Uma das artes mais populares da cultura japonesa, os mangás abrangem diversos estilos e gêneros, e ocasionalmente são lançadas no Brasil pequenas publicações voltadas para nichos específicos. Os hentais são raramente publicados no país, em parte pelo diferente apelo nas vendas. Ao contrário de histórias de grandes estúdios ou autores, tais obras destacam-se mais pela estética dos traços do que por seu conteúdo.
Meninas Perfeitas é o primeiro hentai lançado pela Alto Astral Comics, editora que lançou recentemente quadrinhos do Robocop, além do mangá Anormal (publicado originalmente na revista japonesa de mangás alternativos Gen). A edição reúne oito histórias escritas e desenhadas por Sorahiko Mizushima (autor com quatro obras no currículo, duas delas deste gênero). A leitura de uma história hentai foge de uma leitura tradicional; são, normalmente, cenas curtas que desenvolvem um ambiente mínimo para o ato sexual, com o característico traço estilizado oriental.
O Japão possui leis rígidas quanto ao uso de nudez em qualquer tipo de obra, tanto fotografias como filmes ou desenhos. Qualquer cena envolvendo o órgão sexual ou a presença de pelos pubianos deve ser censurada. Dessa maneira, como personagens não podem ser desenhados por completo e cenas em close são impossíveis de serem concebidas, o desenhista escolhe pequenos detalhes para compor as cenas. Porém, devido a essa censura, as imagens perdem parte da coerência narrativa. Há enfoque exagerado nas formas femininas, que se contorcem a cada quadro para fornecer maior destaque a seios ou partes não censuradas. Tentando mostrar situações sem, de fato, mostrá-las, algumas cenas ficam confusas.
Os traços dos desenhos orientais são bonitos por natureza e conseguem atingir maior grau de sensualidade do que outros estilos de desenhistas ocidentais, principalmente os que trabalham para estúdios que publicam histórias de super-heróis, profissionais que exageram na concepção das heroínas e raramente são capazes de destacar sua feminilidade. Observamos também a visão social e cultural do Japão perante a mulher, que se utiliza de personagens submissas, nestas histórias representadas por adolescentes na flor da idade descobrindo a sexualidade. Uma característica tradicional dos hentais ao sempre apresentar uma espécie de perversão ou desvio da concepção normal da sexualidade. Por isso, é natural uma trama envolvendo as cenas eróticas específicas ou com personagens chave.
A edição da Nova Astral merecia um trabalho melhor. A lombada frágil desgasta-se rapidamente e, se o leitor não tomar cuidado adequado, perceberá que algumas folhas começam a se descolar na primeira leitura. Um problema que pode ser pontual após uma edição lida e melhorada em outras impressões. Além disso, há uma notável qualidade média nas imagens, como se estas fossem mal impressas. Em uma pesquisa comparativa ao lado do material original (uma comparação, vista abaixo, da edição brasileira à direita e a original à esquerda), percebe-se que a edição nacional apresenta muitos quadriculados que não estão presentes na edição japonesa. Talvez algum problema na digitalização dos originais ou no processo de impressão retirou parte da qualidade física da obra. Um problema incômodo quando a arte é um dos destaque da revista. Como produto direcionado a um público específico, é uma pena que a edição tenha sido lançada dessa maneira.
flap flap matinal!
“AI QUE DELIIICIAAA”
Como diriam as más linguas: Punhetinha Cultural!
~punhetinha cultural~ essa é boa, vai
é chenial.
Podiam relançar Love Junkies do início. Melhor mangá-semi-hentai-fap-fap que já vi.