parte mais bizarra deste capítulo, destaca-se um fato que quase não esteve no produto final dos pequenos equinos: as crinas feitas com fios bem cuidados e que geraram uma grande obsessão nas compradoras e compradores.
Certamente o episódio que mais causa furor no fã é sobre a versão de Haim Saban dos Tokusatsus Super Sentai, chamada primeiramente de Mighty Morphins Powers Rangers. O roteiro analisa desde a origem de Godzilla e filmes de monstros até a popularização dos seriados live action no Japão. Também se destaca algumas tentativas anteriores de produtores levarem esses elementos aos EUA, como Stan Lee com versaão japonesa do Homem Aranha – Supaidāman.
No episódio voltado para As Tartarugas Ninja, serviu como reencontro para os dois quadrinistas, Kevin Eastman e Peter Laird, criadores da série e que estavam distante há muitos anos, motivando uma nova série em quadrinhos com a dupla. Para quem não conhece absolutamente nada dos personagens, este episódio é um prato cheio. Se fala bastante e detalhadamente da Turtlemania e da história de amor de Laird e Eastman por quadrinhos, além de demonstrar o quanto Chuck Lorre foi importante na composição da música tema.
O estudo vai até o Maine e remonta os primórdios da parceria da dupla. É fato que os dois autores não sabiam do potencial que tinham em mãos e a entrada de um possível licenciador, Mark Freedman, é bem explorada. A importância do sujeito é enorme, ao lado do produtor de televisão David Wise, responsável pelo clássico desenho animado da série.
Dos momentos engraçados, se destaca a ideia de cortar o rabo das tartarugas no desenho, pois na telinha e nos brinquedos, a cauda se tornava fálica, como um pequeno e deformado pênis pendurado (a ajuda visual aliás faz a situação ser ainda mais hilária que esta mera descrição). Volk-Weiss parece ser realmente um dos adeptos da Turtlemania, pois vai a fundo no estudo, focando na inteligência de Freedman em tentar fazer um filme solo – em um momento em que produtores de TV não queriam por conta de outros fracassos como Howard: O Super Herói. A história mostra que ele estava certo e os brinquedos bateram recorde de vendas.
Brinquedos Que Marcam Época é uma série com muito fôlego. Embora as franquias famosas já tenham sido exploradas, há ainda uma gama enorme de produtos que certamente poderiam gerar bons estudos de casos, como os brinquedos da Marvel ou Super Powers da DC Comics, além de franquias asiáticas seriadas ou não. O que se percebe aqui é um programa certeiro, de edição ágil e muito preocupada em informar o espectador e louvar cada uma dessas franquias.