Resenha | Turma da Mônica: Clássicos do Cinema – Superamigos

A época dos anos noventa costumava ser muito rica no quesito paródias para o universo de Mauricio de Sousa e sua Turma da Mônica, especialmente no que tocam as versões de filmes famosos. O encadernado Turma da Mônica: Clássicos do Cinema – Superamigos  reúne três dessas, entre elas, a mais famosa e elogiada, Batmenino Eternamente, que adapta de forma magistral o filme de Joel Schumacher e protagonizado por Val Kilmer, com piadas próprias e situações bem diferentes das vistas em Batman Eternamente.

A história foi originalmente publicada em uma revista bem grande, o gibizão, que era  maior até que o formato americano (há de se lembrar que mesmo histórias de heróis da Abril, eram em formatinho), e sua trama é bem simples ao brincar com os momentos do filme, repaginando esses instantes de forma cômica, reunindo com outros tantos clichês do Homem Morcego e claro, trazendo uma trama bem diferente da original. No lugar do Charada de Jim Carrey há Franjada, feito pelo gênio da Turma, o cientista Franjinha, enquanto Cebolinha faz Cebolaine e seu alter ego, o Batmenino.

A narrativa visual foge demais do clássico nove quadros por página, utilizando muito bem as cores e limites dos cenários. A versão dos artistas da Gotham Neon de Schumacher tem uma identidade bem própria, seja nas cenas externas, bem como o covil de Do Combus (a versão de Harvey Duas Caras, envolvendo Do Contra e Nimbus), assim como a Batcaverna, que é bem bonita. A história é bem rápida, incluindo a origem dos personagens, que tem, cada um, trechos da revista para familiarizar o leitor.

Franjada rouba a cena quando aparece, assim como Cascão, que faz o parceiro do herói, Cascóbin. A saída de usar roupa reciclada do lixo apesar de uma piada óbvia, associa bem o cânone da turminha com os personagens da DC, e tudo aqui soa bem natural, incluindo aí as muitas quebras de quarta parede, que em última análise, é bem inventiva, e termina de forma certeira, dando margem para possíveis novas adaptações.

Da parte das outras histórias, Lanterninha Verde é mais comum, bem menos inspirada e veio na esteira do filme Lanterna Verde de Martin Campbell com Ryan Reynolds, protagonizado mais uma vez pelo Cebolinha. O que se vê são exageros, muitos trocadilhos fracos e bastante respeito com os personagens da Tropa dos Lanternas, com referências até a Crepúsculo Esmeralda, quando Hal Jordan virou Parallax. Vale bastante pelos extras, que mostram versões da Safira Estrela (Mônica) e Sinestro (Xaveco), que certamente enriqueceriam muito mais a história se estivessem, de fato, nela.

Já a terceira, Batmenino e Cascóbin, saiu só em 2012. A história é um resumão de plots dos filmes do morcego lançados até então, contando a origem dos vilões além de um  desfile de referências, sendo o mais legal morando nas referências ao Batman de 1966, protagonizado por Adam West e Burt Ward. Os personagens vestem os trajes de cada filme (Batmenino tem seis trajes diferentes – o último “é dos games” – e o Loucoringa começa vestido como Jack Nicholson, é interrogado igual a Heath Ledger, e no final imita Cesar Romero), além de referenciar até os diferentes Batmóveis de cada filme.

Este encadernado claramente tem uma história muito bem formulada, e outras duas feitas mais a toque de caixa, que apesar de não tão brilhantes, têm  bons momentos, como a maioria da coleção desta coleção de paródias.

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