Na década de 90 tivemos o auge dos adventures point-and-click. Títulos como Monkey Island, Full Throttle, Sam & Max e Gabriel Knight tinham lugar de destaque nas prateleiras de jogos da época. A jogabilidade era simples, geralmente toda feita com o clicar do mouse. Os pontos fortes desse estilo de jogos eram a história e os puzzles (quebra-cabeças).
Phantasmagoria teve grande destaque por vários motivos. O primeiro, sem dúvida, eram os gráficos. Utilizando a então inovadora tecnologia FMV (full-motion video), atores e cenários reais eram filmados e utilizados como interface gráfica, dando imenso realismo ao jogo.
O segundo ponto interessante foi a história, focada no terror. A união do realismo com o terror tornou Phantasmagoria muito atrativo ao público gamer. Porém, o tempo castigou o jogo violentamente.
História
O casal Adrienne e Donald está de mudança para uma casa antiga em um local pacato. Aliás, a residência é uma verdadeira mansão com um enorme jardim, cultivando um aspecto dark. Adrienne é uma escritora que busca inspiração para seu próximo livro, e vê na mansão uma oportunidade para isso. Donald é um fotógrafo.
Enquanto explora a mansão, Adrienne descobre um livro antigo, que, ao ser aberto, liberta um tipo de espectro. A partir daí, seu marido, Don, passa a agir de forma estranha e agressiva. Adrienne começa a descobrir muitas coisas ao explorar mais a mansão e ao conversar com as pessoas da cidadezinha próxima. Aquela mansão pertenceu a um ilusionista que, aparentemente, mexia com magia negra e forças sobrenaturais.
Maiores detalhes estragariam a história, que, sinceramente, não é tão boa assim. O enredo é dividido em sete dias, cada um correspondendo a um CD (sim, este jogo era vendido em sete CDs).
O jogo
Phantasmagoria poderia ser descrito como um filme interativo. Cada cenário é uma cena quase estática, que você explora clicando na tela e interagindo com itens e pessoas.
Os gráficos, na época, eram de cair o queixo, algo quase alienígena para os padrões de jogos. Porém, vendo hoje em dia, com ilimitados parâmetros de comparação, percebemos que aquele “realismo” está longe de ser perfeito. Ok, para a época foi inovador e bem-feito, sendo que vários jogos adotaram a tecnologia do FMV (Gabriel Knight 2, alguns títulos da série Tex Murphy, dentre outros). Mas é inegável que esse tipo de gráfico, com a tecnologia da época, envelheceu muito mal. Os personagens estão sobrepostos aos cenários como se fossem um chroma key tosco, e a resolução da imagem é bem ruim.
Existem alguns personagens interessantes, mas a grande maioria é interpretada por atores bem fracos. Ironicamente, um dos piores atores é o do próprio Don, um dos principais.
A história consegue manter o jogador interessado até chegar ao final, porém não é nada absurdamente genial. Ela segue vários clichês que, no fim das contas, tornam o jogo divertido.
As cenas de violência e gore merecem destaque. Como já foi dito anteriormente, a parte gráfica envelheceu com pouca dignidade. E as cenas de morte… são absolutamente trash. Na época devem ter chocado muitos pirralhos, mas hoje em dia causariam boas risadas. São muito mal feitas, do nível de seriados com baixo orçamento. Destaque para a cena de estupro, uma das piores da história da humanidade.
Conclusão
Phantasmagoria marcou época, sendo lembrado até hoje pelos fãs dos adventures. A parte técnica envelheceu mal, as atuações são bem toscas e a história está longe de ser genial, apesar de prender o interesse e fechar de forma interessante e satisfatória.
Ao jogar recentemente, Phantasmagoria me divertiu. Um jogo curto que possui grande valor histórico, e vale a pena conferir. Principalmente pelo fator nostalgia.
Nostalgia máxima agora.
Lembro que minha tia tinha esse jogo, e eu tentei me aventurar, mas como era muito pequeno (além de noob desde sempre), nao conseguia fazer muita coisa, nem passei do 1o cd, mas achava a coisa mais foda do mundo! 😀
Vontade de jogar isso novo…
Você não é o único. O jogo não tem legenda, então o jeito era clicar em tudo e usar todos os itens em todos os lugares possíveis. Típico desses adventures antigos.
Saudade de tudo desse jogo.
Aquele 486 empoeirado no sotão da casa da minha mãe.
O medo absurdo que eu tinha, só do momento que colocava o CD no drive.
Esse gráfico tosco, que depois acompanhou um pouco melhor o Gabriel Knight.
E quanta saudade da Sierra. A Sierra de verdade, com o Ken e a Roberta Williams. Não aquela que tem como maior mérito publicar Half-life, depois de ser vendida para a CUC, depois virar subsidiária da Activision, que hoje é uma subsidiária da Blizzard, que por sua vez é controlada pela Vivendi.
Os gráficos ficaram toscos, mas com certeza esse foi um dos jogos que mudaram “o jogo”, alguns dos primeiros passos, com atores reais, uma história que por pior que seja, seguia algo perto de um roteiro. Talvez não tenha o mesmo valor que um Monkey Island, mas já ficou pra história.
O fato de o jogo ser de terror, ter os gráficos “ultra-realistas” e pussuir 07 CDs com certeza o tornava bem único. As cenas de morte, principalmente aquelas do final, são trash até a alma. Os efeitos especiais então, nem se falam. Mas imagino que o orçamento do jogo tenha sido menor que um episódio de seriado de TV, então não podemos exigir muita coisa. Na época deu certo, então tá valendo.
O jogo teve um orçamento na casa dos 4 milhões de dólares. Isso em 1995. Rapaz, era mta coisa. Muita coisa mesmo.
Falling Skies, eu tava vendo aqui, tem budget por episódio, hoje em dia, de 3 milhões por episódio.
Mas com certeza cara, pra época era o que tinha, e foi foda pra cacete. Eu lembro que era cheio, nos idos de 95 96, aquelas histórias de você dentro do video game. E isso era quase que o primeiro passo. Você via atores reais ali, trash ou não, ai é outros 500.
O mais interessante é o lance dos 7 cd’s né cara. A compressão de vídeo que temos hoje, e o dvd também, fazia uma falta danada hehehe.
Caramba, 4 milhões naquela época era muita grana. Então o problema foi na execução técnica mesmo hehe
Quando comprei o jogo no GOG, fiquei surpreso com o tamanho do arquivo: 1.6 Gb. COnsiderando que o jogo era dividido em 7 CDs, eu imaginava que o tamanho passaria, no mínimo dos 4 Gb.
Gabriel Knight 2 é mais bizarro ainda: tinha uns 5 CDs, e no GOG tem 2.4 Gb, menos que o Phantasmagoria.
E vejam só, GK2, GK3 e Phantasmagoria 2 estão em promoção agora!
Aquele 486 QUE EU TINHA rodava bem este JOGO………
Medo absurdo que eu tinha deste jogo , só de colocar o CD no drive eu tremia , kkkkkkkk
EU AMAVA ESTE GAME.
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