Assistir Protegendo o Inimigo e compará-lo com Dia de Treinamento é inevitável, seja pela narrativa proposta, desenvolvimento dos personagens, como até mesmo a escolha de atores, já que Denzel Washington pode ser visto em ambos os filmes. Contudo, o novo filme de Denzel está muito distante daquele feito com Ethan Hawke em 2001.
A trama se passa na África do Sul e conta a estória de dois personagens centrais. Denzel washington interpreta Tobin Frost, um ex-agente da CIA acusado de traição e procurado no mundo todo por vazar informações sigilosas. Já Ryan Reynolds faz o papel do novato Matt Weston, um agente responsável por cuidar de um abrigo da CIA – Instalações criadas para receber criminosos procurados pelo mundo -, na Cidade do Cabo. O destino dos dois se cruzam quando Frost tenta ser assassinado após uma negociação que faz, se vendo sem alternativa, ele decide entrar no consulado americano da cidade. Frost acaba sendo encaminhado para interrogatório no abrigo onde Weston está e a partir disso a trama começa a ganhar corpo.
O filme é calcado no trabalho de atuação desses dois personagens, o roteiro colabora para isso. Impressionantemente, Reynolds entrega um ótimo trabalho e se sai muito bem como protagonista de ação. Seu personagem começa como um agente inseguro e cheio de sonhos, e pouco a pouco vê seu mundo ruindo, e tendo que amadurecer rapidamente. Quanto a Denzel Washington, já sabemos o que esperar, interpretando seu personagem padrão, Denzel mostra a segurança de sempre e muito a vontade ao lado de Reynolds. Aliás, esse é um dos pontos fortes do longa, a interação dos dois está ótima. Destaque para o excelente elenco de apoio com Sam Shepard, Brendan Gleeson e Vera Farmiga. Uma pena terem sido tão mal aproveitados.
Se o filme é competente nas atuações, o mesmo não vale para o roteiro de David Guggenheim. Apesar de trazer uma apresentação de personagens interessante, o mesmo se perde pelo didatismo e o abuso de clichês do gênero. Os diálogos funcionam bem, e fluem com naturalidade. A Direção do estreante, Daniel Espinosa traz bons momentos, explorando o clima quente da África do Sul com uma fotografia saturada e usando a câmera com precisão nas cenas de ação, resultando em momentos viscerais de lutas, todas coreografadas de maneira crível, propositadamente desajeitadas, conferindo uma crueza necessária ao filme.
Além disso tudo, ‘Protegendo o Inimigo’ arruma tempo para fazer uma crítica interessante, mas que acaba ficando em segundo plano. No final das contas, o longa se mostra competente e coeso, mas falta ‘culhões’ para figurar ao lado de filmes como ‘Dia de Treinamento’.
Assisti esse filme e gostei, vou soltar spolier logo de cara mesmo.
Sempre gosto da atuação do Denzel, apesar dele variar bem pouco a interpretação dele. Foi a melhor morte desse ano a dele, dando um ar épico a morte dele, quando ele vai se levantar você acha que ele realmente vai sair andando dali, que ele é bem maior que a morte, mas ai o corpo dele falha e ele para de se mexer. Aquilo sim foi uma morte.
O Hal Jordan estava bem. Passando a ideia de um agente realmente iniciante num trabalho de merda, mostrando que a vida de um espião é bem tediosa, mas com o evento do Tobim Frost aparecer ele da ação a historia sem perder esse ar de que a vida dele era um tédio só.
Longe de ser um agente frio e calculista como Tobim, ele passa sempre que esta meio despreparado e ainda em cima do muro, passando de momentos que ele age sem pensar com eficiência de um 007 à momentos reflexivos de uma pessoa que sabe que o que fez não é certo.
Um blockbuster bom, nada muito fantástico ou revolucionário mas também não agride e diverte bem.
Vale pelas atuações do elenco, mas o filme deixa a desejar mesmo, a análise está certinha.