Crítica | A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras

A Bruxa de Blair 2

Aproveitando o hype do primeiro filme, e fazendo do lançamento do mesmo um evento narrativo dentro do roteiro de Dick Beebe e do diretor Joe Berlinger, A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras já se diferencia por completo do primeiro filme por ser uma história linear, que em nada se assemelha ao pseudo documentário visto no primeiro A Bruxa de Blair. O longa segue uma linha genérica e explora de maneira bem oportunista e clichê os dramas vistos no clássico instantâneo de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez.

A inventividade e sensação de surpresa que fariam o filme original diferencial não estão nesses, em seu lugar foi posto um grupo de jovens de ideais e visuais bastante diferente entre si, acompanhado de uma trilha sonora pautada no rock que fazia sucesso no final dos anos noventa e começo dos 2000, contando com músicas de Rob Zombie, Queens of the Stone Age, Nickelback e até a banda cristã P.O.D. . Berlinger ainda tenta emular o found footage do primeiro filme, em uma sequência no início quando o personagem Jeffrey Patterson (Jeffrey Donovan) filma os jovens que entram na mesma flores de Black Hills, como os caçadores da Bruxa de Blair.

A trama gira em torno de Jefferson, que é um dos poucos sobreviventes desse novo grupo de jovens. A perícia faz perguntas para o sujeito que, mal encarado e munido de sua atitude de bad boy, não acusa o golpe ante as autoridades. O suspense pseudo realista dá lugar a frases de efeito bobas e infantis, além de arquétipos dos mais imbecis, incluindo a wicca de cabelos cacheados e beleza angelical Erica Geerson (Erica Leerhsen, que futuramente se tornaria um scream queen), Kim Diamond (Kim Director) uma gótica fatal e até uma moça prestes a dar  uz a um filho, com direito a alucinações das mais mequetrefes possíveis.

Um dos fatores mais lamentáveis é a carreira de Berlinger ter se solidificado no formato documental – como havia feito interessantemente com as bandas Metallica e Roling Stones – para ser desperdiçado em um filme que recicla mal os elementos de sucesso de seu antecessor. Todas as propostas do filme esbarram numa melhor construção do original, seja em ambiente, sensação de claustrofobia, ineditismo de tema e formato e atmosfera.

O destino triste e trágico dos personagens não chega a ser lamentado, já que não há ligação entre espectador e elenco, ao contrário o amadorismo que emulava realidade não tem vez na sequência. A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras tem um final pueril, que inverte toda a ideia pré programada, com a figura mística ingerindo na tecnologia, tornando prático o argumento de completa falta de necessidade nessa sequencia fechando qualquer possibilidade de bom gosto implicado neste.

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