Lançado em 2013 nos Estados Unidos, o filme de terror Palavras Diabólicas chega aos cinemas brasileiros com um atraso de dois anos. É natural que algumas produções demorem devido a demanda de lançamentos com maior bilheteria. O país, porém, como sempre teve uma afinidade com o gênero, recebe anualmente diversos filmes do estilo, tanto nos cinema quanto diretamente em home video.
Dirigido e roteirizado por Roze, Palavras Diabólicas é o segundo longa-metragem do diretor. O baixo orçamento da produção é explícito logo nos primeiros minutos de história. Na trama, uma criança de uma pequena cidade desaparece, e as lendas locais atribuem o sumiço a forças demoníacas. Incrédula sobre tal crença, a mãe recusa a acreditar, mesmo quando a garota retorna com a língua mutilada e outras crianças do local começam a sofrer estranhos fenômenos.
Divididos entre a credulidade e a conspiração, a urgência que um desaparecimento deveria criar nunca é desenvolvida com qualidade. Os moradores permanecem apáticos na maior parte do tempo, e mesmo quando o acontecimento da sinopse ocorre com outras crianças, nem mesmo há qualquer sinal de espanto. Dentro de sua história, as personagens não convencem e, evidentemente, o roteiro simples apoiado em um acontecimento padrão de qualquer filme do gênero não ajuda a empolgar ou assustar.
Devido ao baixo orçamento, as cenas de impacto são minimizadas, mostradas de maneira parcial ou com a câmera voltada para outro ângulo fora do acontecimento. Ainda que muitas produções consigam criar, com a ausência de exposição, uma tensão, a aparente aleatoriedade de ângulos e planos não parece planejada para tal, parecendo uma filmagem má realizada que nem mesmo o estilo found footage, e suas câmeras na mão tremendo e propositadamente falhando, é capaz de compor.
Além da filmagem, nenhum ator consegue interpretar os sentimentos necessários para que o público perceba a urgência da situação, parecendo apenas um jogo simulado mal executado pela falta de talento de cada um deles. Sem apresentar nada original, reciclando um argumento comum ao gênero, a produção é quase um gasto desnecessário de energia e película para um resultado tão ruim.