Próximo ao Alaska, existe uma ilha chamada Shadow Moses, onde o governo americano guarda armamentos nucleares. Um grupo terrorista liderado pela FOXHOUND invade a ilha, toma conta do local e ameaça um ataque nuclear no prazo de 24 horas. A condição para que o ataque nuclear não aconteça é a entrega do cadáver de Big Boss, ex-líder da FOXHOUND.
Preocupado, o governo americano convoca o ex-comandante da FOXHOUND, Roy Campbell, para liderar uma missão contra os terroristas. No passado, a FOXHOUND fez diversos trabalhos para o governo americano, mas agora se converteu em uma facção terrorista. Campbell sabe da capacidade dos membros da FOXHOUND e só visualiza uma solução: convocar o lendário ex-FOXHOUND Solid Snake. O agente resolveu se isolar após sua última missão, mas se viu forçado (literalmente) a atender o chamado de Campbell. O coronel explica a situação e deixa bem claro que Snake é o único com habilidades suficientes para se infiltrar em Shadow Moses e deter a ameaça.
Existem seis membros da FOXHOUND encabeçando a tomada de Shadow Moses: Psycho Mantis, Sniper Wolf, Decoy Octopus, Vulcan Raven, Revolver Ocelot, e o líder de todos eles, Liquid Snake. Todos possuem habilidades bem peculiares, sendo Liquid um exímio estrategista.
Solid Snake fica surpreso que alguém tenha o mesmo codinome que ele, e percebe a gravidade da situação. Acaba aceitando o encargo e vai a Shadow Moses para impedir qualquer tentativa de ataque nuclear, bem como resgatar dois reféns: o chefe da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency, órgão do Departamento de Defesa Americano responsável por desenvolver tecnologias bélicas) e o presidente da ArmsTech, uma empresa de tecnologia militar. Snake só não entende por que Campbell saiu da aposentadoria para liderar a missão. Ele confessa que Meryl, sua sobrinha, é uma das reféns em Shadow Moses, por isso resolveu acompanhar a missão de perto.
Estamos diante de uma ótima adaptação em quadrinhos do jogo Metal Gear Solid. O roteiro de Kris Oprisko consegue trazer toda a essência da trama, fazendo pequenas modificações, muitas vezes necessárias, a favor da adaptação. Alguns trechos ainda estão muito “videogame”, nada que comprometa a qualidade do material, mas que poderia ter sido feito com uma abordagem diferente.
Inúmeras linhas de diálogos se mantiveram idênticas ao jogo, mas obviamente muita coisa foi cortada ou resumida, caso contrário teríamos um livro, e não uma HQ. Não há um aprofundamento tão grande dos personagens e de alguns acontecimentos, o que era de esperar. É o mesmo que ansiar por um filme extremamente fiel a um livro. É impossível, e não funcionaria, pois são mídias diferentes. A adaptação é necessária, e foi muito bem feita aqui.
Aliada ao roteiro de Oprisko, temos a arte interessantíssima de Ashley Wood. O artista faz um traço mais rabiscado, como se fosse feito às pressas, estilo rascunho. As cores seguem o mesmo caminho, numa linguagem meio borrada, onde as pinceladas ficam bem nítidas. Muitas vezes não há contornos, mantendo uma arte mais realista, ao mesmo tempo que as formas não são perfeitamente definidas.
Não há aquela delimitação clássica dos quadrinhos (normalmente feitos com linhas pretas e separados uns dos outros). Wood preferiu deixar as cenas todas juntas, como se fossem fotografias sobrepostas, quase sem utilizar linhas para separá-las. A paleta de cores é muito parecida com a do jogo, criando uma identificação imediata. A arte é muito legal, e conseguiu criar uma identidade muito forte para a obra. Em diversos quadros, os personagens são meio quadradões, talvez uma brincadeira com os gráficos do jogo ou simplesmente uma decisão estética do artista.
A edição lançada pela NewPOP Editora contém todos os 12 capítulos compilados em um volume único. Temos aqui uma história completa em papel e acabamento de qualidade. Uma excelente oportunidade para quem tiver interesse na história de Metal Gear Solid e não tem paciência para jogos. Os jogadores sentirão falta de algumas coisas, mas, repito, é uma adaptação. Seria impossível e inviável trazer todos os fatos e diálogos aos quadrinhos. Um belo material que vale a compra.
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Me convenceu a comprar. E a continuação, Almighty, curtiu?
Ainda não tive tempo de ler, mas já está em minhas mãos. Resenha em breve =]