De Catu Rizo, o filme começa com uma mulher se banhando em um cano , que faz cair a água sobre si, enquanto esta canta uma musica popular. Com o Terceiro Olho na Terra da Profanação é uma obra em longa metragem, filmada no estado do Rio de Janeiro, próximo de Jericinó e da estação de trem de Nilópolis, lugar esse que abriga a quadra e a comunidade da escola de samba da Beija-Flor, mas que não tem em seu drama qualquer semelhança com isso.
O filme tem uma narração que vai e volta dentro da trama, e descreve alguns dos lugares e situações que os personagens, mas ao menos, não é expositiva ao ponto de ditar o que sentem as pessoas ali. As meninas que interpretam as personagens principais andam pela floresta a dentro, e se reúnem em círculo ao redor de uma oferenda de umbanda, referenciando a um possível flerte com feitiçaria.
A abordagem escolhida por Rizo é de contemplação, expondo normalmente as duvidas sobre os rumos das vidas daquelas pessoas através de situações cotidianas, misturadas a tímidos elementos de misticismo. Há até uma brincadeira com os clichês do que o publico mais conservador considera como demonstração de afeição por magia negra ou satanismo, se for utilizar uma adjetivação mais direta e conservadora, mas o filme se perde um pouco nas suas próprias referencias, dando a impressão de indecisão por parte do seu roteiro.
Um aspecto técnico primoroso é o som do filme. Se algo dentro das divagações propostas dentro desse longa funciona é a música que o percorre inteira, dando uma sensação de desolação que em alguns pontos casa muito bem com o que aparece em tela, e em outros nem tanto. Com O Terceiro Olho na Terra da Profanação soa pretensioso em boa parte, em especial por não chegar a lugar algum, ainda que essas indefinições também não sejam isentas de carisma, há algo de muito belo e profundo dentro do seu drama e que é difícil de identificar vendo uma vez só, mas é fato que há algo especial em sua feitoria.