Muita gente o esnoba, mas o norte-americano Dan Brown, sem dúvida, é um dos principais escritores da atualidade. Desde o fenômeno O Código Da Vinci, que vendeu mais de 80 milhões de exemplares no mundo todo, todos os livros do autor tiveram uma grande tiragem. Sem falar nas duas (até o momento) adaptações cinematográficas da obra de Brown, o próprio Código e o infinitamente superior e subestimado Anjos e Demônios. Os filmes também fizeram sucesso, apesar de levarem os fãs dos livros a pensar seriamente em suicídio…
O Símbolo Perdido, lançado no Brasil pela Editora Sextante. Traz novamente o professor de simbologia de Harvard, Robert “Tom Hanks” Langdon, se mete em altas confusões (desculpa aí, não resisti). Convocado por um velho amigo para dar uma palestra no Capitólio dos EUA, em Washington, logo descobre que o convite era uma farsa. Seu amigo, um importante maçom chamado Peter Solomon, está em perigo, e Langdon deve correr contra o tempo para decifrar inúmeros enigmas e encontrar um suposto tesouro escondido pela Maçonaria, que seria capaz de conceder poderes sobre-humanos a quem o possuir.
Talvez a maior crítica a Dan Brown seja o fato de que seus livros têm a mesma fórmula, com uma estrutura narrativa praticamente idêntica. Isso é bem claro em O Símbolo Perdido, está tudo lá: Langdon chamado as pressas, um crime bizarro, uma famosa organização, um vilão exótico, um interesse romântico, uma figura de autoridade que atrapalha o herói, um simpático e suspeito ajudante… eu sempre defendi tal esquema pronto, pelo simples fato que ele FUNCIONA. Dessa vez, porém, ficou um gosto meio amargo. Talvez a fórmula tenha finalmente se esgotado, ou simplesmente esta aventura não foi tão empolgante quanto as outras.
Entre os pontos que me desanimaram, o maior sem dúvida é o final. Extremamente anticlimático. Uma pena, pois o autor optou por jogar panos quentes num evento épico, pra manter o status quo de seu universo (vale lembrar que a história se passa após Anjos e Demônios e O Código Da Vinci). Outro aspecto negativo foram os excessivos diálogos filosofando sobre o nada. Brown cita a noética, disciplina que estuda elementos subjetivos (alma e consciência humanas, por exemplo) sob um olhar científico. O tema é interessante, pena que o autor insinua sua capacidade de mudar o mundo, mas não acontece nada concreto, fica apenas na especulação. E nos longos debates extremamente cansativos entre os personagens. Diferente do conflito Ciência VS Religião apresentado de forma sensacional em Anjos e Demônios.
Os pontos positivos são os de sempre. Ritmo alucinante, quando a história engrena fica difícil largar. Os enigmas, sempre muito interessantes, e particularmente inspirados dessa vez. E a melhor coisa do livro, disparado: o vilão. Mal’akh, um gigante mega bombado com o corpo todo tatuado. Maluco de pai e mãe, mas absurdamente inteligente. Pena que no final comete uma burrice imperdoável e comprometedora, mas aí a culpa é toda do autor. Mais um detalhe, não necessariamente positivo ou negativo, é que Brown não quis fazer polêmica nenhuma dessa vez. A Maçonaria é tratada de forma totalmente imparcial.
Sabe quando você não consegue definir se gostou ou não de algo? Então. Esperava mais de O Símbolo Perdido, mas não posso dizer que foi ruim. Fica uma dica cautelosa: leia se você for fã do escritor e já tiver lido seus livros anteriores. Caso contrário, procure antes as outras obras, começando por Anjos e Demônios.
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Texto de autoria de Jackson Good.
Te ajudarei ao dizer por você que essa é a estória mais decepcionante de Robert. Eu esperava muito mais, mas como você disse a fórmula funciona, não tão bem para ser maravilhoso, mas o suficiente para divertir. Para quem leu Ponto de Impacto, O Símbolo Perdido é maravilhoso.
Eu concordo com o que o amigo acima falou, que “O Simbolo Perdido” não é melhor que seus predecessores, mas achei o livro bom.
Também li “Ponto de Impacto” e “Fortaleza Digital”, achei o primeiro fraquíssimo não consegui terminar de lê-lo mas o segundo é muito bom recomendo à quem for fã do autor.