Sub-versivo (Poesia Maloqueirista), de Geovani Doratiotto contém pílulas de poesias entrecortadas por intervenções gráficas. Desde o início, a dedicatória “À classe operária”, dá uma dica sobre o conteúdo do livreto: manifestações poéticas e gráficas. O escritor tece uma poesia suada pelo esforço dos operários que garantem a dignidade da vida cotidiana. São versos em maioria curtos, esguios, que nos sufocam pelo dito e não dito e o próprio apelo poético, como o pão, diário.
Tratam-se, em maioria, de poemas-protesto alternados com metapoemas que reverenciam nomes como Vladimir Maiakovski, Charles Bukowski e Fernando Pessoa, principalmente. Nos poemas curtos, reflexões sobre o dia a dia da classe operária, suas ambições, esperanças, e críticas aos instrumentos que procuram amenizar o impulso de consciência do trabalhador.
São poemas, reflexões, lembretes, espelhos do cotidiano do trabalhador, são jogos de imagens, jogos de palavras, imagens entrecortadas, colagens de ideias, singelezas raras em poucas páginas. Pílulas para se ter a mão.
Fé
Oxalá
se
Alá
ouvir
o grito
dos excluídos.
Oxalá todos os poetas tivessem o mesmo esmero e a mesma consciência. Leitura muito recomendada.
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Texto de autoria de José Fontenele.