Em 2001, uma mini serie canadense continuava a historia de Robocop- O Policial do Futuro, se passando aproximadamente quatro ou cinco anos depois dos eventos originais. Page Fletcher interpreta Alex J. Murphy e o tira de aço, e curiosamente, para muitos varejistas, este foi vendido como Robocop 4, inclusive no Brasil, obviamente em uma tentativa errada e falaciosa de faturar um troco em cima de pessoas incautas.
A política em Delta City obrigou os policiais a utilizarem armas não letais, fato que conversa diretamente com a ideia de fazer um produto para toda a família, como foi em Robocop 3 de Fred Dekker, que inclusive, teve classificação PG 13. Os vilões parecem tirados diretamente dos seriados da Sabam, como Power Rangers e As Tartarugas Ninjas: A Proxima Mutação.
No primeiro episódio há uma tentativa de criar uma rivalidade para Robocop, com um antigo companheiro seu tendo a memória ligada a uma outra versão robótica. A tentativa de colocar o herói com um doppelganger não funciona, a trama é muito infantil para causar impacto e o ritmo é terrível, há momentos onde se percebe claramente a vontade de somente encher linguiça com a trama.
Para piorar o quadro, outro opositor, com a mente de um policial é tornado personagem recorrente. John T. Cable Maurice Dean Wint é transformado em um Robocop cromado, mais poderoso a principio que o original, e igualmente capaz de ficar dividido entre a humanidade e a robótica. A cena de resgate das memórias de Cable é feia em um nível absurdo, Wint entortaa boca,pois é a única coisa que lhe resta para expressar algo, e esse momentos são terríveis. A união dos dois, pós combate é uma das coisas mais esdrúxulas em todas as mídias de Robocop.
Além dos defeitos visuais que o seriado tem, ele ainda possui uma trilha sonora repetitiva, com uma música que lembra os clássicos do western que toca de maneira repetitiva toda vez que os dois autômatos se cruzam. Mesmo sendo apenas 4 episódios o programa soa excessivo tanto em tempo de duração quanto em exploração de tema. As continuações no cinema escritas por Frank Miller não possuem a metalinguagem do filme de Verhoeven e carecem de bons conceitos, e Prime Directives tem conceitos legais, mas que são mal explorados e muito mal guiados também. A câmera nervosa que predomina os últimos episódios quebra qualquer impacto ou expectativa minimamente positiva que poderia ocorrer. O seriado do Canadá é extremamente enfadonho e com capítulos com duração grande e sem um bom ritmo em nenhum dos episódios.