Variando entre o estilo ficcional e o documental, Xale é o primeiro longa-metragem de Douglas Soares, e elucubra sobre o passado de sua amada vó Araci Vanassian e uma viagem que ela fez pela Armênia. O diretor então viaja para o país europeu a fim de remontar os passos de sua antepassada, para entregar a ela uma homenagem antes que a mesma morra.
Nessa ida ao exterior, o cineasta leva o xale de sua parente, que teria sido adquirido em solo armênio. Enquanto está em viagem, a câmera serve como os olhos de Soares, e é em uma dessas cenas, quando ele descansa, que o neto descobre a doença de Alzheimer da sua figura de reverência, ainda que isso seja mais um elemento inventado para a trama.
O enfoque na ternura funcionária à perfeição em um curta metragem menos ambicioso, uma vez que não há grandes discussões dentro do produto final, sobrando apenas uma bela forma com um texto que pouco diz, inclusive banalizando a única parte grave do mesmo, já que a doença sem cura de uma das personagens foi inventada para o argumento final.
Xale tem uma fotografia bonita e mostra uma relação carinhosa entre os dois parentes, ainda que não haja qualquer conteúdo a discutir a partir daí. Ao menos o filme não é tão pretensioso, execução feito ao seu formato como dito antes. Vale pelos sentimentos universais mostrados nele e claro pela exposição de um conjunto de emoções que é organizado por uma equipe de poucos membros, além ter uma mensagem de inclusão sexual naturalizadora.