He’s back. Arnold Schwarzenegger retorna aos cinemas como protagonista, dez anos depois de O Exterminador do Futuro 3. Nesse meio tempo, teve seu mandato como “Governator” da Califórnia e, claro, as participações em Os Mercenários. E ele parece ter assimilado com o colega Sly a ideia de que ainda pode ser fodão, mas a idade avançada vale uma boa tirada de sarro. O Último Desafio não chega a ser uma comédia assumida (como Os Mercenários 2), mas as piadas estão tão presentes quanto a ação – não muito distante dos clássicos de Arnold dos anos 80 e 90, talvez com a diferença de que antes o humor era de certa forma involuntário, e agora é consciente.
A história mostra Ray Owens, veterano xerife de uma pacata cidadezinha de fronteira. Ele já teve sua cota de ação num passado traumático e agora só quer saber de sossego. Pro seu azar, um chefão do narcotráfico em um carro superveloz, após dar um baile no FBI, está em fuga para o México e vem direto na direção de Ray. Adivinha quem é o único que pode deter o bandido? O xerife e sua diminuta equipe.
O Último Desafio tem como maior mérito sua indiscutível honestidade. Quem viu o trailer sabia exatamente o que esperar: um filme do Schwarzenegger. A trama é simplíssima e repleta de situações exageradas (por exemplo, toda a tecnologia e planejamento magistral por parte dos criminosos), os coadjuvantes são rasos, os vilões são caricatos e os tiroteios têm balas infinitas. O filme até poderia ser considerado mediano não fosse o carisma do herói. Impagável a oportunidade de rever a atuação robótica e o sotaque inconfundível de Arnold, suas frases de efeito e sua predileção por armas grandes. O peso da idade, porém, se faz presente a todo momento. Ele não corre ou apresenta grandes feitos físicos, pelo contrário. Cada movimento é lento, e cada pancada, dolorida. Mas tudo executado de forma bem-humorada, como na ótima cena em que o xerife pula pela vidraça da lanchonete, levanta-se com dificuldade e, perguntado “como está”, responde “velho”.
Tudo isso mostra que o filme se apoia completamente em Schwarzenegger. Ele rouba até as cenas cômicas, pois suas piadas soam muito mais naturais, e por isso mais interessantes, do que aquelas de Luis Guzmán e Johnny Knoxville, os alívios cômicos oficiais. Muito pouco a se dizer sobre os outros atores: Forrest Whitaker faz o básico do básico, assim como a lindinha Jamie Alexander. Eduardo Noriega e Peter Stormare são competentes dentro da proposta de canastrice de seus vilões, e Rodrigo Santoro se vira bem no pouco espaço que tem.
O diretor é o sul-coreano Jee-woon Kim, em seu primeiro trabalho em Hollywood. Ao longo de todo o filme ele demonstra experiência e segurança em conduzir cenas de ação empolgantes, mas sem excessos ou firulas visuais, sabendo dosar os momentos frenéticos com os de respiro. E, mais importante, deixando o astro brilhar. Fica a expectativa pelos próximos trabalhos do bom e velho Terminator, e a torcida para que essa onda de saudosismo ”brucutu oitentista” não passe tão cedo. O cinema blockbuster agradece.
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Texto de autoria de Jackson Good.
Morte à Johnny Knoxville. Tava na hora de filmes de brucutus voltarem mesmo sendo com esses dinossauros, nem que seja só pra contrastar com os novos filmes de ação onde os protagonistas fazem parkur o tempo todo.
Ae tava esperando essa critica e achei a mesma coisa um ótimo filme com um ator brucutu a moda antiga, vale a pena cada segundo do filme e por incrivel que pareça o Rodrigo Santoro não incomoda nem um pouco e parece bem incorporado ao filme, mas deveria ter comentado da luta final que eu pessoalmente achei hilaria XD. Ótima critica Jackson e viva aos Brucutus kkkkkkkkkkkkk.