Verão 1993 é protagonizado por Frida (Laia Artigas) uma menina bem nova que tem o desafio de viver seu primeiro verão com sua nova família adotiva. O drama de Carla Simón tenta se valer da ternura e singeleza para mostrar uma história sentimental e de certa forma, universal, uma vez que trata de sentimentos e sensações comuns a quaisquer pessoas, focando em uma fase de aceitação complicada, a infância.
A historia do longa se vale muito do lúdico, da vivência da menina. Quase todos os momentos mostram a intimidade dela, tendo momentos corriqueiros, como qualquer dia a dia de crianças normais, brincando e tendo que lidar com a nova família. Na maior parte dos 95 minutos não há grandes conseqüências e eventos, a maior parte do roteiro de Simón com colaboração de Valentina Viso se dedica a fazer o espectador se afeiçoar por Frida.
Passada uma hora de filme, finalmente ocorre algo que muda drasticamente a trama, quando Frida é de certa forma culpada por um acontecimento com outra criança da família que lhe acolhe. A raiva que seus pais entregam a si demonstram pragmaticamente que na dúvida, o amor despendido para as pessoas que tem laços sanguíneos será maior do que o para a menina adotada. A cena é rápida e incrivelmente econômica do ponto de vista emotivo, e serve para desvelar um argumento hipócrita e chapa branca comum as famílias que adotam crianças, ainda que aqui não seja um argumento que tenta se valer como uma verdade universal. O que se exemplifica é apenas o que deve ocorrer com a maior parte dos casos.
O terço final tenta se equilibrar entre a aceitação dos adotantes e a percepção de Frida em ter de conviver com um ambiente completamente diferente. O fato dos fatos corriqueiros não fugirem quase nada do comum dão verossimilhança a trama, mas também tornam esse um objeto que desperta pouco interesse, ficando preso num limbo extenso, repleto de outros tantos filmes genéricos que brincam com a aceitação dos outro.
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